O Retorno do Mago Negro - Capítulo 1364
Capítulo 1364: A Identidade de Bronto
Quando Raze colocou a mão sobre o rosto de Bronto, não foi apenas um ato de domínio, foi um movimento calculado. Ele fez isso com um propósito claro: desvendar o encantamento que distorcia a identidade de Bronto.
O manto que Bronto usava estava envolto em uma poderosa magia das trevas, do tipo pelo qual a Guilda Negra era conhecida. Mas tais encantamentos não eram exclusivos deles. Raze, um mago de alto nível com um extenso entendimento de círculos mágicos, teoria das runas e encantamentos, era mais do que capaz de não apenas reconhecer o feitiço, mas reverter sua engenharia com uma facilidade assustadora.
A ilusão desapareceu quase instantaneamente.
Bronto nem percebeu o que havia acontecido. Sua mente ainda estava acelerada, ainda tentando processar a cura de suas pernas, ainda tentando planejar uma fuga do caos que se desenrolava ao seu redor. Isso até que ele deu um passo em direção aos outros, e o silêncio atordoado que se seguiu foi quebrado por um coro de suspiros e sussurros.
“Esse é o Líder da Guilda, o Líder da Guilda Underfang!”
“Não pode ser… e aquele manto, ele era quem estava lutando contra Raze!”
“Eu sabia,” Panla disse, estremecendo levemente enquanto Safa curava o corte em seu ombro. Vários outros professores ainda estavam se recuperando de ferimentos bem piores. “Quando eu vi aquele raio novamente, pensei que pudesse ser ele. Mas por que…?”
A mão de Bronto instintivamente subiu até seu rosto. Ele podia sentir a ausência de magia, nenhuma distorção, nenhuma ilusão protetora, apenas pele descoberta e a verdade que ela expunha.
“Como você…?” ele murmurou, encarando Raze em descrença. “Você reverteu o encantamento? Mas como um mero estudante poderia…”
Antes que ele pudesse terminar, Dame o empurrou bruscamente, agarrando seus braços com firme contenção.
“Você já deveria ter percebido,” Dame disse entre dentes cerrados. “Raze não é apenas um estudante qualquer.”
Ao redor deles, os estudantes zumbiam com conversa abafada, seus olhos piscando entre Bronto e os outros. Confusão pintava seus rostos, mas uma tempestade de perguntas estava se formando.
“Eu não entendo,” Chiba falou, sua voz cheia de preocupação. “Todas aquelas pessoas de mantos escuros eram membros da Guilda Underfang? Eles também fazem parte da Guilda Negra? A academia não estava ciente disso o tempo todo?”
Uma voz alta cortou o crescente barulho como uma lâmina. “Eles não fazem parte da Guilda Negra.”
Era Londo, sua rara voz afiada e autoritária enquanto caminhava para frente. Os estudantes se viraram em sua direção, pendendo de cada palavra sua.
“Essas pessoas são da Guilda Underfang,” Londo explicou. “Eles se disfarçaram como membros da Guilda Negra para justificar suas ações. Não é verdade?” Ele fez uma pausa, seu olhar fixo em Bronto, esperando por uma resposta.
Bronto permaneceu em silêncio.
Mas o silêncio não iria protegê-lo.
Com um estalo como um galho de árvore quebrando sob os pés, Dame torceu um dos dedos de Bronto, quebrando-o de forma limpa. O som fez vários estudantes estremecerem.
“Responda-o,” Dame exigiu. “Você atacou todos esses estudantes hoje, eles merecem saber o porquê. E não se esqueça, temos um curandeiro talentoso conosco. Posso quebrar mais de dez dedos se for necessário.”
A ameaça, aliada ao primeiro ato brutal, foi mais do que suficiente para soltar a língua de Bronto.
“Tudo bem!” Bronto ofegou entre dentes cerrados. “Ele está certo. Estávamos apenas fingindo ser parte da Guilda Negra. Não temos afiliação real com eles.”
Murmúrios se espalharam rapidamente pela multidão.
Os professores, já suspeitando que algo estava errado quando o portal apareceu e os alunos transferidos foram designados, tiveram seus piores medos confirmados. Ainda assim, nem tudo fazia sentido.
Redrick, Luka, Panla e Diana haviam terminado de se recuperar. Seus olhos estavam novamente afiados, prontos para lutar, proteger, agir, lado a lado com os outros.
“Então por que nos atacar?” Redrick perguntou, avançando. “Se você não faz parte da Guilda Negra, qual era o objetivo?”
Londo se virou abruptamente, um olhar severo em seus olhos. A pergunta mexeu com algo dentro dele. Como se fizesse sentido se fosse a Guilda Negra. Mas isto… isto cruzava uma linha diferente. Ele cerrou os punhos, mas não disse nada.
Ele seguiria a liderança de Raze, por enquanto.
Bronto não respondeu rápido o suficiente. A mão de Dame golpeou novamente, estalo. Outro dedo quebrado.
“Se você hesitar, não podemos confiar em uma palavra do que você diz,” Dame disse friamente. Ele então olhou para Liam, que deu um aceno sutil. Os dois trocaram um piscar de olho revelador.
“O portal,” Bronto finalmente disse. “É um novo, uma dimensão inexplorada. Nós estávamos tentando encontrar um portal de nível médio que pudéssemos conquistar sozinhos.”
Ele falou mais rápido agora, o medo empurrando as palavras para fora. “Muito difícil, e venderíamos a informação para guildas mais fortes. Muito fácil, e o limparíamos sozinhos para coletar o cristal dimensional do chefe.”
“O problema era perder membros talentosos durante o processo. Entramos neste portal e encontramos uma daquelas criaturas pássaro. Baseados em seu poder, não tínhamos certeza se a dimensão era de nível alto ou médio.”
“Então,” ele continuou amargamente, “decidimos deixar vocês entrarem primeiro. Lutem pelo caminho, revelem as ameaças, e então entraríamos depois. Ou limparíamos ou buscaríamos informações para facilitar.”
Essa resposta explicou algumas das suspeitas que Raze tinha, mas não todas. Seus olhos se estreitaram. O que ele realmente queria saber era por que eles se disfarçaram como a Guilda Negra em primeiro lugar. Isso cheirava a manipulação de alto nível, alguém mais puxando as cordas. E alguém havia plantado a túnica encantada pela Trevas na academia também.
Ainda havia muitas perguntas.
“Tenho uma sugestão,” Raze disse, avançando com autoridade em sua voz. “Encontramos a saída deste portal o mais rápido possível. Levaremos Bronto de volta conosco e pegaremos a história completa depois.”
Normalmente, seria estranho para os professores receberem ordens de um aluno. Mas este não era qualquer aluno. Raze os havia salvado, novamente. E a verdade era que os professores confiavam mais nele do que no homem acorrentado.
Os instrutores se moveram para a frente do grupo, guiando os alunos enquanto se preparavam para navegar para fora da dimensão.
Raze e Dame ficaram na retaguarda, mantendo-se próximos do prisioneiro.
Quando o grupo partiu, Raze se virou para Bronto, seu tom baixo e constante.
“Agora,” ele disse, sua voz mal acima de um sussurro, “Tenho algumas perguntas minhas.”
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