Reclamada pelo Rei Alfa - Capítulo 210
Capítulo 210: Capítulo 210
A brisa no jardim era suave, tocando suas peles como sussurros das árvores.
Alfa Theo sentou-se ao lado de Kimberly, ambos quietos por um momento, aproveitando o frescor da noite.
Aquela calma foi interrompida quando Elijah entrou com seu habitual passo sério.
“Alfa,” Elijah disse, inclinando-se ligeiramente, “Lucian e Steve estão aqui.”
Os olhos de Theo iluminaram-se levemente. “Ótimo. Traga-os aqui para se juntar a nós,” ele disse, com um sorriso satisfeito no rosto.
Kimberly virou-se para ele, com uma expressão curiosa. “Você já estava esperando por eles? E… por que eles estão juntos?”
“Porque precisamos de homens com poder,” Theo respondeu calmamente.
“Homens que não têm medo de enfrentar qualquer coisa e qualquer um pelo bem maior. Tanto Lucian quanto Steve estão famintos. Eles têm algo a provar.”
Kimberly, sentada à sua frente, inclinou-se. “Então sobre o que vamos falar com eles?”
“Eles nos darão atualizações. Coisas que ainda não posso ver,” Theo respondeu.
“Mas mais do que isso, preciso da sua ajuda, Kimberly. Observe-os. Ouça além das palavras deles. Preciso dos seus instintos. Precisamos saber a verdade deles.”
Kimberly fez um simples aceno. “Você terá isso.”
Momentos depois, Elijah retornou, desta vez com Lucian e Steve caminhando atrás dele. Ambos pareciam atentos e seus olhos estavam alertas.
Eles trocaram cumprimentos respeitosos e sentaram-se diretamente em frente a Theo e Kimberly.
Theo não perdeu tempo. “Vamos direto aos negócios. Não temos tempo a perder.”
Lucian e Steve inclinaram-se levemente para frente, ouvindo atentamente.
“Steve,” Theo começou, “o que você descobriu sobre Mona ultimamente?”
Os olhos de Steve estreitaram-se levemente ao responder. “Ela está desesperada. Faminta por apoio e qualquer forma de força que possa pegar. Parece que seu controle sobre a alcateia está enfraquecendo.”
A voz de Kimberly interrompeu, curiosa e ligeiramente desafiadora. “E o que te faz pensar que ela está perdendo o controle?”
“Eu conversei com alguns dos anciãos da alcateia,” Steve respondeu.
“Eles não estão felizes. Veem suas decisões como precipitadas. Instáveis. Eles não confiam mais na liderança dela.”
Theo trocou um olhar com Kimberly. Isso era esperado, mas ainda assim perturbador de ouvir em voz alta.
Ele então se voltou para Lucian, com a expressão endurecida. “Lucian, você sabe por que eu chamei você aqui?”
Lucian balançou a cabeça levemente. “Não, Alfa. Eu esperava que você explicasse.”
“Eu trouxe você aqui porque se Mona realmente está perdendo o controle,” Theo disse lentamente, “então o retorno de Derrick não é mais apenas um rumor. É uma questão de tempo.”
Ao ouvir o nome de Derrick, Lucian enrijeceu. Sua garganta mexeu enquanto engolia com dificuldade.
“Derrick não voltará como o homem que conhecíamos,” Theo continuou.
“Ele voltará mais sombrio. Mais inteligente. Mais implacável. Se ele vir uma ameaça, não vai esperar para atacar.”
Lucian abriu a boca para responder, mas Theo levantou a mão.
“É por isso que preciso que você fique sob o radar. Não o desafie. Não se destaque. Ainda não.”
“Mas… agir de forma fraca não arruinará tudo pelo que trabalhei?” Lucian perguntou, claramente dividido.
“Não,” Theo respondeu calmamente. “Agir de forma fraca é exatamente o que vai manter você vivo. Derrick mata ameaças.
Mas se você parecer inofensivo, ele vai ignorar você e é aí que você vai atacar.”
Lucian recostou-se, deixando isso afundar.
“Entendi,” ele disse suavemente. “Vou esperar. Vou seguir o jogo. E quando o momento certo chegar, estarei preparado.”
Theo acenou com a cabeça, satisfeito.
Ele então dirigiu seu olhar a ambos os homens. “Agora para a pergunta principal,” ele disse, sua voz tornando-se fria e pesada.
“Vocês estão prontos para trabalhar comigo? Para lutar por um mundo onde o poder não seja usado para escravizar, mas para proteger? Não haverá volta.”
Lucian e Steve responderam quase ao mesmo tempo, sem hesitação.
“Eu prefiro morrer lutando pela causa maior do que viver como um covarde vendo tudo se desmoronar,” Lucian disse, sua voz cheia de fogo.
“Vivi como um fantasma por muito tempo,” Steve acrescentou. “Vocês me trouxeram de volta à vida. Não vou desperdiçar essa chance. O que vocês pedirem, eu farei.”
Theo acenou lentamente, seu rosto inexpressivo.
Kimberly finalmente falou, sua voz calma mas afiada.
“Bom. Vocês terão nosso apoio. Mas lembrem-se disso, o poder nunca deve ser mal utilizado. Se qualquer um de vocês abusar dele, nós o tomaremos de volta nós mesmos.”
“Entendido,” Lucian e Steve disseram juntos.
Quando Theo abriu a boca para continuar, o celular de Kimberly vibrou.
Ela olhou para a tela e franziu a testa. “Theo, é Zack.”
“Atenda,” Theo disse. “Diga a ele que eu falarei com ele mais tarde. Esta reunião não pode ser interrompida agora.”
Kimberly levantou-se silenciosamente e caminhou em direção à casa para atender a chamada.
Quando Theo voltou a falar, seu próprio celular vibrou. Ele pegou e leu a mensagem, estreitando os olhos.
“É do supremo sacerdote chefe,” Theo disse em voz alta.
“Ele diz que há uma questão de grande urgência. Precisamos alertar a deusa da lua e definir uma data de reunião.”
Ele olhou para cima lentamente, olhos escuros de curiosidade.
*O que poderia ser tão urgente que até o sacerdote chefe está abalado?* Theo pensou, esfregando os dedos no queixo.
Enquanto isso, Kimberly havia entrado na sala de estar, respondendo à chamada de Zack.
“Zack,” ela disse com um leve sorriso. “Faz tempo. Como você está?”
“Não há tempo para gentilezas, Kimberly,” a voz de Zack veio, apressada e séria.
“Os anciãos e os feiticeiros africanos tiveram uma visão. Alguém está se aproximando de você, alguém perigoso.
Você e Theo precisam ficar alertas. Se baixarem a guarda, pode ser desastroso.”
Kimberly congelou. “O que você quer dizer? Quem é?”
“Ainda não sabemos. Mas o perigo é real. Tenham cuidado.” A voz de Zack suavizou por um momento. “Por favor, Kim. Fiquem seguros.”
“Obrigado, Zack. Eu vou contar a Theo. Nós teremos cuidado,” ela disse, encerrando a chamada.
Ela ficou parada por um momento, com o coração acelerado.
*Quem poderia ser?* ela pensou. Lucian? Steve? Ou… a mulher que alegou ser minha mãe?*
Suas sobrancelhas franziram, a confusão nublando seus pensamentos. O silêncio da sala parecia agora mais alto.
Ela olhou em direção ao jardim, onde Theo ainda conversava com os outros.
*Alguém está se aproximando. Mas quem?*
E assim, o silêncio tornou-se pesado com perigo, com dúvida e com o cheiro lento e crescente de algo vindo.
Algo próximo.