O Retorno do Mago Negro - Capítulo 1358
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Capítulo 1358: Uma Pequena Mentira (Parte 2)
Uma figura estava na entrada do santuário.
Pela silhueta externa, era claramente um homem, alto, magro e muito humano. Mas isso só tornava as coisas mais inquietantes. Todos os alunos e professores estavam presentes, e esse estranho não pertencia.
O que mais os impressionou não foi apenas seu aparecimento repentino.
Foi a túnica.
Preta, pesada e impregnada de encantamento. O capuz brilhava de forma sobrenatural, ocultando o rosto do homem em um feitiço de distorção que embaçava toda identidade. Ninguém podia ver quem ele era, apenas que ele estava os observando.
“Hum… Professores? O que devemos fazer?” Yolden perguntou, com a voz trêmula.
Depois de tudo que haviam passado com as feras, até mesmo um único momento inesperado parecia poder jogá-los de volta no caos.
“Espere… aquela túnica, o encantamento,” um estudante gaguejou. “Será que aquele cara é com eles?”
“A Guilda Negra,” outro estudante sussurrou.
Esse nome por si só foi suficiente para causar um arrepio visível no grupo, como uma onda silenciosa chocando-se contra suas fileiras. Até mesmo os professores endureceram.
Não podia ser. Será que podia?
A Guilda Negra raramente fazia movimentos diretos. Eles agiam nas sombras, manipulando e espalhando medo sem nunca pisar na luz. Mas que razão teriam para aparecer ali, neste calabouço? Para coletar cristais, talvez, como qualquer outra guilda. Mas para abordar estudantes?
Será que precisavam de uma razão?
Para aqueles que praticavam magia das Trevas, o poder vinha mais facilmente através da morte. E agora, uma multidão de magos vulneráveis estava diretamente em seu caminho.
“Diga quem você é e por que está aqui!” Luka exigiu, avançando. Os outros dois professores o flanqueavam, formando uma parede protetora em frente aos alunos. Mas nenhum deles avançou. Eles mantiveram sua posição, incertos.
A figura finalmente se moveu. Sua mão se levantou lentamente.
“Quem eu sou?” o homem disse. Sua voz estava distorcida por magia, sobrenatural e oca. “Acho que vocês estão enganados.”
Relâmpago subitamente espiralou ao redor de seu braço erguido, crepitando ferozmente com poder. No instante seguinte, um vórtice de energia eletrificada explodiu de sua palma, disparando diretamente em direção aos professores.
Panla foi a primeira a reagir. Uma especialista em relâmpago, ela pulou na frente do ataque, atraindo energia elétrica para seus braços, tentando desviar o golpe para baixo.
Mas no momento em que seu poder colidiu com a investida que chegava, ela percebeu algo aterrador, isso não era relâmpago comum.
A força a dominou.
O raio atingiu Panla diretamente, girando-a pelo ar antes de seu corpo cair no chão. Antes que alguém pudesse reagir, outro raio foi lançado, perfurando seu braço, deixando-a contorcendo-se em dor.
“PANLA!” Redrick gritou, chamas já se formando na ponta de seus dedos.
Mas antes que pudesse atacar, um vislumbre de movimento chamou sua atenção.
Outra figura com túnica.
Então outra. E mais outra.
Elas emergiram por todos os lados, telhados, sombras, atrás de pilares de pedra. Uma dúzia deles, talvez mais, lentamente cercaram o grupo. Seus rostos permaneciam ocultos sob capuzes encantados, mas sua intenção era óbvia.
Eles não estavam ali por acidente.
Eles vieram por eles.
Assim como com as feras, eles estavam cercados. Mas desta vez havia uma diferença crucial.
“A magia deles…” Panla tossiu, empurrando-se um pouco para cima. “É mais forte que a nossa.”
Redrick lançou uma bola de fogo em direção a uma das figuras que se aproximavam, apenas para um segundo mago contra-atacar com uma onda de água. A colisão criou uma explosão de vapor que cobriu a área, espessa e sufocante.
Os gritos ecoaram através da névoa. Gritos, breves e agudos.
Quando a névoa começou a se dissipar, a cena era sombria.
O braço inteiro de Redrick havia sido queimado. A manga tinha sumido, e a pele por baixo estava empolada e enegrecida. Ele segurava firmemente, mal conseguindo ficar em pé.
Luka estava de joelhos, sangue escorrendo de seus lábios, suas vestes manchadas de carmesim.
“Safa,” Diana sussurrou urgentemente, “não os cure ainda. Não faça um movimento.”
Safa hesitou, suas mãos pairando a poucos centímetros do chão.
“Esses magos… eles não estão se segurando,” Diana continuou. “Mas pela forma como estão atacando, parece que querem algo de nós. Se quisessem nos eliminar, eles poderiam. Estão atrás de algo mais.”
Então veio uma voz fria e autoritária.
“Todos vocês, ajoelhem-se. Coloquem as duas mãos atrás das cabeças. Agora.”
O primeiro homem de manto avançou novamente, indiferente à carnificina.
“Se alguém não obedecer, acabará como seus professores. Simples.”
“Todos,” Luka gemeu, “ouçam o que eles dizem. Façam isso.”
Foi doloroso. Os alunos tinham acabado de presenciar seus professores sendo derrotados em instantes. Foram os mesmos professores que os conduziram por situações de quase morte. Mas lutar contra feras era uma coisa. Magos, especialmente tão poderosos como esses, era algo completamente diferente.
Os alunos lentamente caíram de joelhos, colocando as mãos atrás das cabeças, como ordenado. Ao redor deles, as figuras de manto estavam prontas, com as mãos ainda brilhando com um poder perigoso, prontas para atacar novamente, se necessário.
“Vocês perguntaram quem éramos antes,” a figura líder disse. “Nós somos a Guilda Negra.”
Alguns alunos suspiraram. Outros choramingaram.
Risos vinham de vários dos magos de manto, zombeteiros, frios e cruéis. Mas nenhum deles disse aos alunos para se acalmarem. Pelo contrário, pareciam saborear o medo.
“Vejo que muitos de vocês já ouviram falar de nós,” a figura continuou. “Bom. Isso economiza tempo. Tenho certeza de que todos estão cientes de que não precisamos de um motivo para estarmos aqui. Mas… pode haver uma chance de alguns de vocês sobreviverem. Isso depende inteiramente de quão cooperativos vocês forem.”
Os alunos apertaram os dentes, contendo os xingamentos. O ânimo havia mudado para algo muito mais sombrio.
“Droga… de todas as pessoas que poderíamos ter encontrado, por que eles?” Chiba murmurou sob seu fôlego. “Estamos acabados…”
Mas nem todos tinham perdido a esperança.
Enquanto o medo dominava o grupo, a mente de Yolden piscou para uma memória, uma de Raze. Uma lição de muito tempo atrás, quando Raze lhes pediu para pensar sobre a percepção do mundo sobre pessoas como aquelas da Guilda Negra. O que fazia alguém ser temido? O que tornava alguém verdadeiramente perigoso?
Agora, essa memória parecia brilhar através do pânico.
Raze virou-se para Londo, que deu uma leve sacudida de cabeça. Ele também não sabia o que estava acontecendo. Mesmo assim, Londo direcionou seu olhar para um dos magos mais próximos.
Ele não gritou. Ele não implorou.
Em vez disso, ele sussurrou algo que só Raze poderia realmente entender.
“Tema o Invisível,” Londo disse.
“O quê?” o mago de manto próximo estalou. “Nós te demos permissão para falar?”
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