Ponto de Vista de Um Extra - Capítulo 979
Capítulo 979: Guerra do Fim [Pt 2]
Os restos despedaçados da barreira ainda crepitavam com energia escura, dissipando-se no ar como brasas moribundas.
Todo o Continente do Norte havia sido envolvido em sua concha protetora momentos atrás, mas agora estava destruído—obliterado pelo Raio Supremo do Rey. E ainda assim, enquanto ele adentrava o coração do domínio inimigo, mal dava atenção à destruição.
A torre erguia-se diante dele, uma construção colossal de metal negro e obsidiana retorcida, estendendo-se em direção aos céus como uma lança destinada a perfurar o próprio céu. Por fora, era um monumento sinistro de escuridão, mas Rey sabia que as verdadeiras defesas estavam dentro.
Ele avançou.
No momento em que seu pé cruzou a entrada, o ar vibrou. As paredes se moveram, runas se acenderam, e uma cascata de alarmes ecoou pela torre.
[Protocolos de segurança ativados].
Correntes de energia vermelha dispararam das paredes, tentando prendê-lo. Construções mecânicas gigantes surgiram dos pisos e tetos, cada uma empunhando enormes lâminas infundidas com energia de anulação—projetadas para cortar qualquer forma de poder com que entrassem em contato.
Centenas de sentinelas apareceram das sombras, seus corpos forjados de um metal desconhecido que cintilava com um brilho sobrenatural. Seus olhos travaram em Rey, suas armas reluziam enquanto avançavam em uníssono.
Um ser comum—não, mesmo um exército de guerreiros de elite—teria dificuldades contra essas defesas.
Rey não teve.
Seu corpo desfocou.
Um único passo, e o próprio ar se partiu.
As correntes se desintegraram antes de alcançá-lo. As construções imponentes desmoronaram, seus núcleos obliterados antes que suas armas sequer fossem empunhadas. Os sentinelas—formidáveis em todos os aspectos—não perceberam que estavam mortos até seus corpos se dividirem, cortados por uma força invisível.
Ele não precisou lutar. Ele não precisou planejar.
Ele sobrepujou tudo.
Sua mera presença destruiu as defesas destinadas a conter uma força invasora inteira.
E então, ele estava no topo.
O grande salão era vasto, estendendo-se infinitamente em todas as direções. Mármore negro revestia os pisos, refletindo o brilho violeta lúgubre que emanava das paredes. Sigilos flutuantes esculpidos no próprio tecido da realidade vibravam com energia, e no centro de tudo—de pé atrás de uma parede impenetrável de escuridão—estava Adrien.
Os olhos de Rey travaram nele.
Adrien parecia ligeiramente diferente do que ele lembrava. Seu cabelo negro havia ficado longo, emoldurando seus traços bem definidos, seus olhos poços de pura escuridão com um leve brilho violeta se movendo dentro deles. Sombras se enrolavam ao redor de seu corpo, subindo e descendo como criaturas vivas, conferindo-lhe uma aparência quase espectral.
Mas havia algo diferente nele.
Algo… errado.
Rey deu um passo à frente. A barreira de escuridão estava entre eles, espessa e intransigente, sua presença mais sufocante que a que cobriu todo o continente.
Esta era mais forte.
Adrien sorriu. “Demorou o bastante.”
Rey não retribuiu o gesto. Seu olhar dourado fixou-se em Adrien, sua voz firme.
“Chegou a hora, Adrien. Seja qual for o seu plano, vou encerrá-lo agora.”
Adrien soltou uma leve risada, balançando a cabeça. “Você realmente acha que entende algo? Mesmo agora, depois de tanto tempo?”
“Você traiu H’Trae, traiu a mim…” O tom de Rey era cortante, penetrando o ar como uma lâmina. “Você deixou este mundo cair no caos apenas para atingir qualquer plano retorcido que tenha criado.”
Muitas coisas estavam na mente de Rey, e muito mais havia a ser dito, mas não havia sentido em dizê-las neste momento. Tudo o que ele sabia com certeza era a resolução gravada em seu coração e a determinação de salvar este mundo que ele amava tanto.
“Eu nunca vou te perdoar.”
A expressão de Adrien permaneceu indecifrável. “E o que você teria feito, Rey? Ficado parado e assistido? Brincado de herói? Agarrado sua moralidade enquanto os verdadeiros jogadores movimentavam suas peças?”
‘Quanto ele sabe sobre os que estão acima?’ Rey ponderou para si mesmo, cerrando os punhos.
Não, este não era momento para especulação.
Apenas ação!
“Eu não teria sacrificado tantas vidas.”
Adrien exalou lentamente, seus olhos se estreitando. “Você pensa muito pequeno. Sempre pensou.”
Rey não respondeu. Ele simplesmente agiu.
Ele atacou a barreira com toda sua força. O salão inteiro tremeu, as paredes abalaram enquanto rachaduras se espalhavam pela energia negra. O impacto esmagador gerou uma onda de força que percorreu a torre, fazendo estruturas distantes gemerem sob a pressão.
Por um momento, a barreira resistiu.
Então—
BOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOMMMMM!!!
Ela se estilhaçou!
A explosão de energia negra iluminou toda a torre, enviando ondas de impacto nas redondezas. Rey avançou pelos restos desvanecentes da barreira, sua mão se fechando em torno da garganta de Adrien antes mesmo que o homem pudesse reagir.
Ele o levantou sem esforço, olhos dourados brilhando com puro poder. “Onde está seu verdadeiro corpo?”
Adrien apenas sorriu, apesar da força esmagadora em sua garganta.
“Quem sabe?”
O aperto de Rey se intensificou, mas antes que pudesse pressionar mais, o sorriso de Adrien se ampliou. “Você veio até aqui pensando que era só eu?”
Os olhos de Rey se estreitaram. “Do que você está falando?”
Os dedos de Adrien estalaram.
E então—
Uma presença.
Rey sentiu antes de ver.
Uma pressão titânica caiu sobre o salão, distorcendo o ar com seu peso esmagador. Uma sensação que Rey havia encontrado apenas uma vez em sua vida.
‘Imperador Dragão?!’
Ele virou.
No ponto mais distante do salão, uma figura emergiu.
Seu fôlego travou.
Cabelos brancos caíam em ondas intermináveis, alcançando o chão como fios de seda. Nove chifres curvavam-se de sua cabeça, rachaduras negras dividindo sua pele impecável. Uma coroa flutuante pairava acima dela, movendo-se com um brilho estranho.
Seus olhos.
Negro profundo, marcado por rachaduras de luz vermelha, como algo que havia sido quebrado e apressadamente remontado. As marcas escuras em seu corpo pulsavam, e atrás dela, múltiplas asas se desdobraram—uma mistura sobrenatural de radiância sagrada e corrupção abissal.
Uma cauda chicoteava atrás dela, alternando entre forma sólida e sombra.
Todo o corpo de Rey congelou.
Este não era o Imperador Dragão… pelo menos, não o que ele conhecia.
“…Lucielle.”
Ela avançou, seu olhar vazio, porém penetrante.
Adrien riu dentro do aperto de Rey. “Ela é minha carta na manga.”
Rey lentamente soltou Adrien, sua atenção completamente voltada para a mulher diante dele. Sua mente corria, juntando o que via.
Lucielle era poderosa—impressionantemente poderosa. Mas isso… isso era algo diferente.
Não era apenas ela.
Algo havia sido feito com ela.
Adrien se arrumou, afastando-se casualmente. “Você pensou que estava preparado, Rey. Mas você nem sequer entende o que realmente está em jogo aqui.”
Rey deu um passo à frente, cada fibra de seu ser gritando que algo estava terrivelmente errado.
Seus olhos dourados brilharam com análise, e foi então que ele viu.
A Janela de Status dela.
[JANELA DE STATUS]
– Nome: Luci’elle
– Raça: Dragão Real (Transcendente)
– Classe: Imperador Dragão (Categoria SS)
– Nível: 999 (Máximo)
– Força Vital: 999,999
– Nível de Mana: 999,9999
– Habilidade de Combate: 999,999
– Pontos de Estatística: 0
– Habilidades (Exclusivas): [Resetar]
– Habilidades (Não-Exclusivas): [Destruição Mundial]. [Toda Magia]. [Domínio Perfeito]. [Domínio Completo]. [Maldade Personificada].
– Alinhamento: Caótico Maligno
[Informações Adicionais]
A destruidora do mundo e arauto da vontade do caos. Ela é a inimiga suprema de H’Trae e a deidade absoluta dos Dragões.
Essa entidade vil e você trarão o fim deste mundo.
[Fim das Informações]
“Entendo…” Sua voz estava firme, mas seu peito apertou. “Então a Habilidade [Resetar] estava com você o tempo todo?”
Ela não respondeu.
Em vez disso, suas asas se abriram amplamente, as rachaduras escuras em seus olhos brilhando.
Adrien sorriu. “Bem, então, vamos começar?”
A temperatura caiu.
O salão escureceu.
E Lucielle se moveu.
*
*
*
[A/N]
Eu tenho um novo romance, pessoal!
Chama-se Era Arcana, e está no Webnovel no momento. Espero que deem uma olhada agora ou pelo menos quando terminarem esse romance. É definitivamente melhor do que O Ponto de Vista de um Extra, e eu não digo isso levianamente.
Obrigado por ler.