Parceiro Cativo - Capítulo 497
Capítulo 497: +Capítulo 497+
Nikolai estava estranhamente quieto, afastando o cabelo de Angelo do rosto dele. Havia uma leve marca vermelha onde o cano de uma arma tinha sido pressionado com força contra o lado de sua cabeça.
“Você deveria parar de procurar maneiras de morrer.” Ele afastou as mãos com relutância, seus olhos vagando até a porta.
Angelo jogou o cabelo por cima de um ombro, não conseguia acreditar que aquilo vinha de Nikolai. Ainda estava um pouco envergonhado por ter sido capturado, então não deu nenhuma resposta e desviou o olhar rigidamente.
“Espere aqui,” Nikolai murmurou, sua atenção ainda na porta, com um foco único nos olhos.
Angelo olhou para trás e viu Nikolai caminhando até a porta que ele tinha fechado apressadamente. “O que você vai fazer?” Ele perguntou com uma dose de preocupação.
Ele não tinha tido a chance de examinar o quarto com tudo o que estava acontecendo, mas sabia que não podia ser seguro.
“Nada demais. Não se mova.” Ele lançou por sobre o ombro, nem diminuindo o passo.
Angelo estava parado no chão de pedra sujo, desafiando as ordens de Nikolai, mas o Rei do Crime nunca tinha usado aquele tom com ele antes.
Ele ficou imóvel, lembrando a si mesmo que Nikolai era praticamente invencível e que o Rei do Crime voltaria quase imediatamente. Naquele momento, ele até incentivaria o uso de outra granada.
Nikolai abriu a porta de metal e escorregou por trás dela, fechando-a atrás de si para o desespero de Angelo.
O assassino esperou por intermináveis segundos para ouvir os sons de disparos, mas não houve nada. Era estranhamente silencioso atrás da porta, o que o deixava inquieto.
Ele transferiu o peso de um pé para o outro, segurando firmemente o cabo da faca que ainda tinha vestígios de sangue.
Nikolai havia dito para ele não se mover, mas já tinha se passado um minuto, e se ele demorasse mais e algo acontecesse com o Rei do Crime, seria sua culpa.
Além disso, como ousava morrer sozinho? Quem iria matá-lo se Nikolai fosse morrer?
Quanto mais Angelo pensava sobre isso, mais irritado ficava, e logo estava caminhando em direção à porta, seus passos silenciosos como a morte.
Ele abriu a porta cautelosamente, esperando encontrar o pior, apenas para ver Nikolai parado no meio de um quarto vazio, completamente ileso.
Angelo parou na porta, atordoado. Ele esqueceu completamente que não deveria se mover enquanto olhava ao redor do quarto de novo, se perguntando se o problema era com seus olhos.
Exceto pelo Alfa que ambos haviam matado, caído à porta, realmente estava completamente vazio. Incapaz de entender o que estava acontecendo, ele se voltou para Nikolai, que tinha se virado para a porta ao vê-lo aparecer.
“Ah… O que aconteceu aqui?” Ele perguntou timidamente, ciente de que não deveria estar ali.
Nikolai não parecia irritado, na verdade, o Rei do Crime tinha um traço de sorriso no rosto enquanto caminhava em sua direção. “Estava vazio quando entrei. Talvez você os tenha assustado.”
Angelo não dignou suas palavras provocativas com uma resposta; o quarto era semelhante ao anterior, e, após olhar novamente para o Alfa morto no chão, notou que a faca em seu olho mutilado estava ausente.
Nikolai tinha vindo aqui só para recuperar sua faca?
“O que vamos fazer agora?” Ele perguntou, determinado a fazer um trabalho melhor da próxima vez.
“Sair.” A resposta calma de Nikolai veio.
“Espera, o quê?” Os olhos de Angelo se arregalaram, alarmados.
“Havia explosivos no armazém,” Nikolai continuou calmamente, passando por ele. “O plano era me atrair e aos meus homens e detoná-lo.”
Angelo ficou perto dele enquanto faziam o caminho de volta ao quarto com a escada. Ele queria perguntar por que Nikolai ainda tinha descido ali, mesmo sabendo disso, mas já sabia a resposta.
“Deveríamos mesmo sair?” Ele perguntou pensativo. Se havia tanta gente ali embaixo, era porque contavam com a estrutura para se manter firme.
Subir de volta ao armazém poderia muito bem ser caminhar para suas mortes, já que eles já haviam perdido a surpresa, literalmente.
Uma resposta veio na forma de balas sendo disparadas assim que Nikolai abriu a porta que levava ao quarto adjacente.
Nikolai a fechou instantaneamente e se abaixou para se proteger atrás das grossas paredes.
Angelo teria feito o mesmo do outro lado se não estivesse sendo puxado para braços familiares. Ele não se importava com o contato físico, mas como algum deles usaria suas armas se estivessem entrelaçados assim?
As balas amassaram a porta de metal, parando tão abruptamente quanto começaram.
“Precisamos continuar nos movendo.” Nikolai disse, já segurando o pulso dele e disparando numa corrida desesperada.
Eles chegaram à porta com o Alfa morto exatamente quando a porta de metal destroçada a tiros foi arrombada, e Angelo olhou para trás no último momento para ver uma verdadeira multidão de pessoas atrás deles.
Nikolai não diminuiu o passo, dirigindo-se confiante para uma porta aleatória como se soubesse aonde ela levava.
Como ainda havia tantas pessoas ali embaixo? Será que todos estavam concentrados na única saída para impedir Nikolai de sair? Parecia ser o caso.
A próxima porta abriu para um corredor com um teto baixo. Estava, sem surpresa, vazio, e lâmpadas nuas balançavam de um lado para o outro, dando uma sensação assustadora.
Nikolai não hesitou, e nem Angelo. Ele não se importava particularmente com o desfecho. Depois de uma série de voltas labirínticas e passar por mais alguns quartos vazios, parecia que tinham despistado a multidão que os perseguia.
Ou talvez a multidão tivesse conseguido atingir seu objetivo e estivesse agora voltando para a porta alçapão para escapar com segurança.
Ele não pôde deixar de notar que Nikolai parecia saber exatamente para onde estavam indo; o Rei do Crime não desacelerou nem depois de perder os perseguidores.
A única coisa que o deteve foi a primeira porta trancada que encontraram desde que haviam descido. Ao contrário das outras portas, que eram feitas de metal resistente, esta era uma porta de madeira que não estava em boa condição devido ao ar úmido do subterrâneo.