O Retorno do Mago Negro - Capítulo 1515

Capítulo 1515: O Grande Mago perdeu? (Parte 2)

A multidão estava constantemente cochichando e murmurando uns para os outros em vozes baixas e inquietas. Não havia mais o entusiasmo ensurdecedor de antes, nenhum dos aplausos que uma vez ecoaram pela arena quando os primeiros choques começaram.

Porque agora, a realidade estava finalmente se instalando.

O Grande Mago havia enlouquecido durante a batalha, seus ataques rasgando o ar como tempestades, quase atingindo a própria multidão. A única razão pela qual muitos deles ainda estavam vivos era porque a Guilda Negra e outros intervieram, protegendo os espectadores e os resguardando dos disparos errantes.

Mas isso não era o que estavam focando.

O que eles estavam vendo agora… era uma coisa quase impensável.

O grandioso Grande Mago, a pessoa que todos eles praticamente adoravam como um pilar inabalável de Alterian, estava caído no chão, completamente derrotado, preso ali sob o peso do próprio Mago Negro.

“Ei… não deveríamos tentar detê-lo?” uma voz sussurrou das arquibancadas.

“Detê-lo?” outra voz respondeu com um sibilo. “Você acha que alguém que conseguiu derrotar o Grande Mago vai ser interrompido por nós? Olhe para ele, o Mago Negro não parece nem ferido.”

“Mas se não fizermos nada… se simplesmente ficarmos aqui parados, vamos realmente dizer que vimos o Grande Mago morrer sem fazer nada?”

“Você realmente quer lutar contra ele? Porque se você for lá, vai sozinho.” A voz do homem trincou. “Ainda há aqueles estudantes que derrotaram os Diretores e estão com ele. Você acha que eles deixariam você se aproximar?”

“E não se esqueça…” outro acrescentou suavemente, “muitas pessoas nessa multidão usaram Magia das Trevas. Elas lutaram lado a lado com ele. Você acha que vão apenas ficar sentadas e assistir você atacar o Mago Negro?”

Aquela simples verdade afundou na mente de todos como gelo.

Mesmo que quisessem se mover… nenhum deles ousou dar um único passo à frente.

Os mais surpresos de todos eram os alunos da Academia Central.

“Ele… ele realmente conseguiu.” A voz de Bones tremia. “Aquele maldito aluno… ele realmente derrubou o Grande Mago. Como isso é possível?”

“Todos nós vimos,” Nannan respondeu, ainda olhando fixamente para a arena. “Vimos o que aconteceu. O poder que ele usou… isso não era apenas magia. Era algo completamente diferente.”

“Você consegue ver agora?” George disse, cruzando os braços com orgulho. “Até alguém tão forte estava usando minha afinidade especial! Isso mostra o quanto é incrível!”

“Não acredito que realmente enfrentamos alguém assim,” Kayzel murmurou. “Não é de se admirar que tenhamos perdido tão feio… agora eu nem sinto tão mal sobre isso.”

Um pouco mais atrás, os olhos de Alen permaneciam fixos em Raze e no Grande Mago caído.

Havia alívio reluzindo neles, porque Ibarin ainda estava vivo.

Era uma linha delicada e extremamente fina a seguir. Se Raze simplesmente derrubasse Ibarin agora, tudo estaria acabado.

E ainda assim, matá-lo desfaria tudo.

As pessoas não simplesmente acreditavam no que viam, elas acreditavam na história por trás do que viam. E agora, as pessoas não tinham contexto. Se Raze matasse Ibarin no momento, elas distorceriam isso, inventariam razões. Elas diriam que o Mago Negro só os protegeu como parte de alguma trama longa e sinistra.

Então… era hora de Raze lhes dar a história ele mesmo.

Raze deu um passo em direção a Ibarin.

O Grande Mago estava amassado, seu corpo tremendo. Ele não conseguia nem mesmo levantar a própria cabeça. Sem mana para apoiá-lo, era nada mais que um velho exausto.

Raze ergueu uma mão, aliviando a magia da gravidade que o prendia, apenas em sua cabeça. Ele deixou o restante da força esmagadora no lugar, mas pelo menos agora, Ibarin podia levantar o rosto para falar.

A voz de Raze soou clara, carregada pela magia para que cada alma na arena pudesse ouvir.

“Agora, minhas palavras, e as suas, serão projetadas para todos aqui,” Raze disse. Seu olhar era como obsidiana afiadas. “Há uma razão pela qual eu te mantive vivo.”

Uma risada rachada saiu da garganta de Ibarin, manchas de sangue tingindo seus dentes.

“Uma razão? Uma razão?” ele tossiu, sua voz crua e rouca. “Todos sabemos por que você me manteve vivo. Você quer me humilhar. Você quer mostrar ao mundo o quanto é mais forte, para que eles temam o Mago Negro!”

Sua voz aumentou para um rugido, ecoando nas paredes destruídas da arena.

“Você, Raze Cromwell… sempre teve um rancor contra mim! Desde o dia em que nos conhecemos, você não pôde parar de se intrometer! Não importa o que eu fazia, você tinha que interferir, tinha que aparecer, tinha que se provar, toda vez!

“E olha no que você se tornou… Você matou inúmeras pessoas, apenas para provar que era melhor do que eu. E agora está aqui para fazer o mesmo novamente!”

A voz de Ibarin rachou. Ele arfou, tossindo violentamente, sangue respingando na pedra.

Raze permaneceu imóvel, ouvindo silenciosamente, sua expressão não se alterando. Então, lentamente, ele balançou a cabeça.

“Era o que eu pensava,” ele disse calmamente. “Então isso… isso é como você realmente via as coisas. Isso é a mente de alguém que lutou para alcançar a posição de Diretor, que roubou o título de Grande Mago… e ainda assim não consegue ver a verdade.”

“MENTIRAS!” Ibarin gritou. Seu corpo inteiro se contorceu contra a gravidade que o prendia, mas ele não conseguiu nem levantar um braço. “Mentiras! Você acha que alguém vai acreditar em escória como você, Mago Negro?”

Raze se agachou. Sua sombra caiu sobre o rosto machucado e ensanguentado de Ibarin.

“Então deixe-me fazer uma pergunta a você,” ele disse. “E eu sugiro… pela primeira vez na sua vida, responda honestamente.”

A arena ficou mortalmente silenciosa. Até o vento parecia ter parado de se mover.

“Onde,” Raze disse, sua voz caindo para um sussurro frio, “está Wilton Junior… o Diretor da Academia Wilton?”

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