O Retorno do Mago Negro - Capítulo 1577
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Capítulo 1577: Confiança Quebrada (Parte 1)
Assim como antes, após cada grupo completar sua missão, eles foram ordenados a retornar à base da Guilda Negra para um debriefing completo.
Havia algumas razões por trás dessa rotina. Primeiro, impedia que a Guilda Cérbero se reorganizasse muito rapidamente. Segundo, garantia que o Grande Mago não pudesse reagir ou organizar contra-ataques a tempo. E, por fim, permitia que Raze e os outros avaliassem a situação antes de escolherem seu próximo movimento. Uma abordagem calma e vigilante no meio do caos.
No caminho de volta, Alen e Raze se cruzaram. Raze tinha originalmente se dirigido para a área de Alen como backup, mas quando chegou, a missão de Alen já havia terminado. Como ambos estavam voltando para o mesmo lugar, eles viajaram juntos pelos caminhos subterrâneos, suas botas ecoando suavemente contra a pedra.
Alen se movia com uma confiança silenciosa, mas Raze podia sentir a tensão nele. Ambos os homens estavam pensando a mesma coisa, o quão estranho era que cada batalha recente parecia um pouco preparada demais.
Eles chegaram à sede da Guilda Negra antes das outras equipes. Em vez de entrar na catedral principal usada para reuniões, ficaram do lado de fora, no pátio aberto, onde outros membros da guilda estavam posicionados.
A atmosfera ali estava quase festiva.
Aglomerados de magos sentavam-se ao redor, olhando para seus dispositivos mágicos reluzentes. O ar vibrava com murmúrios de descrença e excitamento cauteloso.
“Você viu isso?” um dos membros mais jovens gritou, agitando sua tela de cristal. “As pessoas estão realmente nos apoiando!”
“Você está mentindo,” outro riu. “Isso nunca aconteceu antes.”
“É verdade!” o primeiro insistiu. “Eles estão nos agradecendo por eliminar as bases ocultas da Guilda Cérbero. Todo mundo está dizendo a mesma coisa, se aquelas pessoas não fossem culpadas, não teriam se escondido em primeiro lugar!”
“Certo,” acrescentou um terceiro. “E olhe para isso, ainda não há resposta oficial da Guilda Cérbero ou do Grande Mago. Em vez disso, mais e mais Guildas estão se manifestando, confessando as coisas que fizeram sob pressão. Está se espalhando rapidamente!”
A excitação se espalhou pelo pátio.
Pela primeira vez em anos, a Guilda Negra não estava sendo pintada como um mal impiedoso aos olhos do público. A maré da opinião estava mudando, e as pessoas começavam a vê-los como vingadores em vez de vilões.
Raze ficou quieto ao lado, observando tudo se desenrolar.
Era exatamente como ele havia previsto. Ele passou muitos anos sendo o centro do ódio público para não entender como funcionava. Ele sabia quão facilmente a multidão podia mudar, como o menor ato de rebelião podia acender um incêndio que ninguém podia controlar.
Enquanto pensava nisso, outro grupo se aproximou do pátio.
Varkos entrou primeiro, sua armadura amassada, sua bochecha marcada por um corte recente. O cansaço em seus olhos contava sua própria história.
“Você está bem?” Alen perguntou, avançando.
“Mais ou menos,” Varkos respondeu, limpando o sangue do maxilar. “Tivemos algumas perdas. Tentei trazer todos de volta, mas encontramos problemas no meio do ataque. Vou explicar quando estivermos todos reunidos.”
Eles esperaram juntos enquanto os minutos passavam lentamente. Quando Harvey finalmente chegou, seu passo era pesado, sua capa rasgada e seu rosto ilegível. O clima mudou instantaneamente. Toda conversa morreu quando o líder da Guilda Negra entrou no pátio, sua presença sufocante em seu silêncio.
Sem uma palavra, Harvey fez sinal para que eles o seguissem.
Eles seguiram atrás dele na antiga catedral, o salão principal iluminado pelo brilho de dezenas de cristais suspensos. Assim que as portas se fecharam, Harvey se virou e acenou com a mão, selando a câmara com um feitiço de silêncio tão poderoso que fez o ar vibrar.
“Agora,” ele disse, sua voz profunda ecoando contra as paredes de pedra, “digam-me quais dificuldades cada um de vocês enfrentou. Tive meus próprios problemas onde estava, mas antes de falar, quero ouvir de vocês.”
Eles foram ao redor da mesa, uma equipe após a outra relatando suas missões. Enquanto Alen ouvia, percebeu com surpresa que seu grupo tinha se saído melhor do que a maioria. Todas as outras divisões enfrentaram resistência severa. Todos os outros comandantes disseram a mesma coisa, seus inimigos os esperavam, prontos e armados com armadilhas e barreiras defensivas.
Quando chegou a vez de Raze, ele repetiu a mesma observação, descrevendo como o círculo mágico no elevador havia sido alterado para puxá-los diretamente para o centro de uma emboscada.
No final, um entendimento sombrio se estabeleceu entre todos eles.
“O fato de eles saberem o dia exato em que atacaríamos,” rosnou Harvey, apertando o punho contra a mesa, “isso por si só prova que não é coincidência. A Guilda Cérbero nunca deveria saber que estávamos envolvidos. Eles pensavam que estavam lidando com os militares, não conosco! O que significa que alguém nos traiu!”
A sala caiu em um silêncio sufocante.
Ninguém se moveu. O som de passos distantes lá fora parecia ensurdecedor.
O olhar de Harvey vagou lentamente pela sala, parando brevemente em cada um de seus rostos. Seu tom era calmo, mas a fúria em seus olhos deixava claro, ele suspeitava de um deles.
“Cuidado com suas palavras,” Alen retrucou, sua voz se elevando. “Meus homens arriscaram suas vidas por essa causa. Não ouse nos acusar de traição.”
Harvey não respondeu. Não precisava. A tensão entre eles era suficiente para fazer até o ar parecer cortante.
E, verdadeiramente, o grupo de Alen foi o único que não enfrentou resistência significativa, o que os fazia parecer suspeitos, gostassem ou não.
Mas Raze, parado entre eles, sabia a verdade. Não havia como Alen ter traído alguém. Ele era disciplinado demais, investido demais na missão para trair a aliança. O que significava que havia outra explicação.
“A Guilda das Trevas cresceu rapidamente,” Raze disse de maneira firme, cortando o silêncio. “Com esse crescimento vem a fraqueza. O Grande Mago e a Guilda Cérbero poderiam ter nos infiltrado há muito tempo. Não podemos saltar para conclusões.”
Ele olhou para Harvey e Alen. “Se começarmos a nos destruir agora, se começarmos a suspeitar de nossos próprios aliados, toda essa aliança desmoronará antes de terminar o que iniciamos.”
A raiva nos olhos de Harvey diminuiu ligeiramente, embora sua mandíbula ainda estivesse tensa.
“Encontraremos o vazamento,” Raze continuou, sua voz calma, mas resoluta. “Reuniremos informações silenciosamente, e quando tivermos certeza, lidaremos com isso. Mas por enquanto, continuamos em frente. Embora o custo tenha sido alto, ainda estamos vencendo essa luta.”
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