O Retorno da Herdeira Tostão de Trilhões - Capítulo 960
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Capítulo 960: Chapter 960: Desmaiado
Por todos os direitos, Hera era sua noiva; ele tinha todos os motivos para exigir exclusividade. E ainda assim, ele não o fez. Em vez disso, ele se viu tentando, ainda que desajeitadamente, entender o arranjo deles, fazer sentido disso, para que eventualmente pudesse encontrar um lugar dentro dele.
Após um longo momento de silêncio, Leo finalmente desviou o olhar, e o grupo gradualmente se acomodou depois de se revezarem no banho. Já que Leo ainda estava coberto de ferimentos e ainda não podia tocar a água, Zhane cuidadosamente limpou seu corpo com panos quentes.
Eles estavam tão acostumados a cuidar uns dos outros que, em vez de chamar uma enfermeira ou cuidador, Zhane cuidou de Leo da mesma forma que eles cuidaram de Rafael durante sua hospitalização.
Observando silenciosamente enquanto esperava sua vez, Hera não pôde deixar de sorrir para si mesma. Em sua mente, ela assobiou de admiração ao ver quão harmoniosos seus amantes haviam se tornado.
Eles ainda discutiam e fingiam brigar — especialmente Dave — mas quando realmente importava, cada um deles dava um passo à frente para apoiar o outro. Eles pareciam menos rivais amorosos e mais irmãos forjados através de batalhas de vida ou morte.
Até o harém do imperador era infame por esquemas mortais e contendas, ainda assim lá estava ela, cercada por um harém unido que parecia raro e precioso. Hera pensou, metade em admiração e metade em brincadeira, que devia ter salvado a terra em sua vida passada para ser abençoada com tantos tesouros ao seu lado.
Hera acenou distraidamente enquanto Luke a guiava para baixo, agachando-se para ajudar a limpar seu corpo. — O que está passando por essa cabeça, hmm? Lentamente, levante seu braço — murmurou Luke, desabotoando cuidadosamente suas roupas.
Ele estava tentando provocá-la e seduzi-la há algum tempo, mas seus pensamentos continuavam vagando para outro lugar, tornando impossível para ele continuar. Com uma leve risada de derrota, ele deixou de lado sua travessura e simplesmente a ajudou a se despir.
No entanto, mesmo assim, Hera não percebeu o que ele estava fazendo, ainda perdida em seus próprios pensamentos, acenando distraída enquanto ele cuidava dela.
— Eu estava apenas pensando… como sou sortuda — Hera finalmente respondeu à pergunta anterior de Luke, um sorriso suave brotando em seus lábios. Ela realmente se sentia abençoada, grata por ter recebido uma chance de mudar seu destino e pelos homens que agora a cercavam.
Qualquer um que visse sua vida certamente queimaria de inveja; ela tinha amor, riqueza e poder ao seu alcance. Mas por baixo daquela doçura estava a amarga verdade: sua vida poderia ser sacrificada a qualquer momento se algum dia baixasse sua guarda. Como um imperador sentado em um trono, um erro, um momento de descuido, e ela poderia ser derrubada por aqueles mais próximos a ela.
Aquele sorriso desguardado, quase bobo, dela despertou algo feroz em Luke. O desejo queimava mais intenso, especialmente agora que ele já tinha tirado as roupas superiores de Hera, deixando apenas o tecido fino do sutiã entre suas mãos e sua pele.
A visão sozinha era suficiente para empurrar sua contenção ao limite. Incapaz de se segurar, ele se inclinou, envolvendo a parte de trás de sua cabeça antes de reivindicar seus lábios em um beijo faminto e apaixonado.
— Hmmm… — Hera soltou um som surpreso, pega de surpresa pela intensidade repentina dele. Mas no momento em que a língua de Luke passou por seus lábios, entrelaçando-se possessivamente com a dela, sua resistência vacilou.
O calor acumulou-se em seu estômago, um desejo inquieto se desenrolando dentro dela. E ainda assim, em algum lugar no nevoeiro, ela lembrou. Os outros ainda estavam por perto.
— Seja bom… apenas beijos — Luke sussurrou suavemente, recuando apenas o suficiente para impedir que Hera se afastasse antes de capturar seus lábios novamente. Ele se abaixou aos joelhos diante de sua cadeira de rodas, inclinando-se com uma devoção que fez seu coração acelerar.
O quarto ficou silencioso, o ar espesso com o som de seus lábios se encontrando, suas respirações se misturando em suspiros entrecortados. Por longos, ininterruptos momentos — três minutos que pareceram uma eternidade — o mundo parecia consistir apenas no calor de Luke e no puxão vertiginoso de seu beijo.
Não foi até que Hera, atordoada e corada, percebeu o silêncio não natural ao seu redor que ela pressionou fraca contra seu peito. Quando seus olhos se abriram, ela ficou imóvel. Leo, Zhane e Rafael todos pararam o que estavam fazendo, cada um olhando para eles em um silêncio atordoado.
As bochechas de Hera queimaram instantaneamente, uma onda de constrangimento ardendo mais do que o próprio beijo.
— Ah! Isso é tudo culpa do Luke; ele esteve me seduzindo desde cedo! Como eu posso manter minhas mãos longe de um homem tão bonito? E agora, enquanto estou ainda ferida, nem consigo me controlar… Eles provavelmente vão pensar que eu sou uma garota sem vergonha que não consegue parar mesmo quando está machucada! — Os pensamentos de Hera giravam enquanto ela lançava olhares tímidos e culpados ao redor da sala.
Luke, vendo o quão perturbada Hera parecia com seus lábios ainda inchados, não pôde deixar de rir. — De que você está constrangida? — ele provocou, dando um leve beijo em sua bochecha, claramente aproveitando sua reação.
Leo, ainda perdido na névoa de sua amnésia, ficou atordoado em silêncio.
‘Você sempre é assim tão aberto com todos?’ Ele pensou, seu peito se apertando com emoções misturadas.
Seu olhar desviou para Zhane e Rafael, embora o desejo cintilasse nos olhos deles também; eles estavam claramente se contendo. Eles sabiam que Hera ainda estava gravemente ferida, e nenhum deles queria forçar o corpo dela além do que ele podia suportar.
Para Leo, parecia que ele estava apenas vislumbrando algo muito mais profundo — apenas a ponta do iceberg — e a percepção fez seu coração pular uma batida antes de seus olhos voltarem para Hera novamente.
Luke continuava a provocá-la, seu olhar transbordando de adoração e amor. Seu corpo ardia com o desejo de tê-la, mas ele se conteve, limitando seus toques a carícias suaves e beijos, nunca ultrapassando a linha.
Leo caiu em silêncio novamente, perdido em seus próprios pensamentos.
Hera, enquanto isso, não sabia o que sentir. Com Leo ali, supostamente sobrecarregado pela amnésia, ela se preocupava com a impressão que poderia estar deixando nele. E se ele achasse que ela era uma mulher insaciável? O pensamento fazia com que ela quisesse chorar, embora nenhuma lágrima viesse.
No entanto, o que Hera não percebeu foi o quanto já havia se acostumado a esse arranjo incomum. Na verdade, todos eles tinham. Nenhum deles conseguia lembrar quando começou; simplesmente se transformou em algo natural, como se sempre tivesse sido assim.
Depois daquele momento constrangedor, o quarto finalmente mergulhou em silêncio enquanto todos adormeciam. Luke deitou-se ao lado esquerdo de Hera, Zhane à sua direita, enquanto Rafael dormia ao lado de Luke. Leo — que deveria ser o paciente — acordou no meio da noite.
A única luz vinha da pequena lâmpada na parede da cozinha perto do banheiro, fraca e suave, colocada ali para que, se Leo ou Hera precisassem usar o banheiro, alguém pudesse acompanhá-los sem o risco de tropeçar e agravar suas lesões.
Virando-se de lado, os olhos de Leo caíram sobre a cama king-size ao lado da dele. Ela estava um pouco mais baixa, dando-lhe uma visão clara das quatro figuras adormecidas. Eles estavam deitados próximos, respirando de maneira uniforme, como se nada no mundo pudesse perturbar sua paz.
A visão o abalou; ele era assim também antes de suas memórias desaparecerem?
Um zumbido agudo ecoou em sua cabeça, seguido por uma dor súbita que o fez segurar a têmpora.
“Ah…” O gemido abafado de Leo escapou, baixo e contido enquanto ele lutava para não acordar ninguém. Seu corpo tremeu, suor frio encharcando sua pele, enquanto a dor o corroía, aguda e implacável, como uma faca lentamente penetrando em seu crânio.
Lampiões de imagens irromperam em sua mente, fragmentadas e desconexas, borrando-se juntas e rápidas demais para serem captadas. Seriam essas as memórias que ele havia perdido? Ele não sabia dizer. Eram muitas, atropelando-se de uma só vez, cada uma atingindo mais forte que a anterior.
A dor tornou-se insuportável. Sua visão escureceu, sua força se esvaiu, e ele desabou de volta na inconsciência.
Quando a manhã chegou, Leo ainda estava dormindo, mas seu rosto estava de uma palidez anormal. Zhane, que foi o primeiro a notar, imediatamente sentiu os alarmes soarem. Ele se apressou, verificando o pulso e os sinais vitais de Leo com mãos experientes antes de pegar seu estetoscópio.
A visão dele trabalhando tão seriamente despertou Hera de seu estado grogue. Ela piscou acordada a tempo de ver Zhane iluminando os olhos de Leo com uma pequena luz.
Depois de terminar, a expressão de Zhane escureceu, e sem uma palavra, ele correu em direção à porta.
“Zhane? O que houve?” A voz rouca da manhã de Hera o parou no meio do caminho.
Ele se virou, os lábios pressionados firmemente juntos. “Precisamos fazer um teste abrangente em Leo novamente. Algo aconteceu na noite passada.” Seu tom era curto, mas carregado de preocupação.
A culpa brilhou em seu rosto. Ele se culpava por ter dormido profundamente, por não ter notado antes. A vida de Leo não estava em perigo imediato, mas pelos sinais, Zhane podia perceber que o homem tinha suportado uma dor terrível, tanto que desmaiou por isso.
Isso por si só era alarmante. Se a causa fosse neurológica, se um nervo tivesse sido comprimido ou danificado, poderia ser uma ameaça à vida.