Ponto de Vista de Um Extra - Capítulo 941
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- Capítulo 941 - 941 Treinamento Desconfortável 941 Treinamento Desconfortável
941: Treinamento Desconfortável 941: Treinamento Desconfortável A energia da sala era elétrica, uma mistura de antecipação e determinação.
Rey encontrou seu assento designado perto da frente, entre os Oficiais Supervisores. Dama A e seu esquadrão sentaram-se nas proximidades, sua postura composta contrastando com a energia nervosa de muitos na sala. Rey não pôde evitar olhar para ela.
A semelhança com Alicia ainda era perturbadora, mas ele se forçou a focar.
Seu olhar desviou brevemente para a seção de funcionários do QG, onde avistou Ezra. O antigo Oficial Supervisor estava sentado rigidamente, com uma expressão sombria. Não era preciso ser um gênio para ver a amargura em seus olhos. Rey permitiu-se um pequeno sorriso antes de voltar sua atenção para frente.
O Almirante Zach Skylar subiu ao palco, os murmúrios na sala diminuindo até o silêncio enquanto ele se aproximava do púlpito. O Almirante limpou a garganta, sua presença comandante preenchendo o espaço.
“Senhoras e senhores,” ele começou, sua voz firme e autoritária, “estamos aqui hoje porque estamos à beira de uma das operações mais significativas na história da Resistência. A missão que estamos prestes a empreender não é apenas uma batalha — é um ponto de virada. Uma chance de desferir um golpe decisivo contra o Imperador Dragão e suas forças.”
A sala estava silenciosa, todos os olhos fixos no Almirante enquanto ele continuava.
“Em alguns dias, lançaremos um ataque em larga escala no Centro de Produção do Imperador Dragão – uma instalação de imensa importância estratégica. Graças ao reconhecimento da Dama A e aos esforços de sua equipe, identificamos este local como um ponto crítico nas operações do inimigo. O que quer que estejam produzindo lá representa uma grave ameaça, e é nosso dever eliminá-lo antes que possa ser liberado.”
Rey inclinou-se ligeiramente para frente, sua atenção aguçada. Este era o momento — o ponto de partida para tudo o que viria.
A visão do Almirante varreu a sala, seu tom firme. “Esta missão exigirá os esforços combinados de cada Esquadrão presente, juntamente com o apoio da QG. Nos próximos dois dias, vocês receberão informações detalhadas, treinamento e atribuições para garantir que estejam preparados. Espero nada menos que o seu melhor.”
Ele se virou levemente em direção à Dama A.
“Dama A agora fornecerá mais detalhes sobre a operação. Prestem muita atenção — suas vidas e as vidas de inúmeros outros dependem disso.”
Rey recostou-se enquanto Dama A se levantava, sua presença tão comandante quanto sempre.
A sala preparou-se para o que certamente seria um dos informes mais importantes de suas vidas.
**********
Rey estava no fundo do salão de assembleia lotado, de braços cruzados conforme a reunião concluía.
A sala zumbia com tensão enquanto esquadrões, oficiais e funcionários saíam, suas mentes sem dúvida aceleradas com a escala da operação. Ele encostou-se na parede, estudando sua atribuição no tablet em sua mão.
Seu posicionamento no plano de batalha estava claro: as linhas de frente.
Ele faria parte da força que contrariaria diretamente a carga inicial do inimigo após Dama A e seu esquadrão iniciarem o ataque.
Um sorriso discreto surgiu em seus lábios ao pensar no Almirante Zach.
‘Claro, ele me colocaria lá. Uma oportunidade perfeita para eliminar a decepção familiar sob o disfarce de estratégia.’
Mas a ideia não incomodava muito Rey.
Ele já havia deixado de se importar com sua chamada família há muito tempo. O posicionamento, por mais perigoso que fosse, era uma espada de dois gumes. Embora eles pudessem esperar por sua queda, também era uma oportunidade — uma chance de se fortalecer, de subir de nível.
Guardando o tablet, Rey dirigiu-se de volta aos seus aposentos, o barulho da multidão dispersa desaparecendo atrás dele. Ao entrar na relativa silêncio de seu quarto, ele exalou e esticou-se, a tensão da reunião deslizando de seus ombros. Ele jogou o tablet em sua mesa e sentou-se na beira de sua cama, sua mente já calculando.
‘As linhas de frente… será um banho de sangue. Mas se eu jogar minhas cartas corretamente, sairei mais forte do que nunca.’
Rey deitou-se, olhando para o teto.
Pensamentos da batalha giravam em sua mente, mas logo o cansaço o venceu, e ele adormeceu em um cochilo inquieto.
***********
Na manhã seguinte, Rey decidiu clarear sua mente antes que os preparativos consumissem o dia.
Os salões de treinamento, ele raciocinou, estariam principalmente vazios com todos ocupados finalizando seus planos. Era a oportunidade perfeita para praticar um pouco.
Ele chegou a um dos salões menores, as portas duplas rangendo enquanto ele as empurrava. O espaço estava pouco iluminado, o zumbido fraco da maquinaria da instalação sendo o único som. Mas quando ele entrou, ele congelou.
No canto mais distante do salão, Dama A estava se alongando, seus movimentos deliberados e fluidos. Seu cabelo castanho estava preso, e seus olhos violetas se voltaram para ele assim que notou sua presença.
“Bom dia,” ela disse, sua voz ecoando facilmente pelo salão.
Rey considerou ir embora.
Estar sozinho com ela não era exatamente confortável, especialmente depois de quanto ela o lembrava de Alicia. Mas sair agora pareceria estranho. Ele suspirou internamente e forçou-se a responder.
“Bom dia,” ele disse, seu tom neutro enquanto ele avançava mais para dentro do salão.
Dama A se endireitou, inclinando ligeiramente a cabeça enquanto o estudava. “Não pensei que alguém mais estaria aqui tão cedo. Planeja treinar?”
Rey deu de ombros. “Algo assim.”
Ela acenou com a cabeça, gesto em direção ao espaço aberto. “Tem bastante espaço. Fique à vontade.”
Rey hesitou por um momento antes de se mover para o lado oposto do salão. Ele começou sua rotina de aquecimento, deliberadamente mantendo as costas voltadas para ela. O silêncio entre eles era pesado, e Rey podia sentir o olhar dela sobre ele ocasionalmente.
“Então,” Dama A disse depois de um tempo, quebrando o silêncio. “Como você se sente sobre seu posicionamento no plano?”
Rey pausou no meio do alongamento, olhando por cima do ombro.
“O que tem ele?”
Ela deu um pequeno sorriso, cruzando os braços. “Linhas de frente são… desafiadoras. Nem todos lidariam bem.”
Ele voltou à sua rotina, sua voz casual. “Eu vou me virar.”
Dama A o observou por um momento antes de falar novamente. “Você parece confiante. Isso é bom. Mas só a confiança não vai mantê-lo vivo lá fora.”
Rey se endireitou, encontrando seu olhar pela primeira vez.
“Eu sei disso.”
Algo em seu tom fez a expressão dela suavizar, e ela acenou com a cabeça. “Bom. Então estamos na mesma página.”
O silêncio retornou, mas dessa vez parecia menos tenso. Rey retomou seu treinamento, concentrando-se em seus movimentos e deixando a tensão em sua mente se dissolver. Dama A continuou seus alongamentos, sua presença estranhamente estabilizadora apesar da inquietação que ainda provocava nele.
Enquanto trabalhava em sua rotina, Rey se pegava olhando para ela ocasionalmente, seus pensamentos demorando nas semelhanças entre ela e Alicia. Ele rapidamente afastava esses pensamentos, forçando-se a focar no presente.
‘Qualquer que seja a semelhança, ela não é Alicia. Preciso lembrar disso.’
A sessão de treinamento se estendeu em um silêncio companheiro, ambos se preparando à sua maneira para as batalhas que viriam.
Depois de um tempo, Rey não pôde mais evitar.
‘Provavelmente deveria ir embora. Não vou progredir no treinamento se continuar me distraindo assim.’
Além disso, ele precisava de privacidade para praticar algumas de suas habilidades — tanto velhas quanto novas.
No entanto, antes que pudesse agir segundo seus pensamentos, ele ouviu uma voz do outro lado da sala.
“Ei… quer treinar comigo?”
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[A/N]
Peço desculpas profundas por não haver capítulos ontem! Para me desculpar, vou postar três capítulos hoje.
Obrigado por ler.