O Retorno do Mago Negro - Capítulo 1492
Capítulo 1492: Sussurros na Academia
Ibarin estava esperando sozinho em seu escritório, a grandiosa câmara fracamente iluminada por vários cristais flutuantes que pairavam no ar. Seus dedos tamborilavam distraidamente contra a madeira polida da mesa, depois se moviam para esfregar a parte inferior de seu queixo enquanto seus pensamentos fervilhavam. Sua expressão era sombria, sua mente correndo incessantemente através de todas as possibilidades, todos os caminhos para a frente, e todas as maneiras pelas quais a situação poderia ser distorcida a seu favor. Os estudantes falharam.
Ele os havia avisado. Repetidamente, ele deixou claro que na vida, apenas aqueles que têm sucesso podem subir a escada. Aqueles que falharam, aqueles que perderam, não poderiam ser recompensados. Eles não poderiam ser elogiados, não poderiam ser elevados, e certamente não poderiam permanecer como representantes da Academia Central. Eles deveriam ser os melhores dos melhores, prova de sua força como Grande Mago, e ainda assim perderam em plena vista do público. Para ele, a conclusão era simples e implacável. Eles não eram mais de nenhuma utilidade.
As outras academias sussurrariam. Rumores se espalhariam. Ele não podia permitir isso. Em sua mente, havia apenas um caminho restante: livrar-se deles completamente. Os melhores estudantes da academia perderam, e agora sua própria existência era uma mancha. Se eles fossem embora, então a vergonha de sua falha também desapareceria.
“Eles deveriam ganhar”, Ibarin murmurou sob sua respiração, o som ecoando suavemente contra as paredes de seu escritório. Seu tom era frio, distante, quase como se estivesse recitando uma simples verdade em vez de traçar o destino de seus próprios estudantes. “E eles perderam. Então é justo que paguem o preço.”
Seus olhos se estreitaram, e seus pensamentos continuaram a se desenrolar. Depois que eu cuidar deles, também precisarei lidar com suas famílias. Ele bateu na mesa mais forte, batidas afiadas pontuando seu monólogo interno. Isso será fácil de fazer, mas, é claro, haverá notícias. Os sussurros se espalharão, as perguntas virão, e eu precisarei dar ao mundo uma resposta. Precisarei construir uma história, preparar o palco e criar um bode expiatório que possa carregar a culpa. Talvez a Guilda Negra. Sim… talvez a Guilda Negra mais uma vez.
Ele se recostou em sua cadeira, dedos apertando o apoio de braço. Devo tentar trabalhar com Gizin e sua Guilda Cerberus? Devo fazê-los agir nas sombras e fazer parecer que foram eles os responsáveis? Se eu fizer isso, então a culpa não recairá sobre mim. O mundo não fará perguntas ao Grande Mago. Em vez disso, o mundo se unirá contra a Guilda Negra, como sempre fez.
O problema era que, ao contrário de alguns dos outros Grandes Magos, Ibarin não tinha uma guilda diretamente sob seu controle. Essa era a maior diferença entre ele e eles. Ele tinha a academia, seus estudantes, seu pessoal, seu prestígio. Essa era sua fundação, a rocha sobre a qual ele construiu sua reputação. Ele não tinha uma guilda em que pudesse confiar plenamente, nenhum grupo de soldados leais que deviam suas vidas exclusivamente a ele. Foi por isso que o pessoal da academia foi dividido.
Havia aqueles que trabalhavam oficialmente para a própria academia, e então havia aqueles que trabalhavam diretamente para ele. Este último grupo eram os que conheciam mais da verdadeira natureza de Ibarin, aqueles que vislumbraram a ambição por trás da máscara. Para eles, ele prometeu tudo: mais poder, mais riqueza, mais status. Riquezas além da imaginação, tesouros mágicos, posições de influência, tudo o que eles sempre sonharam quando procuraram pela primeira vez estar sob a sombra de um Grande Mago.
Por que eles não seguiriam? Por que eles não obedeceriam? Ele lhes deu um gostinho de grandeza, e, em troca, eles se curvaram.
Enquanto ele meditava, as portas de seu escritório se abriram com um rangido. O som era tímido, hesitante, como se quem ousasse entrar soubesse muito bem o perigo de perturbá-lo. Um homem entrou rapidamente, caiu de joelhos e pressionou a cabeça contra o chão polido. Sua voz tremia enquanto falava.
“Desculpe, senhor!” ele soltou, suas palavras apressadas como se tentasse se defender antes que a punição viesse. “Não consigo entrar em contato com a equipe que foi buscar os estudantes. Não apenas eles, mas também a equipe que foi enviada depois deles, para verificar seu progresso. Não há notícias, nenhuma mensagem, nada. Eles desapareceram.”
A testa do homem pressionou com mais força contra o chão, como se isso pudesse salvá-lo. “Eu fiz tudo o que pude para localizá-los, todo método que conheço. As testemunhas dizem que viram a equipe levando os estudantes, mas quando eles contornaram a lateral da arena… foi como se tivessem desaparecido no ar. Ninguém os viu desde então. Não há vestígios.”
O silêncio no escritório se tornou pesado. O homem não ousou levantar os olhos. Ele podia sentir, como se o ar em si se tornasse mais espesso, sufocando-o, o peso opressivo do mana escapando de Ibarin. Cada segundo se estendia em eternidade, cada respiração tomada com esforço. Seu coração disparava dentro do peito enquanto esperava pelo julgamento.
Finalmente, a voz de Ibarin cortou o silêncio, fria e afiada.
“Estou cercado por tolos incompetentes,” ele disse, cada palavra uma lâmina. Seu olhar queimava o homem ajoelhado diante dele. “Nada pode dar certo, nada! Onde eu errei ao escolher vocês, ao permitir que qualquer um de vocês me servisse? Vocês imploraram para fazer parte do círculo do Grande Mago, juraram lealdade, e ainda assim não podem completar algo tão simples quanto isso? Vocês não podem nem mesmo retornar com um grupo de crianças?”
A voz de Ibarin aumentou, seu tom rachando como trovão. “Talvez seja verdade o que dizem, se você quer algo bem feito, então deve fazer você mesmo.”
O homem abriu a boca, talvez para implorar, talvez para suplicar por mais uma chance, mas nunca teve a chance de falar. Quando Ibarin passou, sua mão se moveu quase preguiçosamente. Um som nauseante ecoou pelo escritório. A cabeça do homem se separou de seus ombros em um movimento limpo, rolou através do chão polido e parou na base da mesa. Seu corpo caiu pesadamente para o lado.
Ibarin não lhe deu outro olhar.
Momentos depois, sua figura ergueu-se no ar, magia do vento girando ao seu redor enquanto ele subia acima dos terrenos da academia. Sua capa chicoteava contra a corrente, seus olhos afiados enquanto ele observava tudo abaixo. Ele procurava, buscando qualquer vestígio, qualquer pista do que havia acontecido. Seus outros funcionários ainda estavam vasculhando os terrenos, buscando respostas, mas nenhum havia retornado com informações. Mesmo agora, examinando o vasto campus, ele não via sinal dos estudantes desaparecidos ou seu acompanhante.
Mas então ele percebeu algo mais.
Em uma seção dos terrenos da academia, reunidos na área aberta perto do local, vários convidados estavam se aglomerando em torno de uma única figura. Suas vozes se elevavam em excitação, admiração e curiosidade. Quando os olhos de Ibarin estreitaram, quando ele focou mais de perto, ele viu claramente: o brilho inconfundível de cabelo branco.
“Aquele garoto”, pensou Ibarin, seus lábios curvando-se ligeiramente. “Aquele aluno de cabelo branco… ele está atraindo muita atenção.” Seu olhar permaneceu na visão abaixo. “Muito bem. Aproveite os holofotes enquanto pode. Assim que este evento acabar, assim que as celebrações terminarem, eu vou descobrir tudo sobre você. Cada segredo que você esconda será meu.”
Abaixo, Raze havia deliberadamente escolhido não usar sua máscara. Ele havia permitido se destacar, ser notado. Seu cabelo marcante, sua reputação após as batalhas, sua força silenciosa, tudo isso atraía as pessoas para ele. Multidões se reuniam, mãos se estendiam, perguntas caíam uma atrás da outra. Alguns até desejavam fotos, um símbolo de memória ao lado do misterioso prodígio da Academia Wilton.
E Raze aceitava isso. Ele acolhia a multidão, o barulho, a atenção. Porque tudo isso fazia parte de seu plano. Se Ibarin estivesse irritado, se ele estivesse desesperado para agir, ele não o faria agora. Não na frente de tantos olhos, não enquanto o mundo estava assistindo. Para o plano de Raze ter sucesso, Ibarin tinha que agir amanhã.
Eventualmente, Raze se desculpou, alegando precisar retornar aos dormitórios e descansar. A multidão se afastou relutante, ainda fervendo de excitação. Mas enquanto ele caminhava, um homem se aproximou de lado, sua expressão séria. Ele parecia diferente de antes, sua presença mais silenciosa, mais pesada.
Raze o reconheceu imediatamente, e o feitiço de silêncio foi ativado em um instante.
“Eu informei aos estudantes o que precisa ser feito,” disse Alen, sua voz firme. “Pode ter certeza, eles estão seguros por enquanto. Mas há algo me incomodando.”
Suas sobrancelhas se franziram, e ele se inclinou mais perto.
“Não consigo entrar em contato com Wilton.”
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