Ponto de Vista de Um Extra - Capítulo 990
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Capítulo 990: A Última Fronteira [Pt 2]
Os céus de H’Trae choraram luz e cinzas.
Adônis ficou de pé, banhado em radiante dourado, mesmo quando seus joelhos cederam e o sangue escorreu pelo seu queixo. Sua coroa havia rachado. Sua armadura—antes impecável—estava queimada e quebrada em alguns lugares, revelando carne rasgada e pele queimada por baixo. Mas ele não vacilou.
Não agora.
Não com todos assistindo.
Não quando esta era a única maneira restante.
Ele ergueu a espada, olhos fixados na figura que se aproximava—a clone de Adrien, cujo poder já havia nivelado tudo à vista, cuja presença havia rasgado fendas no céu.
Os outros haviam caído.
Lucielle estava inconsciente.
O Oráculo estava desmaiado contra o Rei das Fadas, cuja respiração era áspera e irregular.
A linha havia colapsado.
E ainda assim Adônis permanecia de pé.
“Rey nunca quis que eu usasse isso, apesar de me mostrar como…” ele sussurrou.
Seus dedos apertaram o cabo de sua lâmina dourada.
Ele olhou para os céus, lábios entreabrindo em reverência silenciosa. Sua voz tremeu, não com medo—mas com determinação solene.
“Eu invoco a vontade daqueles que vieram antes de mim. Eu me ofereço em nome deles…”
Inscrições douradas brilharam em sua armadura e braços, chamuscando mais brilhantes que qualquer sol.
“Que minha alma seja o recipiente deles. Que meu corpo seja a chama deles.”
Sua espada pulsou uma vez—então explodiu em luz divina.
[Habilidade Divina Suprema Ativada: Réquiem do Herói]
BOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOMMMMMMMMM!!!
O céu se abriu como um coro de vozes invisíveis ecoando do vazio. Formas espectrais começaram a espiralar em torno de Adônis—guerreiros fantasmagóricos vestidos em armaduras antigas, suas armas erguidas em saudação silenciosa.
Os heróis de outrora.
Eles entraram nele, fundindo-se com sua forma, e o brilho ao redor de seu corpo se expandiu até cobrir o campo de batalha como um segundo sol.
A clone de Adrien parou, sorrindo enquanto inclinava a cabeça. “Ah… então essa é sua carta final.”
Adônis não respondeu. Ele desapareceu.
O ar se desfez.
WHOOSH!
Ele reapareceu em frente a Adrien, direcionando sua lâmina para baixo com um estrondo que enviou ondas de choque ondulando pelo campo de batalha. Adrien defendeu-se com uma barreira giratória de vazio, então liberou uma onda de fogo carmesim.
Adônis levantou a mão.
“[Escudo das Eras]”
Um escudo de energia dourada floresceu para fora, absorvendo a tempestade de fogo.
Adrien rosnou e bateu as palmas das mãos juntas. “[Excluir Função]!”
O mundo ao redor de Adônis se colapsou em um buraco negro de lógica ausente—um espaço onde até mesmo a causalidade era devorada.
Mas Adônis brilhava mais intensamente.
“[Habilidade Divina Herdada: Corte da Herança].” Ele disse.
Com um balanço poderoso, ele rasgou o espaço em colapso, reiniciando os danos, ceifando a influência de Adrien sobre as leis da realidade. Os dois colidiram no ar, golpe por golpe, luz contra vazio, chama contra sombra.
Adônis avançou novamente, mais rápido do que antes.
“[Ecos Heroicos]” Dez cópias douradas dele explodiram para fora, cada uma atacando Adrien de um ângulo diferente.
Adrien bloqueou três.
Quatro atingiram-o.
O resto detonou com explosões ardentes.
BOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOMMMMMMM!!!
A clone rosnou.
“Feitiço de Vazio: Espiral de Niilidade!”
Uma espiral de escuridão interdimensional irrompeu dele, rasgando tudo como uma estrela negra. Adônis uivou ao ser atingido, sua armadura descascando em pedaços.
Seu corpo rachou sob o peso.
Mas ele não parou.
Não ainda.
Ele rangeu os dentes e concentrou toda a energia restante em um único, ardente golpe.
“[Luz Final – Lança Ômega]!!!” Um raio de poder dourado puro explodiu de sua lâmina, colidindo com o peito de Adrien.
Por um momento, o silêncio reinou.
Então…
“ARRRGGHHHHHH!!!” A clone de Adrien gritou enquanto a luz o perfurava—queimando seu corpo por dentro.
Ele estendeu a mão, sua forma desmoronando, tentando pegar algo—qualquer coisa—com ele.
Mas era tarde demais.
Com um grito final, a clone de Adrien explodiu em partículas douradas, desaparecendo completamente.
WHUUUUUM!
“Ahhh…”
Adônis caiu de joelhos, sua espada chocando-se ao seu lado.
Ele olhou para o campo de batalha silencioso. O Rei das Fadas. O Oráculo. Lucielle—mal respirando.
Eles estavam vivos.
E o inimigo se foi.
O poder que havia surgido em seu interior desapareceu. Seus membros não se moviam mais. A luz radiante em seus olhos piscou.
Lucielle, agora consciente, arrastou-se em sua direção, levando seu corpo com braços trêmulos.
“Adônis… Adônis, fique comigo.”
O Rei das Fadas ajoelhou-se ao lado dela, lágrimas silenciosas correndo por suas bochechas. O Oráculo inclinou-se para frente, sussurrando orações entre os lábios.
Adônis sorriu, olhando para todos eles. “Estou feliz… Pude proteger vocês…”
Seu corpo começou a brilhar—fragmentos de poeira dourada se soltando de sua pele.
“Obrigado…” Lucielle sussurrou, com a voz rachada. “Você nos salvou.”
Adônis olhou para o céu.
“Não há necessidade de agradecimentos. Eu apenas cumpri meu papel e mantive minha promessa. Meu único arrependimento… é não ver a paz que se segue…”
Todos baixaram a cabeça ao ouvir as palavras abnegadas do Herói.
Certamente, ele havia os salvado.
Com vozes unidas que pareciam ecoar por todo o Continente do Norte e até mesmo pervadiam o mundo de H’Trae, os sobreviventes se ajoelharam em gratidão.
“Obrigado, Herói!”
Adônis sorriu, fechando os olhos enquanto aceitava seu destino… sentindo o fim se aproximar.
Então uma sombra fria caiu sobre o mundo.
O chão tremeu enquanto uma nova presença se fazia conhecida. O espaço oscilou violentamente—e um novo Adrien emergiu.
Não um clone, ou uma versão.
—O verdadeiro!
Sua presença estava errada. Aterrorizante. O puro vazio interdimensional sangrava de sua forma como tinta na água. Seus olhos não eram mais humanos.
Ele estava entre as ruínas, braços cruzados, sorrindo.
“Muito bem,” ele disse, divertido. “Você derrotou aquela versão, hein? Eu tinha grandes esperanças para ela.”
Adônis levantou a cabeça ligeiramente.
“Você…”
“Mas agora é minha vez,” Adrien continuou, levantando uma mão. “Sem mais jogos.”
Da palma de sua mão, uma esfera de energia incompreensível se formou—distorta, negra, caótica. O próprio ar recuava dela.
“Cataclismo de Antimatéria.”
A esfera se expandiu rapidamente, engolfando o horizonte, rugindo com poder apocalíptico enquanto avançava em direção aos defensores quebrados de H’Trae.
Adônis a observou se aproximar.
Ele não tinha mais nada.
Nem um único pedacinho de poder.
Ele havia dado tudo… e não foi o suficiente.
Lágrimas encheram seus olhos.
Este mundo estava destinado a morrer, assim como seu mundo original? Ele realmente não havia conseguido nada como Herói? Morrer em vão? A morte não era o problema, pois ele não tinha mais medo do conceito e até mesmo a aceitava de bom grado.
Ao morrer, ele se reuniria com seu Rey e Lucielle.
Não, o que realmente o aterrorizava era o fracasso que acompanharia sua morte.
Ele realmente não queria vê-lo.
“Eu sinto muito…” Ele sussurrou, tremendo. “Eu… sinto muito…”
Logo ao pronunciar essas palavras, a explosão de antimatéria de repente congelou.
Suspensa no ar.
Estalando com energia instável… então lentamente se desfazendo em nada.
Uma figura estava entre eles e a explosão. Envolta em violeta e preto, casaco ondulando atrás dele. Espada nas costas. Olhos fixados em Adrien.
Rey.
A respiração de Adônis falhou.
“…Você está atrasado.”
Rey virou-se, um sorriso surgiu em seus lábios.
“Eu sei. Sinto muito por isso.” Ele olhou para a luz dourada ainda piscando dentro da forma desvanecente de Adônis. “É bom ver você novamente.”
Adônis riu fracamente. “Seria melhor… se tivéssemos mais tempo.”
O olhar de Rey suavizou. Ele caminhou mais perto.
“Sim. É uma pena.”
Adônis tossiu, mais sangue dourado escorrendo de seus lábios. “Você pode… cuidar do resto?”
Rey deu um passo adiante, sua voz solene.
“Eu vou. Você pode descansar agora, Adônis.”
O herói radiante sorriu pela última vez—então seu corpo cintilou, transformando-se em luz dourada e dispersando-se ao vento.
Lucielle gritou, tentando alcançá-lo, mas a luz já havia desaparecido.
“Espero que tenha aproveitado,” Rey virou-se lentamente, encarando Adrien. “Porque este ponto marca verdadeiramente seus últimos momentos vivos.”
Adrien franziu a testa assim que ouviu isso.
“Agora eu vou matar você.”