O Retorno do Mago Negro - Capítulo 1489
Capítulo 1489: Confiança Fraturada
Os estudantes da Academia Central estavam imóveis, o mundo deles completamente de cabeça para baixo. Apenas algumas horas atrás, haviam sido aclamados como os principais prodígios, treinados para trazer honra à sua academia na troca mágica. Esperavam louvores, reconhecimento, talvez até reverência. Em vez disso, ali estavam, exaustos, impotentes, encurralados na noite.
E agora, diante deles estava Raze, o estudante de Wilton que havia superado todas as expectativas, seu cabelo branco iluminado suavemente à luz da lua, sua presença mais pesada do que a magia das Trevas que girava ao seu redor. Os estudantes não sabiam de quem ter mais medo: do Grande Mago que os criou… ou do garoto que acabara de matar seus professores como se estivesse espantando moscas.
Bones deu um passo para trás, sua voz trêmula embora tentasse soar forte. “Eu sei que você acabou de nos salvar… mas pelo que sabemos isso tudo pode ser algum truque. Você está tentando nos atrair, nos fazer juntar à sua Guilda Negra, não está?”
Kelly cruzou os braços e soltou um suspiro agudo. “Inacreditável. Nem mesmo um obrigado? Não pedimos para vocês se juntarem a nada. Não estamos recrutando. Estamos apenas dando a chance de escapar do Grande Mago e dos outros magos que estavam literalmente prestes a matar vocês. Todos vocês viram acontecer. Ou suas mentes estão tão danificadas que não conseguem nem processar o que acabou de acontecer diante de seus olhos?”
“Responda-nos isto!” Bones pressionou, seus punhos tremendo. “Vocês dois usaram Magia das Trevas? São membros da Guilda Negra?”
Kelly virou a cabeça para Raze, incerta sobre como responder. Ela não esperava que ele revelasse sua magia tão abertamente. Por que ele fez isso? Além de apagar os corpos, ele poderia ter escondido. Se ela tivesse sido a única a usar Magia das Trevas, talvez tivesse sido mais fácil explicar.
Mas Raze não hesitou. Sua voz cortou o ar tenso. “Somos.”
Os estudantes ofegaram. O rosto de Nannan esvaziou-se de cor enquanto ela balbuciava, “Todos… todos os estudantes de Wilton são parte da Guilda Negra também? Kelly… você também?”
Aquele medo torceu ainda mais seus estômagos. A Guilda Negra sempre fora pintada como o inimigo, a sombra à espreita nas bordas da sociedade. Todos haviam crescido acreditando que, se algum dia cruzassem o caminho de um membro, seria óbvio, monstruoso, assustador, fácil de identificar. No entanto, Kelly, sua companheira durante a troca, tinha sido uma deles desde o início. E eles nunca perceberam.
“Essa pergunta nem diz respeito a vocês,” Raze respondeu friamente. “Mas se precisam saber… Eu me transferi para Wilton exclusivamente para participar deste evento. Isso é tudo. Quem pertence a qual grupo, isso realmente importa?” Seus olhos escuros varreram-nos. “Se querem um motivo para confiar em mim, aqui está: Eu não matei vocês. Apesar das incontáveis chances que tive, nunca uma vez levantei minha espada contra vocês. Em vez disso, matei aqueles que tentaram lhes fazer mal. Então decidam, em quem confiam mais?”
As palavras atingiram como ferro. Kayzel apertou a mandíbula. No fundo, ele acreditava em Raze. O garoto poderia ter acabado com suas vidas a qualquer momento durante o torneio ou agora. Mas acreditar não apagava o medo que o arranhava. Se recusassem Raze, se insistissem em voltar ao Grande Mago, isso não os tornaria pontas soltas a serem silenciadas?
A pior parte era a falta de tempo. Eles não tinham o luxo de pesar opções.
Porque logo à frente, mais dois magos da equipe apareceram, caminhando pelo caminho escuro em direção a eles. Seus uniformes eram os mesmos daqueles que haviam tentado escoltar os estudantes mais cedo. Reforços, enviados porque os outros estavam atrasados.
O coração dos estudantes parou.
Quando se voltaram para Raze, ele já não estava lá.
Não, ele já estava a cinco metros de distância, diretamente à frente da equipe que se aproximava. Os magos entraram em pânico, mãos voando enquanto tentavam invocar seus feitiços, desesperados para fugir.
Mas Raze levantou uma mão e apontou para baixo.
O chão rachou sob os magos da equipe como se a própria gravidade tivesse dobrado, triplicado, multiplicado. O próprio ar ficou pesado, e num instante ambos os homens se chocaram contra a terra com força capaz de quebrar ossos. O som de ossos quebrando ecoou pelo caminho, seguido por sangue se infiltrando na pedra rachada.
Os estudantes recuaram. A boca de George se abriu. Ele sabia exatamente o que acabara de presenciar.
“Isso… essa é minha afinidade gravitacional,” George gaguejou. Seus olhos se arregalaram enquanto olhava para Raze. “Como… como ele está usando isso?! E essa força, é mais forte do que a minha jamais foi!”
Antes que o pessoal pudesse sequer gemer, Raze estalou os dedos. A energia das trevas avançou, envolvendo suas formas amassadas. Seus gritos foram cortados em segundos à medida que as sombras encolhiam, consumindo-os até não restar nada, nem mesmo cinzas.
O caminho estava silencioso novamente. Apenas a respiração irregular dos estudantes permanecia.
Raze se voltou para eles calmamente, como se não tivesse acabado de apagar duas vidas da existência. Testar a nova afinidade tinha sido fácil. Conveniente. Ele guardou o pensamento.
O rosto de George se contorceu de horror. Sua voz se elevou em um grito. “Você… você roubou nossos poderes? É por isso que não podemos mais usar magia? Você nos drenou?!”
O olhar de Raze permaneceu sobre ele, indecifrável. “Não. Este é o resultado de eu salvar suas vidas.”
Ele se aproximou, suas palavras deliberadas, inflexíveis. “As pílulas que vocês tomaram destruíram seus núcleos de mana. Elas inundaram seus corpos com mana instável e, quando essa mana desaparecesse, teria levado tudo com ela, incluindo suas vidas. Ao absorver essa energia, eu os mantive vivos. E sim, ao fazer isso, herdei suas afinidades. Foi assim que adquiri a magia gravitacional.”
Ele deixou o peso de suas palavras assentar. “Então talvez vocês queiram chamar isso de roubo. Mas a verdade é que, sem mim, vocês já seriam cadáveres no chão. Eu já salvei suas vidas três vezes agora.”
O silêncio que se seguiu era sufocante. Alguns dos estudantes desviaram o olhar, outros o encararam com uma mistura de admiração e medo.
Finalmente, Raze rompeu o silêncio. Sua magia das trevas crepitou levemente em suas pontas dos dedos enquanto seus olhos se fixavam nos deles.
“Agora me digam,” ele disse. “Vocês vão me acompanhar… ou não?”
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