O Retorno do Mago Negro - Capítulo 1393

Capítulo 1393: Sombras por Trás das Barracas

Bones e Nannan mantinham uma distância casual atrás dos alunos da Academia Wilton. Eles não queriam deixar óbvio que estavam os seguindo, especialmente não aqui, onde os olhares estavam por toda parte. Se alguém notasse ou apontasse isso, poderia desencadear um rumor completamente diferente.

Um que nenhum deles queria.

Poderia dar às pessoas a ideia de que os melhores alunos da Academia Central realmente viam a Academia Wilton como uma espécie de rival.

E isso não poderia estar mais longe da verdade.

Eles não viam os alunos de Wilton como iguais. Eles não estavam observando por medo ou preocupação. Não, era curiosidade, irritação até. Bones e Nannan simplesmente queriam lembrar a todos, especialmente a esses novatos excessivamente confiantes, por que a Academia Central era a instituição de nível superior.

Eles os seguiram através dos caminhos da feira, passando por outras barracas e atrações, até que viram os alunos de Wilton entrarem em uma das salas de aula para uma apresentação. Bones e Nannan trocaram um olhar.

Não havia sentido em entrar ali. Não era o tipo de lugar onde eles poderiam provar superioridade. Uma palestra era apenas palavras e teoria.

Então, em vez disso, eles decidiram esperar do lado de fora, perto da entrada do evento. Enquanto perambulavam casualmente, tentando não parecer muito óbvios, três figuras mais se aproximaram.

“O que os dois pombinhos estão fazendo só parados fora de um dos locais?” uma voz familiar chamou zombeteiramente. “Vocês não deveriam estar treinando ou descansando antes da próxima rodada?”

Bones reconheceu instantaneamente a voz.

Ele se virou e viu três outros alunos, cada um vestido com o mesmo uniforme que eles. Mas esses não eram apenas alunos da Academia Central.

Eram os melhores alunos. A elite da elite.

E no centro deles estava um loiro de cabelo espetado com uma pequena cicatriz acima da sobrancelha, Kayzel.

Ele se destacava por vários motivos. Primeiro e mais importante, porque muitos acreditavam ser ele o aluno mais forte da Academia Central. Não oficialmente, é claro. Não havia classificações, não para alunos do nível deles.

A academia em si desencorajava ativamente alunos de alto nível de lutarem uns contra os outros.

Havia dois motivos para isso.

O primeiro era simples: poder bruto. Os melhores alunos eram tão fortes, muitos deles podiam rivalizar com os professores, alguns eram até considerados mais fortes. Suas afinidades únicas e traços raros os tornavam incrivelmente perigosos.

Se dois deles fossem lutar seriamente, o corpo docente não teria uma maneira confiável de detê-los.

Mesmo com magia de cura avançada, alguns ataques deixavam efeitos para trás, efeitos colaterais perigosos que até os melhores curandeiros lutavam para remover.

O segundo motivo? Segredo.

Muitos dos alunos mais poderosos foram instruídos por suas famílias ou guildas a manterem suas habilidades ocultas. Alguns nem tinham revelado suas verdadeiras afinidades ou traços únicos a ninguém. Mesmo os professores fingiam não saber.

Mas todos ainda tinham suas suposições. Com base no que foi visto, vislumbres em treinos, rumores passados entre alunos, a maioria acreditava que Kayzel estava firmemente no topo.

Ele raramente era visto sem seus dois companheiros mais próximos: Rupert, um menino de pele clara com cabelo curto e laranja, sardas e rosto arredondado; e Ponzo, mais baixo e robusto, com olhos penetrantes que pareciam avaliar constantemente todos que conhecia.

Kayzel não era conhecido apenas por sua força.

Ele era temido.

Um conhecido valentão, Kayzel frequentemente mirava em alunos muito mais fracos que ele, usando seu poder para humilhá-los ou dominá-los. Sua posição na academia o protegia, professores e professores fechavam os olhos. Não era segredo. Todos sabiam.

Havia até casos de alunos que simplesmente… desapareciam. Alguns pararam de frequentar totalmente depois que Kayzel os escolheu como alvo. E até seus pais foram impotentes para intervir.

As conexões de Kayzel eram profundas, tão profundas que poucos se atreviam a questioná-lo.

E então havia a cicatriz. Com acesso a curandeiros de elite, ele poderia tê-la removido facilmente. Mas não o fez. Ele a mantinha como um símbolo. Um mistério.

Ninguém sabia o que causou isso. Mas todos sabiam que tinha um significado. E qualquer que fosse esse significado, não era bom.

Agora, vendo-o aqui pessoalmente, Bones manteve seu tom neutro.

“Kayzel,” ele disse com um aceno. “Não muito. Mas talvez algo que você ache interessante. Encontramos alguns estudantes da Academia Wilton mais cedo.”

Ele fez uma pausa breve, cuidadoso sobre o quanto dizer.

Ele não queria mencionar o que Nannan havia passado. Isso não era algo que ele estava disposto a admitir na frente de Kayzel, especialmente se houvesse uma chance de Kayzel rir deles por isso.

“Vimos alguns deles agindo bem arrogantes em uma das barracas,” Bones continuou. “Tentando se exibir diante dos estudantes da nossa academia. Achamos que ficaríamos por perto e esperaríamos eles participarem de outro evento, para ver se conseguimos mostrar a eles a diferença de poder.”

Ele deixou por isso mesmo.

Se Kayzel estivesse interessado, isso já era suficiente.

E de fato, Kayzel inclinou a cabeça, seu sorriso alargando.

“Oh?” ele disse. “Isso realmente parece interessante. Talvez eu fique por perto um pouco. Ver o que acontece.”

Exatamente o que Bones esperava.

Kayzel tinha uma reputação, uma que ia além de bullying. Ele adorava humilhar as pessoas, especialmente aquelas que achavam que eram algo especial. E uma vez envolvido, Bones e Nannan não precisariam nem levantar um dedo. O trabalho se faria sozinho.

Eles esperaram juntos, observando a entrada do local até que, eventualmente, os estudantes de Wilton reapareceram e continuaram andando pela feira. Bones, Nannan, Kayzel, Rupert e Ponzo seguiram silenciosamente à distância.

Finalmente, o grupo de Wilton parou perto de outra atração. Era uma das maiores barracas, e a configuração era interessante o suficiente para chamar a atenção.

Moze se inclinou, os olhos brilhando.

“Oh, isso parece interessante,” ele disse.

Em uma plataforma elevada estava uma grande placa retangular de metal no centro. Dois estudantes estavam em lados opostos da placa, dentro de círculos mágicos brilhantes. Suas auras já estavam ativas.

As regras eram simples: usar magia para empurrar a placa de metal em direção ao lado oposto. Não precisava alcançar a borda final, apenas o suficiente para acionar o marcador de vitória, que acenderia e declararia os vencedores.

Um concurso de controle mágico bruto e força.

“Oh! Dois de nós deveriam definitivamente tentar isso!” Moze acrescentou entusiasmado.

Ele não foi discreto sobre isso também.

Os estudantes próximos, da Academia Central e outros, ouviram.

E foi quando as coisas começaram a ficar interessantes.

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