Capítulo 753: A Viagem de Chihiro [Parte 2]

Lílith estava dentro do quarto da filha do Prefeito e usou sua Divindade.

Ela franziu a testa ao sentir os vestígios de magia espiritual dentro do quarto. Se não fosse por sua forte Divindade, ninguém seria capaz de encontrar esses traços fracos, que poderiam ajudar a encontrar o culpado.

“Ninguém entrou no quarto,” Lílith disse enquanto a carranca em sua testa se aprofundava. “A vítima saiu por conta própria. Se eu tiver que adivinhar, talvez ela tenha estado sob um feitiço de hipnose, ou algo semelhante a isso.”

Lílith seguiu os vestígios e deixou a casa junto com seus Membros do Partido. Como era uma missão, ela não planejava compartilhar sua descoberta com os outros grupos.

O Professor Garen seguiu atrás do grupo, e não interferiu em sua investigação. No entanto, ele ficou chocado que a Princesa Amazona tivesse esse truque na manga.

‘Parece que as palavras do Diretor estão certas,’ o Professor Garen pensou. ‘Podemos resolver esse caso misterioso com a ajuda de Lílith.”

Os vestígios os levaram a uma milha fora da cidade, até uma floresta próxima. O que intrigava Lílith era que, embora a filha do Prefeito tivesse saído de casa no meio da noite, ela definitivamente saiu da cidade pelo Portão Principal.

Devido aos desaparecimentos que estavam acontecendo, o prefeito havia organizado pessoas para patrulhar a cidade em turnos para intimidar quem quer que estivesse causando os desaparecimentos. O Portão Principal também estava suficientemente guarnecido, então era impossível para alguém sair da cidade sem ser descoberto.

Se a filha do Prefeito, Elena, realmente saiu pelo Portão Principal, isso não tornaria os guardas que estavam lá cegos ou completamente incompetentes?

“Os vestígios param aqui,” Lílith anunciou.

Todos olharam ao redor de suas redondezas, mas além das árvores, não viram nada incomum.

As árvores estavam cobertas de vinhas, mas não havia nada de incomum nelas. Eram vinhas comuns que podiam ser vistas em qualquer lugar de uma floresta.

Todas as garotas ativaram suas habilidades únicas destinadas à detecção, mas nenhuma delas encontrou algo incomum, exceto pela Princesa Aila.

Como uma Maga da Vida, ela foi capaz de detectar força vital. No entanto, o que ela viu quase tirou seu fôlego.

“Oh? Então eu fui descoberto?”

Uma voz brincalhona, quase provocante, chegou aos ouvidos delas.

Imediatamente, a floresta ao redor delas ficou animada quando as vinhas nas árvores de repente ganharam vida.

Kenneth, Lílith, Pearl, e o Professor Garen imediatamente assumiram uma formação defensiva com a Princesa Eowyn e Aila ao centro.

Conan pairava acima da cabeça de Aila, segurando sua foice da morte e olhando ao redor com vigilância.

“Não adianta,” a Princesa Aila disse. Sua voz continha vestígios de descrença, medo e desespero. “Precisamos correr!

“Correr? Desista disso, minha querida. Todos vocês se tornarão grandes adições à minha coleção.”

Várias vinhas brotaram do chão e enroscaram-se nas pernas e pés de todos, impedindo-os de se mover.

Flores desabrocharam nas vinhas acima das árvores, liberando uma névoa rosa.

“Não respirem isso!” a Princesa Eowyn gritou enquanto usava uma rajada poderosa de vento para afastar a névoa que quase cobria seus corpos.

Uma risada ecoou ao redor delas. Claramente, quem era responsável por tudo isso estava achando essa cena bastante divertida.

Um segundo depois, todos sentiram uma dor semelhante a um formigamento nas pernas.

A vinha que havia se enrolado nas pernas deles de repente cresceu espinhos, e injetou algum tipo de substância em seus corpos.

Todos sabiam que isso não era um bom sinal, então rapidamente liberaram seus ataques mais fortes para se libertar.

Lílith usou o artefato que havia pego do Império Kraetor e cobriu seu corpo com uma armadura vermelha. Seu poder de batalha também subiu para o Posto Santo e ela imediatamente transformou as vinhas ao redor em cristais, que se quebraram em pó fino.

“Corram! Nosso oponente é uma Besta Miríade!” a Princesa Aila gritou. “Nós não podemos vencer!”

Ela já havia detectado a poderosa força vital escondida no subsolo devido à sua habilidade, mas já era tarde demais, e não havia nada que pudesse fazer a respeito.

Quando ouviram as palavras da Princesa, as expressões de todos ficaram sombrias enquanto corriam em direção à saída da floresta.

“Certamente, vocês não esperam sair desta floresta sob minha vigia, certo?”

Uma flor gigante brotou na frente deles, e de pé no seu centro estava uma bela dama com cabelos e olhos verdes.

“Uma Dríade!” Professor Garen exclamou.

Os Elfos não eram estranhos às Dríades porque coexistiam com esses espíritos das árvores em harmonia. Sendo esse o caso, a Princesa Eowyn decidiu negociar com ela para que a besta os deixasse ir.

“Vossa Excelência, meu nome é Eowyn, e sou uma Princesa dos Elfos que vive no Continente do Sul,” disse a Princesa Eowyn com a voz digna da Família Real. “Acho que há um mal-entendido. Estamos aqui para–”

“Eu sei por que vocês estão aqui,” a Dríade interrompeu as palavras de Eowyn e sorriu sedutoramente. “Uma Princesa Élfica? Verdadeiramente, este é um dia de sorte. Não tenho uma Princesa Élfica na minha coleção. Os Deuses devem estar me abençoando, pois trouxeram você até mim.”

A Dríade então lançou um olhar para a Princesa Aila com grande interesse. “Estou muito confiante na minha habilidade de me esconder. Esta é a primeira vez que alguém viu através do meu esconderijo. Parece que você não é uma garota comum. Estou sentindo um poder mágico muito agradável vindo de você. Imagino que você esteja altamente sintonizada com espíritos ou abençoada com uma habilidade do tipo natureza. Definitivamente não vou deixá-la ir.”

Vendo que a Dríade não tinha intenção de deixá-los ir, a Princesa Aila finalmente encontrou coragem para expressar suas opiniões.

“Por quê?” a Princesa Aila perguntou. “Por que você está sequestrando pessoas da cidade? As dríades não são supostos espíritos nobres? Por que você está fazendo isso?”

A Dríade riu como se o que ouvira fosse a maior piada de sua vida.

“Espíritos nobres? Querida, parece que você não sabe nada sobre dríades,” a Dríade respondeu. “Está na nossa natureza sequestrar pessoas. Os homens servem como fertilizante, e as mulheres como camas de semente. Não se preocupe. Vou cuidar pessoalmente de você e amá-la por um longo tempo.”

Lílith estava prestes a liberar seu poder para transformar a Besta Miríade em um cristal de gelo quando de repente desabou no chão.

A Princesa Eowyn, a Princesa Aila, Kenneth e Garen seguiram o mesmo destino enquanto também desabavam devido ao veneno que havia invadido seus corpos. A Dríade sorriu sedutoramente porque sabia que já havia vencido.

Quando estava prestes a envolver as moças e levá-las para o subsolo, vários escudos se materializaram no ar e interromperam o avanço das vinhas.

“Oh, perdi um inseto voador.” A Dríade sorriu docemente. “Você não parece saboroso, então apenas morra por mim, ok?”

Conan ignorou a provocação da Dríade e se colocou diante de todos.

“Fortaleza de Ferro!” Conan gritou.

Ele sabia que não poderia derrotar a Besta Miríade, então fez a única coisa que podia fazer, e isso era defender!

Kenneth, Princesa Aila, Princesa Eowyn, Lílith, Kenneth e Garen foram enclausurados em uma cúpula de aço. Depois que todos estavam armazenados com segurança dentro de sua Fortaleza de Ferro, Conan voou em direção à fortaleza e tornou-se um com ela.

‘Esta é a primeira vez que vou fazer isso,’ Conan pensou. ‘Espero que funcione.’

A Dríade franziu a testa e atingiu a bola de aço com um chicote espinhoso, com a intenção de destruí-la, mas os ataques apenas fizeram aparecer uma profunda amassadura em sua superfície.

De repente, a cúpula de aço tremeu e começou a crescer espinhos metálicos em sua superfície.

“Estou Rolando!”

O poderoso grito de Conan reverberou na floresta enquanto a bola de espinhos de três metros de altura começava a rolar, destruindo as árvores em seu caminho. O grito de guerra não era outro senão o grito de batalha característico de Kasogonaga antes de causar destruição.

O Familiar Diabo sabia que não era bom quando se tratava de ataques ofensivos, então decidiu imitar o movimento do Tamanduá arco-íris para compensar sua falta de proeza ofensiva.

A Dríade zombou enquanto seguia a veloz bola demolidora que espalhava destruição por onde passava.

Como uma Besta Miríade que havia vagado pelo Continente Central por muitos anos, estava confiante de que essa tentativa patética de escapar dela seria em vão.