Capítulo 984: Rey Vs Adrien [Pt 2]

BOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOMMMMMMMMMMMM!!!

A incrível energia que Rey havia acumulado durante sua conversa com Emil finalmente chegou ao ponto de ruptura, e ele enviou toda a carga na direção do atônito Adrien.

“O-o quê? O que você está—?!”

Normalmente, Adrien enfrentaria o ataque com confiança, certo de que não lhe causaria dano algum.

Agora, seu rosto estava pálido.

A razão podia ser atribuída à visão bizarra que ocorria bem diante dos olhos de Rey. O corpo de Adrien estava inchando em várias direções, com formas pontiagudas saindo de todos os lados—como se Emil o estivesse atacando de todos os ângulos.

“Você está louco?! Você realmente quer morrer? Vai morrer por causa DELE?!”

A voz de Adrien ecoou no vazio do espaço enquanto a explosão destrutiva se aproximava tanto dele quanto de Emil. Seus olhos brilharam de horror enquanto ele rapidamente fazia o melhor para erguer uma barreira sombria no último minuto para proteger seu corpo incrivelmente instável do ataque.

No entanto, o Ultimate Ray facilmente atravessou seu ataque e o empurrou em direção à sua máquina, com a explosão intensamente concentrada finalmente começando a devorar toda a resistência aparentemente esmagadora que ele havia preparado.

“E-Emil, pare! Espere! Por favor!”

Neste ponto, era Adrien que suplicava ao Familiar.

Devido às regras do Sistema se aplicarem muito vagamente a ela, ela podia desobedecer seu novo mestre sem consequências. No entanto, devido os dois estarem ligados, qualquer dano que Adrien recebesse seria recebido por Emil.

Talvez não pelo seu corpo físico, mas sua alma sofreria danos iguais.

E agora que ela estava intencionalmente removendo sua camada de proteção de Adrien, isso significava que ele estava livre para receber todo o dano que tinha confiança em rejeitar.

O resultado foi devastador.

“ARRRGHHHHHHHHHHH!!!” Adrien gritou, sentindo seu corpo se deconstruir enquanto sua barreira em volta de sua máquina começava a se desfazer.

Em uma fração de segundo, tudo desmoronou, e tanto Adrien quanto sua máquina explodiram em uma luz branca flamejante que lembrava uma supernova. Rey ergueu uma barreira que protegeu o planeta da radiação e do calor intenso que a explosão indubitavelmente liberou, seus olhos na máquina colapsante e obliterando Adrien.

No meio da luz estava Emil, cujo corpo agora estava se transformando em pó, já que Adrien estava morrendo.

Rey fez um sorriso triste enquanto olhava para ela.

‘Eu queria que as coisas fossem diferentes.’ Um suspiro escapou de seus lábios entreabertos. ‘Eu tentei te salvar.’

No entanto, o caso de Emil era muito diferente do de Lucielle, então ele não podia revivê-la propriamente. Ele não teve escolha senão vê-la queimar na luz, esperando que ela não sentisse dor durante todo o processo.

Então, finalmente—

FSHUUUUUU…

—As luzes diminuíram e a explosão esfumou, retornando o mundo de escuridão ao seu estado inicial. Os olhos de Rey se estreitaram enquanto ele olhava para o espaço e não encontrava nada—nenhum vestígio de Adrien ou da máquina.

Usando um Ultimate Ray que poderia destruir um planeta inteiro, seu objetivo era destruir até mesmo as anomalias espaciais que poderiam causar um buraco negro para engolir o universo. Pelo que parecia, ele havia conseguido.

Por isso, não havia mais Adrien… nem máquina… e nem um plano maligno grandioso.

Estava acabado.

‘Ainda assim, por que ainda me sinto tão inquieto?’

Logo, sua pergunta seria respondida na forma de uma mancha multicolorida brilhante na vastidão da escuridão do espaço.

‘Hm? O que é isso?’ Os olhos de Rey se estreitaram, lutando para compreender a complexidade das misturas de luz que via.

Ele não conseguia entender as cores e sua combinação.

Ele gostaria de chamar as cores pelos seus nomes, mas suas definições lhe escapavam. As cores formavam formas que também eram estranhas para ele. Algumas eram, é claro, familiares para ele—assim como algumas cores—mas também havia aquelas estranhas que faziam sua cabeça girar na ignorância.

No meio dessa exibição confusa, algo que tinha a semelhança de um ser humano emergiu da crescente mancha de confusão.

Essa entidade humanoide emitiu sons que Rey não entendia.

Ela falou em palavras que ele não conseguia compreender.

Então—

“Você pode me ouvir agora? Ah… muito melhor…”

—O erro diminuiu, com as formas e cores se estabilizando para formar conceitos compreensíveis que sua mente podia processar. A mancha no espaço era na verdade um buraco de minhoca, cheio de um colagem de várias cores que contrastavam tão finamente umas com as outras.

Quanto à entidade que surgiu do portão giratório… era ninguém menos que um humano.

E não qualquer humano.

“Adrien…” Rey franziu a testa enquanto o garoto se materializava bem diante de seus olhos. “Então você não morreu.”

“Obviamente.”

Adrien agora parecia muito mais velho do que antes—com a aparência de um homem se aproximando dos quarenta anos. Seu cabelo escuro havia ficado grisalho nas laterais, e enquanto seus olhos tinham algumas rugas ao redor deles, ele ainda mantinha uma aparência relativamente jovial.

Seu corpo anteriormente nu logo estava vestido, e ele estava completamente trajado com um terno todo preto coberto por uma capa preta.

Seus olhos completamente negros se focaram diretamente em Rey e ele finalmente falou.

“Você foi tolo em tentar me parar. Se você tivesse conseguido, tudo e todos neste mundo teriam ficado presos em sua existência decadente. Mas, felizmente… bem quando você estava prestes a destruir tudo—eu e minha máquina—o processo dentro dela foi concluído e se fundiu com as brasas do meu eu moribundo.”

“E isso fez você envelhecer vinte anos a mais.”

“Não… na verdade não.” Adrien riu. “Meu corpo foi enviado para outras realidades, e eu passei o que você poderia chamar de décadas tentando encontrar o caminho de volta.”

“Entendo.”

“Quanto tempo se passou aqui? Eu arrisco dizer que apenas alguns segundos.”

“Sim…”

“Fascinante, não é? Passei por todas aquelas experiências por um grande período de tempo, e esse tempo foi insignificante para você. Eu me pergunto… como o conceito de espaço e tempo se aplica àqueles que habitam acima.” Adrien lançou seu olhar para cima. “Mesmo agora, não posso deixar de me perguntar…”

“Então essas décadas não acalmaram suas obsessões.”

“Muito pelo contrário, na verdade. Minha motivação se intensificou depois de cruzar tantos mundos—muitos para contar. Alguns são bastante semelhantes ao nosso, enquanto outros são tão vastamente diferentes. Eu vi coisas, Rey… coisas que você não poderia compreender, então acredite em mim quando digo que esta realidade não tem significado.”

“….”

“Ainda não é tarde. Você ainda pode se juntar a mim em minha ascensão. Vamos fazer isso juntos. Vamos nós dois ascender a esse reino. Você diz que eles têm más intenções, mas e se nos uníssemos e protegêssemos um ao outro enquanto subíamos às suas fileiras? Seríamos imparáveis!”

Quanto mais Rey raciocinava, mais ele pensava.

‘Eu não estava tão certo antes… mas agora tenho certeza: Adrien era quem deveria ser escolhido por Ater.’

Para ser honesto, naquela época, quando Serafim havia convocado todos, Adrien poderia ter sido o terceiro a falar—fazendo a pergunta que fez.

‘Se isso tivesse acontecido, talvez H’Trae não estaria nesse estado.’

Uma combinação de Adrien e Ater… certamente, este mundo já teria sido libertado.

Mas—

‘Eu fui o escolhido… não ele.’ Os olhos de Rey endureceram. ‘E por causa disso, tenho que assumir a responsabilidade por este mundo e por aqueles de quem passei a me importar.’

Não havia garantia de que aquelas pessoas teriam vivido se Adrien tivesse sido o escolhido para obter [Doppel].

E por essa razão apenas, Rey estava certo de que não foi um erro.

‘Mesmo se eu fosse apenas um Extra durante toda minha vida, finalmente decidi mudar o mundo… não fugir dele.’

Diferente de Adrien, ele nunca iria abandonar H’Trae ou aqueles que amava.

“Então, o que você diz, Rey?”

Com um sorriso largo no rosto e determinação gravada em seus olhos, Rey assumiu uma posição de luta para mostrar sua disposição. Como se isso não fosse suficiente, ele abriu os lábios e declarou suas intenções.

“NÃO!”