Reivindicada e Marcada por Seus Meio-Irmãos Lobos - Capítulo 19

19: 19-Eu Posso Sobreviver a Isso 19: 19-Eu Posso Sobreviver a Isso Helanie:
Depois de preencher o formulário enquanto estava sentada atrás da mesma árvore de antes, caminhei de volta para a academia. Graças a Deus, os alunos não estavam por perto. Não sei por que me sentia tão insegura sob o olhar deles. Eles eram tão bem vestidos e bem cuidados, e aqui estava eu, usando roupas velhas com grandes buracos. Eu sei que deveria me considerar sortuda por ter ao menos algo para cobrir meu corpo, mas isso faz com que os outros me intimidem.

Mas isso não significava que os irmãos não estavam no escritório. Eu meio que esperava que fosse o Emmet, mas o Maximus estava sentado do outro lado da mesa, com a cabeça abaixada sobre os papéis à sua frente.

“Eu preenchi o formulário”, disse eu, depois de limpar minha garganta para chamar sua atenção. Ele agiu como se não fosse ele quem me deixou entrar depois que eu bati na porta.

“Cole isso na minha testa”, ele apontou para sua testa sem levantar a cabeça, os olhos concentrados nos arquivos à sua frente.

“Deixe aqui”, então ele levantou a cabeça e gritou comigo frustrado, seus olhos transmitindo desprezo.

Coloquei o formulário na mesa e engoli em seco para umedecer a garganta. Acho que ele percebeu e levantou a cabeça novamente, desta vez jogando a caneta que segurava sobre o arquivo de forma insolente enquanto observava meu rosto.

“O que mais?”

“Hmm, onde fica o abrigo para candidatos?” perguntei, imaginando se os outros sabiam. Claro que sabiam. Muitos alunos vêm para cá com seus pais e entes queridos. Eles os ajudam com os formulários e até passam o dia com eles antes de se despedirem.

Não era o mesmo para mim. Eu estava literalmente entrando na academia com nada além de uma bolsa velha que continha duas roupas.

“Por que seu pai não veio com você?” Não sei por que ele de repente trouxe isso à tona, mas a menção de meu pai trouxe de volta as memórias de minha estadia na matilha.

Não foi agradável. De repente, senti dedos no meu corpo, o toque nojento dos homens.

Fechando os olhos e me abraçando, balancei a cabeça antes de respirar fundo e então abrir os olhos para responder a ele.

No entanto, claro, ele estava examinando meu rosto quando abri os olhos.

“Eu não moro mais com meu pai”, respondi mais firmemente.

Mas ele permaneceu em silêncio observando minha expressão antes de acrescentar: “Bem, espere lá fora então. Depois que terminar meu trabalho, irei até o abrigo para candidatos para receber os novos candidatos.”

Eu não esperava que ele pessoalmente me levasse ao abrigo, mas como ele ofereceu, eu acenei com a cabeça e saí do escritório novamente.

Eu me sentia tão sozinha, fazendo tudo sozinha agora. Sentei atrás da mesma árvore, mas desta vez, meu rosto estava virado para a academia. Eu não queria perder ele saindo porque ele era minha única esperança para o abrigo agora.

Sentei com as pernas cruzadas, brincando com a grama molhada nas minhas mãos. Eu também estava com fome. Mas olhando em volta, percebi que não havia árvores frutíferas aqui. Eu deveria ter pego algumas ao redor da mansão. Mas minha mãe estava com tanta pressa de me expulsar que não consegui levar comida comigo.

Meus olhos vaguearam por um breve momento, e uma lembrança distante passou pela minha mente: a vez que meus pais me levaram à escola. Eu mudei de escola quando completei quatro anos porque algumas crianças costumavam me intimidar na escola antiga. Meus pais levaram isso muito a sério.

Eles estavam prontos para pagar uma taxa alta na escola mais cara para mim. Como eu passei de ser tão amada para ser tão desprezada? E eu nem tinha feito nada de errado.

Pisquei para afastar as lágrimas quando vi Maximus sair da academia. Ele fez uma breve pausa e olhou ao redor, esticando os braços. Rapidamente me levantei e comecei a caminhar rapidamente em sua direção. Eu não queria que ele fosse embora sem mim.

Parecia que ele estava esperando e procurando por mim, pois sua busca terminou no momento em que seus olhos pousaram em mim.

Não percebi o quão rápido eu estava caminhando até que escorreguei na grama molhada, uma perna indo para frente enquanto a outra ficava para trás.

“Ai!” No momento em que fiz uma careta, fiquei em silêncio e recuperei minha postura. Não queria parecer fraca.

“Cuidado!” ouvi, e levantei a cabeça para encontrar Maximus na minha frente. Ele chegou até mim muito rápido.

“Estou bem. Não me machuquei”, respondi rapidamente, esfregando as mãos no vestido para limpar a sujeira que havia pegado. Eu estava bem suja naquele momento.

“Nossa, você é tão forte”, o sarcasmo em sua voz fez com que eu baixasse o olhar.

Depois de um silêncio constrangedor, ele virou e começamos a caminhar em direção às montanhas profundas.

Fiquei perto dele, tentando o meu melhor para acompanhar seus grandes passos. Era tão fácil para ele navegar entre as grandes árvores ou caminhar sobre o pequeno riacho de água, enquanto eu tinha que pular devido às pernas mais curtas que ele.

Depois de cerca de dez minutos de caminhada, finalmente chegamos a uma casa estilo cabana. As tábuas de madeira rangiam enquanto ele subia as escadas enquanto eu permanecia no chão.

Havia outros alunos que já haviam chegado com suas famílias. Eu os observava sendo amados e abraçados por seus pais e irmãos, carregando bolsas cheias de suas necessidades.

De repente, me senti tão sozinha e miserável. Eu não tinha ninguém ao meu lado, e não fui a única a notar isso. Os pais dos outros candidatos também lançavam olhares para mim antes de se concentrarem em seus filhos.

“Espero que suas jornadas tenham sido confortáveis. Vocês estão deixando seus filhos em mãos seguras. Depois de uma semana de testes e exames, vocês serão informados dos resultados. Agora! Estou dando a todos dez minutos para se despedirem antes que esta porta se abra”, disse Maximus, seu tom comandante e sério dirigido a seus alunos.

Respirei fundo e então abaixei a cabeça.

Os dez minutos pareceram tão longos para passar.

Mas finalmente, os pais e outros familiares dos candidatos começaram a partir, e agora estávamos enfrentando Maximus de pé na varanda da frente da cabana que chamavam de Abrigo para Candidatos.

“Hoje é designado como um dia de descanso para todos vocês. Vocês não têm que cozinhar ou fazer nada por uma semana. Nós forneceremos comida, mas a partir da próxima semana, quando os testes começarem, vocês terão que caçar suas próprias refeições. Esta academia não é para os fracos de coração–” seus olhos brevemente pousaram em mim, e eu juro que outros viraram a cabeça para me olhar também antes de se concentrarem nele novamente. “Espero que quem for aceito mereça um lugar nesta academia.”

Enquanto ele terminava, observei todos darem um aceno um para o outro como um gesto de boa sorte. Ninguém fez isso por mim. Acho que era porque eu parecia diferente deles. Sem roupas chiques ou acessórios em mim; na verdade, eu parecia que tinha vindo da prisão.

Mas o verdadeiro teste era sobreviver e superar esses desafios, para os quais eu estava mais do que pronta.