Reencarnado Com O Sistema Mais Forte - Capítulo 1298

Capítulo 1298: Mais Que Um Conto de Fadas

Maple e Cinnamon estavam cantarolando uma música, enquanto sentavam no colo de William e Chiffon.

Os quatro estavam andando em um literal Barco de Banana, que flutuava em um rio de chocolate corrente.

Este foi o início do segundo dia desde que William tinha chegado no Paraíso da Gula, e ele estava aproveitando um tempo de qualidade com sua esposa e as duas adoráveis garotinhas, que queriam fazer coisas divertidas juntos.

Chiffon não perguntou a William quanto tempo ele planejava ficar no Terceiro Estrato do Submundo. Nenhuma palavra precisava ser dita entre eles, e ela entendia que ele partiria quando chegasse a hora de procurar suas irmãs, que estavam espalhadas pelo Submundo.

Depois de ter uma longa conversa com Adephagia, William entendeu que ele simplesmente não poderia levar Chiffon com ele e arrastá-la de volta para o Mundo da Superfície.

A Deusa Gorda brincou com William dizendo que ele poderia tentar, mas ela entendia que Tânatos não ficaria de braços cruzados e deixaria isso acontecer.

Mesmo se William conseguisse levá-los de volta ao Mundo da Superfície, o Deus da Morte simplesmente arrastaria suas almas de volta ao Submundo, e baniria o Meio-Elfo de entrar novamente.

Naturalmente, Adephagia tinha dito isso ao adolescente de cabelos negros para garantir que ele estivesse ciente das consequências que poderiam ocorrer se ele quisesse levar as almas dos mortos de volta ao mundo dos vivos, sem a permissão do Deus da Morte.

Por causa disso, William decidiu passar alguns dias com Chiffon no Paraíso da Gula antes de ir para o próximo estrato para encontrar suas outras esposas.

Depois de algumas horas navegando no Barco de Banana, os quatro voltaram ao castelo para almoçar juntos.

No entanto, como William não podia comer nada no Submundo, ele pediu a Erinis que comprasse sacos de sangue, além de refeições prontas da Ama-Logo.

Enquanto William olhava para as duas adoráveis garotas que estavam sendo alimentadas por Chiffon com biscoitos, ele percebeu algo bastante interessante.

Supostamente, se alguém comesse algo no Submundo, seria ligado por suas leis e incapaz de sair.

No entanto, as duas pequenas glutonas continuaram a comer comida do Palácio da Gula, e ambas estavam bem.

‘Talvez seja devido ao poder da Gula,’ pensou William. ‘Nem as leis do Submundo são páreas para isso.’

Quando o Meio-Elfo tinha consultado Adephagia sobre esta questão, a Deusa Gorda confirmou suas suspeitas. Ela já havia sentido que Maple e Chiffon continham a Divindade da Gula em seus corpos, tornando-as imunes a qualquer coisa que comessem no Submundo.

Era semelhante à forma como a luz não pode escapar de um buraco negro. Antes que as leis do Submundo pudessem entrar em vigor e prender seus corpos, já teria sido consumido pelo buraco negro que se encontrava dentro dos estômagos ilimitados das duas garotas.

Depois que os cinco almoçaram juntos, Maple e Cinnamon sentiram sono, então Adephagia levou as duas para seus aposentos para descansar, deixando William e Chiffon para trás.

A garota de cabelos rosa olhou para as costas em retirada de sua Deusa Patrona enquanto se sentava ao lado de William.

“Will, quando voltarmos para o mundo dos vivos, vamos concebê-las,” disse Chiffon suavemente enquanto descansava sua cabeça no peito de William. “Não quero esperar mais.”

William envolveu seus braços em volta de sua esposa e beijou sua testa.

“Você tem certeza disso?” William indagou.

Ele podia perceber que sua esposa de cabelos rosa estava séria, mas ainda precisava perguntar para confirmar totalmente.

Chiffon assentiu. “Sim. Eu quero segurá-las. Eu quero beijá-las. Eu quero amá-las.”

“Entendido. Vou fazer com que você as conceba quando voltarmos.”

“Un…”

——-

Em algum lugar no Palácio da Gula…

Erinis olhava para William e Chiffon de longe usando binóculos.

Ela havia deixado William sozinho, para que pudesses passar tempo com sua esposa, mas esse não era seu único motivo para fazer isso.

Erinis queria observar se a vida amorosa do Meio-Elfo e sua esposa Meio-Anão era semelhante àquelas que ela assistia no Netflix. A Meio-elfo entendia que havia uma fronteira entre realidade e entretenimento.

Ela estava observando os dois desde o dia anterior, e viu a ternura e afeição nos olhos de William sempre que ele olhava para sua esposa. Erinis também notou um traço de felicidade e amor dentro de seus profundos olhos dourados sempre que ele olhava para as duas garota pequenas que o acompanhavam, e Chiffon, o tempo todo.

William nunca havia mostrado a ela esse tipo de olhar no passado, e por algum motivo isso a fazia sentir inveja.

Embora ela costumasse sentar no colo de William, e aconchegar-se com o Meio-Elfo antes de dormir, ela podia sentir o carinho, a ternura, e até mesmo o calor em sua interação diária.

Mas, se comparar o relacionamento deles com os que ele tinha com sua esposa e as duas garotas pequenas, ela sentia como se a diferença fosse semelhante ao Céu e a Terra.

Eles estavam simplesmente a vários quilômetros de distância!

Naturamente, Erinis também entendia que era perfeitamente normal que William despejasse seu amor transbordante na pessoa com quem se casou. Mas, ela não entendia por que ele faria o mesmo com as duas garotinhas que sempre se agarravam a ele e agiam como crianças mimadas.

‘Eu vivi sozinha a maior parte da minha vida, então acho que desejo algo assim,’ Erinis pensou enquanto continuava a observar os dois de longe. ‘Antes de irmos para o próximo estrato, vou pedir a William para ser mais atencioso comigo também. Ele deveria me mimar um pouco, afinal, pela ajuda que tenho dado a ele.’

Bem ao lado de Erinis, um Tamanduá de cor arco-íris também observava William de longe usando binóculos.

“Estou contente,” Kasogonaga disse suavemente. “Deve ter sido difícil para ele desde que suas esposas morreram.”

“Lorde Kazo, que tipo de pessoa é William?”

“Will? Hum, ele é alguém que gosta de beber leite diretamente da fonte.”

“… Lorde Kazo, por favor, não me provoque.”

O Tamanduá de cor arco-íris deu uma risadinha enquanto pegava um milkshake de chocolate sobre a mesa ao lado dele.

“William é uma pessoa muito carinhosa,” Kasogonaga afirmou. “Mesmo que sua alma tenha sido corrompida pela escuridão, a luz dentro de seu coração ainda brilha, em meio à escuridão. No entanto, isso não muda o fato de que ele mudou bastante depois que suas esposas, amigos e seus familiares morreram nas mãos de seu inimigo.

“Embora ele pareça bem agora. Não consigo nem imaginar as coisas que ele teve que fazer para chegar tão longe, e os preços que ele precisará pagar para continuar avançando.”

Kasogonaga olhou para o Meio-Elfo com um olhar solene antes de beber o resto do seu milkshake de chocolate.

“E você, Erinis?” Kasogonaga perguntou. “O que está disposta a pagar para seguir em frente?”

Erinis olhou para o Tamanduá de cor arco-íris com confusão.

“O que quer dizer, Lorde Kazo?” Erinis perguntou de volta.

Kasogonaga sorriu enquanto apontava para o distintivo pendurado na túnica de Erinis.

“Está disposta a desistir de tudo para que seu sonho se torne realidade?” Kasogonaga perguntou. “Mesmo que signifique que terá que sacrificar tudo o que tem para conseguir o que quer?”

Erinis finalmente percebeu o que Kasogonaga estava insinuando. Na verdade, ela mesma já havia se perguntado isso muitas vezes no passado.

A resposta que dava todas as vezes era não.

O preço era simplesmente alto demais para ela pagar, e ela tinha medo de dar esse passo em direção ao desejo que queria realizar.

Quando Erinis ouviu pela primeira vez coisas sobre o Mundo da Superfície de seu pai e avó, sua curiosidade foi despertada.

Por causa disso, decidiu ler e assistir coisas que pertenciam ao mundo dos vivos.

Uma das histórias que ela leu foi a Pequena Sereia.

Era uma história agridoce porque a sereia não teve o final que almejava. Em vez de se tornar esposa do príncipe, ela virou espuma do mar, nunca mais sendo vista ou ouvida novamente.

Depois de ler essa história, Erinis ficou traumatizada por vários meses e não leu um único conto de fadas. Ela simplesmente se imergiu em assistir telenovelas com finais felizes, o que permitiu que ela se recuperasse.

No entanto, de vez em quando, ela sonhava com o destino da Pequena Sereia e acordava abruptamente coberta de suor.

Ela ainda tinha esse sonho de vez em quando, mas desde que William começou a viver com ela, esses sonhos já não a assombravam.

Erinis já havia rotulado William como um Príncipe Encantado que veio ao Submundo para resgatar as Princesas do Deus da Morte, que governava o Submundo.

Mais do que qualquer outra coisa, ela queria participar dessa grande aventura e ajudar o Príncipe de cabelos negros a ter um final feliz.

Esse era seu desejo, e o principal motivo pelo qual estava fazendo o melhor possível para ajudá-lo a reunir o máximo de Créditos do Inferno possível, e até permitindo que ele passasse por áreas restritas para se encontrar com suas esposas.

Mas, na realidade, ela também queria ser a Princesa.

Ela também queria ter um Príncipe Encantado.

“Lorde Kazo, eu não quero me transformar em espuma do mar,” Erinis respondeu. “Estou bem em ser apenas uma espectadora.”

Kasogonaga olhou para o Meio-elfo por um tempo antes de voltar seu olhar para o Meio-Elfo, que agora estava dando um beijo apaixonado em sua esposa ao lado de uma fonte de chocolate.

“Bem, é sua vida,” Kasogonaga respondeu. “Mas acho que você entendeu mal a história da Pequena Sereia. Para mim, é mais do que uma história de amor, mais do que uma tragédia, e mais do que um conto de fadas.

“O que a Pequena Sereia queria era uma alma imortal, e quando se tornou espuma do mar, ela não deixou de existir, mas tornou-se filha do ar. Essa foi sua recompensa porque lutou para ter uma alma imortal, sem tirar a vida da pessoa que amava.

“Ela recebeu uma chance de ganhar sua própria alma fazendo boas ações pela humanidade por trezentos anos. Mas, no final, cabe ao leitor interpretar o significado por trás da história.”

Kasogonaga pulou de sua cadeira e passou por Erinis, que ainda estava perdida em pensamentos.

No entanto, antes que ele deixasse o Meio-elfo completamente, ele novamente deixou algumas palavras de despedida, que fizeram Erinis levantar a cabeça para olhar para o Meio-Elfo que segurava Chiffon em um abraço amoroso.

“Os contos de fadas podem não ter sempre um final feliz,” Kasogonaga disse suavemente. “Mas, também não terá sempre um final ruim.”

Tendo dito isso, o tamanduá de cor arco-íris se enrolou em uma bola e rolou embora, deixando Erinis sozinha enquanto ela olhava para o distintivo em sua mão.