Capítulo 450: +Capítulo 450+

Angelo saiu do seu quarto e começou a seguir pelo corredor, era estranho andar tão livremente depois de ter sido prisioneiro todo esse tempo aqui. A cobertura era maior do que ele esperava, havia um motivo para cobrir todo o andar superior do complexo de apartamentos.

Ele só conhecia o caminho para a sala de estar e o ‘quarto seguro’. Nikolai não estava na sala de estar e mesmo que o Rei do Crime estivesse no quarto seguro, ele não iria checar.

Depois de vagar sem rumo por um tempo, ele virou e fez seu caminho de volta para seu quarto. Sílvia podia esperar mais uma noite…

Seus pensamentos foram interrompidos pela abertura de uma das portas no corredor por onde passava, havia apenas mais uma pessoa no apartamento além dele então ele apressou o passo.

“Procurando por mim?” Nikolai perguntou amigavelmente, sem parecer surpreso ao vê-lo.

“Posso fazer uma ligação para Sílvia?” Angelo foi direto ao ponto, era impossível não notar quão escura estava a sala de Nikolai, era como se o Alfa estivesse à beira do abismo.

Nikolai o avaliou, “Tem um telefone fixo na sala, use aquele.” Disse ele rapidamente, voltando para os recantos escuros do seu quarto.

Apesar de si mesmo, Angelo tentou discernir o conteúdo do quarto do Rei do Crime, curioso. Por que estava completamente escuro? Por que Nikolai odiava elevadores? A porta fechou, escondendo os segredos do quarto de Nikolai, e Angelo não teve outra escolha a não ser ir para a sala de estar.

Havia mesmo um telefone fixo na sala de estar, como Nikolai havia dito, e se Angelo tivesse prestado atenção, ele teria notado isso na primeira vez que esteve lá.

Ele discou o número pessoal de Sílvia e esperou, ela atendeu logo, sua primeira pergunta uma mistura de suspeita e esperança.

“Angelo?”

“Sou eu,” Ele respondeu baixinho, sentindo a culpa aumentar, Sílvia parecia exausta.

“Você está vivo,” Ela igualou seu tom.

Angelo queria dizer que era porque Nikolai recusou matá-lo porque ele queria morrer mas ele sabia que Sílvia não gostaria que ele dissesse isso e então ele não disse.

“É tão surpreendente quanto. Ele está me deixando ir.”

Angelo pôde ouvir Sílvia se levantar. “Ele está?” Ela perguntou com uma mistura de incredulidade e empolgação, “Estou indo te buscar agora mesmo.”

Angelo se encolheu, sabia que não deveria ter dito a Sílvia aquilo, mas realmente não conseguia suportar ouvi-la tão derrotada. “Eu eu ainda não posso sair,” Ele tropeçou em suas palavras, era estranho mentir para Sílvia, ele nunca teve um motivo antes.

Sílvia deflacionou audivelmente, “Eu sabia que as coisas estavam indo bem demais,” Ela murmurou, “O que você teve que desistir para fazer uma ligação para mim?”

Angelo pestanejou, percebendo que Nikolai na verdade tinha sido bem legal com ele. “Nada, ainda.”

Ele considerou mencionar que seus inibidores de hormônio tinham perdido o efeito e imediatamente pensou melhor, Sílvia viria naquela noite e Nikolai provavelmente ficaria mais do que feliz em expulsá-lo.

“Venha direto para mim assim que ele te deixar ir,” Sílvia disse seriamente, um tremor em sua voz.

Angelo sentiu uma dor em sua mandíbula reminiscente de lágrimas, mas ele não chorava há anos. “Eu prometo.” Ele prometeu solenemente.

Sílvia era tudo o que ele tinha, afinal de contas, ela o criou. Sempre que algo dava errado, ela era a primeira pessoa em que ele pensava, a primeira pessoa a quem ele recorria.

Ele então desligou, retornando ao seu quarto, duvidava que conseguiria dormir, mas não havia exatamente mais nada para fazer.

Angelo entrou no seu quarto, fechou a porta atrás de si e seguiu para a cama, ele parou no meio do caminho, algo chamou sua atenção.

Havia uma taça de vinho tinto no criado-mudo, isso fez com que a expressão de Angelo relaxasse em algo que lembrava um sorriso. Ele bebeu o vinho doce sem pensar duas vezes, acomodou-se na cama, seus olhos pesando.

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Jael se arrumou para o dia de bom humor, ele não tinha ficado animado com Asher o mandando para ser babá de Rosie no início, mas a sexta-feira tinha sido um dia relaxante.

Ele não tinha tido a chance de apenas relaxar e descansar desde que Gage deixou Haines, na verdade, ele também tinha trabalhado duro enquanto o Rei do Crime anterior estava no comando.

Ela tinha conseguido almoço para ele na última vez que ele esteve na FluxCorp, então ele queria retribuir o favor pedindo para a cozinha preparar almoço para dois.

Ele pensou que seria uma coisa única, mas Asher foi rápido em corrigi-lo, dizendo que ele ficaria rondando as empresas do Davian até que o casal voltasse da lua de mel.

Agora Jael estava entusiasmado em ouvir isso, um mês inteiro para assistir séries e comer lanches, era como umas férias antecipadas.

Asher já tinha saído sozinho aquela manhã, ele não precisava sair tão cedo quanto Asher. Até a hora que ele chegou à cozinha, Caspian já estava lá.

O Ômega era como um girassol, ele iluminava o espaço ao seu redor, seu sorriso brilhante.

“Jael!” Caspian o chamou, indo ao seu encontro. “Eu estava esperando que você passasse aqui antes de ir para a FluxCorp.”

Jael olhou para baixo, para o Ômega sorridente, ele estava de avental, seu cabelo loiro uma bagunça, seu rosto um tanto avermelhado. “Você precisa que eu faça alguma coisa?”

Caspian tinha se infiltrado com sucesso na cozinha, a princípio, ele havia ficado por perto sob o pretexto de que estava supervisionando, mas ele assumiu cada vez mais tarefas, e a equipe da cozinha não conseguia recusá-lo.

Jael não estava prestes a contestar isso, sabia que Caspian estaria sofrendo muito com a ausência do amigo, então qualquer coisa que o distraísse disso era bem-vinda.

“Eu preparei seu almoço,” Caspian o informou, parecendo realizado. “Asher saiu antes que eu pudesse dar o dele, irei ao clube dele mais tarde.”

“Obrigado,” Jael pegou a sacola oferecida, sinceridade em seus olhos escuros.

“Eu também preparei um almoço para a Rosie, diga a ela que eu mandei um oi.”

O sorriso de Jael abaixou um pouco nas bordas, ele nem tinha tido a chance de dizer o que veio fazer e Caspian já tinha atendido todos os seus pedidos.

“Eu direi,” Ele se virou e começou a ir para porta, “Vejo você no jantar.”