O Retorno da Herdeira Tostão de Trilhões - Capítulo 993
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Capítulo 993: Chapter 993: O Raciocínio do Rafael
“Se ele não tiver más intenções, eu não me oponho. Mas se ele ousar te ferir, se ele sequer colocar sua vida em perigo, eu serei o primeiro a lidar com ele.” Suas palavras soaram com uma autoridade dominadora, um toque sutil de ameaça assassina passando como se ele estivesse avisando diretamente Alexandre.
Hera piscou, atordoada. Ela não esperava que as coisas fossem acontecer tão facilmente.
‘Assim?’ ela pensou, encarando Rafael em descrença, como se ele tivesse brotado uma segunda cabeça e se transformado em um alienígena bem diante de seus olhos.
‘Ele nem estava bravo? Ele simplesmente aceitou Alexandre tão facilmente, quase como se ele tivesse antecipado isso o tempo todo?’ Hera ficou pasma. Ela tinha se preparado para ouvir um sermão de Rafael, de todas as pessoas, esperando que ele demonstrasse sua mágoa, explodisse, saísse furioso, talvez até emitisse um ultimato.
Na melhor das hipóteses, ela pensou que ele ficaria emburrado até que ela o convencesse a voltar.
Ela até tinha se preparado para reprimir seus sentimentos em crescimento por Alexandre e manter o relacionamento estritamente profissional. Afinal, ela já o havia rejeitado uma vez.
Mas sua persistência, sua determinação, mesmo seguindo-a até aqui, foi desgastando-a aos poucos. Mesmo assim, nada disso importava comparado às opiniões de seus parceiros atuais.
Para Hera, os sentimentos de Rafael tinham algum peso. Se até mesmo um deles desaprovasse, ela não se permitiria dar atenção à investida de Alexandre. Os corações deles vinham antes do próprio.
“Você… não está bravo?” Hera perguntou de repente, sua voz falhando. Ela olhou para Rafael, completamente surpresa pela resposta dele.
“Estou com ciúmes,” Rafael admitiu suavemente, “mas não bravo. Se fosse antes, se você tivesse me perguntado então, eu provavelmente teria lutado com unhas e dentes para manter Alexandre fora, só para ter mais tempo com você. Mas as coisas são diferentes agora.”
Seu olhar caiu por um momento antes de encontrar o dela novamente. “Quando descobri que você era a verdadeira herdeira da família Avery, percebi o quão despreparado e fraco eu era. Eu sabia que haveria abutres e oportunistas rondando você, e que sua vida estaria em grave perigo se sua identidade algum dia viesse à tona. Minha força sozinha pode não ser suficiente para proteger você ou dar a segurança e conforto que você merece.”
Ele exalou lentamente. “Com uma família tão poderosa quanto a sua e sendo apenas você e seu avô no centro de tudo, finalmente entendi por que você tinha que viver como uma pessoa normal, escondida atrás de um substituto. Mesmo seu avô disse isso quando você ligou para ele depois de decidir revelar sua verdadeira identidade para nós.”
Rafael se aproximou e se ajoelhou diante dela, sua voz firme mas cheia de sinceridade. “Tenho pensado muito desde então. Eu conheço meus limites. Eu conheço minhas forças e fraquezas. E percebi que talvez nunca seja suficiente. Ao invés de ser seu escudo, eu poderia acabar sendo seu fardo… seu calcanhar de Aquiles.”
O que Rafael disse era verdade. Se ele estivesse sozinho ao lado de Hera, poderia facilmente ser esmagado pelos inimigos dela. Mas, ele, Hera, e seus outros cinco parceiros, juntos, eram fortes, e seriam capazes de proteger e apoiar uns aos outros.
O que Hera agora precisava era de influência e apoio internacional, e Alexandre era o melhor candidato para preencher essa lacuna. Essa era a única razão pela qual Rafael o aceitou sem ser confrontador.
Ele também sabia que não era o único pensando assim. Mesmo Leo, apesar de suas memórias ausentes, permaneceu em silêncio. No fundo, ele já devia ter entendido por que Hera tinha tantos homens ao seu lado e por que precisaria ser magnânimo o suficiente para deixar sua mulher ser cercada por eles.
Leo também entendia que, embora viesse de uma família de conglomerado poderoso capaz de apoiar Hera, sua posição no topo trazia seus próprios perigos.
Como Hera, ele carregava não apenas influência, mas também inúmeros inimigos, rivais que invejavam o sucesso de sua família e cobiçavam sua riqueza. A diferença era que Hera tinha apenas seu avô como seu pilar de apoio, tornando sua família um alvo mais fácil em comparação com a dele, que permanecia inteira e intacta.
Ele sabia que os abutres rondando-os naturalmente visariam o elo fraco, o lado da Hera. E se as duas famílias, ambas entre os maiores conglomerados do mundo, se unissem, causaria pânico.
Muitos resistiriam com tudo que tivessem, pois tal aliança tornaria ambas as famílias não apenas mais fortes do que antes, mas também muito mais difíceis de derrubar.
Para Leo, proteger a Hera significava reconhecer uma dura verdade: até mesmo alguém tão poderoso quanto ele não poderia protegê-la sozinho. Ele precisava da ajuda de outros homens que possuíssem o mesmo nível de talento e o potencial para chegar ao topo, homens que pudessem compartilhar o fardo de proteger a mulher que ele tão desesperadamente queria proteger.
Grande parte disso era especulação de sua parte, já que ele havia perdido a maioria de suas memórias da Hera. No entanto, com sua mente afiada, ele conseguia reunir os fragmentos, conectar as circunstâncias se desenrolando ao seu redor e ganhar uma compreensão clara das escolhas que seu antigo eu havia feito.
Mas ao ver o quão harmonioso era o círculo deles, ele só podia concluir que Hera devia estar mantendo tudo justo e equilibrado, nunca mostrando favoritismo. Isso explicava por que nenhum deles demonstrava descontentamento e, em vez disso, escolhia ser solidário, impulsionando uns aos outros enquanto trabalhavam juntos.
Era um bom sinal; talvez eles já tivessem decidido como um todo unir forças para proteger a Hera. Afinal, já que todos amavam a mesma mulher, agora compartilhavam o mesmo objetivo. Nesse caso, lutar entre si seria a coisa mais tola que poderiam fazer.
Ainda assim, tanto Leo quanto Rafael estavam aliviados que a Hera havia decidido se abrir em vez de arrastar o segredo. Rafael, em particular, sentiu-se livre do ressentimento que poderia ter mantido e aproveitou a oportunidade para exibir sua magnanimidade na esperança de conquistar mais da atenção e afeto da Hera.
Ele observou como o Leo com memória intacta havia lidado com as coisas antes e como isso havia silenciosamente impulsionado a posição de Leo; Rafael decidiu copiar o movimento, apenas de forma mais ruidosa.
A abordagem de Leo sempre foi sutil e silenciosa; a de Rafael foi deliberada e pública, declarando sua devoção para que Hera notasse. Era uma estratégia astuta, e Rafael sorriu com o pensamento: se Leo soubesse, ele poderia simplesmente espancá-lo.
“Eu… hum…” Hera gaguejou, completamente sem palavras. A confissão sincera de Rafael deixou sua mente vazia e, em vez de buscar uma explicação, ela simplesmente lhe entregou seu telefone.
Seu olhar pousou na sequência de fotos provocativas de Alexandre, e quando chegou à última, tão descaradamente sugestiva que cruzava a linha, seu aperto no telefone se intensificou. As veias nas costas de sua mão se destacaram, traindo a tempestade que ele estava segurando.
‘Muito bem, Alexandre… esse pequeno íncubo se atreve a seduzir minha mulher assim?’ Rafael pensou, seus nós dos dedos coçando por uma briga. Ele tinha acabado de proferir grandes palavras de magnanimidade, então não podia atacar agora; caso contrário, pareceria que estava comendo suas próprias palavras.
Ele se forçou a engolir o ciúme, mas quando seu olhar encontrou os olhos grandes e inocentes de Hera assistindo-o nervosamente, a raiva se derreteu. Em vez disso, um sorriso bobo surgiu em seus lábios.
“Eu não sabia que minha certeza gostava de ver fotos assim. Tudo bem então, mais tarde, vou tirar algumas fotos nuas no banheiro e mandá-las para você. Você pode até usar uma como sua proteção de tela.”
Os olhos de Hera se arregalaram em descrença. Ela não tinha certeza do que a chocava mais, a ideia de Rafael realmente enviar fotos nuas para ela, ou sua sugestão ultrajante de que ela fizesse de uma delas sua proteção de tela.
‘Isso era permitido? Não seria totalmente escandaloso se mais alguém visse?’
“De jeito nenhum!” ela explodiu, erguendo-se como um ouriço, cada fio de sua postura se erguendo.
“Por quê? Você não gosta do meu corpo?” Rafael fingiu uma expressão de ferido, e Hera ficou sem palavras.
Ela não conseguia nem rastrear como a conversa séria deles tinha de repente descarrilado para isso. De alguma forma, o antes dominador e intimidante Rafael estava começando a lembrá-la de Dave, ou talvez fosse apenas porque os dois homens passavam tanto tempo juntos que suas peculiaridades estavam se influenciando mutuamente.
Hera ainda não estava acostumada com esse lado dele, mas na verdade, o ato brincalhão de Rafael escondia uma veia de ciúmes. Ele havia notado que Hera tinha as fotos sexy de Alexandre em seu telefone e não conseguia evitar querer o mesmo para si, sua própria imagem salva na galeria dela, algo que tornava o vínculo deles mais íntimo.
O que Rafael não sabia, porém, era que Hera nem havia salvo as fotos de Alexandre, então ela nunca imaginou que tal coisa pudesse despertar sua inveja.
“Ahem! Sou invisível, ou vocês dois simplesmente não me veem aqui?” A voz fria e indiferente de Leo interrompeu, como se estivesse apenas irritado com a conversa deles ecoando por seu quarto. Na verdade, ele apenas queria a atenção de Hera. No fundo, o ciúme o corroía.