Capítulo 192: Capítulo 192
O olhar de Lucian era firme, sua voz baixa e deliberada.
“Mona não está apenas tentando tomar a alcateia de Derrick. Ela está planejando algo muito maior.
Ela quer trazer alguém para suceder o falecido Alfa Darwin.”
A sala ficou em silêncio. Kimberly e Theo trocaram um olhar, choque brilhando em seus olhos.
Theo inclinou-se para frente, descansando os cotovelos nos joelhos.
“Como você sabe disso?” Sua voz era afiada, exigindo respostas. “E qual é exatamente o seu plano?”
Lucian sorriu de leve, cruzando os braços sobre o peito.
“É por isso que admiro você, Alfa Theo. Você não perde tempo com formalidades.” Ele fez uma pausa, como se estivesse considerando suas próximas palavras cuidadosamente.
“Sou filho do falecido Alfa Ramirez.”
Os olhos de Theo se estreitaram. “Ramirez?” Ele recostou-se, processando a revelação.
“Seu pai desafiou pelo assento de alfa antes de Derrick assumir.” Sua voz era medida, mas havia curiosidade por trás disso.
“Se meus pensamentos estão corretos, isso simplesmente significa que agora você quer de volta.”
Lucian deu um único aceno. “Meu pai era um bom homem, mas ele foi traído. Eu pretendo recuperar o que é nosso por direito.”
Kimberly levantou uma sobrancelha, ceticismo crescendo em sua voz. “E por que deveríamos confiar em você? O que mais você quer, além de poder?”
Lucian riu suavemente. “Poder é um meio para um fim, deusa da lua Kimberly.
Eu tenho riqueza. Influência. Mas o assento de alfa? Isso foi roubado do meu pai.” Ele cerrou o maxilar.
“Eu quero justiça. E se vocês me ajudarem a consegui-la, serei leal a ambos. Para sempre… Dou minha palavra e juro por minha vida.”
Kimberly zombou. “Lealdade é uma palavra pesada, Lucian.” Ela se inclinou para frente, seus olhos se estreitando.
“Não estamos buscando lealdade. Estamos buscando pessoas que acreditam em uma causa maior e em fazer as coisas melhor para todos.”
Theo estudou Lucian de perto. “Se você se tornar alfa, que tipo de líder você seria?”
Kimberly ficou um pouco chocada com as últimas palavras de Theo, mas decidiu manter a calma e observar o que ele tinha em mente.
Lucian hesitou, sua expressão suavizando pela primeira vez.
“Uma alcateia deve ser uma família,” ele disse calmamente.
“Eu quero uma alcateia onde ninguém seja tratado como menos. Ninguém é descartado ou silenciado. Igualdade. Justiça. Esse é o tipo de líder que serei.”
Theo levantou-se lentamente, seus olhos nunca deixando os de Lucian.
“Você fala como um homem que sabe o que quer.” Ele olhou para Kimberly, depois de volta para Lucian.
“Mas vamos precisar de tempo para pensar. Avisaremos você quando tomarmos nossa decisão.”
Lucian se levantou, fazendo uma reverência respeitosa. “Claro. Estarei esperando.” Ele se virou e saiu da sala de estar sem dizer outra palavra.
Quando a porta se fechou atrás dele, Kimberly soltou um longo suspiro, passando a mão pelo cabelo. “Podemos confiar nele?” ela perguntou suavemente.
O olhar de Theo permaneceu fixo na porta. “Não,” ele disse calmamente. “Não podemos.”
Kimberly franziu a testa. “Então, qual é o ponto de trabalhar com ele?”
Theo se virou para ela, segurando suas mãos. “Porque não precisamos confiar nele. Precisamos usá-lo.”
Kimberly piscou. “Usá-lo?”
“Ainda não sabemos o plano completo de Mona,” Theo explicou. “Mas Lucian? Ele está desesperado. Faminto.
Ele seguirá suas sombras para nós. A manterá na defensiva enquanto descobrimos o que ela realmente está tramando.”
Os olhos de Kimberly se arregalaram enquanto a realização amanhecia. “Então, deixamos ele pensar que somos aliados… enquanto ele inconscientemente faz nosso trabalho sujo.”
Theo assentiu. “Exatamente.”
Um sorriso lento se espalhou pelos lábios de Kimberly. “Eu gosto disso. Vamos ver do que ele realmente é feito.”
Eles ficaram ali por um momento, seu plano silenciosamente se acomodando entre eles.
Seja o que for que Mona estivesse planejando, eles não a deixariam escapar impune.
★★★
Enquanto isso, a milhares de quilômetros de distância, o Alfa Derrick saiu de um elegante carro preto, seus olhos examinando o luxuoso hotel à sua frente.
As luzes douradas refletiam no mármore polido, e o aroma de charutos caros pairava no ar.
Ele ajeitou o casaco, seu rosto inescrutável enquanto entrava.
“Derrick!”
Uma voz retumbante ecoou pelo suntuoso saguão, chamando a atenção de Derrick.
Ele se virou para ver um homem grande com cabelo grisalho e um amplo sorriso dirigindo-se a ele.
“Murillo.” Os lábios de Derrick se curvaram em um leve sorriso. Os dois homens se abraçaram brevemente, batendo uma vez nas costas um do outro.
Murillo recuou, seus olhos afiados estudando Derrick cuidadosamente. “Faz anos, meu amigo. O que te traz para cá?”
Derrick soltou uma risada baixa. “Descanso. Reflexão. E quando eu voltar… serei mais forte.” Sua voz era calma, mas carregava uma promessa sombria.
Murillo riu, o som ressoando pelo ar.
“Você sempre teve um talento para o dramático.” Ele fez um gesto para que Derrick o seguisse. “Venha. Vamos te acomodar.”
Eles atravessaram os corredores luxuosos, o suave murmúrio de música distante flutuando pelo ar.
Murillo levou Derrick a uma suíte grandiosa, completa com janelas do chão ao teto com vista para a cidade.
As luzes brilhavam como estrelas abaixo deles.
Murillo serviu dois copos de uísque, entregando um a Derrick.
“Então,” Murillo começou, acomodando-se em uma poltrona aconchegante. “Me conte. O que realmente aconteceu?”
Derrick tomou um gole devagar, saboreando a queimadura.
“Traição.” A palavra pairou no ar como uma maldição.
“Minha própria alcateia se voltou contra mim. Minha Luna… ela ficou parada e assistiu.” Ele cerrou o maxilar, seus dedos apertando o copo.
“Mas não acabou. Ainda não.”
Murillo levantou uma sobrancelha. “E qual é o seu plano?”
Derrick olhou para a cidade, seus olhos frios e distantes.
“Três anos,” ele disse calmamente. “Três anos para construir minha força. Para aguçar minha mente. E quando eu voltar…”
Ele se voltou para Murillo, seu olhar sombrio e mortal. “Qualquer um que ficar no meu caminho será esquecido.”
Murillo riu sombriamente, levantando seu copo. “Então, vingança.”
Derrick brindou seu copo com o de Murillo, mas não bebeu. Em vez disso, ele olhou mais uma vez para a cidade, sua mente já planejando seu próximo movimento.
*Três anos serão… e quando eu voltar, quem ficar no meu caminho será para sempre esquecido como pó ao vento.*
As luzes da cidade cintilavam abaixo, mas os olhos de Derrick queimavam com algo muito mais sombrio.