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Capítulo 777: Nada Que Eu Não Possa Roubar
Os primeiros raios de sol espreitaram pela janela e atingiram o rosto de Lílith. A Princesa Amazona abriu os olhos e lentamente se levantou da cama.
Ela então caminhou até a janela e a abriu para admirar a Cidade de Alabastro, que era aclamada como a maior cidade comercial na parte oeste do continente.
“Me pergunto se ele ainda está dormindo,” Lílith pensou enquanto estendia seus sentidos para o quarto ao lado.
Embora mal fosse audível, ela ouviu o som da respiração de um dorminhoco no quarto de William. Claramente, o Meio-Elfo ainda estava dormindo, e isso fez Lílith balançar a cabeça desamparadamente.
“Os dois só pararam ao amanhecer,” Lílith murmurou. “É compreensível por que eles ainda estão dormindo. Acho que vão acordar por volta do meio-dia.”
Lílith então lavou o rosto antes de sair de seu quarto para comer na taverna da pousada. Ela havia visitado a Cidade de Alabastro uma vez no passado, mas já faziam alguns anos desde então. Naquela época, sua Mãe a designou para ir em seu lugar para supervisionar a construção da embaixada das Amazonas na cidade portuária.
Embora fosse chamada de Embaixada, era mais um armazém usado pelas Amazonas para armazenar os produtos que compraram dos navios mercantes que frequentavam a cidade. Além disso, a Cidade de Alabastro era um lugar onde diferentes raças se misturavam.
Era um bom lugar para encontrar indivíduos fortes que poderiam convidar para o Império Ares, a fim de fortalecer sua linhagem.
As Amazonas foram agraciadas com uma bênção especial de sua Deusa, Astarte, que lhes permitia dar à luz crianças com as características especiais da linhagem de sangue de seu pai. Naturalmente, as Amazonas que nasciam com essa linhagem forte também podiam passar sua habilidade para suas filhas.
É por isso que as Amazonas gostavam de convidar os prodígios talentosos dos Clãs influentes que tinham talentos especiais de linhagem, exclusivos de suas famílias.
Lílith e suas duas irmãs nasceram de tal união.
Ela era a filha do meio, e tinha muito mais liberdade em comparação com suas irmãs. Isso lhe permitia viajar pela terra sempre que quisesse e só voltar para casa quando sentisse saudades da família.
A Princesa Amazona estava prestes a pedir seu café da manhã, quando viu um bonito Meio-Elfo com cabelos loiros e olhos verdes entrar na taverna.
No momento em que Haleth entrou, ela imediatamente viu Lílith e se aproximou com um sorriso.
“Bom dia,” Haleth cumprimentou.
Lílith sorriu e deu um breve aceno de cabeça. “Bom dia. Você já tomou café da manhã?”
“Não. Vim aqui cedo porque pensei que todos vocês já estariam acordados… o Senhor William ainda está dormindo?”
“Está.”
Um olhar de decepção passou pelos olhos de Haleth, mas durou apenas por um breve momento.
“Por que você não se junta a mim para o café da manhã?” Lílith propôs.
“Vou aceitar sua oferta então,” Haleth respondeu com um sorriso.
Depois de pedirem sua comida, as duas senhoras escolheram uma mesa no canto da taverna. Como demoraria um pouco até que a comida fosse servida, Lílith decidiu fazer ao oficial do exército algumas perguntas pessoais sobre si mesma.
Era bastante fácil para ela perceber que o Meio-Elfo estava muito interessado em William, então decidiu provocá-la um pouco.
“Você gosta do William?” Lílith perguntou enquanto apoiava o queixo sobre a palma da mão aberta.
“F-Foi tão óbvio assim?” Haleth gaguejou. “Oh, não! O Senhor William também percebeu isso?!”
Haleth cobriu o rosto de vergonha. Ela achava que tinha feito um bom trabalho escondendo seus sentimentos, mas ao olhar para o sorriso confiante no rosto de Lílith, soube que sua capa foi descoberta.
“Acho que sim,” Lílith respondeu. “Entre você e eu, acho que ele tem a mentalidade de que todas as garotas vão se apaixonar por ele por causa de sua boa aparência.”
Haleth piscou uma vez, depois duas, antes que o significado das palavras de Lílith lhe caísse sobre ela.
“O Senhor William é assim?” Haleth inquiriu em tom baixo. “Ele é algum tipo de narcisista ou algo assim?”
Lílith sorriu. “Um pouco. Felizmente, ele não é do tipo que olharia no espelho e diria ‘Sou tão bonito. Acho que vou me casar comigo mesmo!'”
As duas garotas se encararam por alguns segundos antes de rirem ao mesmo tempo. Um minuto depois, ambas conseguiram conter o riso e continuar sua conversa, enquanto esperavam por sua comida.
“Eu não sabia que o Senhor William tinha esse lado nele,” Haleth disse. “Para mim, ele é alguém inalcançável. Mas, depois de ouvir suas palavras hoje, percebi que, apesar de seu status lendário, ele ainda é Humano.”
“Meio-Elfo,” Lílith corrigiu. “Ele é apenas meio Humano. Assim como você.”
Haleth sorriu enquanto olhava para Lílith. “Você é uma Amazona, certo?”
“Sim,” Lílith respondeu.
“Então, você está interessada no Senhor William?”
“Estou interessada apenas na semente dele. Nós preferimos dar à luz aos filhos de homens fortes.”
A expressão de Haleth estava tingida de curiosidade enquanto ela continuava com mais perguntas.
“As Amazonas conhecem o significado do amor?” Haleth perguntou. “Quer dizer, vocês são uma sociedade matriarcal, então os homens não têm muito poder em seu domínio. Eu ouvi histórias de que as Amazonas tratam os homens como escravos. Isso é verdade?”
“Besteira. Embora as mulheres tenham o poder em nosso Império, nós não maltratamos os homens,” Lílith respondeu. “Eles são tratados com respeito porque as Amazonas só dão à luz ao filho dos fortes. Esta tem sido a nossa tradição desde os tempos antigos, e continuará a mesma no futuro.
“Quanto ao amor… Existem Amazonas que também se apaixonam. Não somos tão rígidas quando se trata dessas coisas, mas elas são uma pequena minoria. ”
Haleth sorriu. “Você já se apaixonou, Lílith?”
“Não.”
“Nem uma vez?”
Lílith balançou a cabeça. “Eu já vi muitos homens, mas por alguma razão, não sinto nenhuma atração forte por eles.”
Haleth assentiu. “E quanto ao Senhor William? Você não se sente atraída por ele?”
Lílith estava prestes a dizer não, mas de repente se lembrou do momento em que William a confrontou porque ela roubou a Coleira de Wister da Princesa Sidonie.
Naquela época, os olhos de William pareciam tão frios e a pressão que ele exerceu sobre ela a fez ficar sem conseguir respirar. Por causa disso, ela devolveu a coleira a ele, sem lutar.
Ela ainda podia se lembrar daquele incidente como se fosse ontem. Os olhos verde-claros de William, que pareciam tão calorosos e ternos quando ele olhava para suas esposas, haviam sido frios como uma lâmina afiada o suficiente para perfurar sua alma.
Foi a primeira vez que alguém a olhou daquela maneira, e isso deixou uma impressão duradoura na Princesa Amazona.
“Acho que ele não é tão ruim,” Lílith respondeu. “Ainda assim, não entenda mal. Estou de olho apenas na semente dele, e não tenho a intenção de me apaixonar por ele. Estou apenas cumprindo meu dever como uma Amazona.”
Haleth suspirou ao ouvir as palavras de Lílith. Ela sabia que isso fazia parte da herança de Lílith, e a cultura estava enraizada profundamente em seus ossos. Mesmo assim, achava uma pena alguém tão determinado quanto Lílith não experimentar o que era o amor.
“Desejo com todo o meu coração que você experimente como é o amor, Lílith,” Haleth disse.
“O que você é? Uma espécie de romântica incurável?” Lílith sorriu. Ela já tinha visto muitas garotas como Haleth. Garotas que sonhavam em encontrar seu príncipe encantado e viver felizes para sempre.
Ao contrário do Meio-Elfo, Lílith não acreditava em finais felizes. Embora ela fosse uma Princesa, não estava procurando por um Príncipe.
‘O amor só torna as pessoas fracas.’ Lílith pensou.
“E se você se apaixonar?”
“Como eu disse, isso não vai acontecer.”
Haleth balançou a cabeça enquanto batia levemente a mesa com a ponta do dedo.
“Apenas me faça esse favor,” Haleth afirmou.
Ela estava muito curiosa sobre que tipo de resposta Lílith daria depois que ela fez uma pergunta à Amazona.
“E se você se apaixonar, e o homem que ama já tiver uma amante?” Haleth perguntou. “O que você fará se isso acontecer?”
A Princesa Amazona deu um sorriso travesso para Haleth antes de responder sua pergunta.
“Se eu realmente me apaixonar por alguém e ele já estiver comprometido, então só há uma coisa que eu posso fazer, que é roubá-lo.” Lílith respondeu. “Garota boba. Não há nada neste mundo que eu não possa conseguir.”
A Amazona olhou na direção da escada e viu William descendo as escadas, enquanto segurava a mão de Chiffon. Os dois conversavam entre si, e o olhar terno que ele dava à garota de cabelo rosa era muito diferente daquele olhar frio e indiferente que ele havia dado a ela naquela época.
O sorriso no rosto de Lílith se alargou enquanto ela olhava para os dois amantes, que ainda não percebiam que ela estava olhando para eles do canto da taverna.
‘Sim. Não há nada que eu não possa roubar,’ Lílith ponderou enquanto olhava para o Meio-Elfo que tinha olhos apenas para suas esposas. ‘Nem mesmo seu coração está seguro de mim.’