888: Thrudd é uma Mulher! 888: Thrudd é uma Mulher! Thrudd estava andando pelo corredor com a cabeça erguida um pouco mais alta do que o normal.

Seus fones de ouvido tocavam música no volume máximo enquanto ela desfilava pelo corredor.

A quantidade de energia percorrendo seu corpo era tão esmagadora que ela sentia como se pudesse correr uma maratona.

Pela primeira vez na vida, ela tinha um segredo que queria contar para alguém.

Apenas uma pessoa veio à mente naquele momento. A filha mais velha de Shin, Felicia.

Ao longo dos milênios, ela era a coisa mais próxima que a deusa dragão poderia chamar de ‘amiga’.

Depois da insistência constante em provocar a dragão adulta, Thrudd sentia uma necessidade ardente de informar a humana atrevida sobre sua mudança de status.

Mas Fiona estava em uma missão agora. Arriscando sua vida e lutando com unhas e dentes para desfazer os danos que o filho de Lúcifer havia causado ao universo.

Thrudd não conseguiu encontrar em si mesma coragem para incomodá-la com essas novidades infantis. Não com o modo como ela estava vivendo atualmente.

Então agora Thrudd tinha a maior novidade de sua vida adulta, mas ninguém para contar.

…Ou pelo menos, nenhum outro dragão para contar.

“…!”

–
O projeto de jardim marital de Eris e Lillian não era mais apenas um único jardim no telhado de sua casa.

Como em muitos outros cômodos desta casa, uma porta levava a um reino inteiro de vida vegetal vibrante e arbustos.

Animais grandes e pequenos, peludos e escamosos, correm por este lugar por gerações inteiras. Mais de 99% nunca tinham sequer visto uma criatura humanoide antes.

Neste jardim celestial, os pets passam seu tempo de lazer correndo e sendo reis de seu domínio.

Pelo menos, até serem chamados para assuntos mais importantes.

“E-Eu estava muito cansada no começo, mas então ela simplesmente irrompeu no meu quarto ontem à noite dizendo que queria que eu me despisse!”

Bagheera, Gandora e Bayle abriram involuntariamente as bocas de espanto.

“Eu sei, né?!” exclamou Thrudd.

Ela estava sentada de pernas cruzadas sob a sombra de uma árvore roxa profunda, com os pets todos ao seu redor em círculo.

“E-E então, eu não sei o que aconteceu, mas meu cérebro meio que deu pane e eu comecei a tirar a roupa!”

Bayle: ‘Uau.’
Bagheera: ‘Atrevida.’
Gandora: ‘Já percebi que seu Pai e suas Mães têm esse mesmo problema.’
“C-Certo, então, ela estava me olhando, né? Então, você sabe, eu estava ficando nervosa, mas acho que… você pelo menos está gostando do que está vendo?” Thrudd estava corando só de lembrar.

Gandora: ‘Intensa.’
“Sabe o que essa garota faz depois? Ela vem e senta diretamente na frente das minhas coxas e fica encarando minha ‘área’!”

Bayle: ‘Já vi seus pais fazerem isso um com o outro também. Ela só estava admirando? Você lembrou de se depilar?’
“Não!”

‘Droga.’ Todos os pets balançaram a cabeça ao mesmo tempo.

“Não, quero dizer, ela não estava julgando! Ela estava procurando por um equipamento que eu não tinha.”

‘Ahh…’ O trio assentiu em uníssono.

Os olhos de Thrudd brilharam enquanto ela chegava à melhor parte. “Então ela disse: ‘Como você supostamente vai me engravidar assim?’ E adivinha o que eu respondi..?”

Os pets se inclinaram com a atenção totalmente focada em Thrudd.

“Eu disse… ‘Quer descobrir junto comigo?'” disse Thrudd timidamente.

”’Você não disse isso!”’ Os pets se levantaram nas quatro patas.

“Eu disse! Kyaaa!!!”

Thrudd caiu de costas como uma bagunça agitada e risonha. Seus pés e sua cauda se agitavam ao mesmo tempo enquanto ela tentava lidar com a inconcebibilidade do que havia feito.

Enquanto isso, os pets estavam literalmente perdendo a cabeça, pulando uns nos outros e depois em Thrudd.

A empolgação deles não diminuiu por vários minutos, até que Thrudd se sentou novamente e tentou o seu melhor para começar a contar a história novamente.

Como ela estava empolgada, os detalhes da história só ficaram mais e mais obscenos à medida que os segundos se passavam.

Os pets devoraram cada segundo disso.

Enquanto a história chegava ao final, o grande gafanhoto fez a pergunta mais importante.

Bagheera: ‘Então ela está grávida?’
Por alguma razão, apenas agora Thrudd parecia estar ficando envergonhada. “E-Então… Eu meio que disse a ela que ainda não estava pronta para ser mãe.”

Bayle: ‘Não é surpreendente, você acabou de começar a fazer sexo. Quer aproveitar a diversão disso ao ar livre antes de ter que começar a se esgueirar para encaixar isso na sua rotina.’
O silêncio se instaurou no bosque enquanto todos olhavam para o grande lagarto com uma expressão descrente.

‘…O quê?’ Ele silvou. ‘O Mestre me conta coisas quando está estressado.’
Thrudd teria dito que não entendia por que seu pai ficaria frustrado se ela mesma não tivesse acabado de provar o prazer proibido.

“Bem, tanto faz. O lado bom é que Be-Be foi super compreensiva. Ela diz que nunca criou um filho com uma parceira antes, então está ansiosa para ver como é.”

“Be-Be, hein? Parece que deveríamos começar a nos preparar para um casamento em breve.”

O sangue de Thrudd gelou ao ouvir uma voz doce e suave que ela conhecia bem demais.

Olhando acima de sua cabeça, ela encontrou um rosto verde e familiar pairando sobre ela com um olhar orgulhoso.

“Minha queridinha virou uma mulher agora. Estou tão orgulhosa.” Eris disse com ternura.

Thrudd estava absolutamente mortificada.

De todos os seus pais, o que ela menos queria que soubesse sobre sua transgressão era exatamente aquele que nem parecia que fazia sexo.

“Ah, não me olhe desse jeito.” Eris censurou. “Não há necessidade de tanta timidez.”

Thrudd não poderia se importar menos com o que sua mãe pensava naquele momento.

“V-Você vê, Mamãe, tudo que você ouviu foi uma completa invenção e-”
“Thrudd, querida. Sou eu.” Eris disse pensativamente.

Foi então que Thrudd foi lembrada de uma realidade assustadora.

Eris também poderia ser considerada uma deusa sexual.

Thrudd parecia querer chorar. “…Mamãe, juro que só disse todas aquelas coisas nojentas porque estava no calor do momento. E você também deve saber que tenho o maior respeito por Beemote e-”
“Ok, ok, calma.” Eris riu. O som era mais doce do que a música mais vibrante.

“Eu já ouvi e disse coisas piores, minha querida. Não estou alheia aos efeitos da paixão na mente.”

Thrudd realmente não acreditava que esse dia pudesse piorar, mas de alguma forma ela estava tanto mortificada quanto envergonhada além de sua imaginação mais selvagem.

“B-Bem, já que você está aqui, acho que deveria provavelmente dar um tempo e, h-hum, sim.”

“Ah, mas querida, você não precisa-”
“Tchauzinho!”

Thrudd se transformou em um feixe de relâmpago roxo e correu o mais rápido que suas duas pernas permitiram.

Eris fez um biquinho, desapontada pela oportunidade perdida de fortalecimento familiar.

“Talvez não seja meu lugar, mas…”

Eris olhou para trás, na direção de Izanami, que estava parada timidamente. “Talvez aquela parte do ‘já ouvi e disse piores’ tenha sido um pouco demais para a mente da sua filha lidar…”

O trio de pets concordou com a cabeça sem dizer nada.

“Sério..?” Eris inclinou a cabeça. “Eu só queria garantir que ela soubesse que o que ela fez não é vergonhoso. A repressão sexual atrasa pessoas, e até mesmo civilizações, por décadas, sabia?”

Izanami assentiu compreensivamente. “B-Bem, sim, mas isso não é exatamente uma coisa que você queira ouvir da sua mãe, não é?”

Eris não disse nada e apenas franziu os lábios. “Entendi…”

Juntas, as duas mulheres caminharam pelo reino de pura natureza selvagem.

Izanami estava tanto maravilhada com a beleza do espaço quanto, simultaneamente, com a mulher que o criou.

Ela continuava lançando olhares para Eris para evitar que seu olhar se tornasse muito pesado.

Refletindo, provavelmente não estava funcionando muito bem. Izanami pôde ver as orelhas verdes brilhantes de Eris ficando vermelhas.

‘Talvez eu devesse ter simplesmente fechado os olhos antes de começarmos…’
Eventualmente, as duas pararam ao lado de um pequeno lago. Três corças estavam no meio de tomar água na correnteza.

Elas levantaram a cabeça ao verem Eris e Izanami se aproximando, mas não fugiram.

Depois de garantir que não eram uma ameaça, rapidamente voltaram a beber até se saciarem.

“Então… Tenho certeza de que você está se perguntando por que pedi para me seguir.” Finalmente Eris disse.

“N-Nem tanto…” Izanami tentou fazer-se de indiferente, mas a falha em sua voz a denunciou instantaneamente.

Eris sorriu levemente quando a corça mais jovem subitamente andou até ela. “Bem, eu só… queria agradecer, suponho. Por dar a mim e Abaddon o tempo que precisávamos para resolver as coisas.”

O coração de Izanami deu um salto. “Não foi um problema… Estou ciente de que as circunstâncias não foram nada comuns.”

Eris estendeu as mãos e acariciou a corça gentilmente. Para essa criatura, seu toque foi facilmente a coisa mais delicada e serena que ela jamais conheceria.

Ela estendeu sua mão para Izanami segurar e, após um breve momento de hesitação, ela colocou a mão na de Eris.

Eris lentamente guiou a mão de Izanami até o topo da cabeça da corça e colocou sua palma sobre o pelo dela.

A bebê estava um tanto desorientada com a sensação estranha, mas não fez nenhum movimento real para fugir.

Depois de um momento, ela parecia até ter se acostumado.

“Você me trouxe aqui para isso…” Izanami começou. “Devo entender que vocês dois chegaram a algum tipo de decisão sobre mim?”

Eris sorriu levemente de canto. “Você gostaria disso?”

“Nada me encantaria ou me aterrorizaria mais.” Izanami disse, um pouco mais honesta do que pretendia ser.

Eris virou-se para ela com um olhar levemente triste. “Izanami… Para ser honesta, é mais provável que Abaddon não-”
‘Eris-querida. Você está ocupada?’
A voz cantada de Laialh na cabeça de Eris não poderia ter vindo em um momento pior.

‘U-Uma pouco. Algo aconteceu?’
‘Desculpa… Nossa Valerie precisa de algumas sementes de mundo. Você consegue ajudá-la, querida?’