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Capítulo 475: 475-Eu a Deixei para Trás.
Altan:
“Por que você me deixou para trás?”
Eu o vi nas sombras, parado ali — alguém que eu havia traído.
“Todos estão certos sobre você. Você é um covarde.”
Eu gemia em meu sono, o dedo apontado para mim me fazendo virar na cama.
“Você é um covarde.”
“Eu não queria deixar você — para trás —,” engoli em seco, tentando acordar. Eu sabia que estava em sono profundo, paralisado. E eu precisava acordar.
Mas justo quando achei que conseguiria, vi ela atrás dele.
Agora os dois estavam apontando os dedos para mim.
“Helanie —” Eu não me surpreendi. Ela sempre vinha aos meus sonhos para me assombrar.
O que eu fiz naquela noite ficaria comigo. Ela não merecia isso.
A forma como ela pediu que eu ficasse com ela, implorou para que a deixassem em paz — eu nunca esqueceria disso.
“Ele é sempre assim. Ele deixa as pessoas que o amam para trás,” ele disse para Helanie. Meu coração estremeceu e lágrimas brotaram em meus olhos.
“Não! Eu não deixei vocês para trás —” eu gritei, e foi quando finalmente me forcei a acordar.
A vida havia se tornado um peso em meus ombros. Nada parecia interessante o suficiente para me manter em movimento. Eu não tinha nenhum objetivo, nenhum mesmo — exceto encontrar uma forma de fazer algo sobre um crime que havia sido cometido.
Naquela noite, aqueles Alfas… todos fizeram mal a ela. Mas como eu poderia buscar justiça por ela quando ela não estava mais aqui para falar? Quando não havia registro de nenhum crime?
Me arrastei para fora da cama e tomei um banho, me preparando para o café da manhã com minha assim chamada família justa.
Enquanto segurava meu celular e olhava as notificações, não pude evitar revirar os olhos.
Sydney: onde você está?
Sydney: Os idosos terminaram o teste, então a academia está nos dando alguns dias de folga antes de começarmos um novo semestre.
Sydney: Eu estava esperando que pudéssemos passar algum tempo juntos?
Eu não respondi a ela. Houve uma época em que eu gostava dela, talvez até a amasse. Mas não o suficiente para parar de ver outras pessoas. Namorei muitas, e uma delas foi Helanie.
Eu estava apenas fascinado por Helanie e a via como uma amiga. Ela era tão bonita que eu queria mantê-la por perto como um troféu. Mas depois daquela noite, eu não consegui esquecê-la.
A injustiça que ela enfrentou foi toda culpa minha.
E então eu não consegui mais amar ninguém — até mesmo meu amor por Sydney desapareceu.
“Bom dia,” meu pai resmungou, claramente me provocando por não ter o cumprimentado primeiro.
“Bom dia,” eu disse enquanto me sentava à mesa com ele e minha mãe, que estava ocupada demais com seu celular para sequer levantar a cabeça.
“Altan! Quero que você vá para o treinamento,” Papai disse. A menção daquele treinamento intenso — destinado a me desconectar do mundo — me fez arquear uma sobrancelha.
Eu tinha querido ir para aquele treinamento depois da morte de Helanie, mas Papai recusou. Agora, ele de repente me pedir para ir? Aquilo era suspeito.
“O que é desta vez? O que você está tentando me impedir de fazer?” Eu perguntei, observando-o me fitar com raiva.
“Você está sugerindo que estou jogando algum tipo de jogo com você?” ele sibilou. “Já preparei tudo para sua viagem. Termine sua comida e siga em frente.”
Aquilo não era normal. Olhei para minha mãe, que finalmente largou o telefone e nos encarou como se estivesse tentando sair de qualquer mundo em que estava perdida.
Mãe sempre fora assim, mas um incidente ruim a deixou ainda mais traumatizada.
“Por que a pressa?” perguntei, confuso.
De repente, Papai se levantou e tentou arrancar o celular das minhas mãos. Eu recuei e me levantei da cadeira.
“O que está acontecendo?” Não havia como ele não estar surtando com algo.
“Houve um problema, e quero você fora antes que você seja envolvido,” ele sibilou, tentando se posicionar atrás de mim para pegar meu celular novamente. Ele estava me mandando para o treinamento — onde eu ficaria sem celular, sem contato e sem saber o que estava acontecendo.
“Papai, o que é? Que problema? Por que eu seria envolvido?” perguntei, mantendo meu tom firme. Mas eu já tinha uma ideia do que estava por vir. Meu pai era um maníaco por controle. Ele nem sequer tinha me dado sua coroa, enquanto a maioria dos Alfas já a tinham passado para seus filhos.
Meu pai amava poder e controle.
“É apenas algo relacionado ao imposto da matilha,” ele desconversou, estendendo a mão para o meu celular.
“E como isso me diz respeito? Eu nem sou um Alpha coroado ainda. Você deveria ser o único se escondendo — o que significa que você não pagou os impostos. Por que não pagou?”
Vi seu rosto mudar de cor, mas uma notificação no meu celular me distraiu.
Puxei minha mão para frente e desbloqueei o celular, recuando para colocar espaço entre nós.
Era uma mensagem de um dos meus amigos do ensino médio, e ela capturou toda a minha atenção.
David: Ei, vocês sabiam daquela garota Helanie que morreu meses atrás? Ela foi ressuscitada de alguma forma. Pegaram ela viva e agora estão apresentando-a ao tribunal para um julgamento — aparentemente por fugir de sua punição.
Os pelos na nuca se arrepiaram, e meus olhos travaram no rosto do meu pai. Ele grunhiu, balançando a cabeça para mim.
“É isso que você tem escondido de mim?” Eu mal consegui formar uma frase enquanto um gemido escapava dos meus lábios.
“Argh! Eu não queria que você surtasse. Não paguei tanto pela sua terapia para tudo ir por água abaixo no momento em que você lê as notícias,” Papai gesticulou para me dispensar.
“Hã? Você acha que eu não mereço saber? Essa culpa tem me matado —” eu gritei, lágrimas escorrendo pelo meu rosto.
Minha mãe correu para me abraçar, chorando ao me ver desmoronar.
“Nada mudou. Ela deveria ter permanecido morta — e, se não, vou garantir que isso aconteça,” os olhos do meu pai brilharam com algo sombrio, seu dedo apontando diretamente para mim. “E se eu tiver que matar você também, eu farei.”
Sua reputação e ego venceram mais uma vez.