O Serviço Secreto de Quarto da Vilã - Capítulo 134

134: Eternamente 134: Eternamente Em um estado que só poderia ser descrito como semi-deslumbramento, Rosalie movia-se com uma lentidão deliberada pelo longo corredor mal iluminado da mansão Dio, com seu destino definido para o quarto principal. Desde a noite de núpcias, a garota nunca voltou para seu quarto original. Em vez disso, escolheu habitar o quarto que compartilhava com Damien antes de sua partida, passando todas as noites na vasta e expansiva cama, encontrando consolo em sua grandiosidade, talvez relutante em cortar o último vestígio de intimidade que compartilhava com Damien.

Sua mente zumbia incessantemente, inundada por uma cacofonia de pensamentos e emoções intrincados. A memória de sua conversa com os gêmeos Izaar reaparecia vividamente em seus pensamentos, ocupando um lugar proeminente em sua paisagem mental. No entanto, de importância suprema era a proposta ousada, porém irresistivelmente atraente, de Rostan.

Apesar de seus esforços sinceros, a Senhora Ashter encontrou-se incapaz de dissipar a perturbadora sensação de perplexidade que a oferta do príncipe havia semeado em seu coração. Sua proposta carregava uma mensagem direta: juntar-se aos gêmeos em uma jornada para o Império de Izaar e ajudá-los a estabelecer uma iniciativa de caridade nacional sob sua orientação meticulosa e consciente. Embora isso indubitavelmente representasse uma esplêndida oportunidade para a duquesa ampliar sua esfera de influência e melhorar sua posição, o preço associado era notavelmente elevado.

Rosalie não conseguia resistir ao impulso de mergulhar uma vez mais em profunda contemplação, lutando com a decisão pesada diante dela,
“Se eu pudesse ter certeza de que Evangelina chegaria para ajudar Damien a quebrar sua maldição, eu aceitaria a oferta sem muita hesitação. Afinal, minha intenção era me separar de Damien mais cedo ou mais tarde, e essa oportunidade poderia ter sido o momento ideal para tal transição. Mas agora… Agora, tudo se tornou extremamente complicado. Recusar esta proposta poderia ser considerado terrivelmente indelicado… Posso realmente embarcar nesta jornada? E se eu fizer isso… Eu voltarei?”

Perdida no turbilhão de suas reflexões ansiosas, a duquesa não percebeu que já havia entrado no quarto. Em um estado de contemplação absorta, ela lentamente abaixou-se na cama macia, com o olhar fixo à frente. Com um ar displicente, ela afundou ainda mais na cama, estendendo os braços como asas, e fechou os olhos cansadamente. Um longo suspiro pesado escapou de seus lábios enquanto se entregava à quietude do momento.

De repente, seus olhos se abriram abruptamente, e a garota quase saltou da cama quando percebeu que estava deitada sobre uma presença inesperada.

Ainda confusa, Rosalie lentamente se virou, seu olhar fixo em uma jaqueta de uniforme preto familiar, fazendo seus grandes olhos cinza se arregalarem quase em espanto.

“O que está acontecendo? Como isso veio parar aqui…?”

Assim que completou esse pensamento, um leve rangido da porta do banheiro desviou seu foco para lá. Seu olhar perplexo pousou na alta e bronzeada figura de seu marido, fazendo-a congelar instantaneamente no lugar.

Seu coração batia selvagem e alto, seus batimentos ressoando como um enorme tambor dentro de seu crânio. Ela se viu sem palavras, incerta sobre o que dizer ou mesmo pensar, sua mente parecendo ter esvaziado completamente todos os pensamentos, finalmente. Naquele momento, o tempo parecia ter parado ou se estendido, tornando tudo ao seu redor irrelevante. Ela nem conseguia discernir se ainda estava respirando.

Era inquestionavelmente ele — a mesma estatura imponente, a mesma tez bronzeada pelo sol, os familiares cabelos negros como corvo, e aquele toque duradouro de melancolia em seu rosto bonito. Era Damien. Ele havia retornado. Ele estava em casa.

Parecia que a fala e o movimento haviam abandonado ambos. Apenas seus olhos se engajavam em uma dança incessante, como se tentassem decifrar se a presença diante deles pertencia ao sonho ou à realidade. Os olhos de Rosalie registravam grande perplexidade, enquanto o olhar frio e dourado de Damien carregava uma sombra de tristeza e sofrimento.

Finalmente, como se sentisse a necessidade de quebrar o silêncio opressor, Rosalie entreabriu levemente os lábios e pronunciou, inesperadamente suave,
“Damien…”

A resposta do duque não estava em suas palavras, mas em suas ações. Ele deu alguns grandes passos resolutos em direção à sua esposa e a abraçou dentro de seus braços fortes, pressionando-a firmemente contra a pele quente e úmida de seu peito exposto.

Naquele exato momento, o mundo perdeu seu significado mais uma vez. Rosalie experimentou uma sensação avassaladora de alívio e tranquilidade, como se um imenso fardo tivesse sido retirado de seus ombros delicados. O calor da pele de Damien, seu familiar cheiro almiscarado, a melodia ritmada de seu coração, e o subir e descer constante de seu peito… Cada aspecto dele possuía uma qualidade encantadora e calmante, servindo como um lembrete pungente de quanto ela havia ansiado por sua presença.

Damien pressionava ternamente seus lábios contra a coroa da cabeça de Rosalie, beijando suavemente seus cabelos sedosos e saboreando sua doce fragrância. Era um sentimento compartilhado — a sensação de proximidade com Rosalie, o abraço de sua forma em seus braços fortes, e a cadência ritmada de sua respiração… Todo o desconforto que o havia atormentado implacavelmente desde seu episódio no campo de batalha agora gradualmente se dissipava, substituído por um calor reconfortante e envolvente.

No entanto, mesmo enquanto a segurava perto, plenamente consciente de sua realidade em seus braços, uma corrente de ansiedade percorria Damien. Desde seu encontro com a sinistra fera negra, ele achava impossível se livrar da sensação perturbadora de traição, da irritante pontada de abandono, e do medo enfurecedor de perder alguém tão precioso quanto Rosalie.

Ele queria protegê-la ainda mais do que antes. Queria protegê-la de qualquer perigo que pudesse cruzar seu caminho. Ele queria que ela se sentisse segura. Ele queria que ela se sentisse segura com ele. Ele queria que ela estivesse com ele. Para sempre.

Finalmente, tendo suprimido o turbilhão de suas emoções insanas, Rosalie gentilmente retirou seu corpo de Damien, ainda permitindo-se permanecer em seu abraço afetuoso, então olhou em seus olhos um tanto melancólicos, e disse na mesma voz tranquila,
“Você deveria ter me avisado… Eu não estava pronta––”
Sua repreensão hesitante permaneceu incompleta quando os lábios ternos e quentes de Damien desceram sobre os dela, deixando-a momentaneamente sem fala. Ao contrário das expectativas de Rosalie, seu beijo não foi marcado pela paciência, mas sim inflamado com fervor. Ele a beijou com uma urgência que implicava que suas próprias vidas estavam em jogo, no entanto, a duquesa se encontrava totalmente receptiva a isso. Na verdade, assim que provou os lábios de seu marido, ela se intoxicou novamente, perdendo-se completamente no momento e se rendendo ao abraço apaixonado.

À medida que a paixão começava a se espalhar por seus corpos, Rosalie sentiu seus joelhos fraquejarem também, quase fazendo-a sucumbir à implacável força da gravidade, não fosse pela rápida reação de Damien. Com um movimento rápido, ele gentilmente agarrou seu corpo por baixo das costas e joelhos, seus lábios se recusando a se separar dos dela, e cuidadosamente a colocou no topo da cama, pairando sobre ela como uma grande fera desesperada.

No início, Rosalie fez uma suposição segura de acreditar que, após meses longe dela, Damien simplesmente estava em necessidade desesperada de seu Acme mais uma vez. No entanto, à medida que sua mente finalmente começava a recuperar a clareza, ela não encontrou traços de Acme. Seus corpos não eram controlados pelo poder de Asmodeus. Eles estavam controlando seus próprios corpos.

‘Isso é… Exatamente como na noite de núpcias. Ele não está fazendo isso porque quer meu Acme. Ele não está fazendo isso porque está desesperado para encontrar alívio. Ele quer… Ele está desesperado por mim. Por mim. Ele realmente me quer.’
E isso foi suficiente para fazê-la derreter completamente mais uma vez, para esquecer tudo o mais no mundo inteiro, para focar apenas em Damien, para focar apenas neles.

Apesar do evidente senso de desespero nos movimentos de Damien, seu toque era cuidadoso e gentil, como se ele estivesse constantemente consciente de tudo o que estava fazendo, com medo de que até mesmo um único movimento errado pudesse machucar Rosalie ou, pior ainda, fazê-la desaparecer completamente.

Cada beijo, cada toque, cada carícia, cada contato único de sua pele sentia-se como mágica; como algo tão natural quanto respirar; como algo que foi inventado por eles dois e pertencia apenas a eles dois. Não era mais um simples ato de intimidade, era uma experiência privada, uma experiência compartilhada de amor e paixão que apenas os dois poderiam entender.

E quanto mais eles compartilhavam seus corpos um com o outro, mais a distinção entre eles se confundia. Pela primeira vez em ambas as suas vidas, estar tão perto de outra pessoa nunca pareceu mais fácil, tentador, desejável… Como se eles não quisessem nada mais do que estar ali, tão perto um do outro, para sempre.

E à medida que a noite lentamente avançava, a paixão insaciável que instigava seus corpos a continuar se movendo também começava a se dissipar, permitindo-lhes finalmente recuperar o fôlego, ainda se agarrando à presença um do outro, ainda com medo de se soltar.

Se apenas essa noite pudesse durar para sempre.