Ponto de Vista de Um Extra - Capítulo 949
- Home
- Ponto de Vista de Um Extra
- Capítulo 949 - 949 Aliança Relutante 949 Aliança Relutante Silêncio reinou
949: Aliança Relutante 949: Aliança Relutante Silêncio reinou no quarto por alguns segundos.
A aura dourada de Serafim se apagou ainda mais enquanto ela absorvia a pergunta do Rey, fazendo o seu melhor para ignorar o tom extremamente direto dele. Ela estava no quarto do Rey, seu olhar penetrante se fixando no dele enquanto ela começava sua explicação.
“A situação na Terra saiu do equilíbrio…” Ela suspirou, seu tom calmo, mas firme. “Fui enviada pelos superiores para corrigi-la. Sua presença aqui, junto com a do Imperador Dragão, está causando perturbações que a ordem natural da Terra não pode sustentar.”
Rey cruzou os braços e se encostou na parede, as sobrancelhas franzidas.
“Perturbações? Pode elaborar?”
Serafim assentiu, sua expressão inabalável. “A magia não existe naturalmente na Terra, pelo menos não na forma que existe em H’Trae. O despertar de poderes que você observou — humanos ganhando habilidades que eles não deveriam ter — isso é um resultado direto da presença do Imperador Dragão aqui. Sua aura se infiltra neste mundo, dobrando suas regras. Se não for controlado, os efeitos vão escalar, mergulhando a Terra em caos.”
Rey processou suas palavras, sua mente acelerada. “Então, você está dizendo que não é apenas o Imperador Dragão. Eu também faço parte do problema.”
“Você faz,” confirmou Serafim. “Sua conexão com H’Trae, seus poderes — eles contribuem para a perturbação, embora não na mesma medida. A presença do Imperador Dragão é o que amplifica o problema. É por isso que fui enviada para garantir que ambos sejam retornados para H’Trae.”
Rey assentiu lentamente, as peças se encaixando. “Faz sentido. A chegada do Imperador Dragão explica o súbito aumento nos despertares. Mas se é assim, por que não lidar com ele diretamente? Por que me envolver nisso?”
A expressão de Serafim suavizou ligeiramente, embora seu tom se mantivesse firme. “Porque eu não posso fazer isso sozinha. Usei uma parcela significativa do meu poder para salvar o campo de batalha mais cedo. Eu não tenho força suficiente para enfrentar o Imperador Dragão, especialmente se ele resistir — e ele vai resistir. Ele não é tão razoável quanto você.”
Rey suspirou, esfregando a nuca. “É o esperado. Então, qual é o plano? Você sabe onde ele está?”
“Sei,” admitiu Serafim. “Mas confrontá-lo não será simples. Para transportar vocês dois de volta para H’Trae, preciso que estejam no mesmo lugar ao mesmo tempo, e só tenho uma oportunidade para abrir o portal. O Imperador Dragão provavelmente não vai cooperar. Isso significa que talvez tenhamos que subjugá-lo — e para isso, vou precisar da sua ajuda.”
Rey levantou uma sobrancelha.
“Minha ajuda? Odeio te dizer isso, mas não estou exatamente na melhor forma agora. Estou me recuperando aos poucos, mas longe da minha força total, duvido que possa enfrentar alguém como ele.”
“O mesmo pode ser dito sobre o Imperador. Ele não está quase tão forte quanto estava em H’Trae. Comparado àquele mundo, onde ele passou milhares de anos acumulando poder, ele mal está aqui há um ano… e não é como se o povo da Terra lhe desse EXP suficiente.”
“Entendo. Mas eu imagino que ele ainda esteja mais forte do que eu.”
“É por isso que você precisa ficar mais forte,” disse Serafim, de forma direta. “Subir de nível. Treinar. Fazer o que for necessário para atingir seu potencial máximo o mais rápido possível. Só então teremos uma chance.”
O maxilar do Rey se apertou, mas ele não conseguiu argumentar com a lógica dela.
“Certo,” ele disse após um momento. “Mas não espere que eu faça isso pela bondade do meu coração. Isso é sobre sobrevivência — para mim, para a Terra e para todos os envolvidos. Vou te ajudar, mas estamos nisso juntos, entendeu?”
Serafim deu um sorriso leve, uma rachadura rara em seu comportamento normalmente estoico.
“Uma aliança relutante, então.”
Rey deu de ombros. “Chame do que quiser. Apenas certifique-se de uma coisa — não estou fazendo isso cegamente. Tenho perguntas, e espero respostas.”
“Responderei o que puder,” disse Serafim, seu tom neutro mais uma vez. “Mas algumas verdades estão além do seu direito de saber. Minha missão vem primeiro.”
Rey exalou fortemente, balançando a cabeça. “Claro que sim.”
Enquanto o silêncio caía entre eles, sua aliança relutante foi forjada, unida pela necessidade e pela iminente ameaça do Imperador Dragão.
“Ah! Também…”
A expressão de Serafim se tornou sombria, seu olhar penetrante se fixando em Rey com uma intensidade que o deixou desconfortável.
“Antes de seguirmos em frente, há algo mais que você precisa saber,” ela disse, sua voz baixa, mas deliberada.
Rey franziu a testa. “O que agora? Outra ameaça que pode acabar com o mundo?”
“Não exatamente,” Serafim respondeu. “Mas é igualmente perigoso. Há um traidor na Resistência.”
Rey se enrijeceu, seus olhos se estreitando.
“Eu sei,” ele disse lentamente. “Tem sido óbvio por um tempo. Os vazamentos, o sabotagem — é preciso demais para ser uma coincidência. É alguém que está num alto escalão, mas ainda não descobri quem é.”
Serafim ergueu uma sobrancelha, claramente intrigada. “E quem você suspeita?”
Rey hesitou, seu maxilar se apertando.
“Se tivesse que adivinhar, é ou o Almirante Zach ou Seth. Zach sempre foi excessivamente estratégico, como se estivesse planejando algo maior do que ele demonstra. E Seth…” Ele pausou, sua voz endurecendo.
“Bem, minha família é escória. A traição corre no sangue deles.”
Os lábios de Serafim se curvaram em um sorriso leve, quase de pena.
“Você está errado.”
Os olhos de Rey se estreitaram ainda mais. “Ah é? E você sabe disso como?”
“Eu tenho a habilidade de ver através do eu exterior de uma pessoa,” Serafim explicou. “Suas intenções, seus pensamentos — é tão claro para mim quanto as palavras que você está falando agora. É assim que consigo me comunicar com você telepaticamente. E posso te garantir, o traidor não é nem o Almirante Zach nem Seth.”
Rey sentiu um arrepio lhe percorrer a espinha. “Então quem é?”
O olhar de Serafim não vacilou. “É a Dama A. Angie.”
O nome atingiu Rey como um soco no estômago.
Ele prendeu a respiração, e por um momento, teve certeza de que não tinha ouvido corretamente.
“Angie?” ele repetiu, sua voz quase inaudível. “Não. Isso é impossível. Você está mentindo.”
A expressão de Serafim permaneceu calma, inabalável. “Eu não minto, Rey. Você deveria saber disso.”
Rey balançou a cabeça, sua mente acelerada. “Não tem como. Angie é a espinha dorsal da Resistência. Ela é quem mantém tudo junto. Por que ela nos trairia? Que razão possível ela poderia ter?”
“Essa é uma pergunta que só ela pode responder,” Serafim respondeu. “Mas considere o seguinte: a Dama A tem mais liberdade do que qualquer operativo no QG. Ela tem acesso a qualquer informação que quiser, não importa quão classificada. Sua reputação é intocável — ninguém jamais a suspeitaria. Ela está perfeitamente posicionada para alimentar informações ao inimigo sem que ninguém perceba.”
Rey cerrava os punhos, seus pensamentos espiralando.
Ele revisou cada interação, cada momento compartilhado com Angie, procurando por algo — qualquer coisa — que pudesse indicar traição. Mas nada se destacava.
“Não,” ele disse de novo, mais firmemente dessa vez. “Tem que haver algum engano. Angie não faria isso.”
“Por que você não pergunta para ela mesma,” Serafim disse simplesmente, um sorriso enigmático surgindo em seus lábios.
Antes que Rey pudesse responder, um toque ecoou pelo quarto. Ele e Serafim congelaram, seus olhares se encontrando em um momento tenso antes de se voltarem para a porta.
O coração de Rey batia forte enquanto sua mente acelerava.
Seria ela? E se fosse, o que diabos ele deveria dizer?
O toque veio novamente, mais suave dessa vez.
Serafim deu um passo para trás, cruzando os braços. “Sua jogada, Rey.”
Ele respirou fundo, se preparando.
“Vamos descobrir.”