O Retorno do Mago Negro - Capítulo 1582
Capítulo 1582: O Preço da Lealdade
Varkos levou a luta a sério desde o início. Não havia hesitação em seus movimentos, nem fôlego desperdiçado ou dúvida em seus olhos. Ele entendia exatamente o que este momento significava. Se ele pudesse se livrar de Harvey aqui e agora, se ele pudesse matar o homem que causou tanto caos, então ele acreditava que poderia escapar de toda essa operação… deixar a Guilda Cérbero para sempre, deixar esta guerra para trás e tentar salvar seu próprio futuro.
Ele não se importava mais se os outros teriam sucesso ou fracasso. Ele não se importava se a aliança entre as forças militares e a Guilda Negra desmoronasse em pedaços. Tudo o que importava era sua própria sobrevivência, porque na mente de Varkos, as únicas pessoas que passariam por essa bagunça eram o Grande Mago sentado tranquilamente no topo. Ele havia visto o suficiente para saber a verdade: as Máscaras ainda estavam lá fora. Mais fortes do que qualquer membro da Cérbero que enfrentaram até agora. Inalcançáveis. Intocáveis.
Se ele queria mesmo uma pequena chance de viver, ele precisava matar Harvey.
Sem aviso, Varkos bateu as mãos juntas, combinando duas formas de magia e disparando-as diretamente em direção ao teto. No momento em que o feitiço tocou o chão sob os pés de Harvey, ele explodiu, uma violenta explosão que sacudiu a sala como um terremoto. As paredes racharam, poeira de cimento caiu, e todo o chão estremeceu sob a força.
Mas quando a poeira assentou…
“Não funcionou uma vez,” a voz de Harvey ecoou de dentro de uma massa de sombras em movimento. O fantoche de escuridão ficou firme na frente dele como um escudo imponente, sua massa absorvendo a maior parte da explosão. “Então, o que te fez pensar que funcionaria duas vezes?”
O coração de Varkos afundou. O fantoche havia protegido Harvey novamente. A mesma tática que funcionou contra outros não significava nada contra alguém que podia contar com um corpo duplicado feito de pura escuridão.
Harvey deu um passo à frente, pronto para retaliar, mas então notou algo estranho.
Varkos não estava de pé. Ele havia caído completamente no chão, ambas as mãos pressionadas contra o solo enquanto seus dois tipos de magia convergiam novamente. Os olhos de Harvey se estreitaram enquanto ele olhava para baixo.
À primeira vista, parecia nada, apenas algumas pequenas cavidades ou buracos no chão. Mas então os buracos começaram a brilhar fracamente… e chamas irromperam em jatos focados de várias direções ao mesmo tempo.
O fogo disparou para cima como lanças debaixo dele.
Acertou o lado de Harvey antes que o fantoche tivesse tempo de reagir. O calor queimou através de seu blazer, e ele sentiu o tecido derreter levemente onde as chamas lamberam. Varkos usou sua Magia da Terra para cavar túneis sob o chão, então guiou feitiços de fogo por eles como um inferno preso sendo liberado de uma vez. Um feitiço ardiloso, imprevisível e mortal.
As chamas continuaram jorrando, forçando Harvey a se esconder mais atrás de seu fantoche. Mesmo assim, ele podia sentir a pressão aumentando. A forma do fantoche vacilou sob o constante ataque de fogo.
Ele precisava agir rapidamente.
Harvey bateu ambas as palmas no chão. O fantoche imitou o movimento instantaneamente. Com um comando imponente de mana, múltiplos pilares de terra surgiram na frente dele, maciças colunas de pedra bloqueando as bocas dos túneis de fogo. As chamas se chocaram contra eles e se espalharam pela sala, queimando tudo o que tocavam.
Varkos estalou a língua em frustração. Ele esperava que isso causasse mais dano. Mas mesmo através do incêndio, Harvey parecia calmo demais.
Harvey não era apenas um mago das trevas. Sua força original vinha da Magia da Terra, um dos elementos mais estabilizadores e sólidos que existem. O fantoche o reforçava, mas seu próprio poder base estava longe de ser fraco. Com um blazer forte absorvendo a maioria das chamas, ele suportou mais do que Varkos esperava.
O Mago de Guerra sempre esteve acostumado a comandar do meio do campo de batalha, cercado por aliados, liderando esquadrões, não duelando diretamente contra um prodígio sombrio. Ele tinha força, sim. Habilidade e experiência. Mas isso? Essa batalha um a um contra alguém como Harvey? Isso revelou suas fraquezas claramente.
A magia das trevas de repente irrompeu do chão abaixo dele, correntes finas mas mortais que perfuraram a magia protetora ao redor de seu corpo. Rasgou partes de seu blazer e queimou em sua pele, forçando-o a ranger os dentes de dor.
“Você sabe…” Harvey disse friamente, seu fantoche subindo ao seu lado, suas garras se formando em pedras irregulares como lanças cobertas de escuridão giratória. “Se você faz túneis para direcionar seus ataques, você deve se lembrar… Eu posso usá-los também.”
As pontas de lança pairavam no ar, múltiplas ao mesmo tempo, cada uma infundida com energia das trevas suficiente para atravessar a maioria das defesas mágicas. Elas brilhavam, girando com um poder corrupto que parecia consumir a luz ao seu redor.
A respiração de Varkos se acelerou. O suor escorria em sua testa. Suas mãos ainda pressionadas contra o chão, desesperadamente tentando desacelerar a magia das trevas que o atacava de baixo. Mas ele sabia. Ele podia ver na postura de Harvey, na postura inabalável do fantoche.
Ele estava em desvantagem.
‘Droga… droga!’ Sua mente corria, coração batendo como um tambor de guerra. ‘Eu pensei… eu pensei que poderia pelo menos derrubá-lo comigo. Se a Guilda Negra desmoronar, o mundo será poupado do caos que eles estão causando.’
Pensamentos amargos fervilhavam dentro dele.
‘O mundo estava bem do jeito que estava. Não perfeito… mas estável. Sempre houve aqueles que sofrem. Isso é o que permite que todos os outros vivam em paz. Alguém tem que carregar o fardo. Alguém tem que permanecer nas trevas para que outros possam viver na luz… É um sacrifício que todos devemos aceitar…’
Ele fechou os olhos com força enquanto as lanças começavam a se mover.
‘Eu… Eu só queria poder ver o que acontece a seguir.’
As lanças dispararam com incrível velocidade.
Mas antes do impacto, chamas irromperam ao lado dele. Uma mão agarrou o concreto rachado, e alguém saltou em sua direção, pousando com urgência.
“VARKOS!” A voz de Alen rugiu pela sala.
Ele havia chegado. Ele tinha conseguido chegar a tempo de estender a mão,
Mas não a tempo de salvar.
As lanças escuras voaram pelo ar como raios do destino. Elas perfuraram direto através do coração de Varkos, limpas, eficientes, impiedosas. Seus olhos se arregalaram, um último suspiro preso na garganta. O fogo invocado por Alen tremulou contra a expressão desvanecida de Varkos.
E então…
Seu corpo caiu.
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