O Retorno do Mago Negro - Capítulo 1440

Capítulo 1440: O Desenho dos Destinos

O Desenho dos Destinos

Redrick foi conduzido pelos terrenos da Academia Central por um de seus professores, seus passos ecoando levemente enquanto se afastavam da área principal do evento. O destino deles era um prédio separado, uma estrutura ampla, com teto alto, que se assemelhava a um salão de esportes mágico.

Do lado de fora, parecia grandioso o suficiente para sediar um torneio completo. Mas quando eles entraram, Redrick imediatamente notou a diferença: o lugar não estava aberto ao público. As arquibancadas estavam vazias, o chão polido mas sem uso, e a iluminação estava baixa. Seja lá qual fosse o tema da reunião, não era destinado a espectadores.

Cinco pessoas haviam sido chamadas ali no total, incluindo Redrick, e enquanto seus olhos varriam a sala, ele reconheceu outros quatro professores de várias academias. Um deles representava a própria Academia Central. No entanto, além deles, o salão estava silencioso e vazio.

Não demorou muito para que murmúrios discretos começassem a passar entre os professores. Nenhum deles parecia saber por que haviam sido reunidos.

“Ei,” uma voz chamou, interrompendo a observação distraída de Redrick. O orador era um professor masculino da Academia BIMM, encostado casualmente em uma das arquibancadas mais baixas. “Queria perguntar, o que Wilton está fazendo este ano para atrair estudantes tão talentosos? A única razão de Lee Roy estar conosco e não na Academia Central é por causa de seu… digamos, relacionamento especial com nosso diretor.

“Mas vocês?” Ele deu um meio sorriso. “Para vocês conseguirem o que conseguiram? É incrível. Vocês não têm algum acordo secreto com outra terra, criando magos em segredo, têm?”

Redrick deu uma pequena risada, balançando a cabeça. Ele nem sabia por onde começar a responder uma pergunta dessas, mas, felizmente, não precisou. O som de passos levou todos os olhares para a frente.

Do outro lado do salão, o próprio Grande Mago caminhava em direção ao palco.

Enquanto subia na plataforma, um dispositivo mágico atrás dele se ativou, projetando uma enorme imagem na parede. Cenas das batalhas do ano passado preenchiam o espaço, faíscas de magia voando, explosões de luz e energia elemental colidindo, guerreiros se enfrentando em momentos de espetáculo feroz.

Quando Ibarin chegou ao centro do palco, os professores o observavam em silêncio. Não eram apenas os alunos que olhavam para ele com admiração. Mesmo entre magos experientes, sua presença exigia atenção.

“É um prazer,” Ibarin começou, sua voz se espalhando facilmente pelo salão silencioso, “encontrar aqueles que estão moldando a próxima geração de magos. Imagino que alguns de vocês estejam se perguntando por que os convoquei aqui, especialmente com várias horas restantes antes do início do evento de hoje.” Sua expressão suavizou-se em algo quase tranquilizador. “Não se preocupem, ninguém está com problemas. Esta reunião é inteiramente sobre o próprio evento.”

A exibição atrás dele mudou novamente. Desta vez, dez rostos apareceram, cada um nítido e inconfundível. Os professores entenderam imediatamente. Esses eram os dez alunos escolhidos para participar das partidas individuais de hoje.

“Este ano,” Ibarin continuou, “decidimos mudar as coisas. Cada academia pode apresentar dois alunos em vez de um. Também temos, em nossas fileiras, alguns dos melhores magos curandeiros não apenas na academia, mas talvez no mundo. Isso significa que podemos nos dar ao luxo de ultrapassar os limites e oferecer ao público um espetáculo maior do que nunca.”

Seu tom se aprofundou, seu olhar aguçado. “No entanto, há um problema. Dependendo dos confrontos, um mago pode ser colocado contra um oponente que tem uma vantagem elemental avassaladora. Nesses casos, as lutas podem parecer… menos que justas.”

“Então,” disse Ibarin, seu tom mudando para algo quase brincalhão, “para aumentar a emoção, desejo convidar todos vocês aqui presentes hoje para determinar pessoalmente os oponentes para as partidas dos seus alunos.”

Ele bateu levemente o pé no chão do palco. Uma ondulação mágica se espalhou, e no centro do salão, um estranho objeto circular cintilou em existência. Dentro, dez esferas luminosas flutuavam, pairando em um movimento constante e hipnótico.

“Essas bolas são numeradas de um a cinco,” Ibarin explicou. “Duas de cada número. A regra é simples, os professores que tirarem o mesmo número terão seus alunos escolhidos para se enfrentarem. Uma vez que você pegar um número, deve declarar imediatamente qual aluno de sua academia será designado para ele. Isso, eu acredito, é o método mais justo possível. E para que não haja suspeitas de qualquer coisa acontecendo por trás das cenas… Eu convidei todos vocês para testemunhar e participar juntos.”

Murmuros passaram pelos professores. Isso era incomum. Em todos os anos do evento, nada assim jamais havia sido feito antes. A Academia Central nunca precisou de tais teatralidades; ninguém em sua mente sã suspeitava deles de manipular os resultados. Por que eles fariam isso?

Afinal, o resultado sempre foi o mesmo. Ano após ano, os representantes da Academia Central dominavam cada partida. O campeão do ano passado tinha sido particularmente brutal, lutando contra quatro oponentes das outras academias em sucessão e ainda vencendo decisivamente no final.

Tradicionalmente, o evento seguia um formato de torneio, estreitando-se para dois finalistas que se enfrentariam pelo título. Isso… era diferente. Uma reestruturação das regras. Ainda assim, dadas as estranhas circunstâncias que cercam o encontro deste ano, talvez eles realmente apenas quisessem mudar as coisas.

“Certo,” disse Ibarin finalmente, examinando o grupo. Seu olhar se fixou em uma pessoa. “Já que a estrela do show até agora tem sido da Academia Wilton… por que o representante de Wilton não vem primeiro?”

Redrick piscou, pego de surpresa. “Eu?” Ele não esperava ser destacado tão cedo. Se eles queriam adicionar esse tipo de reviravolta, poderia ter sido mais emocionante fazê-lo no palco durante o evento real, na frente da multidão. Mas talvez houvesse uma razão para fazer isso a portas fechadas.

Ainda assim, se fosse apenas uma questão de escolher números, havia pouco prejuízo em participar.

Avançando, Redrick aproximou-se do estranho dispositivo circular. A superfície estava fria sob seus dedos enquanto ele alcançava a esfera cintilante. As bolas dentro pareciam dançar longe de seu alcance no começo, como se o testassem, antes que uma finalmente rolasse para sua palma.

Ele a puxou. O número brilhava fracamente em sua mão.

“Um,” Redrick anunciou.

Um silêncio se estabeleceu brevemente sobre o grupo enquanto ele olhava para Ibarin. “Para isso…” Ele deu sua resposta sem hesitação. “Eu escolho o aluno, Raze.”

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