Ponto de Vista de Um Extra - Capítulo 903
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903: Amor Verdadeiro 903: Amor Verdadeiro ~VWUUUM!~
Quando Rey e Alicia apareceram, a distorção do espaço se desvaneceu, deixando-os de pé em meio ao zumbido ambiente da Magia quase completa de Lucielle.
Lucielle estava no centro da câmara, suas asas caídas, seus chifres brilhando fracamente enquanto ela ficava sobre um Círculo Mágico intricado. Sua energia pulsante enchia o ar com uma ressonância pesada, do tipo que faz a pele arrepiar e o coração acelerar.
Suor brilhava em sua testa, e sua respiração era ofegante. A Runa estava quase completa, mas era claro que ela estava pagando um preço por sua criação.
Os olhos de Rey se arregalaram, seu estoicismo habitual se quebrando. “Lucielle!”
Ela olhou para ele, seus olhos carmesim vidrados de exaustão. Um sorriso fraco tocou seus lábios. “Você chegou bem na hora”, disse ela, sua voz tremendo mas carregada de triunfo. “O portal… está pronto.”
As runas no chão brilharam intensamente, e o Círculo Mágico ganhou vida com um zunido estrondoso. Lucielle cambaleou, seus joelhos dobrando-se sob ela, mas antes que pudesse desabar, Rey estava lá. Ele a segurou, um braço sob seus ombros, sua outra mão sustentando sua cabeça.
“Lucielle, você se esforçou demais”, ele murmurou, seu tom carregado de preocupação.
Ela deu uma risada fraca, sua cabeça descansando contra seu peito. “Não… comece a me dar lições agora. Apenas… apenas leve Alicia para casa. Isso é tudo o que importa.”
Rey franziu a testa, mas não discutiu. Em vez disso, ele a levou para um canto tranquilo da câmara, conjurando uma almofada de musgo macio com um movimento de sua mão. Ele a deitou gentilmente, seus movimentos inusitadamente ternos. Lucielle suspirou, suas pálpebras tremendo fechadas conforme sucumbia ao esgotamento.
Quando Rey deu um passo para trás, ele sentiu o peso do olhar de alguém e virou-se para ver Alicia observando-o. Seus braços estavam cruzados, e embora sua expressão fosse neutra, havia um lampejo de algo agudo—ciúmes?—em seus olhos.
Rey piscou, momentaneamente confuso. “O que foi?”
“Nada”, Alicia disse rapidamente, rápido demais. Ela balançou a cabeça, forçando um sorriso. “Vamos apenas… focar nisso, certo?”
Rey hesitou, mas a urgência do momento prevaleceu. Ele encurtou a distância entre eles, sua expressão se suavizando. “Você está pronta?”
Alicia mordeu o lábio, olhando para o portal brilhante. Sua energia torcia e girava como uma coisa viva, seu chamado tanto aterrorizante quanto hipnotizante.
“Não sei,” ela admitiu.
O olhar de Rey era firme. “Você esperou por esse momento, Alicia. Uma chance de voltar para casa. Para a Terra.”
Ela assentiu, seu coração pesado. “Eu pensei que estava pronta. Eu realmente pensei. Mas agora…” Sua voz falhou, e ela olhou para ele, seus olhos brilhando com lágrimas não derramadas. “Agora parece errado.”
“Alicia,” Rey começou, mas ela o interrompeu, sua voz tremendo com emoção.
“Apenas me deixe dizer isso, Rey. Por favor.” Ela respirou fundo, suas mãos cerradas em punhos ao seu lado. “Eu pensei nisso vezes e vezes desde que você me contou sobre o plano. Eu pensei que ir para casa seria a escolha fácil. Mas quanto mais eu penso sobre isso, mais percebo que não posso deixar você para trás.”
Os olhos de Rey se arregalaram, e ele abriu a boca para falar, mas as palavras ficaram presas em sua garganta.
“Eu amo você, Rey,” Alicia disse, sua voz quebrando. Lágrimas escorriam pelo seu rosto, mas ela permanecia firme, seu olhar travado no dele. “Eu te amo há tanto tempo, e eu simplesmente não posso te deixar. Não agora. Nunca.”
Rey sentiu como se o mundo tivesse inclinado em seu eixo. As palavras de Alicia o atingiram como uma onda, varrendo as paredes que ele havia construído cuidadosamente ao redor de seu coração. Ele respirou fundo, sua voz mal acima de um sussurro. “Alicia… você não sabe o que está dizendo. Ficar aqui… é perigoso. Você pode se machucar—”
“Eu não me importo!” ela o interrompeu, sua voz se elevando com a emoção crua. “Eu não me importo com o perigo ou os riscos. O que me importa é você, Rey. Você é a única coisa que importa para mim.”
Ele a encarou, sua mente acelerada. Todo instinto gritava para ele protegê-la, para enviá-la para casa onde ela estaria segura. Mas outra parte dele, uma parte que ele havia enterrado há muito, ansiava por segurá-la, por deixá-la ficar ao seu lado.
“Eu tentei afastar esses sentimentos,” Alicia continuou, sua voz mais suave agora. “Eu disse a mim mesma que não merecia sentir isso por você, não quando havia tanto em jogo. Mas eu não posso continuar fingindo. Eu te amo, Rey, e eu quero ficar aqui—com você.”
Rey fechou os olhos, seu maxilar se apertando enquanto ele lutava para controlar a tempestade de emoções que rugiam dentro dele. Quando ele os abriu novamente, estavam cheios de um calor que Alicia nunca havia visto antes.
“Eu passei tanto tempo tentando proteger todos, tentando carregar tudo sozinho,” ele disse baixinho. “Eu pensei que era isso o que eu tinha que fazer. Mas ouvir você dizer isso…”
Ele deu um passo mais perto, sua voz tremendo com honestidade.
“Isso me faz perceber que fui um tolo. Eu estava fugindo dos meus próprios sentimentos porque tinha medo de perder você.”
A respiração de Alicia prendeu, a esperança cintilando em seus olhos.
“Eu também te amo, Alicia,” Rey admitiu, sua voz mal acima de um sussurro. “Eu acho que sempre amei. Mas eu tinha muito medo de dizer isso. Muito medo de me permitir sentir.”
Ele sentiu suas emoções serem suprimidas repetidamente, mas as emoções avassaladoras dentro dele tornaram impossível para esses sentimentos evaporarem.
Tudo o que ele sentia naquele momento… era amor puro.
Ela deu um passo adiante, fechando a distância entre eles. “Então não tenha mais medo.”
Rey hesitou por apenas um momento antes de alcançá-la, sua mão acariciando sua bochecha. Ela se inclinou para o toque dele, seus olhos se fechando enquanto as lágrimas continuavam a cair.
“Eu prometo que vou proteger você,” ele disse, sua voz firme. “Não importa o que aconteça, vou te manter segura. Não vou deixar nada te tirar de mim.”
“Eu não preciso que você me proteja,” ela respondeu, sua voz cheia de força tranquila. “Eu só preciso que você fique comigo.”
Ele sorriu, um sorriso raro e genuíno que suavizou todo o seu semblante. “Então eu ficarei com você. Sempre.”
Seus olhares se encontraram, e por um momento, o mundo ao redor pareceu desaparecer. O portal brilhante, o zumbido do Círculo Mágico, o peso de suas responsabilidades—tudo isso desapareceu, deixando apenas os dois.
Rey inclinou-se, e Alicia diminuiu a distância entre eles. Seus lábios se encontraram em um beijo que era ao mesmo tempo gentil e apaixonado, uma confissão silenciosa de tudo que tinham medo de dizer.
O tempo pareceu parar enquanto se agarravam um ao outro, o beijo se aprofundando à medida que anos de emoções reprimidas vinham à tona. Quando finalmente se afastaram, estavam ambos sem fôlego, suas testas encostadas uma na outra.
“Eu não vou a lugar algum,” Alicia sussurrou, seu sorriso radiante apesar de suas lágrimas.
“E eu não vou te deixar ir,” Rey respondeu, sua voz firme e cheia de convicção.
Eles ficaram assim por um momento a mais, segurando um ao outro como se o mundo pudesse desmoronar ao redor deles. Pela primeira vez em uma eternidade, ambos sentiram uma sensação de paz—uma sensação de pertencimento.
Então—
~WHUM!~
De repente, quase como se ela fosse arrancada, Alicia foi puxada para longe do abraço de Rey.
“Huh?!”
Seu corpo flutuou longe dele em direção a uma certa silhueta que tinha aparecido de repente na entrada da sala. Levou apenas uma fração de segundo—não, muito menos do que isso.
Antes mesmo de Rey poder compreender totalmente a situação, ela estava bem na garra do intruso.
“Rey—!”