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Ponto de Vista de Um Extra - Capítulo 1000

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Capítulo 1000: Promessa

Os céus de H’Trae, outrora pintados em dourados brilhantes e azuis suaves, haviam se tornado negros.

Nenhuma estrela restava. Nenhum sol nascia. Nenhum pássaro cantava. Nenhum vento se movia.

Apenas silêncio.

Então veio o fogo.

Chamas que não tinham cor, mas queimavam mais quentes do que qualquer coisa que poderia existir no reino da realidade e imaginação.

Elas varreram as terras como um inferno nascido da condenação, devorando florestas, montanhas, cidades e oceanos igualmente. Nada resistiu. Nem os templos fortificados do Continente Oriental, nem os arquivos sagrados dentro do Reino das Fadas.

Tudo caiu.

Tudo queimou.

Os gritos do mundo se transformaram em fumaça.

Os cadáveres de deuses, lendas, guerreiros, líderes, plebeus e bestas espalhavam-se pelo solo enegrecido, ossos se desintegrando em pó sob o peso do fogo cósmico. Tudo o que estava vivo já havia desaparecido. Agora o mundo seguia.

No centro do mundo morto ajoelhava-se Rey.

O vento não o tocava. As chamas passavam ao seu redor. No entanto, ele não conseguia se mover.

Cadeias—invencíveis e invisíveis—prendiam-no à última plataforma de terra sobrevivente em meio ao mundo em desmoronamento. Acima dele, o céu escuro rachava com relâmpagos vermelhos, e muito acima disso, duas figuras observavam.

Zagan e Bal’aam.

Zagan era pálido, magro e composto, vestido com mantos cerimoniais negros entrelaçados com fios de sangue que combinavam perfeitamente com os chifres negros que protrudiam de sua cabeça. Seu corpo estava envolto em um manto de imensa energia, e seis anéis vermelhos flutuavam atrás dele como halos fragmentados. Seu rosto era cruelmente belo, esculpido na imagem perfeita de um deus, e distorcido por algo antigo e insensível.

Seu parceiro, Bal’aam, era mais quieto—mais alto, maior e muito mais inumano. Olhos que giravam como espirais de vazio, com uma boca que parecia exageradamente larga e se movia sem som.

Juntos, eles eram o fim encarnado.

Eles haviam vencido.

A seus pés, amarrado e amordaçado, estava Ater.

Ainda vivo. Ainda resistindo.

“Que sofrimento,” Zagan refletiu enquanto dava um passo à frente, mãos atrás das costas. “É belo, de certa forma. Como sua alma se agarra aos cadáveres dos mortos. Devo dizer, estou impressionado… verme.”

Rey não respondeu.

Seu corpo tremia. Seus lábios sangravam de tanto mordê-los. Seus olhos—uma vez brilhantes e ardentes—agora embotados, olhavam com uma loucura só conhecida pelos quebrados.

“Você parece confuso,” Zagan continuou. “Você se preparou tão diligentemente. Eu não sei como conseguiu estudar a Antiga MajiK, mas você até fez isso. Você ascendeu a um novo entendimento, treinou dia e noite… e ainda assim, é assim que termina.”

Bal’aam emitiu um som estalado—talvez uma risada—enquanto arrastava Ater para a frente.

A outrora gloriosa figura, agora não mais do que uma sombra de seu antigo eu, virou a cabeça ligeiramente para Rey.

“…Não olhe,” Ater murmurou. “Rey… não—”

Um som como trovão rachou o ar. A lâmina de luz negra perfurou o peito de Ater e emergiu em suas costas.

Seu corpo convulsionou uma vez, duas vezes… então caiu inerte.

Rey soltou um grito silencioso—sua garganta incapaz de emitir som. Seu grito era um que se despedaçava dentro de sua própria alma.

Zagan ergueu uma sobrancelha. “Pronto. Agora, não há mais nada a proteger.”

“Você…” A voz de Rey falhou, um sussurro de ódio além das palavras.

“Fale mais alto,” disse Zagan. “Você ganhou uma última palavra.”

Rey ergueu o olhar. Não havia lágrimas. Apenas ira.

“Eu vou te matar. Eu juro por tudo o que resta. Eu vou te matar.”

Zagan sorriu, então se aproximou.

“No breve momento em que estivemos juntos, você foi nada menos que divertido. Mas é hora de derrubar o sonhador.”

Sem mais uma palavra, Zagan levantou a mão.

Chamas negras se acenderam ao redor da forma de Rey à medida que as correntes que o prendiam se fundiam a ele, consumindo o que restava de seu espírito.

Um último sussurro alcançou seus ouvidos.

“Você perdeu.”

Então veio o golpe.

A lâmina de vazio cortou o pescoço de Rey com um único, silencioso golpe.

Não houve sangue.

Apenas luz—jorrando de seu pescoço como névoa—antes de seu corpo se dissolver no vazio, engolido pela escuridão de um mundo que não era mais real.

H’Trae gritou uma última vez.

E então não era mais.

A terra flutuante colapsou. O céu se despedaçou como vidro. Uma enxurrada de escuridão surgiu debaixo, consumindo todo último vestígio de existência, devorando memória, forma, tempo e pensamento.

O espaço e tudo o que habitava havia morrido há muito tempo.

Agora, o próprio planeta perecia.

Zagan e Bal’aam pairavam acima da destruição, incólumes.

“Outra ameaça, extinta,” murmurou o primeiro.

“Até a próxima,” Bal’aam respondeu.

Eles desapareceram na mancha de escuridão, deixando para trás um vazio onde antes um mundo havia respirado. E no silêncio infinito que se seguiu, debaixo de toda a existência, apenas um lugar ainda perdurava.

—A Última Fronteira.

***********

Debaixo do interminável mar de estrelas-que-não-são-estrelas, a entidade felina estava sentada.

Seu corpo cintilava suavemente, como se oscilasse entre matéria e significado. Dois olhos com pupilas fendidas olhavam para o lugar onde H’Trae uma vez estivera.

Um pequeno sorriso puxou suas feições felinas.

“…É por isso que eu avisei você,” sussurrou, com uma voz como uma brisa em uma língua esquecida. “Os Anciões… não podem ser subestimados.”

Seu rabo balançava lentamente, tocando a superfície da água.

“…O caminho que você abriu para mim está se fechando, Rey. Com a destruição de seu mundo, meu tempo de ascender chegou. Eu poderia partir. Eu poderia… ser livre.”

Ela pausou.

Então suspirou.

“…Mas eu não vou.”

O ser se levantou e começou a cintilar com uma luz suave.

“Vou entregar a você. O caminho. Uma segunda chance. Uma que pertence a você, e somente a você. Eu vou esperar. Eu vou observar. E quando você me encontrar novamente…”

Ele voltou os olhos para a borda distante do cosmos.

“…Nós caminharemos além da fronteira do fim.”

E então, o gato desapareceu.

Somente o silêncio permaneceu na Última Fronteira. Mas em algum lugar além do negro…

… Um lampejo de luz se agitou.

Não era nada além de um fragmento, mas subiu da escuridão lamacenta, atravessando as estrelas que pintavam os céus infinitos, e foi além da camada caída de existência.

Subindo dentro de um caminho que diminuía, através de uma escada invisível que se estendia para cima, o fragmento de luz subiu e subiu… ascendendo ao próprio pináculo da existência que ninguém ousava alcançar.

A terra dos de cima.

E no momento final em que o Lúcifer caído observava a luz desaparecer além de seu alcance para começar uma nova vida, a criatura que não era uma criatura sorriu.

Ele sabia.

Isso marcava o começo de algo ainda não escrito.

Uma promessa…

… Que a história não estava realmente acabada.

[Fim]

*

*

*

Nota do Autor:

Que jornada, hein? Tenho certeza de que muitos de vocês nunca esperavam que a história terminasse assim. Bem, com certeza todos vocês devem ter seus pensamentos sobre como a história terminou, então por favor me avisem nos comentários abaixo.

Agradecimentos especiais a todos que ficaram até o fim. Eu realmente aprecio todo o apoio.

Todos vocês são os melhores!

Como você já pode imaginar, a história de Rey não termina aqui.

Há uma sequência para este romance chamada A Vingança do Extra: Reencarnado como um Escravo, e eu planejo lançá-la até o final do ano ou no início do ano que vem.

Até então, por favor, confira meu mais novo projeto chamado “Era Arcana”

É meu melhor trabalho até agora, e tenho certeza que todos vocês vão gostar—talvez ainda mais do que O Ponto de Vista de um Extra.

Obrigado mais uma vez por ler, e espero ver todos vocês por aí.

Saúde!

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