O Retorno do Mago Negro - Capítulo 1560

Capítulo 1560: Um Novo Estilo (Parte 2)

Entre o caos da batalha, o olhar de Yellum se fixou em um lutador em particular, Alen.

A princípio, ela não o reconheceu. Seus movimentos eram rápidos demais, seu estilo de luta muito pouco ortodoxo para qualquer mago que ela conhecia. Mas, quando ele se virou, o brilho de suas luvas chamou sua atenção, e finalmente ela entendeu.

Ela se lembrou daquele rosto.

Alen havia aparecido uma ou duas vezes na esfera pública, não como uma celebridade ou figura política, mas como um mago militar condecorado. Ele tinha subido em palcos durante grandes eventos da academia, às vezes atuando como porta-voz, outras vezes demonstrando feitiços avançados.

Foi onde ela o havia visto antes. E agora ele estava aqui, no meio de sua operação secreta.

‘Ele está com o exército,’ ela percebeu, estreitando os olhos. ‘Mas por quê? Por que eles estão aqui? Será que é alguma divisão rebelde agindo por conta própria? Ou… os Grandes Magos se voltaram uns contra os outros?’

As possibilidades correram pela sua mente, cada uma pior que a anterior. Qualquer que fosse a razão, não importava. O poder de Alen estava se tornando um problema. Um de seus companheiros de guilda, um elite entre os elites, estava praticamente lutando para se manter firme contra ele.

Se isso continuasse, eles poderiam realmente perder um dos seus.

Yellum cerrou os dentes. Ela nunca pensou que veria um dia assim, mas isso não era uma questão de fraqueza. Era um testemunho do talento bruto de Alen.

Ela se virou para o guerreiro de cabelos loiros ao seu lado. “Tonto,” ela disse incisivamente. “Vá atrás do mago de fogo com as luvas. Você precisa pará-lo, agora.”

Tonto olhou por cima do ombro. Já estava ficando entediado, despachando os magos menores à sua frente com uma crueldade casual. Um pico de gelo atravessou diretamente o peito de um soldado, fazendo-o cair instantaneamente.

“Finalmente,” ele murmurou, esticando o pescoço. “Algo interessante.”

Deixando os outros terminarem o que restava, Tonto correu em direção à posição de Alen. Energia dourada irradiava ao redor de seu corpo enquanto ele balançava um braço para bloquear um jato de fogo que havia sido direcionado para seu companheiro.

Quando as chamas se dispersaram, ele olhou para cima e sorriu.

“Homem, você tem uns ataques bem fortes,” Tonto disse, com um tom quase brincalhão. “Não é de se admirar que meu amigo estava lutando. E esse estilo de luta seu… é realmente interessante.”

Uma explosão de chamas irrompeu da mão de Alen e roçou a bochecha de Tonto, queimando uma faixa de pele. A ferida se fechou segundos depois, a pele se regenerando sob um brilho dourado suave. Seu sorriso não desapareceu.

“Entendo,” Tonto disse. “Você é meio rude, não é? Acho que vou ter que ensinar algumas boas maneiras a você.”

Atrás dele, o mago de Cérbero ferido recuou, movimentando-se para se juntar à luta maior. Tonto avançou, estalando os dedos, suas asas de luz se espalhando suavemente atrás dele.

Alen não vacilou. Quem quer que fosse esse homem, não importava. Se eles quisessem sobreviver a esta batalha, ele precisava derrubar Tonto e Yellum, não importa o custo.

Ele começou seu ataque imediatamente.

Chamas irromperam de suas mãos em rápida sucessão, cada uma menor que uma bola de fogo padrão, mas mais rápida, mais afiada e mais difícil de prever. Elas vinham de todas as direções, esquerda, direita, acima e abaixo, forçando seu oponente a reagir constantemente.

Tonto respondeu com uma mistura de magia de terra e água. Ele ergueu lajes de pedra para se proteger, em seguida conjurou poços de líquido no ar que absorviam e redirecionavam o fogo que chegava. Os ataques colidiram um após o outro, iluminando o campo com explosões de laranja e azul.

Algumas das chamas de Alen atravessaram, atingindo Tonto diretamente no peito e no ombro. Os golpes acertaram, mas Tonto não vacilou. Seus olhos nunca deixaram Alen. Ele não piscou, não titubeou.

As queimaduras em sua pele chiaram por apenas um segundo antes de desaparecer completamente.

‘Que história é essa com esse cara?’ Alen pensou, franzindo a testa. ‘Ele não reage à dor de jeito nenhum. Talvez ele não consiga mais… talvez depois de tudo o que fizeram a si mesmos, eles tenham perdido a capacidade de sentir qualquer coisa.’

O pensamento o enojou. Não era apenas os Grandes Magos manipulando as pessoas agora, era toda a cadeia de poder abaixo deles.

Ele disparou outra rajada de chamas, mais rápida desta vez. O incêndio cruzou o campo de batalha, mas antes que pudesse atingir, Tonto ergueu a mão. Energia dourada cobriu seu braço, e com um único movimento, ele cortou diretamente o fogo.

As chamas se dispersaram e desapareceram em brasas.

“Eu acho,” Tonto disse, seu sorriso se ampliando, “peguei o jeito agora.”

A energia dourada brilhou mais forte ao redor de ambos os braços. Então, sem aviso, ele os balançou para frente.

Arcos finos de luz dourada dispararam com velocidade aterrorizante, piscando como relâmpagos enquanto cortavam o ar em direção a Alen.

Alen reagiu instantaneamente. Ele se abaixou sob o primeiro ataque, então torceu para o lado, usando rajadas de fogo sob os pés para se impulsionar para longe. O próximo ataque roçou seu ombro, rasgando sua manga.

Tonto continuou balançando, enviando uma chuva de energia dourada em sua direção, cada vez mais rápida, afiada e pesada que a anterior.

O corpo de Alen se movia por instinto. Ele desviou, rolou e redirecionou seu impulso com rajadas de chamas. Ele podia sentir o calor aumentando em sua pele, a pressão no ar ficando mais espessa.

Então, um dos ataques acertou.

Não foi um ataque direto, ele conseguiu enfraquecê-lo com uma rápida rajada de fogo, mas a força ainda o fez girar para trás. Ele atingiu o chão com força, quase perdendo o equilíbrio.

Antes que pudesse cair, Alen plantou ambas as palmas atrás de si e disparou um jato de fogo para baixo. A explosão o impulsionou novamente para cima, deslizando-o de volta para uma postura de combate.

Fumaça se enrolava em sua luva queimada. Ele exalou, estreitando os olhos.

E então ele percebeu, a sensação estranha que vinha incomodando desde os últimos movimentos de Tonto.

O ritmo de seus ataques. A mudança repentina de movimento. A maneira como Tonto estava lutando agora não era aleatória.

Era seu estilo.

Aquele que Alen trabalhou tanto para aperfeiçoar, a técnica de lançamento rápido e em curta distância inspirada pelos guerreiros de Pagna.

Tonto o imitou. Instanteamente.

‘O estilo que passei anos desenvolvendo,’ Alen pensou, seus olhos ardendo de incredulidade. ‘Aquele que treinei dia e noite… ele copiou assim tão facilmente?’

Tonto ergueu a mão novamente, aquele mesmo sorriso predatório retornando.

“Vamos lá,” ele disse. “Mostre-me mais. Quero ver até onde vai essa sua pequena dança.”

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