Reclamada pelo Rei Alfa - Capítulo 47
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47: Capítulo 47 47: Capítulo 47 Dois dias passaram num piscar de olhos, e agora é o dia em que Alfa Derrick e Mona vão se engajar oficialmente.
Tranquei-me no meu quarto durante esse tempo. A única pessoa que deu notícias sobre mim foi Sir Jethro. Não vi mais ninguém nos últimos dois dias, provavelmente porque todos estavam ocupados com os preparativos para o noivado. Luna Catherine estava tão ocupada que nem teve tempo de arrumar briga comigo, o que foi um alívio.
Às oito da manhã, eu já podia ouvir vozes vindas da sala de estar. As risadas e conversas altas sinalizavam que a reunião havia começado. Meu estômago revirou. O dia que eu mais temia tinha chegado, e eu não conseguia superar a inquietação que crescia dentro de mim.
Por um momento fugaz, o pensamento de fugir me passou pela cabeça. Será que eu poderia escapar? Mas eu o afastei. Não, eu não podia simplesmente ir embora assim. Ainda assim, meus nervos não se acalmavam.
Justo quando eu estava prestes a ir ao banheiro, ouvi uma batida na minha porta. Meu coração pulou, esperando que fosse Luna Catherine ou talvez até Mona. Mas para minha surpresa, quando abri a porta, era uma mulher que eu nunca tinha visto antes. Ela estava lá, num longo manto preto, com o rosto calmo mas os olhos… algo neles parecia errado.
“Posso ajudá-la?” eu perguntei, mantendo minha voz firme embora minha mente corresse com confusão.
“Seu nome é Kimberly, certo?” ela respondeu, completamente ignorando minha pergunta, com os olhos fixos nos meus.
“Sim,” eu respondi cautelosamente. “Quem é você?”
Ela olhou ao redor do corredor como se verificasse se alguém estava nos observando. Eu olhei também, mas não havia mais ninguém. Minha suspeita dela ficou mais forte.
“Posso entrar? Tenho algo importante para lhe dizer,” ela disse em voz baixa.
Hesitei. Havia algo nela que me deixava desconfortável. Sua aparência, o jeito que ela olhava ao redor — nada disso parecia certo.
“Desculpa, eu não acho que seja uma boa ideia,” eu disse, estreitando meus olhos para ela. “Se você tem algo a dizer, pode dizer aqui.”
Eu estava prestes a fechar a porta quando ela de repente a agarrou, com uma pegada firme. “Não está interessada em saber onde está seu pai?” ela perguntou, com a voz calma mas carregada de significado.
Meu coração falhou uma batida, e minha mão congelou na porta. “O que você disse?” eu sussurrei, com a garganta apertada enquanto minha mente corria.
“Se você me deixar entrar, eu lhe direi onde seu pai está,” ela disse confiante, sem tirar os olhos de mim.
Eu fiquei lá, sem palavras por um momento. Será que ela realmente sabia onde meu pai estava? Após uma pausa, eu dei passagem. “Tudo bem, entre,” eu disse, levando-a para dentro do quarto. “Mas é melhor que seja uma boa notícia.”
Ela entrou, e eu fechei a porta atrás de nós, trancando-a só por precaução, especialmente porque hoje era o grande dia de Alfa Derrick e Mona.
“Por favor, sente-se,” eu ofereci, gesturando para uma cadeira. Ela se sentou graciosamente, e eu me sentei em frente a ela na cama. “Agora, me diga onde está meu pai.”
“Primeiro, você precisa se acalmar,” ela disse, com um tom gentil mas firme. “Antes de lhe dizer onde ele está, ele me pediu para entregar uma mensagem para você.”
Apertei meus punhos, tentando permanecer paciente. “Que mensagem?”
“Ele queria que eu lhe dissesse para não se preocupar. Você o verá em breve,” ela disse suavemente. “Ele também pediu para você evitar qualquer confronto até lá. Não entre em lutas com ninguém, Kimberly. É importante.”
Ouvindo essas palavras, senti lágrimas se acumulando em meus olhos. As emoções que eu vinha segurando durante dias começaram a vir à tona. Tentei me manter firme, mas logo as lágrimas transbordaram, escorrendo pelas minhas bochechas.
“Ele está bem?” eu perguntei, com a voz tremendo enquanto eu limpeava minhas lágrimas.
“Ele está bem,” ela me assegurou. “Ele está prestes a passar por uma cirurgia em breve, mas ele não quis que ninguém soubesse, exceto você.”
“Cirurgia?” eu engasguei, minhas lágrimas secando enquanto o pânico tomava conta. “Que tipo de cirurgia? Ele está em perigo?”
“Não é nada muito sério,” ela disse rapidamente. “Ele não quer que você se preocupe. Você poderá vê-lo em breve.”
Meu coração se encheu de esperança. “Sério? Quando eu o verei?” eu perguntei ansiosamente.
“Em breve,” ela repetiu. “E ele está procurando por suas duas amigas. Ele planeja trazê-las de volta com ele quando retornar.”
Suas palavras me atingiram como um tijolo. Prendi a respiração. Amigas? Do que ela estava falando?
Estreitei meus olhos para ela, sentindo um arrepio estranho de suspeita crescendo dentro de mim. Algo na história dela não se encaixava. Meus instintos se agitaram.
‘Kimberly, olhe nos olhos dela…’ Uma voz sussurrou na minha cabeça, enviando calafrios pela minha espinha. Meu olhar se fixou no dela, e pela primeira vez, notei algo escuro, quase sinistro, escondido sob sua calma exterior.
“Quem… quem é você?” eu gaguejei, com a voz quase um sussurro.
Ela sorriu — um sorriso frio e assustador que enviou uma onda de medo por mim. “Por que está me olhando assim?” ela perguntou, mas sua voz tinha mudado. Era zombeteira agora, como se ela soubesse algo que eu não sabia.
De repente, tudo fez sentido. Meus olhos se arregalaram, e eu me levantei abruptamente, apontando para ela. “Você mentiu para mim!” eu gritei, com a raiva fervendo. “Você não está aqui por causa do meu pai! Quem você é, de verdade?”
O riso dela ecoou pelo quarto, arrepiante e sinistro. Ela se levantou devagar, com o sorriso se alargando. “Oh, querida Kimberly… você deveria ter confiado nos seus instintos desde o começo,” ela disse, com a voz transbordando de ameaça.
Eu dei um passo para trás, com o coração acelerado. O que eu havia deixado entrar no meu quarto?
“Me responda, sua bruxa! Quem é você exatamente?” eu gritei, incapaz de controlar minha raiva crescente.
Eu saltei para meus pés quase que instantaneamente, encarando-a.
“Sou mais aterrorizante do que qualquer coisa que possa imaginar!” ela respondeu, ainda relaxada na cadeira, com o rosto calmo e os olhos brilhando de diversão. O riso dela preencheu o quarto, ficando cada vez mais alto até parecer que estava me perfurando.
“Pare de rir!!” eu gritei, cobrindo os ouvidos. “Por favor, pare!”
O som do riso dela era insuportável, ecoando em meus ouvidos, martelando no meu crânio. Fechei meus olhos com força, tentando abafá-lo, mas parecia que estava em todo lugar, fechando-se sobre mim.
“Me deixe em paz!” eu gritei de novo, mas desta vez algo estava diferente. Quando abri os olhos, tudo estava quieto. O riso havia parado. Eu fiquei imóvel, tentando entender o que acabara de acontecer.
Mas o que eu vi fez meu sangue gelar.
Eu não estava mais no meu quarto. Eu estava na floresta novamente. A mesma floresta do meu sonho. As altas e antigas árvores me cercavam, seus galhos pairando como sombras escuras. O ar parecia pesado, exatamente como antes.
“O que… o que é isso?” sussurrei para mim mesma, olhando ao redor em confusão. Eu tinha estado no meu quarto até há poucos momentos, discutindo com aquela mulher estranha. Agora estava aqui, no meio da floresta.
Comecei a caminhar, incerta para onde ir, mas sentindo um puxão invisível me guiando. Eu me lembrava da última vez que estive aqui—o homem velho, suas palavras estranhas sobre meu nascimento. Talvez ele pudesse explicar o que estava acontecendo agora.
Enquanto seguia em direção à grande árvore—aquela onde o homem velho disse que eu havia nascido—senti uma estranha familiaridade. A árvore parecia exatamente como antes, maciça e imponente, suas raízes invadindo a terra como as garras de uma besta gigante.
Acelerei o passo, mas não importava o quão rápido eu caminhasse, a árvore parecia ficar à mesma distância. Meu coração batia forte no peito enquanto a frustração começava a se infiltrar.
“Kimberly, você finalmente chegou.”
Uma voz por trás de mim me fez pular. Virei-me, e minha respiração ficou presa na garganta.
Era meu pai.
Ele estava lá, sorrindo para mim, seu rosto irradiando calor. “Pai?” Minha voz tremeu enquanto eu dava um passo em direção a ele. “É realmente você?”
“Sim, Kimberly. Sou eu. Venha aqui,” ele disse, sua voz gentil mas cheia de certeza.
Eu congelei, olhando para ele. Ele parecia mais jovem do que eu me lembrava, como anos atrás. Meu coração disparou, e por um instante, senti lágrimas pinicando nos cantos dos meus olhos. “Pai… Eu senti tanto a sua falta.”
“Aproxime-se, Kimberly. Estou aqui agora.” Sua mão estendeu-se para mim, convidativa, confortante.
Eu dei um passo para frente, minhas pernas sentindo-se pesadas como se estivessem sob o peso de algo invisível. A dormência subiu pelas minhas pernas, dificultando o movimento, mas eu me forcei para a frente, passo a passo.
“Acredito em você, Kimberly. Você consegue fazer isso,” ele encorajou, sua voz suave mas firme. “Só um pouco mais perto.”
Continuei me movendo, determinada, até estar ao alcance. Meu coração se elevou, lágrimas agora escorrendo livremente pelo meu rosto. Estendi minha mão, pronta para agarrar a dele.
Mas justamente quando nossas mãos estavam prestes a se tocar, algo me puxou para trás, me lançando violentamente ao chão. “Não!” gritei, minha mão ainda estendida em direção ao meu pai.
Ele desapareceu. Sumiu como fumaça ao vento.
“Pai! Pai!” gritei, mas não houve resposta. Nada além de silêncio.
“Aquilo não era o seu pai,” uma voz atrás de mim disse baixinho.
Virei-me, com o coração acelerado, e vi o homem velho de antes parado lá, seus olhos cheios de tristeza.
“Como assim aquilo não era o meu pai?” perguntei, minha voz tremendo com raiva e confusão.
“Era só uma ilusão,” ele disse, aproximando-se de mim. “Uma criação da sua imaginação.”
“Não! Eu o vi! Ele estava bem ali! Estávamos prestes a nos tocar!” gritei, minhas emoções girando em caos.
O homem velho suspirou, balançando a cabeça gentilmente. “Quando as pessoas estão perdidas, elas frequentemente criam ilusões daqueles que mais amam. O que você viu foi sua mente pregando peças em você.”
Olhei para ele, respirando com dificuldade. “Como isso é possível? Como eu poderia apenas imaginá-lo?”
“Você tem mais poder do que percebe, Kimberly,” ele disse calmamente. “A conexão que você sentiu com seu pai era real, mas a figura que você viu—era uma manifestação dos seus desejos mais profundos. Se você tivesse pego na mão dele, teria ficado presa aqui para sempre, incapaz de voltar ao mundo real.”
Senti meus joelhos enfraquecerem enquanto as palavras dele penetravam. “Presa? Mas por que minha mente faria isso?”
“Porque seu coração anseia por seu pai. Você quer tanto que ele volte que criou a ilusão dele para se confortar.”
Fiquei lá, sem palavras. Meu pai tinha sido uma ilusão? Eu quase tinha me perdido em um sonho.
“Você entende agora?” o homem velho perguntou, sua voz mais suave desta vez.
Assenti devagar, ainda processando tudo o que ele havia dito.
“Você tem um grande poder dentro de você, Kimberly,” ele continuou. “Um poder que pode moldar o mundo ao seu redor. Mas você precisa aprender a controlá-lo, ou ele vai controlar você.”
“Um poder?” ecoei, confusa.
“Sim,” ele disse, sorrindo levemente. “Gostaria de descobri-lo?”
Hesitei, medo e curiosidade lutando dentro de mim. Mas então assenti. “Sim. Eu quero saber.”
O homem velho sorriu. “Bom. Agora, feche os olhos. Concentre-se em algo que você queira ver. Algo que significa muito para você.”
Segui suas instruções, fechando meus olhos e pensando em Louis e Hannah. Em um instante, senti uma onda de energia, algo poderoso surgiu através de mim.
“Abra os olhos,” ele sussurrou.
Eu abri, e lá, diante de mim, estavam Louis e Hannah, exatamente como eu havia imaginado.
“Louis? Hannah?” suspirei, levando as mãos à boca em descrença.