O Retorno da Herdeira Tostão de Trilhões - Capítulo 997
- Home
- O Retorno da Herdeira Tostão de Trilhões
- Capítulo 997 - Capítulo 997: Chapter 997: Confronto
Capítulo 997: Chapter 997: Confronto
Como ela poderia não se sentir desanimada?
Tantos de seus colegas já haviam se tornado dano colateral, e mais cedo ou mais tarde, poderia muito bem ser a vez dela ou de Hannah. Afinal, foi ela quem trouxe os empregados da Mansão Antiga para a cobertura da Mansão do Dragão Verde, e Hannah ofendeu abertamente Silvia ao ficar do lado da Hera.
Isso sozinho já era o suficiente para torná-las alvos. Talvez fosse por isso que Silvia foi tão longe a ponto de tentar matar o Velho Hue, o próprio pai de Hannah.
Não importa o quanto tentasse racionalizar, Silvia sempre parecia mesquinha e cruel.
Isso a fazia sentir ainda mais pena do Velho Mestre Avery. Ele patrocinou aquela criança, praticamente a criando como uma neta. Mesmo que sempre houvesse um limite claro, ele ainda passou anos cuidando dela, então seria mentira dizer que ele não se machucaria com as ações dela.
No final, Silvia nem parecia merecedora de sua bondade; ela era gananciosa, sempre querendo mais do que podia mastigar, movida por um apetite voraz, e totalmente desprovida de gratidão.
Porque se Silvia tivesse sido realmente grata, ela teria seguido o exemplo dos outros ajudantes dedicando-se a ajudar e proteger a Jovem Senhorita deles. Mesmo que ela não viesse de uma das famílias de ajudantes antigas que serviam fielmente aos Averys há gerações, ela ainda poderia ter mostrado sua gratidão oferecendo sua lealdade e serviço.
Mas não, em vez de retribuir, ela queria tomar.
Ela procurou substituir a Jovem Senhorita deles e reivindicar tudo para si mesma. A gratidão nunca cruzou seu coração; tudo o que ela queria era mais, e se negada, sentiria que foi traída, talvez até a ponto de caluniar a Jovem Senhorita Hera com acusações vis.
Amy já conseguia imaginar tudo, apenas pelos esquemas que Silvia vinha tecendo ultimamente na Mansão Antiga.
“Suspiro…” Amy exalou pesadamente ao fechar seu telefone e levantar o olhar para o teto. Ela sentia alguma pena pela infância de Silvia, afinal, Silvia também havia perdido os pais, assim como a Jovem Senhorita Hera.
Mas ao contrário de Hera, que praticamente cresceu sozinha com apenas os mínimos fundos para se sustentar, forçada a sobreviver como uma criança selvagem longe de seu avô, Silvia estava em situação bem melhor. E ainda assim, nunca a Jovem Senhorita reclamou ou mostrou ressentimento em relação ao seu avô.
Pelo contrário, ela amadureceu muito além de seus anos, entendendo suas lutas e fazendo o possível para melhorar e aprender mais.
Mas olha como Silvia se tornou. Ela pode ter amadurecido antes da maioria de sua idade, mas ao contrário de Hera, que usou sua maturidade para entender e suportar as dificuldades ao seu redor, Silvia a distorceu em algo superficial.
Ela aprendeu a ler expressões e humores das pessoas, não para empatizar, mas para bajulá-las e ganhar favor para seu próprio conforto. Isso em si não era errado; ser capaz de captar sinais sociais é uma característica útil, mas Silvia usou da pior maneira: bajulando os fortes enquanto pisoteava os fracos.
Assim como agora, quando ela tratava cruelmente os criados da Mansão Antiga, mas fazia o papel de uma garota doce e encantadora na frente do Velho Mestre Avery.
Felizmente, Amy agora estava trabalhando diretamente sob Hera, então não estava tão desanimada. O que a preocupava, ao invés disso, era se o Velho Mestre Avery ficaria sentimental, ou pior, cego o suficiente para hesitar em se livrar de uma mulher tão cruel.
Amy temia que quanto mais tempo Silvia ficasse, maior seria o problema que ela traria para a Jovem Senhorita deles, que já tinha as mãos cheias lidando com os abutres que rondavam a riqueza da família.
Após o almoço, Amy recolheu as marmitas do quarto do hospital de Leo, nem mesmo permitindo que Rafael ajudasse a lavá-las. Todos pareciam exaustos, então ela decidiu levá-las de volta à cobertura para limpar mais tarde, dando a Hera, Rafael e Leo mais tempo para descansar.
Uma cama já havia sido montada no quarto para eles, e Zhane não permitiu que a equipe do hospital a removesse, sabendo que eles frequentemente ficavam para assistir Leo. Assim, Leo nunca precisaria se sentir sozinho durante suas longas estadias.
Depois de garantir que Hera e os outros não precisavam de mais nada, Amy finalmente deixou o hospital. Mas no momento em que saiu, ela encontrou a última pessoa que gostaria de ver. Seu peito apertou, e seus dedos se remexeram em volta da marmita que carregava, não por medo por ela mesma, mas porque temia que essa mulher vil trouxesse mais problemas para a Jovem Senhorita deles.
“Senhorita Silvia…” Amy cumprimentou relutantemente. Ela não tinha escolha; Silvia já a havia avistado e estava se aproximando com um olhar furioso. Seus olhos afiados varreram Amy de cima a baixo antes de pousarem na marmita em suas mãos.
“O que você está fazendo aqui?!” Silvia disparou, seus olhos reluzindo com tanta fúria afiada que parecia querer despedaçar Amy. Ela nem sequer esperou uma explicação, pois o rosto de Hera já havia passado por sua mente, alimentando ainda mais sua raiva.
Antes que Amy pudesse responder, a mão de Silvia chicoteou seu rosto. O golpe foi tão repentino que Amy congelou em choque; ela nunca imaginou que Silvia ousaria bater nela tão descaradamente na frente de tantas pessoas, sem o menor respeito por sua própria imagem.
“S-Senhorita—” Amy tentou falar, mas outro golpe a silenciou. Desta vez, a força foi ainda mais dura, a ardência explodindo em sua outra bochecha. Sangue jorrou no canto de seus lábios, e a dor pulsante lhe disse que um de seus dentes poderia ter se solto devido ao golpe violento.
“Tragam-na conosco! Eu quero ver o que aquela vadia está fazendo no quarto do meu noivo,” Silvia cuspiu, seu tom pingando veneno, como se estivesse prestes a expor algum caso sórdido.
Suas palavras instantaneamente despertaram a curiosidade da multidão. Murmúrios se espalharam como fogo, e as pessoas começaram a se aproximar, ansiosas para testemunhar o drama. Antes que Amy pudesse sequer abrir a boca para defender Hera, os guarda-costas de Silvia a agarraram pelos dois braços e a arrastaram para frente.
Silvia, alimentando-se da atenção, não parou por aí. Ela até gesticulou para alguns jovens observadores que haviam começado a gravar e transmitir ao vivo a cena, permitindo que eles seguissem, como se estivesse orgulhosamente revelando um escândalo.
E claro, uma vez que outros perceberam que essa confrontação poderia se transformar em um espetáculo público, mais jovens se aglomeraram atrás deles, telefones erguidos, ansiosos para capturar cada segundo.
Silvia tinha vindo originalmente ao hospital para visitar Leo, determinada a aumentar sua presença na vida dele. Ela se recusava a acreditar que não poderia conquistar o coração dele, convencida de que com persistência suficiente, poderia derrubar suas barreiras e eventualmente aquecer seu coração.
Para tornar sua entrada inquestionável, ela trouxe consigo um grande séquito de guarda-costas, completamente preparada para pressionar os guardas estacionados no sétimo andar e forçar sua entrada no quarto de Leo, se necessário.
Mas o destino a presenteou com algo ainda melhor. No momento em que avistou Amy parada ali com uma caixa de almoço nas mãos, as suposições de Silvia se acenderam. Se Amy estava ali, então Hera devia estar dentro com Leo.
A raiva a invadiu e, sem hesitação, ela atacou, atingindo Amy no rosto.
E quando Silvia notou alguns jovens gravando a cena em seus telefones, uma ideia cruel floresceu em sua mente. Em vez de detê-los, ela deliberadamente sinalizou para que seguissem.
Se Hera estava lá dentro, Silvia a arrastaria para fora à vista de todos, a humilharia diante de todos, mostrando a eles que ela não passava de uma amante, e a marcaria como nada mais do que um rato indigno de andar à luz do dia.
Atraídos pela promessa de drama, os jovens observadores obedeceram ansiosamente, seguindo Silvia sem resistência, especialmente porque seus guarda-costas não fizeram esforço para detê-los.
Ouvir Silvia chamar alguém de “noivo” fez Amy pensar nas mensagens de Edmond em seu chat de grupo.
‘Então Silvia realmente acreditava ser a noiva de Leo?’
A ideia quase fez Amy rir alto. Hera nem sequer sabia de qualquer noivado com a família Hendrix, mas os empregados na Mansão Antiga já tinham ouvido os rumores há muito tempo. Eles não eram tão velhos como Edmond, mas tinham visto Leo visitar a mansão e o tinham ouvido falar com o Velho Mestre Avery; isso era o suficiente para os fazerem estar “por dentro.”
Grande parte disso tinha sido boato, razão pela qual Amy não levou a sério, até Silvia mencionar em voz alta. Se Silvia acreditava que tinha o direito de roubar o que pertencia à Jovem Senhorita, estava redondamente enganada.
Amy sentiu a raiva quente subir em seu peito; se olhares pudessem matar, Silvia já estaria morta dez vezes.
Não importa o quanto Amy tentasse puxar seus braços, o aperto dos guarda-costas era implacável, e ela foi arrastada como um pintinho indefeso em direção ao elevador. O grande elevador já estava lotado, mas os homens formaram uma parede ao redor de Silvia, garantindo que ninguém chegasse muito perto.
Eles se dividiram em dois grupos: um escoltando Silvia enquanto levava Amy junto, e o outro trazendo os curiosos observadores que estavam gravando a cena. Logo, todo o séquito chegou ao sétimo andar.