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Capítulo 164: O Banquete, Parte III
‘Por que ele está aqui? Asmodeus realmente ultrapassou os limites! Fazer os dois lutarem um contra o outro assim!’
Rosalie lançou um olhar irritado ao demônio cuja única resposta foi um encolher de ombros descuidado. Ele esticou os lábios num sorriso presunçoso e disse,
“Por que você parece tão irritada, Rosalie? Você realmente achou que eu deixaria sua alma escapar tão facilmente? Vamos lá, até a antiga Rosalie não seria tão ingênua.”
Asmodeus pegou o queixo da duquesa com sua mão esquerda e virou seu rosto à força na direção da cena que se desenrolava, continuando,
“Agora assista. Apenas um sobreviverá. Por quem você vai torcer?”
Rosalie apertou os punhos sob a mesa, o sangue escarlate escorria por seus joelhos e desaparecia em um mero segundo, como se escondesse a evidência de sua imensa dor.
“Por que você está aqui? Como você pode lutar contra mim agora?”
Damien resmungava entre os dentes enquanto o lobo parava bem na sua frente, fixando seus olhos carmesins no rosto do duque.
“Ele sabia que isso… aconteceria desde o início… Apenas lute comigo… Você não tem… escolha.”
O sibilo de Altair estava cheio de derrota prematura, o que fez Damien apertar o cabo de sua espada tanto por frustração quanto por raiva.
Asmodeus estalou os dedos e as luzes do salão de jantar escureceram mais uma vez, mergulhando o ambiente numa antecipação ominosa.
“Quando estiverem prontos, cavalheiros. O último homem de pé é o vencedor.”
O salão silencioso pulsava com uma energia sinistra, sombras tremeluzindo como espíritos inquietos enquanto o Duque Damien Dio enfrentava a imensa fera lobo negro, Altair. O ar crepitava com antecipação e as criaturas reunidas, convidadas de Asmodeus, observavam atentamente enquanto os dois formidáveis oponentes se preparavam para o confronto.
Duque Damien estava imponente, sua armadura negra brilhando na luz tênue. Seus olhos dourados, focados e determinados, travavam no imponente Altair. O imenso lobo negro, com olhos vermelhos como o sangue que fervia em suas veias, exalava uma aura quase palpável de força infernal. À medida que a tensão aumentava, um rosnado baixo reverberava pelo salão, sinalizando a iminente erupção de violência.
Rosalie, confinada em seu assento, podia sentir o peso do confronto que se desenrolava. Asmodeus observava com um deleite sinistro, saboreando o espetáculo prestes a se desenrolar. A diversa assembleia de seres de outro mundo, convidados nesta reunião demoníaca, observavam a batalha iminente com uma mistura de fascinação e sede de sangue.
‘Monstros. Todos eles. Uma mera encarnação do mal puro.’
Com uma explosão repentina de movimento, Altair investiu contra o duque, dentes à mostra e garras estendidas. O duque, no entanto, movia-se com uma leveza incomum, desviando do ataque feroz. O choque de aço e osso ecoava pelo salão enquanto Damien desembainhava sua espada, enfrentando o ataque de Altair com paradas habilidosas.
A dança de lâminas e presas se desenrolava com uma intensidade incomparável. Altair, alimentado pela força bruta e bestial, tentava dominar o duque com pura força. Damien, embora aparentemente em desvantagem de tamanho, exibia uma força e agilidade inesperadas, evitando os ataques do lobo com precisão calculada.
O salão de jantar se tornava uma arena de sombras giratórias e elementos em choque, os combatentes deixando rastros de energia etérea em seu rastro. O coração de Rosalie batia forte ao testemunhar a dança perigosa entre o duque e o lobo monstruoso, presos em uma valsa mortal que mantinha toda a assembleia demoníaca hipnotizada.
No meio do caos, a voz profunda e gutural de Altair retumbava, cortando a cacofonia da batalha.
“Temos… que entreter seus convidados tolos… antes que você possa ter… o prazer de me matar… Duque Damien Dio.”
As palavras do lobo sibilavam através do barulho com uma corrente sinistra, indicando um entendimento macabro entre os dois. Como se atendendo à sugestão de Altair, o duque e o lobo intensificavam seus movimentos, sua luta evoluindo para um espetáculo coreografado que entusiasmava a excitação da plateia do submundo.
A espada negra de Damien movia-se com uma precisão mortal, cada golpe uma exibição calculada de habilidade marcial. Altair, com uma finura primal, contra-atacava com ataques ferozes, criando uma cena intrincada de combate que hipnotizava os espectadores. As criaturas demoníacas, com os olhos cintilando com prazer malevolente, deleitavam-se com a violência que se desenrolava diante delas.
‘Como ele pode ser tão forte se sua maldição foi quebrada? Eu sei que Damien nasceu naturalmente forte, mas ainda… Altair usa o poder de Mefisto, é mesmo possível derrotá-lo sem poderes especiais próprios?’
Rosalie se flagrou num pensamento bastante perturbador e franziu as sobrancelhas. Como ela poderia se permitir pensar dessa maneira? Como ela poderia deixar o pensamento de Altair, que se tornou seu querido amigo, ser morto, mesmo que isso significasse que seu marido, aquele a quem amava com todo o seu coração, emergisse vitorioso, terminando esse sofrimento de uma vez por todas?
A dor estava se tornando insuportável e, ainda assim, ela sabia que apenas uma pessoa teria a chance de sair do submundo com ela.
O tempo parecia ter desacelerado enquanto a luta continuava com a mesma intensidade. Nem Damien nem Altair pareciam cansados, seus movimentos ainda eram tão fortes e poderosos quanto no início.
“Eles estão… Ficando entediados…”
O lobo sibilou novamente enquanto seus dentes capturavam a espada negra de Damien. O duque, entendendo a sugestão de Altair, hesitou por um momento, então assentiu e saltou para trás, liberando sua arma do aperto do lobo, cortando a mandíbula inferior da fera ao meio.
Altair soltou um grito alto, quase ensurdecedor, enquanto o sangue de sua boca ferida fluía para o chão.
Com outro movimento rápido e decisivo, Damien investiu novamente em Altair e deslizou sua espada negra sobre o estômago do lobo, derrubando a fera no chão. O salão demoníaco ficou em silêncio, o único som que o preenchia era a respiração pesada dos combatentes e os sussurros ominosos dos convidados reunidos.
O duque enxugava o suor da testa enquanto se aproximava lentamente do corpo de Altair com passos pesados. Em seguida, levantou sua espada acima da cabeça, preparado para encerrar a luta encenada entre eles.
‘Não posso olhar!’
Rosalie fechou os olhos, todo o seu corpo tremendo de medo e dor.
Altair respirou fundo e sussurrou suas últimas palavras,
“Entretenha os convidados, Duque… pois esse é o pacto… que fizemos. Cuide… dela… No final… estou contente… que seja você…”
O duque ofereceu-lhe um breve aceno e disse em voz baixa,
“Obrigado por me emprestar seus poderes, Altair.”
Um alto símbolo de suspiros ecoou pelo salão de jantar enquanto a espada de Damien trespassava o corpo do lobo.
Rosalie sentia lágrimas quentes correndo por seu rosto pálido enquanto seu peito comprimia sob o peso da sua perda.
Por fim, a assembleia demoníaca irrompeu em aplausos, um coro inquietante de aprovação pelo espetáculo macabro que haviam testemunhado. Conforme o duque concluía sua performance com um golpe final e letal, o salão mergulhava em um silêncio arrepiante. Os convidados, saciados pelo entretenimento, observavam com satisfação predatória enquanto Altair sucumbia ao abraço frio da morte.
“Asmodeus…”
O nome do demônio escapou dos lábios de Damien e ecoou pelo salão como um trovão. Os convidados fixaram seus olhares em Asmodeus que se levantou e fixou seus olhos negros no duque que se aproximava. Damien continuou,
“Você conseguiu o que queria. Eu venci. Agora nos deixe ir.”
O demônio estreitou os olhos, colocando sua mão pesada sobre o ombro de Rosalie, e respondeu,
“Você desempenhou seu papel, mas o banquete não acabou. A dama ainda tem suas responsabilidades aqui.”
Damien cerrou os punhos, uma profunda ruga cortando a pele entre suas sobrancelhas negras e ensanguentadas. Seus olhos dourados se voltaram para Rosalie, cujo olhar estava preenchido de tristeza e agonia enquanto ela passava seus olhos cinzentos pelo corpo de seu marido.
“Não me importo, seu demônio sujo! Você mentiu tanto para mim quanto para minha esposa, prometendo que apenas um de nós seria forçado a participar de seus esquemas nojentos! Nos deixe ir agora mesmo!”
Ele apontou sua grande espada para Asmodeus, que apenas riu baixinho e disse com uma voz baixa e ameaçadora,
“E o que te faz pensar que eu vou te ouvir, seu humano insignificante?”
“Chega, Asmodeus. Você pode não ouvir ele, mas vai me ouvir.”