O Retorno do Mago Negro - Capítulo 982

Capítulo 982: Algo Mais Forte Que as Feras

A rápida demonstração de poder de Ricar cegou as feras, e os guerreiros, percebendo que essa poderia ser a oportunidade de sair de uma situação difícil, aproveitaram e correram para mais fundo na selva.

Era esporádico; embora principalmente guerreiros do mesmo clã corressem uns com os outros, muitos simplesmente corriam para a floresta com aqueles mais próximos deles. Os grupos eram composto em sua maioria por dezenas ou até menos pessoas.

Além disso, o súbito lampejo de luz não durou muito. Assim que os macacos recuperavam o equilíbrio, começaram a correr em direção aos grupos que haviam se embrenhado na selva.

“Vamos, Beatrix!” Ricar gritou. “Também estamos entrando.”

Beatrix assentiu e seguiu a liderança de Ricar enquanto os dois se atiravam de cabeça. Ricar não corria em uma linha reta; em vez disso, ele pulava de um lado para o outro e até balançava sua lâmina no ar, emitindo Qi do seu golpe, atingindo alguns deles nas costas.

Não demorou muito para perceber o que ele estava fazendo ou por que estava fazendo isso, então Beatrix seguiu seu exemplo, e antes que se dessem conta, quando entraram na selva, havia cerca de dez macacos os seguindo.

Corriam ágeis pela floresta enquanto se balançavam de árvore em árvore. Com quatro braços, alguns até pegaram grandes frutas sólidas parecidas com cocos, só que mais escuras por fora, e as arremessaram contra os dois.

Beatrix girou rapidamente seu corpo enquanto saltava de um galho de árvore e cortou direito pelo coco, dividindo-o ao meio. Com outra mão, ela agarrou metade dele e arremessou de volta contra os outros.

‘Eu sei que nós desviamos a maioria dos macacos para proteger os outros guerreiros, mas isso pode ser demais para nós aguentarmos,’ Beatrix pensou ao ver os macacos completamente evitando seu arremesso, e o quão poderoso e duro era aquele coco preto que ela havia cortado.

Os cocos continuavam sendo atirados neles; felizmente, ambos pareciam estar viajando à uma velocidade tão rápida quanto os macacos. Com eles tendo de desviar de inúmeros cocos, não estavam tão certos de quanto tempo conseguiriam aguentar.

Foi quando Ricar saltou à frente e aterrissou no chão; ele havia aterrissado em uma parte mais escura da selva. As árvores espessas estavam mais afastadas aqui, e havia mais solo para lutar.

Enquanto na selva, Ricar acreditava que os macacos tinham vantagem; aqui pelo menos ele acreditava que poderiam lutar de maneira mais justa. Quando ele se virou, viu Beatrix aterrissando no chão também, deslizando sobre o solo e virando, preparando sua arma para lutar.

Foi quando os dois viram isso.

“Os macacos… eles desistiram?” Beatrix perguntou.

Os macacos pausaram por um momento, parados nas árvores, mas apenas depois de alguns segundos decidiram virar e voltar para onde tinham vindo.

“As feras são territoriais, lembre-se, e parece que podemos ter entrado no território de outra fera, ou tipo de feras,” Ricar disse enquanto olhava por cima do ombro e ao seu redor. “Por enquanto, parecemos seguros, e espero que o mesmo se aplique aos outros também.”

Em vez de colocar sua espada na bainha, Beatrix decidiu segurá-la, assim como Ricar. Ao chegar na ilha, a última coisa que ambos pensaram que estariam fazendo era fugir de feras.

Pelo menos não feras que fossem tão pequenas e em tão grande número. Esses dois eram alguns dos mais fortes de Pagna. Quem teria pensado que tal ilha existiria? Havia um pensamento na mente de Ricar de que talvez devessem recuar e voltar com mais reforços; o problema era avistar o outro navio.

Essa missão era uma que eles não podiam falhar. Tinha o destino de todo o clã em jogo.

“Vamos, acho que é melhor continuarmos nos movendo. Continuaremos nossa busca na ilha, e tentaremos localizar alguns dos outros,” Ricar afirmou.

O problema é que a ilha era incrivelmente vasta, e com o pânico, ele tinha certeza de que todos haviam corrido em direções diferentes. Originalmente, o ponto de encontro para todos os grupos que se dividiriam em três era de volta no navio.

No entanto, ele se perguntava como alguém iria querer voltar para lá quando havia coelhos e macacos protegendo o lugar. Apenas tentar chegar ao navio seria a morte para a maioria, a menos que tivessem os poderosos ao seu lado.

Tanto Beatrix quanto Ricar decidiram avançar para a parte verde escura da floresta. Enquanto seguiam em frente, Beatrix usou sua espada para gravar o símbolo do clã de uma lua crescente nas árvores.

Era uma maneira dela encontrar o caminho de volta, e também uma maneira de dizer aos membros do clã para onde estavam indo, já que seria mais seguro para eles estarem ao lado dos anciões. Originalmente, o clã pensava que todos estariam bem indo sozinhos mesmo em pequenos grupos de três, mas seria necessário pelo menos cinco pessoas para derrubar um daqueles macacos.

Enquanto continuavam a mover-se, Ricar eventualmente estendeu a mão, indicando para Beatrix parar. Em seguida, ele começou a subir em uma das árvores enquanto corria e se postava em cima de um galho grosso.

Pouco depois, Beatrix fez o mesmo, e os dois ficaram agachados lado a lado, olhando o que estava à frente deles do alto.

“É como você disse, estamos no território de outra fera. Não é à toa que aqueles macacos foram embora,” Beatrix afirmou.

Um corpo gigante que deveria pesar algumas toneladas, junto com grandes escamas em suas costas. Parecia um pouco com um crocodilo, só que com chifres curvos em sua frente, e o tamanho da coisa era imenso.

No entanto, havia algo mais que se destacava. A fera, embora grande e claramente feroz, não se movia devido ao grande buraco que havia em sua cabeça—um único buraco grande que permitia ver do topo de sua cabeça até o chão.

“O que me preocupa mais é quem foi capaz de matar uma fera tão grande e está nesta ilha,” Ricar afirmou.

“Quem? Você não acha que é outra fera?” Beatrix perguntou.

“Não,” Ricar respondeu. “Aquela ferida—parece que foi feita por um punho, e eu não acho que esses macacos sejam capazes de fazer algo assim.”