Capítulo 985: Rey Vs Adrien [Pt 3]
“É uma pena, na verdade.”
A voz de Adrien ecoou com uma calma desapontamento, sua figura pairando no vácuo do espaço como se fosse nada mais que uma sombra.
Então ele se moveu.
Não—ele desapareceu.
CRACK!
Rey mal teve tempo de processar o som antes que o punho de Adrien colidisse com seu rosto como uma estrela em colapso. Seu corpo foi arremessado para trás, batendo em uma força invisível antes de ricochetear novamente em direção a Adrien.
Um chute atingiu seu lado desta vez, arrancando o ar de seus pulmões e fazendo-o voar fora de curso.
“Você é muito previsível, Rey,” Adrien disse, sua voz desprovida de hostilidade—apenas uma fria certeza.
Rey se estabilizou, limpando uma faixa de sangue de seu lábio enquanto flutuava no vazio.
A força de Adrien… era absurda.
“Você tem lutado por muito tempo com restrições. Deixe-me mostrar-lhe o que significa ser livre.”
Adrien levantou o braço—e o próprio tecido do espaço se distorceu.
Um. Dois. Três… Seis. Dezenas de buracos de minhoca rasgaram o céu, pintando os céus com um caleidoscópio sobrenatural.
De cada portal emergiram criaturas distorcidas—enormes, grotescas, cuja anatomia não fazia sentido. Algumas rastejavam como sombras líquidas. Outras galopavam por planícies invisíveis. Algumas flutuavam silenciosamente, seus olhos ciclópicos irradiando energia do vazio.
“O que… são aquelas coisas?” Rey murmurou, atônito.
“Meus monstros,” Adrien sorriu. “Criaturas de outros reinos… presentes além desta realidade. Cada uma é forte o suficiente para arrasar cidades, e todas estão indo para H’Trae.”
O sangue de Rey correu frio quando ele os viu passar.
Eles não estavam vindo para ele—estavam indo direto para o mundo abaixo.
“Não—!”
Ele avançou, mas Adrien foi mais rápido. Ele cortou Rey com facilidade, batendo sua palma contra o peito de Rey. O impacto não apenas o mandou voando—ele rompeu seu núcleo. Sua energia se espalhou, sua respiração prendeu, e seu corpo se distorceu com a força.
“Você não pode pará-los, Rey. E uma vez que H’Trae queimar, o que você terá de sobra?” Adrien disse enquanto avançava novamente, as mãos estalando com poder sombrio. “Você será como eu—desatado. Livre. Finalmente capaz de transcender.”
“Cala a boca!!” Rey rugiu, sua aura explodindo em desafio.
Eles se chocaram novamente.
Punho encontrou punho, poder colidiu com poder. Seus golpes iluminaram o vazio como estrelas em colisão. Cada golpe carregava energia suficiente para obliterar um continente. Adrien lutava com uma elegância sem esforço, como se tivesse memorizado cada movimento de Rey antes de ele fazer. Enquanto isso, Rey lutava para acertar um único golpe limpo.
“Você está muito apegado àquela rocha decadente!” Adrien gritou enquanto dirigia seu cotovelo no maxilar de Rey. “Você ainda acha que vale a pena salvar?!”
“SIM!”
Rey revidou com um raio de sua palma, enviando Adrien para trás—mas Adrien girou no ar, virou e aterrissou com os pés contra o vazio, repelindo em direção a Rey com ainda mais força.
“Você está se agarrando a correntes, Rey. Você poderia ter sido como eu.”
Ele agarrou a cabeça de Rey e o esmagou através de um aglomerado de detritos de meteoros. As costas de Rey se dobraram de forma antinatural com o impacto.
“E ainda assim você escolhe permanecer fraco.”
O corpo de Rey gritava de dor, mas ele apertou os dentes e agarrou o pulso de Adrien.
“Você está errado…”
Seus olhos se encontraram.
“…Eu sou forte porque ainda me importo.”
O rosto de Adrien se contorceu.
Então ele liberou um pulso escuro de seu corpo—uma energia que distorceu o próprio espaço. Os braços de Rey foram arrancados, e seu corpo espiralou mais uma vez no abismo. Bem abaixo deles, as primeiras criaturas estavam se aproximando da atmosfera de H’Trae.
Fogo seguia atrás delas. A morte pairava.
Rey estendeu a mão, mas elas estavam muito longe.
Ele não podia pará-las. Ele não podia salvar ninguém.
‘Eu sou… realmente impotente?’
Ele tossiu violentamente, uma rachadura se formando em seu núcleo. Sua visão ficou turva enquanto flutuava sozinho no vazio. Adrien estava ereto, cercado por seu crescente exército de abominações.
“Você perdeu, Rey.”
As palavras de Adrien ecoaram na mente de Rey enquanto ele fechava os olhos.
‘Não… ainda não.’
Dentro dele, ele sentiu.
Algo antigo. Algo… proibido.
O poder que havia sido trancado. Uma característica de sua Classe que ele não ousou explorar. Um nome que ele não podia nem pronunciar.
Mas agora… estava chamando por ele.
[Deseja ativar Privilégio de Classe: “$@%&”?]
[Aviso: Sistema será alterado à força.]
[Isso é irreversível.]
Ele sorriu fracamente.
‘É agora ou nunca.’
[Confirmado.]
FLASH!
Uma luz irrompeu de dentro de Rey—ofuscante, pura e absoluta.
Ela rasgou o vazio, arremessando Adrien para trás enquanto a própria realidade tremia.
Cores se distorceram.
Dimensões se torceram.
As leis da existência se dobraram em torno de Rey enquanto seu corpo absorvia a luz ilimitada.
Seu Nível, há muito estagnado no limite…
[Nível 100 → 200 → 400 → 700 → 999…]
Então ele se quebrou.
[Nível 1.000 Alcançado.]
[Sobrescrever o Sistema: Sucesso.]
[Habilidade Exclusiva: Doppel Completo – Ativado.]
Em um único instante, seu poder evoluiu.
Os fragmentos de seu passado—cada habilidade que ele havia perdido, cada habilidade selada—vieram à tona, não como ecos, mas como versões perfeitas. Sua forma brilhava, envolta em branco brilhante e dourado, a silhueta de inúmeras possibilidades sobrepostas.
Esta era [Doppel Completo]—sua habilidade perfeita que possuía os registros de cada habilidade registrada dentro do Sistema.
“O-o quê?!” Adrien cambaleou para trás, protegendo os olhos.
Seus monstros recuaram em agonia devido à súbita mudança na presença.
“O que você fez?!” ele rosnou.
Rey abriu os olhos, agora brilhando com íris gêmeas douradas que pareciam perfurar cada véu.
“Eu parei de me segurar.”
Adrien arremessou-se contra Rey novamente, rugindo com uma fúria desenfreada. Mas desta vez, Rey pegou seu punho—pegou—e não se moveu.
Os olhos de Adrien se arregalaram.
“Você…”
Rey torceu o pulso de Adrien, girou-o e o arremessou em um buraco de minhoca, forçando-o a colapsar com o impacto.
Então ele desapareceu.
Num piscar de olhos, ele apareceu atrás de Adrien, dando-lhe uma cotovelada na coluna. A forma de Adrien se distorceu antes que Rey o enviasse voando com um chute em alta velocidade que aparentemente estilhaçou as estrelas atrás deles.
“Você não vai destruir H’Trae,” Rey disse, sua voz ecoando como um trovão.
Adrien cambaleou de volta a seus pés, sangue pingando de sua boca.
Ele tentou convocar seus monstros novamente—mas Rey levantou a mão.
Uma estrutura multidimensional maciça se formou acima deles—uma rede de luzes e energia tecida por milhares de versões de Rey.
“[Doppel: Bloqueio do Mundo].”
Correntes de puro conceito envolveram cada buraco de minhoca, selando-os. Os monstros uivaram em confusão antes de desaparecerem como ilusões.
“Não—NÃO!!” Adrien gritou.
“Você disse que eu não poderia protegê-los,” Rey disse. “Mas eu acabei de fazê-lo.”
Adrien avançou novamente, mais instável agora, arremessando tudo o que tinha—chamas escuras, facas dimensionais, granadas temporais. Rey o enfrentou de frente, combinando sua fúria com uma precisão calma.
Seu combate já não era apenas destrutivo. Era a quebra da realidade.
Cada golpe que trocavam dobrava o tempo, rachava o vazio e enviava pulsos pelo próprio Sistema.
“COMO?! Como você pode enfrentar isso?! Eu passei décadas—!”
“Talvez esse seja o problema,” Rey respondeu. “Você continuou correndo para outras realidades… mas eu fiquei.”
Com uma explosão final de velocidade, ele bateu sua palma no peito de Adrien e liberou um raio de energia radiante de [Doppel Completo].
BOOOOOOMMMM!!!
A explosão se espalhou, não apenas destruindo—purificando. Toda a corrupção que Adrien havia acumulado de outros reinos foi lavada na brilhante luminosidade.
Quando a luz se dissipou, Adrien estava de joelhos, tossindo e arfando, seu manto negro em frangalhos.
“Eu… Eu não entendo…” ele murmurou, sua voz fraca.
Rey flutuou acima dele, silencioso por um momento antes de falar.
“A luta,” ele disse calmamente, “acabou.”