Reclamada pelo Rei Alfa - Capítulo 201
Capítulo 201: Capítulo 201
O grande salão estava pesado de silêncio, quebrado apenas pelo som de papéis sendo remexidos enquanto os votos eram contados.
Kimberly, posicionada no centro, emanava uma aura de autoridade, sua expressão calma e inescrutável.
Mas a tensão na sala era sufocante. Cada olhar estava fixado nela, esperando, antecipando.
Naquele momento, Alfa Theo voltou ao salão depois de se ausentar mais cedo.
Seus olhos afiados percorreram a sala, percebendo a mudança de energia. Algo havia mudado durante sua breve ausência.
Ele sabia instintivamente que o que estava prestes a acontecer alteraria o equilíbrio de poder para sempre.
Kimberly finalmente expirou e ergueu o olhar. “Terminamos de contar os votos…” Ela fez uma pausa por um segundo, permitindo que o peso do momento se fixasse antes de pronunciar as próximas palavras.
“E temos um empate.”
Um suspiro coletivo percorreu o salão. O choque tomou conta de todos como uma onda avassaladora.
Os dedos de Mona se fecharam em punhos sob a mesa. Seu coração batia com força contra suas costelas.
*O quê? Um empate? Isso é impossível. Eu já tinha garantido isso.
Eu me certifiquei disso!* Ela se obrigou a manter a compostura, mas a frustração fervilhando sob a superfície era inegável.
Do outro lado da sala, Lucian ficou imóvel, sua mente girando. *Um empate? Depois de tudo?* Sua mandíbula ficou tensa.
Ele estava preparado para a vitória ou para a derrota, mas não para isso. Essa incerteza era insuportável.
Kimberly deixou os murmúrios cessarem antes de falar novamente, sua voz firme e composta.
“Como Deusa da Lua, eu não tenho o direito de votar nesta questão. Meu papel é garantir que o processo seja conduzido de forma justa e imparcial.
O mesmo se aplica ao Sumo Sacerdote Chefe.”
Os olhos de Mona se escureceram ligeiramente. *É claro. E agora ela está prestes a introduzir alguma reviravolta absurda. Eu sinto isso.*
Lucian inclinou-se levemente para frente, seus músculos rígidos. *Isso pode ir para qualquer lado. Preciso permanecer alerta.*
Kimberly continuou, sua expressão neutra, mas suas palavras carregando um tom de finalidade.
“Em circunstâncias normais, se ocorre um empate, o Alfa em exercício manteria o cargo. No entanto, devido à presença de um Rei Alfa, a regra foi modificada.”
Uma nova onda de murmúrios percorreu a multidão. Alguns concordaram com a cabeça, enquanto outros trocaram olhares incertos.
Mona quase não conseguiu conter um esgar. *Conveniente. Justo quando pensei que já tinha isso garantido, ela muda as regras.*
O coração de Lucian acelerou. *Esta pode ser minha chance…*
Kimberly virou-se para Theo, que permaneceu sentado com uma expressão calma, mas indecifrável.
“Como Rei Alfa, o voto final recai sobre você,” declarou Kimberly. “Somente você dará o voto decisivo.”
Um silêncio pesado se instalou no salão. Cada par de olhos se voltou para Theo. A pressão na sala era palpável.
Theo exalou lentamente, então levantou-se de seu assento. Seus movimentos eram deliberados, exalando uma aura de autoridade absoluta.
Seu olhar percorreu a sala, pausando brevemente em Mona e Lucian.
Um leve sorriso surgiu nos cantos de sua boca, um que não transmitia calor, apenas cálculo.
Os dedos de Mona se contraíram. *Por que ele está sorrindo? O que está passando nessa maldita cabeça dele?*
Lucian engoliu em seco. *É isso… Este momento decidirá tudo.*
Theo caminhou até a caixa cerimonial, suas botas ecoando pelo chão. Sem hesitar, ele pegou um único pedaço de papel e registrou seu voto.
Ele voltou ao seu lugar sem dizer uma palavra. O salão permaneceu em silêncio, esperando Kimberly revelar o resultado.
Kimberly aproximou-se da caixa, abriu-a e retirou o único voto.
Enquanto lia, um lampejo de surpresa passou por seus olhos, tão rápido que apenas os mais observadores perceberam.
Mas ela imediatamente mascarou isso com um sorriso composto.
Ela virou-se para encarar a audiência.
“O Rei Alfa votou em Mona.”
O salão explodiu em caos.
Um lado da sala irrompeu em aplausos, os aliados de Mona celebrando sua vitória.
Do outro lado, murmúrios de decepção e descrença preencheram o ar.
Alguns balançaram a cabeça, sussurrando entre si, mas ninguém ousou questionar o resultado, o processo tinha sido transparente.
Mona permaneceu sentada, um lento sorriso formando-se em seus lábios. Mas ao encontrar o olhar de Theo, algo em seu peito apertou. *Por que ele fez isso?*
Lucian permaneceu imóvel, seu corpo rígido. Sua mente não conseguia processar as palavras que acabou de ouvir.
*Mona… venceu?*
Ele cerrou os punhos tão forte que seus nós ficaram brancos. *Isso não está acontecendo… Eu tinha isso. Eu estava tão perto.*
O gosto amargo da derrota se instalou profundamente em seus ossos.
Sem uma palavra, sem lançar um olhar para ninguém, Lucian empurrou sua cadeira e saiu do salão. Seu silêncio dizia muito.
Mona o observou partir, os cantos de seus lábios tremendo para cima. Mas sob a superfície, preocupações invadiam seus pensamentos.
*Theo… Qual jogo você está jogando?*
A expressão de Theo permaneceu indecifrável enquanto ele finalmente se levantava, lançando um olhar para Kimberly. Sem dizer uma palavra, os dois saíram do salão.
*Aproveite este momento enquanto dura,* pensou Theo, seus olhos preenchidos com algo que ninguém poderia decifrar completamente.
★Na Residência do Rei Alfa★
No momento em que entraram na casa, a tensão explodiu.
Kimberly virou-se bruscamente para encarar Theo, seu comportamento normalmente composto começando a falhar.
“Theo, por quê?” ela exigiu, sua voz carregando uma mistura de raiva e descrença.
“Por que você votou em Mona? Eu pensei que você queria Lucian!”
Theo permaneceu calmo, servindo-se de uma bebida com movimentos lentos e deliberados. Ele não respondeu imediatamente, deixando o silêncio se estender entre eles.
A frustração de Kimberly cresceu. “Theo!” ela exclamou. “Responda-me!”
Ele finalmente exalou e tomou um gole lento antes de responder. “Eu fiz isso para salvar a vida dele.”
Os olhos de Kimberly se arregalaram levemente, sua raiva cedendo lugar à confusão.
“Salvar a vida dele?” ela repetiu, franzindo a testa. “O que você quer dizer com isso?”
Antes que Theo pudesse responder, passos ecoaram da entrada.
Lucian entrou na sala de estar, seu rosto sombreado por decepção, traição e algo ainda mais profundo, dor.
Theo não reagiu, mas Kimberly deu um pequeno passo para trás, sentindo a turbulência que emanava da presença de Lucian.
A voz de Lucian era baixa, mas a fúria por trás dela era inconfundível.
“O que você quer dizer,” ele disse, cada palavra lenta e medida, “com que fez isso para salvar minha vida?”
Um pesado silêncio se seguiu.
Theo finalmente virou-se para encarar Lucian, sua expressão indecifrável. Mas ele não falou. Ainda não.
O ar na sala ficou denso com tensão.
O peso da decisão de Theo, as implicações de suas palavras e as perguntas ardentes nos olhos de Lucian pairavam no ambiente.
Ninguém se movia… Ninguém respirava.
E então, o silêncio continuou, deixando todos à beira de algo muito maior do que apenas uma eleição.