Por Que Devo Parar de Ser um Vilão - Capítulo 313
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- Capítulo 313 - 313 Perturbação 313 Perturbação Em um espaço distante
313: Perturbação 313: Perturbação Em um espaço distante, desconectado dos mundos onde tudo parecia congelado, nada se movia.
A imobilidade prevalecia. A única existência ali, um ser que se assemelhava a uma mulher, foi compelida a abrir os olhos.
Uma energia esverdeada irrompeu dentro dela — uma energia tão poderosa que poderia ser uma das forças mais fortes, senão a mais forte. Ela lutava contra as correntes que a prendiam.
O ser abriu os olhos, e a imobilidade desapareceu, revelando seus olhos profundos e negros com pupilas verdes.
— O preço foi pago — declarou ela, percebendo como as correntes resistiam ao seu poder.
— Isso vai se reverter — murmurou, fechando os olhos mais uma vez.
Um pulso de energia verde emanou dela, fazendo com que as correntes se desintegrassem em poeira e desaparecessem da existência.
Entretanto, essas correntes, qualquer que fosse a sua natureza, não reagiram agressivamente como tinham feito com a energia roxa que havia aparecido antes.
O equilíbrio precisava ser mantido, e qualquer coisa alterada precisava retornar ao seu estado original.
***
Na Mansão Neville,
O chefe da Família Neville refletia sobre uma reunião recente. Era a primeira vez que ele testemunhava seus planos dando errado.
Não foram apenas alguns anos de planejamento que foram frustrados; foram décadas de preparação. Ele estava totalmente ciente das maquinações por trás de suas ações.
Nem todos tinham conhecimento da sua aliança secreta.
A Família Neville sempre manteve distância de outras famílias de elite, exceto pelas de Belvoria.
Tap! Tap!
Seus dedos batiam incessantemente na mesa, o pensamento de traição sempre presente em sua mente.
— Vamos esperar um pouco; eu não devo ter pressa — murmurou para si mesmo.
Ele havia instruído Gavin a manter sua amizade com Leonard, o filho de Osbert, e ele ainda tinha outras cartas para jogar.
Mas ele não sabia que seu próprio filho estava agindo sob influência de outro, trabalhando contra Leonard Tarvian.
O Torneio de Fim de Ano estava se aproximando, assim como o encontro do Alto Conselho.
— Vamos dar um tempo agora — decidiu, permitindo que sua desconfiança crescesse dentro dele.
Osbert não possuía a influência similar à das Famílias de Elite, que gozavam de muito mais liberdade do que a Associação Mundial.
Isso o obrigou a depender de outros, e suas escolhas foram os Nevilles e os Allisters.
O chefe da família Allister fez um acordo com Osbert. Mesmo o chefe da Família Neville não tinha conhecimento dos detalhes, mas ele podia supor a natureza do acordo.
A Família Neville foi apresentada com o que mais lhes faltava atualmente: poder.
Eles tinham influência e recursos, mas estavam em grande necessidade de poder.
Nenhuma das três Famílias de Elite de Belvoria — Martell, Hargrave e Neville — era aliada uma da outra.
Hargrave se gabava de ter Xarax, o Caçador de Rank SSS, enquanto Martell tinha laços com a Associação dos Artesãos.
Isso o posicionou em um lugar onde a oferta de Osbert parecia particularmente atraente. A quantidade de poder que ele havia acumulado até agora parecia justificar a aliança.
Porem, ele também estava ciente de que, apesar de seus imensos feitos, suas fundações eram frágeis. Assim como aconteceu uma década atrás, tudo poderia desmoronar em um instante. Fundações construídas sobre traição estavam destinadas a ruir.
— Eu acho que depois daquele plano falhar, isso estava fadado a acontecer — ele murmurou.
Já fazia um ano desde que o ‘Grande Plano’ deles falhou no primeiro passo.
Longe da Propriedade Greville,
— Permita-me limpar isso — disse Hassan, olhando para Nathan.
Nathan olhou para o lado e assentiu.
Em redor deles estavam os corpos mortos de caçadores, variando de Rank S a alguns de Rank SS.
Nathan não estava incomodado pelo sangue em sua grande espada; ele estava acostumado a isso.
Contudo, uma carranca marcava seu rosto.
Ele reconheceu que aqueles que vieram estavam visando os gêmeos, especialmente desde que ele havia sentido a presença de um Caçador de Rank S desconhecido perto de sua propriedade.
O que o intrigava era que nenhum desses atacantes tentou recuar, mesmo que eles fossem claramente superados e destinados à morte.
Medo estava evidente em seus olhos, no entanto eles resistiam.
Era uma visão bizarra, algo que Nathan não havia encontrado em toda a sua vida.
Seus movimentos eram destemidos mas ele podia sentir que eles estavam aterrorizados em lutar contra ele.
Todos encontraram seu fim rapidamente, tendo artefatos artificiais auto-destrutivos colocados perto de seus corações.
Inicialmente, Nathan tinha a intenção de mantê-los vivos, evidente pela forma rápida com que os desarmava severando seus membros ao confrontá-los.
A personalidade de Nathan perto de sua família e dos outros muitas vezes fazia as pessoas esquecerem quão implacável ele era.
Hassan, que havia passado anos ao lado de Nathan, sabia disso. Ele sabia quão aterrorizante a pessoa que ele servia poderia ser.
Mas ele não sabia que a Runa de Eirdin também fazia Nathan muito mais insensível a tais emoções humanas.
Nathan partiu, deixando a cena macabra para Hassan gerir.
Ao chegar no Quartel-general da Guilda dos Abismos, Nathan foi diretamente para sua câmara pessoal, um espaço adaptado para sua estadia e treinamento.
Ele tinha cuidado para não treinar muito perto da Propriedade, ciente de que sua mana poderia inadvertidamente colocar os gêmeos em perigo.
— Eu posso perder o torneio deles — Nathan refletiu, lembrando do Torneio de Fim de Ano que aconteceria daqui a alguns meses.
Se ele escolhesse utilizar a Gema de Mana Rank SSS, independentemente do resultado, seu retorno levaria meses.
Durante essa ausência, ele queria que os gêmeos estivessem na Academia Mundial. Embora ele tivesse reservas sobre Farnus, ele reconheceu que a Academia Mundial era o refúgio mais seguro para os gêmeos quando ele não estava por perto.
Por causa de seus Juramentos de Mana, Farnus estava obrigado a proteger todo estudante de qualquer ameaça externa.
No entanto, se a ameaça viesse de dentro, como dos próprios alunos, os gêmeos não receberiam assistência dele.
— Aquele pirralho consegue lidar com isso de qualquer jeito — comentou Nathan.
Ele confiava em Asher para proteger os gêmeos dentro da Academia Mundial. Tendo testemunhado a proeza de Asher em primeira mão, Nathan alterou seus planos originais.
Se Asher não tivesse demonstrado seu talento excepcional para o mundo, Nathan não teria a intenção de dar lances pela Gema de Mana de tal forma, tornando-se um alvo para todo Caçador de Rank SSS.
No entanto, compreendendo os possíveis resultados em três anos, quando Asher se formaria na Academia Mundial, Nathan percebeu que ele tinha que se preparar para futuros desafios. Esta decisão se solidificou no momento em que ele observou Asher herdar com sucesso sua Runa Antiga.
— Esse pirralho está me fazendo trabalhar tanto extra — Nathan lamentou.
Com um talento que superava até mesmo o de Ivar, Nathan estava ciente de que aqueles que estavam passivos por anos logo se tornariam ativos.
Dois meses se passaram com tranquilidade.
Não houve atualizações sobre Zephyr ou qualquer outra perturbação. Inicialmente, até a Associação Mundial suspeitava que várias facções pudessem surgir após a declaração inflamatória do homem mascarado. Estranhamente, tudo voltou ao seu estado usual, quase como se Zephyr nunca tivesse existido.
No entanto, isso não significava que as pessoas se tornaram complacentes. Mesmo as autoridades permaneceram vigilantes. Zephyr foi marcado com a mais alta acusação criminal, e um decreto foi emitido afirmando que qualquer pessoa afiliada a Zephyr seria presa em flagrante.
Alguns especularam que, após seu fracasso, Zephyr havia se escondido para escapar da retaliação feroz da Associação Mundial.
— Eu te disse, essas pessoas são apenas causadores de problemas que desaparecem quando perseguidos — um jovem comentou para um senhor mais velho.
— Concentre-se em suas tarefas — aconselhou Edward, olhando para o Mago novato que estava aprendendo com ele.
Vários outros magos também estavam treinando sob a tutela de Edward Amaris, um Ancião da Associação de Magos.
— Esqueça-os. Você deveria estar trabalhando no seu trabalho de pesquisa — uma maga lembrou o jovem.
— Não se preocupe, eu vou superar o seu desta vez — ele respondeu confiante, mas ela simplesmente balançou a cabeça em resposta.
Edward não deu atenção ao seu bate-papo, imerso em preparações cruciais.
Uma delegação da Academia Mundial estava prestes a visitar, e Silvus havia instruído Edward a guiá-los ao Santuário dos Magos.
Ao receber detalhes dos estudantes em visita, Edward ficou surpreso com o primeiro nome.
— Ele é um mago? — murmurou Edward, notando o nome de Asher.
Sua perplexidade foi tão profunda que ele ignorou o último nome da lista de três: Alyssa Astaria.
O Santuário dos Magos não era um lugar que nem mesmo Edward poderia acessar livremente.
Era significativo que Silvus permitiu que alguém de fora da Associação de Magos visitasse sem qualquer contribuição para a Associação de Magos.
Embora alguns Anciãos manifestassem sua oposição, eles foram rapidamente silenciados ao saber que a visita fora solicitada por Farnus Calmort, um nome com influência suficiente para acalmar qualquer protesto.
Tanto quanto Edward se lembrava, todo vídeo sobre Asher Greville que circulava, e todos os rumores sobre ele, elogiavam sua arte da espada.
Então, ele não entendia porque um espadachim aproveitaria esta oportunidade para visitar o Santuário dos Magos.