137: Capítulo 137 137: Capítulo 137 #Capítulo 137 Resgate
Art POV
Deixar Lewis foi um risco que eu precisava correr. Justiça o tinha acorrentado em algum lugar seguro por enquanto, cortesia de uma câmara de contenção do Conselho Alfa.

O Conselho Alfa possuía câmaras de contenção especializadas instaladas em casas particulares, prédios governamentais lupinos, empresas e até em bunkers de emergência. Havia fugitivos de todas as espécies mantidos sob cuidados para julgamento ou presos para punição.

Lewis era apenas mais um dos muitos agora — eu não tinha energia para lidar com ele enquanto a mulher Flores era vítima de um sequestro. Nem podia pensar na repercussão se os sequestradores a matassem. Duas alcateias perdendo um herdeiro de uma vez? Dois Alfas que queriam reivindicá-la como companheira perdendo-a de uma vez?

Só de pensar nisso já me fazia sentir náuseas de uma enxaqueca.

Todas essas pessoas me davam dor de cabeça; mal podia esperar para que essa tarefa terminasse.

Levar Wright ao local com o dinheiro foi uma série angustiante de etapas sobre as quais eu nem conseguia pensar. Fiquei surpreso de ter conseguido colocá-lo em seu carro sem atacar nenhum dos envolvidos na entrega do resgate.

A mulher Flores era mais astuta do que a maioria com quem eu lidava, o que ficou evidente no momento em que o sequestrador veio buscar o dinheiro.

Encapuzado, cuidadoso para evitar olhar para qualquer câmera, ninguém poderia descrever o homem com detalhes específicos. Ele era apenas um homem de altura média, porte físico e sem descrição, em roupas simples e um capuz sólido. Sua descrição poderia corresponder a qualquer número de homens.

Exceto.

Ele exalava o cheiro do sangue de Rachel Flores.

Um frenesi me levou a derrubá-lo no chão com força suficiente para quebrar costelas dos dois lados de seu peito, deslocar seu ombro, fraturar sua clavícula e uma dúzia de outras lesões que eu podia sentir sem realmente entender o dano feito a esse homem, esse lobo de baixa casta, essa presa.

“Socorro! Socorro!” gritou o homem, se debatendo sob meu peso enquanto eu o jogava no chão mais uma vez para calá-lo.

“A mulher Flores,” eu rosnei, a visão reduzida a rajadas de cores de assinaturas de calor, “Onde ela está?”

Meus dentes estavam puramente afiados nesse estágio. Cortei meus lábios enquanto tentava falar apesar do impulso de morder, rasgar, beber, drenar a escória sob mim.

Percebi que eu não era melhor que Lewis justo quando eu estava me inclinando para me banquetear com o sangue do monstro.

Recuando, eu sibilei para ele: “Mostre-me onde você está mantendo ela ou eu vou mostrar suas entranhas.”

Ambos estávamos em um estado elevado de agitação – eu pelo desejo de devastar esse canalha por estar coberto pelo sangue de Rachel e ele pela dor de suas lesões – mas eu consegui limpar minha mente o suficiente para focar em seus pensamentos.

Uma suíte de hotel. Decoração sem graça. Apenas uma porta de entrada com leitor de cartão eletrônico. Rachel.

“Mostre-a para mim”, eu exigi.

Mantendo meu rosto o mais próximo possível do dele sem realmente tocá-lo, eu respirei para que ele fosse obrigado a respirar meu ar, fazendo com que reciclássemos a mesma respiração entre nós repetidamente. Era uma experiência sufocante para ambos.

A diferença entre a sensação para mim e a mesma para ele era que eu sabia que estava no controle da situação.

Eu poderia recuar a qualquer momento. Inspirar oxigênio fresco. Expurgar esse verme de meus pulmões permanentemente enquanto ele só poderia respirar o que eu exalava para ele, engasgando com minhas sobras até eu escolher deixá-lo ir.

Não tinha certeza se o deixaria ir quando ele revelou uma memória em sua mente de Rachel colocando uma mão sangrando em seu braço.

Ela estava pedindo ajuda? Ou misericórdia? Esse monstro tinha a machucado ou ela tinha se ferido acidentalmente ou por vontade própria?

Eu não conseguia dizer pelas memórias dele; não conseguia me concentrar o suficiente para forçá-lo a lembrar exatamente o que sabia.

Minha maldição era uma maldição. Eu estava condenado a ela. O demônio vampiro preso em minha cabeça com meu lobo não era fácil de controlar.

“Estamos voltando para ela. Agora!”

Agarrei-me aos pensamentos do homem enquanto ele instintivamente lembrava a localização de Rachel, então nos deslocamos pelo espaço para aparecer diante dela na sala de estar da suíte onde estava sendo mantida.

Lançando o sequestrador para longe de mim, movi-me para me ajoelhar diante de Rachel, “Você está bem? Eles cortaram você ou foi um acidente?”

“Eu fiz isso”, disse Rachel, um sorriso brilhante explodindo em seu rosto antes de se lançar contra mim, “Estou tão feliz que funcionou! Eu sabia que você disse que poderia rastrear meu sangue. Cortei-me no copo de água. Você pode me levar até Tyler? Você pode me levar agora?”

Eu retribuí seu abraço por um momento. Nunca houve um momento em que eu recusaria um abraço de uma mulher suave e disposta. Rachel era uma mulher bonita.

“Eu posso”, eu concordei.

Tomei um momento para focar onde eu poderia colocá-la mais facilmente e onde ela estaria mais segura. Minha decisão foi o apartamento de Bella, pois sabia que ela estaria segura com Lindy e Wright poderia chegar até ela rapidamente enquanto eu voltava para lidar com os que tinham levado Rachel.

“Rachel!” Lindy gritou, correndo para puxá-la de mim e para seus braços em um abraço feroz. O hematoma em seu rosto ainda era impressionante. Suponho que eles tenham feito um trabalho mais completo nela do que eu imaginava.

Lindy talvez não seja totalmente inútil afinal. Se ao menos Lewis pudesse ver isso, pensei com um sorriso irônico.

“Ligue para Wright vir até você. Eu vou voltar para lidar com os que te levaram. Eles enfrentarão a justiça. Você tem minha palavra.”

“Meus pais fizeram isso!” Rachel disse de repente, “Foram Patrick e Richard Campbell. Eles estão trabalhando juntos. Minha mãe também está viva. Eles têm que nos dizer onde ela está sendo mantida. Você tem que descobrir, Art. Eu não posso deixá-los mantê-la trancada. Ela precisa voltar para casa comigo e com Ethan. Por favor.”

Concordando com facilidade, respondi, “Eu posso ir buscá-la assim que eles revelarem a localização dela. Rachel, eu preciso que você entenda que está segura aqui. Não vá procurar confusão saindo correndo, tá bom? Fique aqui até Wright chegar até você.”

Rachel afundou em uma das poltronas grandes na área de estar, dizendo, “Sim, vou ficar aqui. Tyler virá me buscar. Você vai garantir que pegue eles, não vai?”

Fiz o símbolo de um ‘x’ sobre meu peito e sorri, “Cruzo meu coração e espero morrer. Eles vão se arrepender disso.”

Tirei um momento para memorizar o rosto de Rachel, a leve curva de sua barriga de bebê e as inúmeras marcas em seu corpo devido ao seu calvário. Eu queria ter a imagem dela em minha mente para lembrar por que estava fazendo isso, caso tivesse que perseguir seus sequestradores novamente.

“Eu voltarei quando as coisas estiverem resolvidas.”

Era tanto uma promessa para ela quanto para mim mesmo. Eu havia desenvolvido um carinho pela mulher Flores, mesmo que seu caso fosse um dos mais irritantes que eu já tinha sido designado.

Deslizando de volta à suíte do hotel, não me surpreendi ao encontrar o homem ainda lá. Ele estava desabado no sofá, segurando suas costelas quebradas enquanto falava ao telefone.

Ouvi-o dizer, “— então aquele Inspetor Alfa simplesmente levou ela. Puf! Ela desapareceu! Como você quer que eu tenha impedido ele?”

“Você deveria dizer para eles que precisarão te ligar de volta. Bem mais tarde. Pense: décadas mais tarde,” eu avisei antes de agarrar seu pulso e nos deslocarmos para a instalação de contenção mais próxima para aqueles que aguardariam julgamento.

Justiça já estava lá, mal olhando para mim enquanto continuava folheando uma revista, “Nova chegada é um pedido especial ou apenas parte do caso atual?”

“Caso atual. Ele é um dos que levou a mulher Flores. Jogue-o numa cela lupina e alerte o Conselho para iniciar os procedimentos.”

Justiça acenou com os dedos para mim sem se dar ao trabalho de se levantar. Eu sabia que ela simplesmente teleportaria o lobo para sua nova cela assim que eu fosse embora. Esperava que ela tivesse pouco tempo restante em seu turno. Eu sabia que nossos filhos estariam sentindo falta dela.

Por um capricho, em vez de ir atrás do outro sequestrador, deslizei de volta onde havia deixado Rachel. Ela mais uma vez se lançou contra mim, envolvendo seus braços ao redor do meu pescoço e pressionando seu corpo contra o meu do peito aos joelhos.

“Art! Você conseguiu pegá-los? Eles estão na cadeia?”

“Consegui o que estava conosco. Vou pegar o outro agora. Só queria ter certeza de que você estava segura.”

Descobri que estava dizendo a verdade também. Eu queria saber que ela estava segura antes de partir.

Rachel me surpreendeu com um sorriso doce, beijando-me suavemente, apenas para eu ouvir um rosnado vindo atrás de mim.

Tyler Wright rugiu, “Saia de perto da minha companheira!”