Capítulo 527: 527-Sentindo falta da minha esposa, mas muito envergonhado para admitir

Norman:

Eu olhei ao redor do quarto e suspirei. Eu não sabia o que tinha acontecido comigo. Mesmo que ela não tenha ficado aqui por muito tempo, ela deixou seu cheiro para trás. O quarto parecia tão vazio. Eu não acredito que estava sentindo falta da voz irritante dela. Quando me deitei no travesseiro, estava encharcado com o cheiro dela. E eu me senti envergonhado de admitir—ela cheirava tão bem.

Eu balancei a cabeça e me sentei na cama, pegando um livro da mesa lateral para me concentrar em outra coisa. Eu odiava como minha mente continuava voltando a pensar nela.

“Lembre-se, eu a odeio,” eu me lembrei—algo que eu tinha dito nos primeiros dias em que a conheci.

“Mentiroso. Você teve uma maldita ereção só de vê-la nua.”

É por isso que eu preferia meu lobo ficando calado. Ele era inapropriado e nunca estava do meu lado.

“Cala a boca!” eu resmunguei para ele, revirando os olhos. Eu caminhei até a mesa lateral e peguei o copo de vinho que tinha servido para mim mesmo alguns minutos atrás, mas não tinha dado um gole.

“É porque sua querida esposa não gosta quando alguém bebe demais? Porque ela se lembra de como nosso irmão a esqueceu depois de beber tanto?”

Ele não se importava com o que eu estava pensando sobre ele—ele apenas continuava.

“Eu juro, você precisa calar a boca,” eu sibilei para ele, “e veja-me beber tudo. Eu não tenho medo de ninguém,” eu disse entre dentes cerrados e virei o copo todo de uma vez.

“A Helanie está ligando—”

Assim que meu lobo disse isso—sem perceber que, se ela realmente estivesse, eu receberia uma notificação—cuspi a bebida por reflexo e comecei a procurar freneticamente um lugar para esconder o copo, como se ela pudesse de alguma forma vê-lo.

“E alguém disse que não tem medo da esposa,” ele provocou. “Além disso, eu entendo. Nem todo mundo tem sorte de ter uma esposa como ela. Você já olhou para o rosto dela? Ela é tão bonita, e ela tem um corpo de—”

Ele se calou.

E eu pensei que talvez seu vocabulário diário estivesse esgotado. Mas não. Desde que me casei e marquei Helanie, ele não parou de tagarelar—como se tivesse acordado de um longo sono.

“Claro que você viu. Do que eu estou falando? Você viu mais do que apenas o rosto dela uma vez,” ele continuou, me lembrando novamente por que me sentia tão em paz quando ele estava dormindo.

“Você perdeu a cabeça. Eu estava me casando com Jessica, e vou me casar—após Helanie me rejeitar.”

Mas dizer isso me fez de repente sentir tão para baixo.

Então, eu me servi outro copo de vinho—só para provar para meu lobo que eu não estava mudando por Helanie.

Ela era a companheira do meu irmão. E alguém que me irritava tanto.

“Ahá, e então você fez aulas online para aprender a fazer crochê para consertar o suéter rasgado dela. Você contou para ela que não consertou fora, mas ficou no seu quarto como uma vovó e consertou você mesmo?”

Eu tinha medo de que aquela memória fosse trazida à tona.

Eu sibilei para ele por me lembrar daquela época. “Você é desagradável. Eu fiz isso porque não queria que ninguém soubesse que paguei para consertar um suéter para qualquer mulher. Você sabe que não gosto que ninguém pense—”

Minha explicação foi interrompida quando meu lobo começou a rir alto.

Oh, como eu o odiava. Ele fazia meu sangue ferver.

“Sim, claro. Quero dizer, você poderia ter deixado o suéter dela na floresta,” ele murmurou.

“Eu o rasguei, então tive que consertar,” eu gemi, sentando de volta na cadeira, já preocupado que ele trouxesse à tona outras coisas de que realmente não queria falar.

“E sobre as tatuagens—”

Era isso. Eu tive que calá-lo.

“Cale-se, antes que eu te faça dormir à força.”

Aquela ameaça sempre o silenciava.

“Você é tão mau. Deixe nossa esposa voltar—eu vou reclamar com ela, e ela vai te bater.”

Claro que ele tinha que dar uma última estocada antes de ficar quieto.

É quando meu telefone começou a tocar. Era Jessica ligando.

“Sabe de uma coisa? Veja-me flertar com quem eu vou me casar,” eu disse enquanto atendia o telefone.

“O que é, Jessica?” Eu perguntei, então gemi. Por que eu não podia soar normal?

“Onde está Helanie? Estou tentando ligar para ela, mas ela não está respondendo,” ela perguntou, e eu me levantei da cadeira, o pânico já se instalando no meu peito.

“Ela foi para o carnaval. A Matilha de Rudy—a Matilha Névoa Oca,” eu disse, mais para me lembrar de que estava tudo bem. Está tudo bem. Talvez ela esteja apenas ocupada.

“Norman… Você acabou de dizer a Matilha Névoa Oca? Como na de Rudy—”

Ela pausou, xingou, então gritou.

“Droga, não! Você sabe quem ele é?”

O pânico na voz dela me dizia que Rudy não era apenas algum estudante da academia.

“Me diga. Agora.” Eu engoli, já pegando minhas chaves.

“Norman—Rudy é o meio-irmão de Rhiz. Eles quase nunca falam um do outro por causa de suas diferenças, mas Rhiz fica naquela matilha.”

Ela resmungou, e eu juro que meus olhos quase saíram das órbitas.

“É melhor nos apressarmos. Eu tenho um pressentimento muito ruim sobre isso.”

Eu desliguei e imediatamente tentei ligar para Helanie, mas assim como Jessica tinha dito, o telefone dela estava fora de alcance. Eu imaginei que—pela segurança dos convidados e da matilha—eles haviam desativado todas as conexões, até mesmo a internet.

“Maximus! Kaye! Emmet!” Eu saí correndo do meu quarto, gritando os nomes deles.

“O que está errado?” Maximus foi o primeiro a aparecer, parecendo desarrumado, como se estivesse passando por algo dele mesmo. Ele parecia… bêbado.

“Helanie está em—”

Eu nem terminei quando Maximus correu escada abaixo.

“Perigo? Problema? Estresse? O que?” ele perguntou, sem perder tempo, como se já soubesse que logo estaríamos pegando a estrada.

“Rudy tem um meio-irmão—como diabos isso não foi divulgado em seus documentos?” Eu reclamei, olhando fixamente para Kaye, que já estava vindo em minha direção para me seguir.

Emmet apareceu vestindo uma camisa que ainda estava abotoando.

“O que tem ele? Me diga!” Kaye insistiu enquanto íamos em direção aos carros.

Ele é Rhiz.