O Retorno do Mago Negro - Capítulo 1517
Capítulo 1517: Obrigado pelo Último Presente
Raze havia dito aos outros, muito antes de esta batalha começar, que havia uma razão pela qual ele foi atrás de Ibarin primeiro. Não era porque Ibarin era o mais forte dos Grandes Magos, ou porque ele representava a maior ameaça em pura força. Era porque ele tinha sido o primeiro. Não o primeiro Grande Mago com quem ele já cruzou caminhos, esse título pertencia a Idore, mas Ibarin tinha sido o primeiro a realmente moldar o caminho de Raze. O primeiro que o havia colocado na estrada que o transformaria no Mago Negro.
Havia inúmeras perguntas rodopiando na mente de Raze, perguntas que ele havia enterrado por anos. Se ele quisesse, agora que ele tinha Ibarin completamente imobilizado e o feitiço de projeção mental já ativo, ele poderia ter usado essa chance para perguntar sobre os outros Grandes Magos. Ele poderia ter exigido ver seus planos, suas alianças, seus objetivos. Ele poderia ter cavado nas raízes de tudo.
Mas ele não fez.
Porque havia algo que ele precisava mais do que qualquer segredo sobre os outros.
Prova.
Ele precisava de uma prova inegável de que Ibarin estava por trás de tudo desde o início, que a ruína de Raze Cromwell havia sido cuidadosamente orquestrada. E assim, ele fez sua escolha.
A voz de Raze era silenciosa mas afiada como uma lâmina. “Mostre-me se você tem memórias de qualquer negociação ao redor da academia envolvendo substâncias ilegais.”
O círculo mágico pulsou. O cristal brilhou. Uma enxurrada de imagens começou a brotar da mente de Ibarin. Elas mostravam o presente, bem agora, mesmo enquanto o torneio estava acontecendo, negociações clandestinas ocorrendo em corredores escondidos da Academia Central.
O maxilar de Raze se apertou enquanto ele assistia. Membros da guilda Subterrânea entregando pacotes estranhos. Ajudantes pessoais de Ibarin deslizando frascos em armários. Estudantes sendo obrigados a provar certas drogas sob as ordens do Grande Mago, seus olhos nublando-se com o vício enquanto ele sorria nas sombras.
A multidão recuou em desgosto. Mas Raze balançou a cabeça. “Não. Não agora. Volte. Volte para quando Raze Cromwell ainda era um estudante aqui. Mostre-me seus negócios naquela época.”
As imagens tremularam, e lá estava. O mesmo padrão. A mesma rede oculta. E no centro de tudo… Ibarin.
Murmúrios ondularam pelas arquibancadas.
“Raze Cromwell… esse nome, ”
“Espere, esse não era o nome do Mago Negro?”
“Sim, eu li sobre ele… Ele não era um professor aqui, antes de tudo dar errado?”
“Vi um documentário uma vez, ele trabalhava na Academia Central antes de ele… antes de tudo isso.”
A realização estava aparecendo para eles como um nascer do sol rastejante. Agora, vendo essa memória, eles entenderam. As drogas. As falsas acusações. O escândalo que levou ao nome de Raze ficar manchado. E o verdadeiro culpado sempre havia sido Ibarin.
A voz de Raze cortou os sussurros. “Mostre-me se você colocou essas substâncias no meu escritório.”
A magia respondeu. A memória apareceu clara como o dia: as mãos de Ibarin plantando o contrabando nas gavetas de Raze, deslizando-o como se estivesse apenas deixando uma papelada inofensiva. Ofegos varreram a arena.
E então Raze falou novamente, seu tom mais baixo, mais apertado. “Mostre-me o que você disse naquele dia. No julgamento.”
Seu coração pulsava. Ele havia se forçado a reviver esse momento em sua própria mente por anos, repetidamente, uma cicatriz que ele se recusava a deixar curar. Ele jurara que nunca esqueceria.
E agora, lá estava novamente, se desenrolando para todos.
A multidão ficou em silêncio enquanto a memória se desenrolava. Ibarin estava diante do conselho, voz calma, rosto frio e composto.
“Eu tenho motivos para acreditar que Raze Cromwell tem distribuído substâncias ilegais no terreno da escola,” ele declarou. “A segurança de nossa academia não pode ser arriscada. Exijo sua remoção imediata.”
Os ecos daquela voz pairavam no ar como veneno. Muitos dos espectadores haviam lido sobre esse momento em relatórios antigos. Eles tinham visto as histórias distorcidas que as notícias haviam contado após o julgamento.
Mas isso era diferente.
Isso era a verdade.
E isso os atingiu como um trovão.
Raze não havia sido um homem cruel desde o início. Ele tinha sido ambicioso, sim. Feroz. Talentoso. Mas nunca cruel. E agora eles entendiam. Eles podiam ver o sorriso venenoso que Ibarin usava enquanto destruía vidas. Eles viam o padrão, toda vez que alguém surgia com potencial, Ibarin os esmagava, os enterrava, e reescrevia a história para fazer a si mesmo brilhar mais.
A única pessoa que ousou enfrentá-lo… foi Raze Cromwell.
O Mago Negro.
A magia estava começando a vacilar. Manter a projeção de memória enquanto também prendia Ibarin com força gravitacional estava drenando Raze rapidamente. Sua respiração desacelerou, mas seus passos eram firmes enquanto se aproximava.
A multidão prendeu a respiração. Ele parou sobre a forma quebrada de Ibarin. O outrora poderoso Grande Mago jazia preso, ensanguentado e trêmulo.
Raze abaixou-se, sua sombra caindo sobre o rosto pálido e encharcado de suor do homem.
“Eu matei Enaxx,” Raze disse suavemente, sua voz ressoando pela arena. “Eu o matei por tudo o que ele havia feito. E agora… a próxima vida que vou tirar é a sua.”
Os olhos de Ibarin se arregalaram.
“Não fale,” Raze sibilou. “Não há nada que você possa dizer que vai te salvar. Nada que possa apagar o que você fez. Mas sou grato por uma coisa, porém. Com tudo que eu vi… sei quem será meu próximo alvo. Gizin.”
Gritos ecoaram das arquibancadas.
“Ele é o próximo na linha do Grande Mago. Ele cairá depois de você.”
A expressão de Raze escureceu ainda mais.
“A única coisa que eu lamento… é que você não estará aqui para ver. Mas não se preocupe,” seus lábios se curvaram levemente “, você não será deixado de fora.”
A boca de Ibarin se abriu, desesperada para falar, talvez implorar, ou amaldiçoar, mas Raze o silenciou com um único movimento.
Sua mão se apertou sobre a boca do homem. A pressão dos seus dedos sozinha era como barras de aço, fechando os lábios de Ibarin.
E então, Ibarin sentiu isso. Sua força… esvaindo-se.
A multidão assistia em silêncio atônito enquanto um brilho pálido e fantasmagórico escorria do corpo de Ibarin, seu mana, seu Qi, até mesmo a centelha de seu núcleo, sendo extraído, puxado para longe, desaparecendo na palma de Raze.
Ibarin se debatia fracamente, mas estava demasiado quebrado para resistir.
Raze olhou para ele com olhos frios.
“Vou usar sua energia,” ele sussurrou, “para me ajudar a derrubar o resto deles. Então… obrigado por isso, pelo menos.”
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