O Retorno do Mago Negro - Capítulo 1400
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Capítulo 1400: Cicatrizes Que Não Se Curam
Os professores esperavam que os ferimentos fossem graves. Moze e Piba estavam claramente espancados, pele queimada, membros quebrados, ferimentos mágicos queimados profundamente em seus corpos. Mas não foi o dano físico que os chocou. Era algo muito pior.
Esses ferimentos iam além de uma simples derrota em uma luta. Pareciam intencionais. Cruéis.
Ainda assim, a equipe de cura permaneceu calma. Confiantes, até. Afinal, feridas externas poderiam ser reparadas. Ossos poderiam ser reajustados. Queimaduras curadas. A magia poderia fazer maravilhas.
É por isso que, quando o curandeiro entrou na sala com uma expressão pesada e pronunciou aquelas palavras, isso atordoou a todos.
“O que você quer dizer?” Panla perguntou, endireitando-se, o medo infiltrando-se em sua voz.
“Eles estão acordados,” disse o curandeiro. “Conseguimos curar todos os ferimentos externos deles. Eles vão viver… mas não serão os mesmos.”
Um frio varreu a sala.
“Fizemos tudo o que podíamos,” continuou o curandeiro. “Mas alguém infundiu magia diretamente em seus núcleos de mana. Não é algo que a Magia da Luz pode remover.”
A sala ficou em silêncio.
Todos ali entenderam a gravidade do que havia sido dito. Eles tinham lido sobre isso nos livros didáticos. Estudaram os raros relatos de casos em aulas. Mas testemunhar isso… era algo completamente diferente.
“Tentamos expulsar a magia,” o curandeiro disse, seu tom se tornando clínico. “Mas a Magia da Luz só cura o que interpreta como uma ferida. Isso não é classificado como dano, é interferência. E isso é algo que a Magia da Luz não pode tocar.”
A explicação aterrissou como uma lâmina através do coração.
“Com seus núcleos desestabilizados, o mana não circula adequadamente. Eles ainda poderão usar feitiços… mas nem perto do nível que conseguiam antes. E qualquer tentativa de fazer isso lhes causará uma dor imensa.”
Era o mais próximo de uma sentença de morte que um mago podia receber sem morrer.
Depois de terminar sua explicação, o curandeiro fez uma reverência educada e se desculpou. Antes de sair, acrescentou, “Eles pediram para falar com vocês. Vamos trazê-los aqui em breve.”
Quando a porta se fechou, o silêncio tomou conta da sala novamente.
“Isso significa…” Yolden sussurrou, sua voz tremendo, “a vida deles como magos… acabou?”
“Por que alguém faria algo tão cruel?” ela continuou. “E durante um evento oficial? Tinha que ser alguém da Academia Central. Alguém deve ter visto algo. Eles precisam ser punidos!”
Panla se virou para Luka, buscando respostas em seu rosto. “Realmente não há nada que possa ser feito?”
Luka exalou pelo nariz, cruzando os braços.
“Depende,” ele admitiu. “De quão severa é a interferência e da força do mago individual. Existem casos raros, muito raros, onde magos conseguiram expulsar a magia invasiva através de pura força de vontade e meditação. Mas leva anos. Às vezes décadas.”
Ele balançou a cabeça. “E sejamos honestos… Os curandeiros da Academia Central são muito mais treinados do que nós. Se nem eles puderam reverter isso…”
Foi então que houve uma batida na porta.
Moze e Piba entraram.
Ninguém disse nada a princípio. O ar parecia pesado. Ninguém esperava vê-los assim.
Moze ofereceu um sorriso meia-boca. “Acho que vocês já ouviram as notícias, não é?” ele disse. “Mas não se preocupem. Vamos ficar bem. Vamos encontrar alguém… alguém lá fora que possa nos ajudar. As coisas vão melhorar, certo?”
Um momento se passou.
E então, sem aviso, Chiba deu um passo à frente e o envolveu com seus braços apertadamente.
“O que você está fazendo?” Moze perguntou, surpreso.
“Seu idiota,” ela disse, sua voz falhando. “Não finja. Se você realmente estivesse bem com isso… então por que está chorando?”
Moze abriu a boca, mas nenhuma palavra saiu. Em vez disso, lágrimas correram livremente por suas bochechas. Seu corpo tremia em seus braços.
Ele havia trabalhado tão duro, passado anos treinando, sonhando, se esforçando, e agora, assim, tudo estava em perigo.
Depois de dar-lhe tempo para desabafar, Chiba gentilmente se afastou. Moze e Piba se sentaram enquanto os outros estavam em silêncio, dando-lhes espaço.
Eles precisavam ouvir a história completa.
“Quem fez isso?” Panla perguntou finalmente. “Por quê? E como?”
“Você pode não acreditar,” Moze disse, sua voz baixa, “mas cada palavra que digo é verdade.”
Ele olhou ao redor da sala, encontrando cada olhar.
“Foram quatro estudantes da Academia Central. Não sabemos o motivo exato deles, mas… nossa suposição é que tinha algo a ver com Piba e Yolden vencendo-os no evento anterior. Talvez eles se sentiram humilhados. Talvez apenas quisessem vingança.”
O corpo inteiro de Chiba tremia. Até Redrick parecia prestes a explodir. Antes que alguém pudesse detê-la, Chiba se virou bruscamente e foi em direção à porta.
“Para onde você está indo?” Yolden perguntou, segurando seu pulso.
“Não é óbvio?” Chiba respondeu rispidamente. “Vou denunciar isso à Academia Central. Não foi apenas uma briga fora de um evento. Eles aleijaram dois estudantes. Tem que haver consequências.”
Ela não era ingênua. Sabia que não poderia simplesmente entrar lá e lutar com eles sozinha, não nos terrenos da Academia Central. Mas com certeza alguém iria se importar. A academia, pelo menos, teria que agir.
“Acho que isso não vai adiantar,” Piba disse suavemente, parando-a em seu caminho.
“Foi Kayzel e seu grupo que fizeram isso. Eles estavam confiantes de que se safariam com isso. Disseram isso claramente.”
Todos se voltaram para ele.
“Se denunciarmos… se apontarmos dedos para os estudantes da Academia Central, eles vão negar tudo. Não há provas. E eles dirão que é apenas uma tática da Academia Wilton para desqualificar os melhores estudantes de Central.”
Ele olhou para suas mãos, cerrando os punhos.
“E todos acreditarão neles. Porque pensam que a Academia Central é intocável.”
Havia uma verdade mais sombria no ar. Piba não disse isso em voz alta, mas estava começando a duvidar se a Academia Central sequer queria punir seus estudantes por essas coisas.
Dado tudo o que havia acontecido até agora… a imagem que todos tinham da Academia Central estava começando a se desintegrar.
“Não… isso não pode ser verdade…” Chiba disse. Sua voz estava trêmula. “Você está dizendo que não só eles não podem curar seus núcleos… eles nem serão punidos por destruí-los?”
O silêncio na sala respondeu por ela.
Era uma verdade devastadora, e uma que todos teriam que viver.
Então, outra batida ecoou da porta.
Ela rangeu ao se abrir.
Raze entrou, seguido pelos outros.
“Está acontecendo algo?” ele perguntou, percebendo a tensão. “Nos disseram para vir aqui…”
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