Ponto de Vista de Um Extra - Capítulo 82

82: Após o Incidente 82: Após o Incidente Silêncio.

Foi o que veio primeiro.

Um silêncio desconfortável e avassalador que se infiltrou nas profundezas das mentes de todos que estavam testemunhando o que os caídos viam.

Então, quando o silêncio se esgotou… a próxima coisa que veio foi o horror.

Dentro da escuridão do Calabouço Real, os heróis caídos só podiam assistir impotentes enquanto uma sombra esmagadora se erguia diante deles.

A silhueta de uma monstruosidade imensa que irradiava nada além de pura malevolência.

Esta seria a primeira vez que eles encontrariam algo assim.

E pelo que parecia… estava destinado a ser a última.

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[Alguns Dias Antes]
Alguns dias se passaram desde o incidente com Adônis.

Todos estavam inicialmente horrorizados e perplexos com o que viram, mas depois que Adônis desabou diante deles — mal respirando enquanto explicava a situação — todos puderam entender melhor.

Parecia que um dos seus — Adam Sanchez — havia planejado matar Adônis.

Sua Habilidade respondeu em autodefesa automática e matou Adam antes mesmo que o Herói pudesse perceber o que estava acontecendo.

Conforme Adônis descrevia o que tinha acontecido, parecia que ele estava sonâmbulo.

A sensação era surreal.

Claro, nenhuma dessas explicações dadas tiraram o peso da morte de um colega de classe.

Ainda era uma tragédia.

No entanto, saber que Adam ia matar Adônis, e que Adônis não tinha controle sobre suas ações, foi o suficiente para mudar as reações de todos.

O olhar de horror que davam a Adônis logo desapareceu, e a imagem desconfortável do seu colega de classe decapitado acabou adquirindo um sabor diferente.

“Ele mereceu, não mereceu?”

“O que ele queria? Por que ele atacaria o Adônis?”

“Talvez ele estivesse trabalhando para o inimigo…”

Essas eram as palavras que agora circulavam pelos lábios e ouvidos dos colegas de classe.

Antes que eles percebessem, Adam era visto apenas como um bode expiatório, e Adônis era louvado como o mártir.

E agora… três dias depois… tanta coisa tinha mudado.

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“E agora, o que vamos fazer, Rey?”

Noah e Rey estavam sentados no quarto deste último. Havia apenas uma razão para esses dois se encontrarem assim.

Era para discutir negócios.

“Não conseguimos vender Núcleos de Monstro há três dias. Desde A… aquele incidente.”

Entre os alunos, ainda havia alguns que achavam difícil articular corretamente o que aconteceu naquela noite.

Noah Sherlock era um deles.

“Desde que Adam foi morto por Adônis? Diga como é, Noah.”

Essa resposta cortante veio de ninguém menos que Rey.

Ele tinha uma expressão calma no rosto, quase como se nada disso o afetasse.

Seus olhos negros e sem brilho pareciam estar olhando para algo invisível distante enquanto ele abordava casualmente o incidente que abalou todo o grupo.

“N-não fale assim, Rey! Alguém morreu, sabe?” Noah estalou, uma gota de suor escorrendo pela sua bochecha enquanto ele proferia aquelas palavras sem perceber.

Seus olhos se arregalaram no momento em que ele percebeu o que tinha feito. O olhar afiado de Rey agora estava sobre ele, fazendo-o instantaneamente retroceder alguns passos.

“D-desculpe… por levantar a voz…” Ele sussurrou.

“Tudo bem. Eu entendo o que você está dizendo, Noah, mas não podemos nos deixar abater por algo assim…”

Da perspectiva de Rey, Adam não passava de um estranho para ele.

Ele também era um estranho para Noah.

Não havia motivo para deixar que a morte dele afetasse as áreas relevantes de suas vidas.

“É lamentável que sua morte tenha afetado os negócios de alguma forma…”

Toda a Propriedade Real estava em bloqueio, e até ativaram a Grande Barreira — uma cúpula protetora de energia que envolvia toda a Propriedade com luz sólida.

Era uma versão mais poderosa e sofisticada do que era usado para o Local da Masmorra Real.

Os alunos eram monitorados 24 horas por dia, 7 dias por semana, e deveriam estar contabilizados a todo momento.

Graças a isso, Rey e Noah não podiam continuar os negócios como de costume.

Alguns alunos protestaram que isso era ridículo, mas o Grão-Mestre Conrad e o resto do Conselho imploraram pessoalmente pela compreensão de todos.

“É só por alguns dias…” Eles prometeram.

A razão para suas reações súbitas e extremas ao evento não era difícil de entender.

Um Outromundano estava morto.

Outromundanos eram a única chance da Nação de enfrentar os Dragões, e eles acabaram de perder um ativo valioso.

A compreensão disso foi suficiente para fazê-los desperdiçar valiosos recursos mantendo sua barreira ativa e funcionando enquanto violavam a liberdade dos mesmos campeões que anteriormente bajulavam.

O desespero era uma coisa perigosa — especialmente quando encontrava um senso de perigo.

A Aliança Humana Unida não queria perder mais nenhum dos vinte e oito restantes, então estavam fazendo o melhor para controlar os danos.

Eles também iam ser extremamente minuciosos para garantir que nada como isso se repetisse.

“É uma bagunça, não é? Tudo isso é apenas… haaa… mas eu não posso reclamar muito.” A fala monótona de Rey quebrou o silêncio tenso que existia entre ele e Noah.

“Afinal, graças a esse incidente, finalmente estou livre das minhas acusações.”

Com Adam morto e confirmado como um malfeitor, só servia para provar que Rey havia sido falsamente acusado todo o tempo.

Uma vez que Adônis forneceu depoimento sobre a presença de um punhal encantado com Adam, e também a prova do Colar da Furtividade que ele usava, ficou claro que Adam havia quebrado as regras.

A possibilidade de ele ter obtido um item encantado para burlar o Caçador de Verdade também foi trazida à tona.

Após vasculharem o quarto de Adam, eles encontraram o mesmo dispositivo que ele usou para se safar de mentir.

Eles até encontraram dinheiro escondido lá.

Todos esses elementos serviram para mostrar que Adam estava manipulando e mentindo sobre muitas coisas, tudo para que ele pudesse se aproximar de Adônis.

Rey havia sido apenas uma de suas vítimas.

“Agora que eu não estou mais em prisão domiciliar, posso me mover mais livremente. Infelizmente, essa liberdade é inútil por enquanto.”

Enquanto a barreira ainda estivesse no lugar, Rey e seus colegas de classe estavam presos na Propriedade Real.

No entanto, Rey não parecia chateado com isso nem um pouco.

“Eles só podem manter tudo isso por tanto tempo…” Ele disse a Noah, com uma expressão que mostrava a confiança em seu grande plano.

“Mais cedo ou mais tarde… eles nos deixarão sair.”

O sorriso de Rey começou a se alargar à medida que ele fechava os lábios.

‘E é aí que terei minha chance!’
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[A/N]
Obrigado por continuar até aqui!

Bem-vindo ao Arco do Incidente no Calabouço Real!

Eu tenho muitas novidades planejadas, e esta deve ser a mais intensa até agora.

Então sente-se e aproveite!