Reclamada pelo Rei Alfa - Capítulo 207
Capítulo 207: Capítulo 207
O sol já tinha começado a descer quando chegou a mensagem de que a mulher que afirmava ser a mãe de Kimberly havia chegado.
Ela foi escoltada para a casa principal sob a vigilância cuidadosa de dois guardas e sentada na sala de estar.
Seu rosto estava calmo, mas o peso do tempo mostrava-se em seus olhos cansados. Ela sentou-se em silêncio, com as mãos dobradas no colo, esperando.
Alguns minutos depois, Theo e Kimberly entraram na sala juntos.
Os passos de Kimberly eram hesitantes, seus dedos tremiam levemente ao lado do corpo.
Seu rosto revelava sua tempestade interior, curiosidade, medo, esperança… e uma profunda fome por respostas.
Theo estava imponente ao seu lado, seus olhos afiados, mas calmos, como uma tempestade silenciosa observando tudo de perto.
“Obrigado por vir,” Theo disse enquanto se aproximavam.
“Sinto muito por tê-la chamado aqui sem aviso prévio… Mas temos algumas perguntas para você e esperamos que você possa ajudar.”
A mulher assentiu gentilmente, oferecendo um pequeno sorriso tranquilo. “Claro. Eu entendo.”
Kimberly aproximou-se mais um pouco, sua voz quieta, mas cheia de emoção.
“Por favor… me conte tudo o que você sabe sobre mim. Quero dizer, as coisas que nem eu sei. As coisas que sinto, mas não consigo explicar.”
A mulher soltou um suspiro profundo. Seus olhos se nublaram como se estivesse olhando através do tempo.
“Nada acontece sem uma história… ou um começo,” ela disse, sua voz suave, mas firme.
“Então, vou te contar tudo o que sei. Desde o começo.”
Kimberly e Theo sentaram-se, olhos fixos nela.
“Eu venho da linhagem das mais poderosas bruxas. Mas eu mesma não me conhecia completamente por muito tempo… não até engravidar de você, e tudo começou a mudar.”
Kimberly piscou, prendendo a respiração. As palavras da mulher puxavam algo enterrado profundamente dentro dela.
“Eu era uma garota jovem,” a mulher continuou.
“Cheia de sonhos. Eu me apaixonei. Profundamente. Pelo seu pai. Ele era gentil, feroz, e tudo o que eu sempre quis. Mas eu não sabia, ele era um lobisomem.”
A boca de Kimberly abriu levemente, surpresa lavando seu rosto.
“E era proibido,” a mulher disse. “Uma bruxa e um lobisomem? Impensável.
Quando o povo dele descobriu, eles o avisaram. Disseram para ele nunca mais me ver.
Mas quando ele disse a eles que eu estava grávida… eles decidiram nos matar. Eles acreditavam que a criança seria uma maldição. Um desastre.”
Kimberly engoliu seco. “Então… como eu sobrevivi?”
A mulher sorriu levemente, embora seus olhos brilhassem com lágrimas.
“Seu pai lutou com tudo o que tinha. Nós fugimos. Fomos para bem longe, vivemos como fantasmas.
Eu estava muito grávida, e pensávamos que tínhamos encontrado paz. Mas estávamos errados.”
Ela olhou para baixo, sua voz tremendo.
“Espiões. Escondidos naquela cidade. Esperando. Observando. E no momento em que eu dei à luz, eles vieram.
Mas seu pai tinha um amigo… um melhor amigo… alguém que manteve sua promessa.”
“Quem?” Kimberly perguntou rapidamente, sua voz tensa.
“O falecido Alfa Darwin,” a mulher sussurrou.
Kimberly congelou. Seus olhos se arregalaram em descrença. “Darwin?”
“Sim,” a mulher assentiu. “Ele chegou com alguns homens leais. Ele lutou. Muito. Mas seu pai… ele já estava ferido.
Ele sabia que não sobreviveria. Então, ele implorou ao amigo para levar a criança. Para protegê-la. Darwin manteve essa promessa. Criou você. Amou você.”
Lágrimas encheram os olhos de Kimberly, seus lábios tremendo.
“Eu me lembro… ele era frio às vezes,” ela sussurrou. “Distante. Mas… eu sempre me senti segura.”
Os olhos da mulher encontraram os dela. “Ele fez isso para protegê-la. Ele não queria que os outros suspeitassem.
Ele sabia o que você poderia se tornar. Ele temia o que os outros poderiam fazer se descobrissem.”
Theo ficou imóvel, braços cruzados, mandíbula tensa enquanto ouvía.
“Então… todo esse tempo, ele sabia?” Kimberly perguntou.
A mulher assentiu. “Sim. Ele sabia.”
“Você sabe de algo sobre meus sonhos?” ela perguntou, sua voz trêmula. “Sobre as visões que continuo tendo?”
A mulher hesitou, enxugando uma lágrima com os dedos trêmulos.
Theo se levantou e caminhou até ela, entregando-lhe um lenço. Ela sorriu, agradecida.
“Você não acha que isso é muito para um dia?” Theo sussurrou para Kimberly.
Ela se virou para ele, incerta. “O que você acha que devemos fazer?”
“Eu sugiro que ela fique,” Theo respondeu. “Na casa de hóspedes. Até sabermos mais.”
Kimberly olhou para a mulher. “Minha senhora, sinto que conversamos bastante por hoje…
Você se importaria de ficar conosco, pelo menos por enquanto? Assim, podemos continuar conversando… quando estivermos prontos?”
A mulher sorriu. “Isso significaria o mundo para mim. Esperei mais de vinte anos por esse momento. Farei o que for necessário para ajudar você.”
Kimberly se levantou e assentiu. “Eu mesma vou te levar até lá.”
Enquanto elas se levantavam, a mulher segurou gentilmente a mão de Kimberly.
“Antes de ir,” ela disse suavemente, “há algo que preciso te contar.”
Kimberly se virou, ouvindo atentamente.
“Você não é apenas especial, criança. Você é uma vidente. Seus sonhos não são apenas sonhos.
São visões… avisos… mensagens. Você tem dons que ninguém ainda compreende plenamente. Mas eu ajudarei você. Vamos descobrir isso juntas.”
Kimberly assentiu lentamente, seu coração acelerado. Ela conduziu a mulher até a casa de hóspedes em silêncio.
Uma vez dentro, ela mostrou os arredores, apontando para a pequena cama, a escrivaninha perto da janela.
“É simples, mas espero que seja confortável,” ela disse.
“É perfeito,” a mulher respondeu, sua voz calorosa.
Kimberly se virou para sair, sua mente ainda em turbilhão, quando a mulher segurou sua mão gentilmente.
“Só lembre-se,” ela disse, “tudo o que você vê em seus sonhos… é real em algum lugar. Confie em seus instintos.”
Kimberly assentiu novamente e saiu silenciosamente.
Enquanto ela caminhava de volta pelo jardim, seus pensamentos giravam como uma tempestade.
*Então eu sou uma vidente… Meus sonhos são reais? Mas por que agora? Por que estão mais fortes? Por que parecem avisos?*
Ela olhou para o céu. O sol já tinha quase se posto completamente, a última luz desaparecendo atrás das árvores.
*E se meus sonhos são visões… então o que eu vi…*
Ela congelou no meio do passo.
*Mona. Os anciãos. Derrick.*
*Eles já estão tramando algo?*
O coração de Kimberly bateu mais rápido.
*Eu preciso resolver todos os enigmas ao meu redor… E agora, me disseram que posso ver o futuro?*
Ela caminhou mais rápido, seus passos ecoando no caminho de pedra.
*Quem exatamente eu sou?*
E com essa pesada pergunta pressionando fundo em seu peito, ela desapareceu de volta na casa.
Seus olhos cheios de fogo, sua mente com pensamentos tormentosos, e um caminho perigoso começando a se desenrolar.