Reclamada pelo Rei Alfa - Capítulo 28
- Home
- Reclamada pelo Rei Alfa
- Capítulo 28 - 28 Capítulo 28 28 Capítulo 28 Raymond ficou tenso com as
28: Capítulo 28 28: Capítulo 28 Raymond ficou tenso, com as costas rígidas enquanto escutava a voz da mulher por trás da cortina. “Ele já foi?” ela perguntou, seu rosto oculto, separado dele apenas pelo fino tecido.
“Sim, senhora, ele foi liberado,” Raymond, um jovem em seus vinte e poucos anos, respondeu, sua voz suave e cheia de respeito.
“Bom. Você conseguiu a filmagem? E tem algo de importante nela?” ela perguntou, seus dedos levemente traçando a beirada do sofá ao seu lado.
“Está aqui comigo, senhora. Eu assisti, mas não há nada no clipe que se destaque,” ele respondeu rapidamente.
“Está bem, você pode ir,” ela o dispensou com um aceno de mão.
Raymond não perdeu tempo, saindo da sala. Enquanto ele saía, ele avistou Julie, sua amiga de infância, parada por perto, sorrindo e acenando para ele. “Ei, Raymond!”
“Shh!” Raymond sibilou, levantando uma mão aos seus lábios, seus olhos olhando em volta nervosamente. Julie entendeu imediatamente e ficou quieta, se aproximando.
Ele agarrou o pulso dela, puxando-a para um canto próximo onde ninguém pudesse vê-los. “Julie, quando você vai começar a me escutar?” ele sussurrou urgentemente, olhando ao redor como se esperasse alguém aparecer a qualquer momento.
Julie ficou calada, sabendo exatamente sobre o que ele estava chateado. Com a cabeça baixa, ela parecia triste, ainda se adaptando à nova vida deles.
“Eu já te disse centenas de vezes, você não pode agir como se fôssemos amigos, mesmo que sejamos!” A frustração de Raymond transparecia em sua voz. “O chefe nunca pode saber, ou estamos mortos. É isso que você quer?”
“Não! Eu não quero isso!” A voz de Julie tremia com frustração e tristeza. “Mas é difícil, Raymond. Nos conhecemos desde os seis anos. Como posso fingir que somos estranhos depois de tudo?”
“Porque não temos outra escolha se quisermos sobreviver mais um dia!” A voz de Raymond caiu para um sussurro áspero. “Essas pessoas não têm piedade. Eles nos matariam se descobrissem a verdade. Você sabe que somos diferentes deles. Eles nos eliminariam em um segundo se tivessem a chance!”
“Eu sei, eu sei,” Julie disse baixinho, sua voz cheia de dor. “Mas isso não significa que temos que parar de conversar totalmente. Não podemos pelo menos acenar ou algo assim? Além disso, a chefe gosta de você. Ela não te machucaria.”
“É por isso que não podemos correr nenhum risco. Eu disse a ela que não nos conhecíamos. Foi assim que a convenci a te trazer para cá—porque somos da mesma espécie, nada mais.” Os olhos de Raymond eram sérios.
“E se ela descobrir?” A voz de Julie estava pequena agora, preocupada. “O que ela faria?”
“Poderíamos ser mortos, Julie. Eu sei que ela provavelmente me pouparia e te mataria, e eu não posso deixar isso acontecer.” O tom de Raymond suavizou. “Estou tentando te proteger. É por isso que você precisa escutar e parar de me reconhecer quando nos vemos. Ficaremos juntos no final, eu prometo. Mas não assim.”
Julie mordeu o lábio, seus olhos brilhando. “Tá bom. Eu vou parar, eu prometo.” Ela forçou um pequeno sorriso, tentando aliviar a tensão. “Então… quando você e a chefe saem da cidade?”
“Em três dias,” Raymond respondeu, intrigado com sua pergunta repentina. “Por quê?”
“Só curiosidade,” ela disse, desviando o olhar.
“Tem certeza?” Raymond brincou, seu tom se aliviando. “Ou talvez você esteja com ciúmes que eu estou indo com ela?” Ele deu uma risada.
“O quê? Não!” Os olhos de Julie se arregalaram, sua voz aguda. “Eu não estou com ciúmes!”
Raymond podia dizer pela forma como ela evitava seu olhar que ela estava, de fato, um pouco com ciúmes. E ele não podia culpá-la. A chefe sempre o chamava, contando mais com ele do que qualquer outra pessoa. Não ajudava que Julie tinha entrado no grupo principalmente por causa dele. Ela pensava que eles ficariam mais próximos, sem perceber quão estritas eram as regras do grupo. Eles mal podiam conversar em particular agora.
“Relaxe, Julie. Ninguém está te tirando de mim. Além disso, a chefe não é do meu tipo.” Ele se inclinou mais perto, sua voz brincalhona.
Julie soltou uma risadinha. “Tá bom, tá bom, eu confio em você. Mas você devia ir antes que ela mande alguém te procurar.”
Raymond sorriu, querendo demorar só mais um pouco, mas então passos ecoaram nas proximidades. Julie rapidamente se escondeu, se enfiando nas sombras. Raymond ficou parado, seu coração acelerado.
George apareceu, um dos membros mais velhos do grupo. Com vinte e seis anos, ele tinha uma reputação terrível e estava sempre observando Raymond com suspeita.
“Por que você está aqui sozinho?” A voz de George era áspera, seus olhos se estreitando enquanto ele olhava ao redor.
Raymond enxugou o suor de sua testa. “Nada. Eu estava de saída,” ele gaguejou, tentando parecer casual.
Julie, escondida por perto, tremia. Ela esperava que George fosse embora logo antes que ele a avistasse. Se fosse qualquer outra pessoa, eles não estariam tão nervosos. Mas George não era qualquer pessoa. Ele tinha um faro para descobrir segredos.
“A chefe quer te ver,” disse George, seu tom ríspido. “Agora.”
Raymond assentiu. “Estou indo,” ele respondeu, esperando que fosse o fim daquilo. Mas quando ele virou para sair, George parou em seus passos.
O coração de Raymond pulou uma batida. O que agora? Ele rezou para que George não tivesse visto Julie.
George virou-se, encarando. “Por que você ainda está aí parado? Mexa-se, ou tem mais alguma coisa para fazer aqui?”
“Não, estou indo!” Raymond saiu correndo, seus passos rápidos e seu coração martelando.
Conforme ele se afastava, sua mente estava acelerada. Ele rezava para que George não investigasse mais, não procurasse por Julie.
—-
POV de Kimberly
Assim que eu saí do escritório de Luna Catherine, corri em direção ao escritório de Alfa Jethro. Eu precisava falar com ele sobre acelerar o processo de convocar uma reunião de emergência do conselho. O tempo estava se esgotando e eu não podia deixar Luna Catherine ganhar controle.
Quando cheguei ao prédio do escritório dele, vi o Alfa Jethro saindo. Ele parou, claramente surpreso ao me ver. “Kimberly?” ele chamou, com um olhar interrogativo no rosto. “Volte para dentro.” Ele fez sinal para que eu o seguisse. Nós reentramos em seu escritório, e ele apontou para a cadeira. “Sente-se.”
Sentei-me enquanto ele andava para o outro lado da mesa, seu rosto ainda marcado pela confusão. “Por que você voltou? Pensei que tivesse saído mais cedo”, perguntou ele, acomodando-se em sua cadeira e observando-me atentamente.
“Eu não saí. Depois da nossa conversa, eu fui ver a Luna Catherine”, disse, sentindo minha raiva subir novamente ao pensar nela.
O Alfa Jethro arqueou uma sobrancelha, seu tom se tornando tenso. “Por que você foi até ela? Eu pedi para você ter paciência. Você poderia ter piorado as coisas ao confrontá-la.”
“Eu não aguentei mais. Tanto ela quanto a Mona têm agido de modo estranho, e eu precisava de respostas”, respondi, sem conseguir suprimir totalmente a frustração na minha voz.
Ele suspirou profundamente, inclinando-se para frente. “Kimberly, eu entendo, mas agora não é o momento de confrontá-las. Você sabe o risco de ser vista como desrespeitosa com a Luna. Você precisa se concentrar no seu pai. Alfa Darwin precisa de você mais do que nunca.”
Seu tom calmo e raciocínio lógico me fizeram pausar. Ele estava certo. “Você tem razão, Sir Jethro. Meu pai precisa de mim, e eu não devo me deixar distrair por elas”, concordei, assentindo.
Ele sorriu, aliviado. “Bom. Fique focada nele. Você sempre foi uma boa filha, e agora precisa estar ao lado dele mais do que nunca.”
“Obrigada, senhor. Mas eu ainda preciso que você convoque aquela reunião de emergência. Com meu pai doente, precisamos de alguém competente para manter as coisas em andamento. Não posso deixar que a Luna Catherine assuma.”
O Alfa Jethro balançou a cabeça levemente. “Eu também não estou ansioso para assumir o comando, Kimberly. Mas seu pai vai querer a matilha em boa ordem quando ele acordar. Precisamos garantir que tudo esteja estável.”
“Eu sei, senhor. Mas precisamos agir rapidamente. Quando será a reunião?”
“Amanhã de manhã, o mais cedo possível. Alguns dos membros do conselho não estão por perto hoje. Mas eu lhe enviarei os detalhes antes do fim do dia.”
Senti uma onda de alívio me inundar. “Obrigada, Sir Jethro. Eu agradeço por tudo o que você fez por mim e pela nossa família.”
Ele deu uma risada suave. “Você não tem que me agradecer, Kimberly. Eu estou apenas fazendo meu dever para com a matilha. Precisamos consertar as coisas antes que elas saiam do controle.”
Eu sorri, sentindo o peso de suas palavras. Ele realmente se importava com a matilha e com a minha família. “Se é tudo, eu devo ir agora. Preciso ver como meu pai está.”
Ele olhou para cima, preocupado. “Para onde você está indo?”
“Estou indo para o hospital. Já é quase meio-dia e ainda não fui ver meu pai hoje.”
Ele assentiu. “Eu iria com você, mas estou cheio de coisas para fazer aqui. Mas pedirei que meu motorista te leve.”
Eu o interrompi rapidamente. “Você não precisa, Sir. Posso pegar um táxi.”
“Que nada”, disse ele, já pegando o telefone. “Meu motorista vai te levar. Vá encontrá-lo lá fora.”
Não pude argumentar mais com ele. “Obrigada, Sir. Até mais.” Baixei minha cabeça respeitosamente enquanto saía de seu escritório e me dirigia para fora.
O carro já estava esperando na entrada principal. Entrei, e o motorista imediatamente iniciou a viagem em direção ao hospital.
O percurso foi silencioso, e em trinta minutos, chegamos. Depois de agradecer ao motorista, saí do carro e caminhei para dentro do hospital. Antes de ir ver meu pai, decidi visitar o médico dele. Eu precisava de respostas sobre a condição dele – respostas que Luna Catherine não me deu.
Caminhei rapidamente até o escritório do médico, batendo levemente antes de entrar.
“Boa tarde, doutor”, cumprimentei-o ao entrar.
“Boa tarde, Kimberly. Por favor, sente-se”, disse ele, indicando a cadeira à frente de sua mesa.
Sentei-me, respirando fundo. “Doutor, eu vim perguntar sobre a condição do meu pai. Não ouvi nada diretamente e preciso saber.”
O médico pareceu surpreso. “Eu contei tudo para Luna Catherine ontem à noite. Eu pensei que ela teria te informado.”
“Ela não nos contou nada”, disse, minha voz carregada de frustração. “Por favor, me diga o que está acontecendo.”
O médico suspirou, sua expressão se tornando séria. “Seu pai tem um tumor cerebral, Kimberly. Está no segundo estágio. A cirurgia é a única opção agora.”
As palavras me atingiram como um soco no estômago. Por um momento, eu não consegui falar, nem me mover. O tempo pareceu congelar ao meu redor enquanto eu processava o que ele disse.
“Cirurgia?” eu finalmente sussurrei, minha voz tremendo. “Não há outra maneira?”
O médico balançou a cabeça. “Não, a cirurgia é o melhor curso de ação. Há uma boa chance de ele se recuperar se agirmos rápido. Mas precisamos do consentimento da Luna Catherine para prosseguir.”
“Eu falarei com ela o quanto antes”, disse, levantando-me abruptamente. “Obrigada, doutor. Eu preciso ver meu pai agora.”
Ele assentiu. “Se cuida, Kimberly.”
Saí de seu escritório, com as pernas pesadas, o coração despedaçado. Não podia acreditar no que acabara de ouvir. Enquanto caminhava até a ala do meu pai, senti um profundo senso de pavor se assentar sobre mim.
Quando cheguei ao quarto dele, prendi a respiração. Sua cama estava vazia.
Meu pai havia desaparecido.