Rejeitou Meu Companheiro Alfa - Capítulo 19

19: Capítulo 20 19: Capítulo 20 #Capítulo 19 O que eu não te dei?

Rachel POV
Fora do Auditório da Camelot Records
“Já chega, Tyler! Para!”

Eu puxei com toda a força contra o aperto dele que me arrastava. Meus saltos quase se partiram com o esforço de me manter parada enquanto ele tentava me puxar inexoravelmente para sabe-se lá onde. Eu estava cansada de deixar esse homem me arrastar pela vida.

Tyler poderia dizer o que tinha para dizer e então me deixar ir.

Ambos tínhamos vidas separadas para liderar. Tempo demais havia sido perdido por nós dois nessa miséria de acasalamento.

“O que você quer de mim, Rachel?”

Tyler estava quase gritando na minha cara. Eu não podia superar o nível de fúria na voz dele. Como eu o irritei tanto? Era tão terrível eu ter conseguido um emprego? Eu deveria ter falado com ele antes de assinar o contrato com a Camelot Records? Eu não conseguia entender por que ele estava agindo com fúria de repente.

“O que você quer de mim, Tyler?”

Eu entrelacei minhas mãos na frente do meu corpo para mantê-las de tremer visivelmente. Eu não mostraria mais fraquezas do que já tinha mostrado. Tyler era um Alfa poderoso para minha criação omega e as diferenças entre nós nunca foram tão óbvias. Ele se impunha sobre mim. Além disso, Tyler era ainda mais alto que o Nathan, que também era um Alfa.

“Você está realmente com tanta raiva do contrato? Eu não usei seu nome. Não mencionei você em momento algum. Não há conexão entre nós no papel ou em qualquer outro lugar que eu possa pensar, então por quê?”

“Eu não me importo com seu contrato de gravação.”

“Então por que você está aqui? Por que está gritando comigo? Me arrastando por aí? O que você quer de mim?”

Tyler fez uma careta para mim, “Você é irritante. Eu cuidei de você, não cuidei? Você teve o melhor de tudo. Roupas, sapatos, bolsas. Joias! Eu garanti que você tivesse acesso a uma conta para as despesas da casa. Sua escolaridade que você queria foi organizada. O que eu não te dei?”

“O que você não me deu… Tyler.”

Fiquei atordoada ao perceber que ele realmente não tinha ideia de quão isolante os últimos anos haviam sido para mim. Abri e fechei a boca duas vezes antes de finalmente perceber que teria que dizer a ele, porque ele próprio não reconheceria.

“Tyler, você nunca me amou.”

Tyler fez um som rude, “Amor! Eu cuidei de você. Isso é melhor que amor.”

“Não, Tyler,” eu balancei minha cabeça tristemente, “Realmente não é. Não há substituto para o amor. Estamos melhores separados porque você não consegue ver isso e é tudo que eu consigo ver. Por favor, Tyler. Por sua causa. Pela minha causa. Me dê minha rejeição.”

“Rejeição, rejeição, rejeição! Você está testando minha paciência além do que qualquer homem poderia suportar!”

“Me deixe ir! É só isso que você tem que fazer! Por que você simplesmente não pode me deixar ir?”

“Tudo bem!” Tyler rugiu, me agarrando pelos braços e me sacudindo forte o suficiente para chacoalhar meus dentes, “Eu vou te dar a rejeição que você quer! Amanhã ao meio-dia! Esteja no Santuário da Deusa ou eu juro que você vai se arrepender, Rachel.”

“Eu estarei lá. Eu estarei!”

Tyler me soltou como se não suportasse estar perto de mim por mais um segundo e eu instintivamente envolvi minhas mãos sobre meu estômago enquanto uma onda de náusea me lembrava que eu não estava mais sozinha. Meu corpo realmente precisava se adaptar à gravidez mais rápido. Eu não teria tempo para me mimar com minha agenda de turnês.

Eu teria que ser muito, muito cuidadosa sobre como seria capturada pela mídia também. Tyler estava infeliz em me deixar ir; eu não conseguia imaginar como ele reagiria se descobrisse que eu o estava deixando com seu possível herdeiro a reboque.

Voltando para o auditório, eu olhei ao redor até que vi meu grupo novamente.

Charlotte Wright estava agarrada a Nathan Lewis como se ele fosse seu salva-vidas e ela morreria sem ele. Ele era um homem excelente, além de ser uma ótima escolha para um companheiro. Ela poderia ter feito muito pior para a Casa Wright do que conseguir o herdeiro da Casa Lewis.

Howard estava sorrindo seu sorriso de tubarão, o que me dizia que ele estava segurando Charlotte por mim. Ele estava se provando ser um ótimo recurso. Eu estava grata por ele ter me contratado para a Camelot Records.

Dylan Roberts estava tendo uma conversa à parte com um Tyler furioso. Eu conhecia Dylan como o amigo próximo de Tyler melhor do que o conhecia como a força motriz por trás da Camelot Records. Ele estava muito acima da minha posição como a contratada mais nova da gravadora. Eu teria que me provar muitas vezes para merecer o tempo dele.

Minhas pernas ficaram bambas quando vi o rosto ansioso de Bella espiando por trás de Howard. Eu estava preocupada que ela ainda estivesse presa no saguão! Ela deve ter sido escoltada pela segurança mais cedo.

“Howard,” eu perguntei, tocando seu braço para chamar sua atenção, “Eu estou me sentindo péssima. É possível eu sair mais cedo deste evento? Eu prometo que dobrarei as entrevistas ou falarei em particular com as pessoas ou até mesmo farei almoços? Jantares? Eu só preciso—eu preciso ir para casa hoje à noite. Isso é possível?”

Os olhos de Howard varreram meu rosto e ele deve ter encontrado o que estava procurando porque ele assentiu, “Claro. Eu inventarei desculpas hoje à noite e podemos passar essa como sendo avassaladora para sua primeira noite sob os holofotes. Bom acordo?”

O medo do palco era um conceito estranho para mim. Eu havia me apresentado diante de uma audiência toda a minha vida de uma forma ou de outra, mas eu assenti ansiosamente.

Eu aceitaria qualquer escapada que Howard pudesse me oferecer. A última coisa que eu queria era passar mal na frente dos repórteres e potencialmente de Tyler também.

“Obrigada, Howard. Você é um salva-vidas!”

“Vamos sair daqui,” Bella concordou, envolvendo seu braço magro em volta da minha cintura para que pudéssemos deslizar pela multidão juntas mais facilmente.

Eu deixei ela me guiar para fora, acenando algumas vezes quando parecia que alguém queria se aproximar. Eu esperava não estar sendo considerada rude, mas era um risco que eu estava disposta a correr para sair do evento. Como eu ia esconder uma gravidez conforme ela avançasse? Eu ainda não estava visivelmente grávida, mas sentia como se o mundo já pudesse dizer.

Quando chegamos à calçada, Bella chamou um táxi e eu instruí, “Precisamos ir para o hospital, por favor. Agora mesmo.”

Bella me olhou alarmada e eu suspirei.

Eu não estava muito entusiasmada em me explicar para minha melhor amiga.

“Você tomou uma decisão? Você sabe que pode esperar até amanhã. Durma com isso.”

Eu balancei minha cabeça, “Não. Eu decidi. Eu só preciso passar por isso antes de perder minha coragem.”

Bella pegou minha mão na dela e eu segurei com gratidão. Eu poderia usar alguém para ser meu ancoradouro na tempestade. Estávamos nisso juntas, mesmo que eu nunca tivesse querido tornar meus problemas em problemas de Bella ou interferir tanto na vida dela ao longo dos anos.

Descarregamos no hospital onde fui ao PS para me registrar. Eu não estava tomando a decisão que Bella imaginava. Eu estava tão enjoada, no entanto — algo teria que ser feito se eu fosse sobreviver a mais aparições públicas.

Um atendente me levou rapidamente para trás depois de descobrir que eu estava grávida. Eu fiquei grata pela rapidez deles. Eles me fizeram trocar de roupa para uma camisola antes de me levarem para uma ultrassonografia. Eu não achava que era necessário, mas estava empolgada com a perspectiva de ver meu bebê na tela.

“Lá estão eles! Todos seguros. Veja, mamãe? Seu pequeno está crescendo direitinho.”

“Você consegue dizer se eles estão saudáveis?”

“Absolutamente,” o técnico disse, movendo a sonda e apontando na tela para várias partes da anatomia, “Braços e pernas estão se formando. Você pode ver o tremular do coração. É muito cedo para um gênero agora, mas não vai demorar muito. O primeiro é sempre o mais mágico, eu acho.”

Eu queria uma família grande. A realidade era que este poderia ser meu único filho, já que eu tinha rejeitado meu companheiro. Não havia garantia de que a Deusa da Lua me concederia um segundo companheiro e, mesmo que concedesse, outro filho não era uma certeza. Famílias lobisomens estavam escolhendo ser mais seletivas em seus hábitos de criação.

Tyler nunca tinha querido filhos porque ele só os via sendo usados como peças de barganha em lares Alfa.

Eu esperei até estar vestida novamente para perguntar sobre algo que eu poderia tomar para o enjoo enquanto passava pelos estágios iniciais da gravidez.

Não importava que decisão eu pudesse ter considerado antes de ver meu bebê no monitor: eu não estava desistindo do meu filho agora.

O bebê em meu ventre havia passado de um problema que eu precisava resolver para ser uma pessoa cuja existência eu faria de tudo ao meu alcance para proteger. Ninguém tiraria meu filho de mim. Ele ou ela seria amado. Suas necessidades seriam atendidas. Eu não seria capaz de lhes dar uma criação familiar tradicional, mas eu estava confiante de que poderia criar um filho com amor suficiente para dois pais.

“Certo, senhora,” eu disse, puxando Bella de sua cadeira no saguão, “Vamos para casa. Vamos ter um bebê e precisamos descansar.”

“Você está falando sério desta vez, então? Você vai ficar com ele?”

“Eu vou ficar,” eu concordei.

“Vamos ser ótimas!” Bella exclamou, girando-me antes de me abraçar forte, “Ah, desculpe! Você não vai passar mal, vai?”

“Não. Estou bem por enquanto. Eles me deram um medicamento para o enjoo. Bem, medicamento e recomendações para água com gás e bolachas.”

Eu dei a Bella um sorriso irônico enquanto fazíamos nosso caminho para casa novamente. Eu tinha a sensação de que estaríamos comprando ações de água com gás e bolachas se meu pequeno tivesse algo a dizer sobre isso!