Capítulo 598: A SORTE ESTÁ AO LADO DELES

LUO JIN olhou de relance para o perfil de seu irmão. Eles já estavam dentro do carro, a caminho do hospital onde Yu Jiao e Mo Jian estavam internados. Aquele Mo Jiu já tinha ido na frente deles para o mesmo destino.

Ele se inclinou um pouco na direção de seu irmão e sussurrou: “Ei, Yan, você realmente vai fazer o que acabou de dizer para aquele Mo Jiu?”

Luo Yan olhou para seu irmão. Sentiu-se um pouco divertido com o sussurro do outro. Ele provavelmente não queria que o tio motorista ouvisse o que estavam conversando. Especificamente, sobre ele planejar subornar alguém.

Esse cara provavelmente estava com medo de que isso chegasse aos ouvidos do Pai. Não que Luo Yan estivesse preocupado caso acontecesse. Porque ele estava confiante de que seu Pai não iria repreendê-lo. Provavelmente diria algumas palavras. Mas, no final, ele realmente não ficaria bravo.

Nesse aspecto, ele provavelmente era um pouco parecido com Mo Guang Lin. Mas Luo Yan tinha certeza de que, se algum dia fizesse algo ruim, como machucar outra pessoa que não tivesse feito nada a ele, seu Pai não iria simplesmente se acomodar e assistir. Ele definitivamente não toleraria esse comportamento.

Além disso, ele não era Mo Jian. Mesmo que sua família o mimasse até o céu, ele não tiraria proveito do afeto deles por ele. E, mais importante, ele não era um psicopata que gostava de atormentar outros apenas porque eram melhores que ele.

A palavra ‘inveja’ nunca esteve em seu vocabulário. No momento em que aceitou seu destino, entendeu que não havia utilidade para inveja ou ciúmes. Porque esses tipos de emoção não o ajudariam de forma alguma. Apenas tornariam sua situação ainda pior.

É melhor apenas focar em seu próprio crescimento, em vez de pensar nas coisas que ele não tem. Porque acreditava que, se apenas trabalhasse o suficiente, chegaria o dia em que poderia ter tudo o que quisesse.

De certa forma, ele meio que conseguiu isso nesta vida.

“Sim, mas vou deixar o Irmão cuidar disso,” ele sussurrou de volta. “Vou apenas dar algumas sugestões.”

Essas ‘sugestões’ incluíam: Selecionar os estudantes que faziam parte da equipe de pesquisa e procurar por aqueles que sucumbiriam facilmente a tentações. E então, o suborno em si não precisava ser dinheiro. Poderia ser uma viagem toda paga para a Europa ou até mesmo um artefato raro de algum tipo.

Por exemplo, eles poderiam enviar um e-mail para um desses estudantes dizendo que ganharam algum tipo de loteria que lhes permitiria viajar pela Europa de graça, com acomodações e despesas incluídas. Claro, a data da ‘viagem’ coincidiria com o início da pesquisa.

Ele estava confiante de que seu irmão poderia fazer algo tão fácil quanto isso. Poxa, o próprio assistente do outro provavelmente poderia fazer o trabalho.

Ao ouvir que ele não participaria diretamente, Luo Jin se sentiu um pouco aliviado. Pelo menos o cenário que estava imaginando não aconteceria. Você sabe, Luo Yan agindo como um grande chefe e jogando dinheiro em qualquer estudante que escolhesse.

“Então, você acha que aquele cara, Mo Jiu, realmente vai seguir o plano que você deu a ele?” ele perguntou. “Ele não parece capaz de mentir ou sequer atuar.”

Na verdade, o outro era o oposto total. Ele só parecia do tipo que diria a primeira coisa que viesse à mente sem pensar se isso afetaria alguém.

“Está tudo bem. Ele não vai mentir. O que ele vai contar para a irmã não é nada além da verdade. Então, ele realmente não precisa de nenhuma habilidade de atuação para isso,” Luo Yan respondeu dando de ombros.

Bem, isso na verdade fazia sentido. – Luo Jin pensou. Ele acabou olhando pela janela do carro e viu que já estavam no hospital. O carro já havia estacionado no espaço disponível.

O celular de Luo Yan então vibrou. Ele abriu a mensagem e sorriu ao lê-la.

[Estou aqui. Pai acabou de sair para atender uma ligação.]

Parecia que a Senhora Sorte estava mesmo ao lado deles. Ele digitou e respondeu.

[Então, vamos prosseguir com o plano.]

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Mo Jian olhou para seu irmão mais velho. “Irmão, você finalmente veio me visitar. Achei que nem se daria ao trabalho de vir aqui.”

A voz dela era uma combinação de felicidade e ressentimento. Mas sua expressão era totalmente inexpressiva. Como se tivesse dito aquilo apenas para se apresentar para alguém. E Mo Jiu sabia exatamente para quem ela estava se apresentando. Seu Pai.

“Não precisa se preocupar, Pai não está lá fora. Ninguém vai ouvir sua ‘apresentação’,” ele disse com uma expressão impassível.

Não apenas porque ele realmente não sentia nada, mas principalmente porque estava tentando não mostrar que estava mentindo. Ele encontrou seu Pai do lado de fora do quarto de hospital de Mo Jian ao chegar. O outro estava prestes a atender uma chamada e apenas fez um gesto para ele entrar.

Mesmo que tivesse andado alguns passos para longe da porta do quarto de hospital, Mo Jiu tinha certeza de que provavelmente ainda conseguiria ouvir o que estava sendo dito dentro do quarto. Especialmente se as pessoas no quarto aumentassem um pouco o tom de voz.

Mas ele não diria isso para Mo Jian. Porque, se o fizesse, ela apenas faria o que fez mais cedo. Além disso, o plano que aquele garoto lhe contou não poderia avançar.

Mo Jian cruzou os braços à frente do corpo. “Então, o que te trouxe aqui?” perguntou, com o tom de zombaria habitual que sempre usava ao falar com ele.

Mo Jiu observou a expressão dela e tinha certeza de que ela nem suspeitava que ele estava mentindo sobre o que tinha acabado de dizer sobre o Pai não estar lá fora. Provavelmente porque, ao crescer, ele nunca realmente mascarou suas palavras sempre que falava com essa garota. Por isso, ela nem desconfiava que ele havia acabado de mentir.

“Eu vim porque Pai me deu uma bronca,” ele disse, o que era verdade. “Por que eu visitaria você sabendo que sua suposta lesão foi autoinfligida?”

“O quê, você não acredita que aquela vadia, Yu Jiao, pode me empurrar?”

“Sério, você quer jogar esse jogo comigo?” Mo Jiu perguntou com uma sobrancelha levantada.

Mo Jian deu um sorriso sarcástico. “Sim, eu caí sozinha, e daí?”

Do lado de fora, Mo Guang Lin, que estava prestes a abrir a porta, parou quando ouviu aquilo.