Reclamada pelo Rei Alfa - Capítulo 212
Capítulo 212: Capítulo 212
A luz da manhã entrava suavemente pelas janelas abertas do escritório de Alfa Theo, mas a mente do Alfa Theo estava longe de estar calma.
Os eventos do dia anterior ainda ecoavam em sua cabeça, Mona renunciando, a entrada dramática de Derrick e a guerra silenciosa de olhares que se seguiu.
Nada na situação lhe parecia bem. Parecia fácil demais… muito planejado.
Ele estava sentado atrás de sua mesa, cotovelos apoiados na madeira polida, dedos entrelaçados sob o queixo.
Seus olhos estavam fixos nas chamas tremeluzentes na pequena lareira, mas sua mente estava em outro lugar.
*Derrick não voltou apenas para reclamar um assento… Ele está mirando mais alto. Isso é mais do que uma volta, é uma tomada de controle.*, pensou Theo.
Kimberly entrou na sala silenciosamente, um grosso livro encadernado em couro marrom em suas mãos.
Ela parecia cansada, mas forte. Theo levantou o olhar e ofereceu-lhe um sorriso fraco.
“Não dormi muito,” ele disse. “Há muitas peças no tabuleiro, e ainda não consigo ver o quadro inteiro.”
Kimberly colocou o livro na mesa e sentou-se ao seu lado. “Isso porque alguém está escondendo suas cartas. E eu acho que é o Derrick.”
Theo assentiu lentamente. “Eu sei. E não vou deixar que ele me surpreenda. Tomei a decisão, vamos partir para a África amanhã.”
Kimberly olhou para ele com curiosidade. “Estamos prontos para isso? Ir agora, enquanto Derrick está de novo plantando suas raízes?”
“Por isso precisamos de olhos aqui. Olhos constantes e atentos. Alguém que não possa ser enganado pelo charme de Derrick ou assustado por suas ameaças.”
Theo pegou o comunicador preto ao seu lado e apertou o botão de chamada. “Elijah. Venha ao meu escritório. É urgente.”
Em poucos minutos, Elijah entrou, vestido com um uniforme escuro e justo, sua postura alerta como sempre.
“Chamou, Alfa?”
Theo se levantou, caminhou em volta da mesa e encarou Elijah diretamente. Seu tom tornou-se mais autoritário.
“Elijah, não confio em ninguém mais do que confio em você. Kimberly e eu estaremos fora por um tempo.
A África guarda respostas que não podemos mais ignorar. Mas enquanto estivermos fora…” Theo se aproximou mais, seus olhos estreitando.
“Você vigiará Derrick. Cada movimento. Cada palavra. Cada encontro. Nada deve passar despercebido.”
Elijah se endireitou, seu peito se erguendo com determinação. “Sim, Alfa. Eu monitorarei seus movimentos pessoalmente.”
“Bom.” Theo olhou para Kimberly. “Acreditamos que ele não está sozinho. Há outros trabalhando com ele.
Possivelmente de fora de sua própria alcateia. Você deve identificar quaisquer rostos novos perto dele. Lobos desconhecidos. Energia estranha. Qualquer coisa suspeita.”
“Entendi. Ele voltou para mais do que apenas poder, não é?” perguntou Elijah.
Theo assentiu. “Ele quer me destronar. E se ele perceber que estamos desequilibrados, atacará mais rápido do que o esperado. Você precisa ser nossos olhos e ouvidos.”
Kimberly deu um passo à frente, sua voz mais suave, mas igualmente firme.
“E Elijah, observe Mona também. Ela não é mais Alfa, mas isso não a torna inofensiva.”
“Sim, Luna. Eu manterei vigilância sobre os dois,” prometeu Elijah.
Theo exalou, então colocou uma mão firme no ombro de Elijah. “Confio tudo em você. Mantenha nossa casa segura.”
Quando Elijah saiu, o olhar de Theo voltou para a lareira. As chamas estavam mais baixas agora, mas ainda vivas.
“Estranho como o fogo se comporta,” murmurou Theo. “Em um momento ele aquece, no próximo, ele queima tudo.”
Kimberly colocou a mão gentilmente sobre a dele. “Mas não é o fogo que escolhe, é a mão que o controla.”
★★★
Do outro lado do território, em uma propriedade privada envolta em densa floresta e segredo, Derrick estava diante de um grupo de rostos desconhecidos.
Esses não eram homens comuns. Sua presença era pesada, suas auras perturbadoras.
Um deles, alto, careca e usando uma capa escura, deu um passo à frente. Seus olhos brilhavam com um tom verde pálido.
“Você nos convocou, Alfa Derrick,” disse o homem, sua voz profunda e anormalmente calma.
“Sim. Eu preciso de aliados que não temam a coroa… ou a deusa da lua,” respondeu Derrick friamente.
O ambiente estava fracamente iluminado, as sombras dançavam nas paredes como se estivessem vivas.
Por trás de Derrick, Mona observava à distância, sem saber quem eram aqueles homens.
Mas ela sabia que não eram da alcateia. A energia deles era antiga, corrompida.
“Você fez bem em nos chamar,” disse outro homem. Sua voz estava imbuída de magia.
“A coroa do rei alfa cairá. Mas não pela força bruta… por algo muito mais destrutivo.”
Derrick caminhou até o centro da sala.
“Theo é inteligente. Forte. Mesmo quando o encurralei no reino dos sonhos, ele manteve sua posição.”
“Sim,” disse o homem careca. “Mas todos têm uma fraqueza.”
Os olhos de Derrick escureceram enquanto ele olhava por sobre o ombro. “Sua fraqueza é a lealdade. O amor. E a crença no jogo justo. Eu não tenho esses problemas.”
Finalmente, Mona deu um passo à frente. “Você tem certeza de que esse é o caminho que quer seguir, Derrick? Esses homens não pertencem ao nosso mundo. Eles são algo completamente diferente.”
Derrick virou-se lentamente para ela. “Mona… parei de jogar pelas regras do nosso mundo. Theo teve seu tempo. Agora é o meu.”
Mona olhou novamente para os homens estranhos, sentindo algo mais sombrio do que até mesmo Derrick estava disposto a admitir.
*Você pode conseguir o que quer, Derrick… mas a que custo?* pensou Mona em silêncio.
Um dos homens encapuzados sussurrou algo em uma língua antiga. Um vento frio e denso varreu a sala, apesar das janelas fechadas.
“Nós vamos derrubar o rei alfa,” ele disse.
“Mesmo a deusa da lua não intervirá quando o equilíbrio já estiver envenenado.”
Derrick assentiu, um brilho perigoso nos olhos. “Deixe o veneno se espalhar.”
Naquela noite, Theo e Kimberly terminaram de arrumar os últimos itens para a viagem.
As instalações da alcateia pareciam mais pesadas do que o normal. Enquanto estavam no corredor, Elijah se aproximou mais uma vez.
“Tudo está no lugar,” disse Elijah. “Eu estarei nas sombras. E não os decepcionarei.”
Theo enfiou a mão no bolso do casaco e entregou a Elijah um envelope lacrado. “Se algo acontecer conosco… abra isto. Somente se as coisas derem errado.”
Elijah hesitou. “Não vou precisar disso.”
“Espero que não,” respondeu Theo.
Quando Kimberly se juntou a eles, deu um breve abraço em Elijah. “Cuide do nosso povo. E de si mesmo.”
“Cuidarei.”
O casal partiu discretamente. Sem uma despedida grandiosa. Apenas dois líderes carregando o peso do futuro nas costas.
Enquanto isso, mais tarde naquela noite, Derrick estava na varanda de sua propriedade temporária, olhando para a floresta escura.
Os homens estranhos haviam ido embora, por enquanto. Mas ele podia sentir a presença deles persistindo nas sombras.
Mona se juntou a ele em silêncio.
“Você acha que Theo desconfia?” ela perguntou.
Derrick não olhou para ela. “Ele não é estúpido. Mas ainda é muito nobre. Isso será sua ruína.”
“E se ele lutar mais do que o esperado?”
Derrick sorriu de lado. “Então esmagaremos mais forte do que planejado.”
Mona ficou em silêncio por um momento, então disse, “Você mudou, Derrick. Isso não é mais apenas sobre poder.”
“Não,” ele disse, virando-se para ela. “É sobre controle. Sobrevivência. E legado. Eu não serei apenas Alfa. Eu serei o último Alfa que alguém ousará desafiar.”
Abaixo da varanda, na floresta, um dos homens encapuzados movia-se como uma sombra entre as árvores. Observando. Esperando.
★★Na Alcateia de Alpha Theo★★
Elijah caminhava sozinho pelos corredores. Ele parou junto à janela e olhou para a floresta distante.
Ele não conseguia se livrar da sensação no peito, como se algo terrível estivesse se formando.
Ele abriu o envelope lacrado, incapaz de esperar. Dentro havia uma única folha de papel. Escrito de próprio punho por Theo:
“Se você está lendo isso, a escuridão se moveu mais rápido que a luz. Não confie em ninguém.
Nem mesmo naqueles que sorriem para você diariamente. A traição virá de dentro.”
A mão de Elijah tremia ligeiramente enquanto dobrava novamente o papel.
*De dentro… mas quem?* pensou Elijah para si mesmo com uma expressão curiosa e confusa.
Por trás dele, uma figura silenciosa observava, oculta na luz fraca do corredor. Seus olhos brilhavam com segredos e traição.
O jogo já havia começado.
★★África★★
O vento seco soprava suavemente pelas colinas antigas da África enquanto Theo e Kimberly saíam do veículo preto.
O solo vermelho rangia sob seus pés.
Zack estava esperando no portão do composto sagrado, alguns feiticeiros e anciãos reunidos atrás dele, vestindo mantos de cores profundas.
Seus rostos eram solenes, como se já tivessem visto o que estava por vir.
“Bem-vindos,” disse Zack, oferecendo a mão para ambos. “Estávamos esperando.”
Theo fez um aceno respeitoso. “Viemos o mais rápido que pudemos. O que vocês descobriram?”
Zack não sorriu. “Não se trata apenas do que vimos… é sobre o que deve ser feito. Venham.”
Dentro do composto, o ambiente era escuro, com velas alinhadas nas paredes. Símbolos foram desenhados no chão com giz e cinzas.
A energia no ar era densa, Kimberly sentiu imediatamente, como um peso no peito.
Uma anciã deu um passo à frente, sua voz calma, mas pesada.
“O laço entre vocês dois deve ser fortificado. Há sacrifícios a serem feitos, rituais a serem cumpridos.
Se não… o que está por vir os separará antes de alcançar o trono.”
Os olhos de Kimberly se voltaram para Theo. “Que tipo de sacrifícios?”
Zack olhou entre eles. “Não apenas físicos… mas espirituais. Emocionais. Tudo o que os liga a este mundo deve ser testado.”
Theo sentiu um calafrio atravessá-lo. “E se não estivermos prontos?”
“Então vocês cairão,” disse a anciã simplesmente. “E sua queda abalará ambos os mundos.”
Eles ficaram em silêncio.
O fogo no centro estalava mais alto do que antes. Kimberly apertava a mão de Theo com mais força, sua mente a mil.
*Estamos realmente prontos para isso?* pensou Kimberly.
A mandíbula de Theo se contraiu. *Não importa o custo… Não podemos falhar.*
Lá fora, o vento se intensificou, carregando consigo algo invisível, algo faminto.