O Retorno do Mago Negro - Capítulo 1395
Capítulo 1395: Legado da Semente Esquecida
Idore não era apenas um dos Grande Magos, ele era o Grande Mago, aquele que liderou a formação e origem de todo o grupo. O próprio título, “Grande Mago”, tinha peso apenas porque ele existiu primeiro para defini-lo.
Seus encantamentos eram tão poderosos que itens que ele uma vez tocou agora estavam sendo procurados em todo o mundo. Artefatos mágicos, talismãs, armas, rumores diziam que poderiam mudar o destino de reinos inteiros. Com uma magia tão rara e poderosa, ele sozinho detinha a habilidade de escolher quais países apoiar… e quais ignorar. Líderes de todo o mundo tentavam incessantemente ficar do seu lado bom.
Essa influência era precisamente a razão pela qual, segundo sussurros em tribunais e estalagens, Idore havia criado as Guildas do Grande Magus para começar. Não se tratava apenas de poder, mas de unidade. Um pilar mágico neutro que poderia unir países fragmentados e forjar uma identidade que ultrapassaria a política. Para que o mundo parasse de se ver como nações fragmentadas e, em vez disso, reconhecesse a unidade de Alteria.
Então, para Moze ouvir que o filho de alguém como Idore agora era um estudante na Academia Central… explicava por que Chiba estava de repente tão tensa, tão preocupada com seus amigos que estavam participando dos eventos da academia.
“Eu ouvi sobre ele,” Moze disse, levantando as sobrancelhas. “Mas se ele é realmente filho de Idore, por que não mais pessoas se importam? Ele não deveria estar fazendo manchetes? E o que você quer dizer com ‘gravidez acidental’? Isso nem faz sentido. Ou Idore é o pai dele ou não é.”
“Você não está errado,” Chiba admitiu. “Mas… eu acho que chamar isso de gravidez acidental não explica toda a história.”
Porque a verdade era que o nascimento de Kayzel, o suposto filho de Idore, estava diretamente ligado a um segredo muito mais profundo, enraizado na formação inicial do Grande Mago.
Naquela época, quando Idore havia ganhado o respeito de todo mago vivo, as pessoas o imploraram para escolher um país para representar. Um lar para chamar de seu. Mas em vez de se aliar ao lugar onde nasceu ou foi criado, ele escolheu um caminho diferente. Usando seus encantamentos que moldavam o mundo, ele ajudou aqueles que tinham as visões mais fortes, independentemente de sua bandeira. Ele apoiou movimentos e pessoas, não monarquias ou fronteiras.
Seus ideais ganharam apoio. Ele se tornou um símbolo de poder que se elevou acima do nacionalismo mesquinho.
Mas unificar países sob uma única autoridade mágica não era tão fácil quanto apenas admiração. Governos temiam perder o controle. Líderes militares se preocupavam com a independência. A solução para isso foi a criação de uma força suprema, algo forte o suficiente para servir como lei e ordem em todas as nações.
Essa força se tornou as Guildas do Grande Magus.
Elas se tornaram árbitros de justiça, mantenedores da paz e líderes. Com força mágica rivalizando com nações, elas se destacaram como figuras intocáveis. E em troca, o público em geral começou a prosperar. A vida melhorou em muitas regiões. A segurança aumentou. A inovação se espalhou. Pelo menos para os cidadãos visíveis aos olhos, o mundo se tornou um lugar melhor.
Mas um problema permanecia, e se o Grande Mago sumisse?
E se aquelas figuras poderosas desaparecessem ou morressem? Quem assumiria seu lugar?
Para resolver isso, surgiu uma proposta. Uma que não foi discutida publicamente, mas acordada atrás de portas bem fechadas.
Uma proposta para criar sucessores, usando a semente de Idore.
A ideia era radical. Reprodução mágica controlada. Cada país selecionaria uma maga feminina poderosa. O objetivo? Gerar um filho infundido com a linhagem mágica de Idore. Uma iniciativa global. Uma nova geração de descendentes magicamente superiores para garantir que o legado do Grande Mago viveria para sempre.
Foi chamado O Programa de Herança do Grande Mago.
Alguns candidatos foram selecionados. Alguns nascimentos ocorreram. Mas à medida que as crianças começavam a crescer… algo ficou claro.
Elas eram talentosas. Fortes. Naturalmente dotadas nas artes mágicas. Mas não eram prodígios. Não no mesmo nível de Idore. Elas não herdaram grandeza instantaneamente, e muitos esperavam milagres.
Algumas nações estavam esperando por uma criança mais forte que Idore, uma evolução.
Isso não aconteceu.
Combinadas com crescentes preocupações éticas, críticas e o medo de resultados imprevisíveis, o programa foi discretamente encerrado. As crianças que nasceram através dele tiveram seus registros apagados, foram renomeadas e autorizadas a viver como cidadãos comuns. Seu legado foi enterrado.
Mas a verdade não ficou escondida para sempre.
Uma daquelas crianças, Kayzel, descobriu a verdade. Através de documentos fragmentados, sussurros silenciosos e memórias deslacradas, ele desvendou a verdade sobre sua própria origem.
E quando esse segredo veio à tona, o pânico seguiu. O país temia o escândalo. As manchetes foram evitadas por pouco. Mas, surpreendentemente, os fatos sobre o envolvimento do Grande Mago, especialmente de Idore, ainda estavam registrados. Eles simplesmente haviam sido esquecidos há muito tempo.
Mais surpreendente ainda, Idore tinha sido o único Grande Mago a participar do experimento. Nenhum dos outros havia doado sua essência.
Havia um motivo para isso.
Porque após o fracasso do projeto, o Conselho do Grande Mago concordou em algo diferente.
Eles nunca teriam filhos.
Sem herdeiros. Sem linhagem. Sem legado através do nascimento.
Por quê?
Porque temiam que os filhos se tornassem uma fraqueza. Uma vulnerabilidade que os inimigos poderiam explorar. E pior, e se esses filhos, nascidos com grande poder, desenvolvessem seus próprios objetivos distorcidos?
Mesmo que os Grandes Magos estivessem unidos em seus ideais, ninguém poderia prever como seus descendentes agiriam no futuro. Poder sem orientação era perigoso. E o que aconteceria depois que os Grandes Magos se fossem? As crianças lutariam pela sucessão? Por ideologia?
Para evitar isso, um novo sistema foi escolhido.
Cada Grande Mago escolheria um sucessor pessoal, mas somente quando sentisse sua própria magia começando a enfraquecer. Como o núcleo mágico residia no coração, o declínio vinha com a idade. Quando sua saúde declinasse, sua força mágica também.
Eles poderiam forçar sua magia a funcionar, claro. Mas fazer isso encurtaria suas vidas significativamente. E havia um mago, uma certa pessoa, que sabia disso mais do que qualquer outra pessoa.
Essa mudança no legado, essa rejeição das linhagens, foi o que acabou dando origem à Era dos Magos.
Um mundo onde qualquer pessoa, independentemente de sua origem, poderia ascender ao poder se sua magia e vontade fossem fortes o suficiente.
Um mundo onde o Grande Mago não nascia… mas era feito.
“Agora entendo…” Moze disse, acenando lentamente. “Eu conhecia partes e pedaços, mas não o quadro completo. Então, se Kayzel realmente é uma dessas crianças… isso o torna especial. Não é? Desde que sua magia se torne forte o suficiente… ele poderia se tornar um Grande Mago um dia.”
“É estranho, não é?” Moze continuou. “Terminar todo o projeto tão cedo. Ninguém realmente sabia quão poderosas essas crianças poderiam se tornar até ficarem mais velhas.”
“Exatamente,” Chiba respondeu. “E é por isso que alguns acreditam que os resultados ainda não vieram. Alguns acreditam que em um futuro próximo… veremos uma geração de magos que se elevarão muito além do que qualquer um imaginava.”
Seus olhos se voltaram para os campos de treinamento ao longe.
“E Kayzel pode ser apenas um deles.”
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