O Retorno da Herdeira Tostão de Trilhões - Capítulo 959
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Capítulo 959: Chapter 959: Déjà Vu
“Mas ele tem prejudicado Lucas, e não podemos permitir isso. É nossa responsabilidade manter nosso próprio filho na linha. E Lucas, embora não seja nosso sangue, vive conosco todos esses anos, então devemos tratar ambos os filhos com igualdade.”
Ela falou com convicção justa, como se cada palavra fosse correta e justa. No entanto, ela falhou em perceber que seu primeiro instinto, de ficar do lado de Lucas sem hesitação, sem sequer falar em defesa de seu próprio filho, já era um grande erro. E quanto mais esse padrão continuava, menos ela percebia essas pequenas, mas devastadoras traições ao seu próprio filho.
“Tudo bem, tudo bem. Mas não venha chorando para mim depois se você afastar seu próprio filho. Eu já te avisei várias vezes,” disse o pai de Logan.
Sua esposa apenas bufou. “Afastar ele? Você fala como se fosse melhor. Você diz isso e aquilo, mas não é diferente porque você só observa e deixa acontecer! Diga-me, que diferença faz isso? Você nunca ajuda a disciplinar nosso filho. Você só senta aí, escondido atrás desse jornal idiota, enquanto eu fico sendo a vilã o tempo todo. Que tipo de pai é esse?”
Sua voz estava afiada com indignação, seu orgulho ficou machucado pelo comentário casual dele. Para ela, parecia que ele estava sentado em um pedestal, agindo como a voz da razão, quando na verdade, ele não fazia nada.
Ele apenas assistia, fazia comentários laterais e a deixava carregar o fardo de reclamar e repreender. E agora ele ousava chamá-la de irracional?
Nenhuma mãe jamais desejou que seus filhos fossem desviados ou crescessem arruinados. Quaisquer métodos que escolhessem, bons ou ruins, a intenção muitas vezes era a mesma: garantir um futuro melhor para seus filhos.
Infelizmente, os pais de Logan caíram na categoria daqueles que usavam métodos rígidos, forçando as mãos de seus filhos a obedecer.
Eles buscavam controlar todos os aspectos das vidas e futuros de seus filhos, exigindo obediência inquestionável. Para eles, qualquer sinal de desafio, qualquer pergunta, qualquer indício de resistência, era prova de que seus filhos estavam se tornando “ruins”, adquirindo hábitos indesejáveis e ousando rebater.
Naturalmente, eles favoreciam filhos de língua doce que sabiam como agir de maneira fofa e manter os pais satisfeitos—como Lucas. Quanto mais Logan resistia às expectativas deles, mais insatisfeitos ficavam com ele, e em contraste, mais perfeito e agradável Lucas parecia aos seus olhos.
Ao ouvir a promessa de sua mãe para ajudar, Lucas ficou ainda mais arrogante, convencido de que já havia vencido. Ele se acomodou feliz em sua mesa para começar a compor músicas. Enquanto isso, Logan, sem conhecimento de nada disso, focava apenas em seu próprio trabalho.
Com Hera ao seu lado, ele se sentia mais inspirado do que nunca e até começou a escrever uma música para ela, sua única luz na escuridão, esperando surpreendê-la quando estreasse. Mas antes disso, ele sabia que precisava vencer essa batalha contra Lucas.
Isso não era apenas sobre música; era uma batalha de resistência e fortaleza mental. O primeiro a desmoronar sob pressão pública perderia. A empresa de Logan, já avisada há tempos por Hera, não tinha pressa.
Eles tinham muita munição preparada e estavam contentes em deixar Lucas baixar a guarda, fazendo-o acreditar que a vitória já estava em suas mãos, antes de contra-atacar.
Enquanto as coisas se desenrolavam de um lado, Gerald estava ocupado em seu próprio caminho, lidando com os assassinos que haviam atacado Hera no hospital em Paris. Depois de receber a mensagem de Rafael, ele imediatamente começou a reunir mais inteligência.
Até agora, ele já havia desvendado detalhes sobre a infância de Luca, e para sua surpresa, o que encontrou foi profundamente perturbador. Sem hesitar, Gerald enviou a informação para Rafael e continuou investigando ainda mais.
Rafael recebeu o relatório enquanto ainda estava no quarto privado do hospital de Leo. Ao ler o material, suas sobrancelhas se franziram, sua expressão endurecendo a cada linha. Hera, que estava quietamente o observando, prestou muita atenção à sua reação.
Mas ela não duvidava mais de seus próprios instintos. Uma vez mordida foi suficiente para ensinar-lhe; uma segunda vez significaria apenas tolice. Ela confiava que Rafael tomaria o julgamento correto uma vez que descobrisse a verdade.
Logo, uma sensação estranha a envolveu, como um olhar de predador fixo nela. Sua cabeça se virou rapidamente, e ela se viu olhando diretamente nos olhos azul-ociano profundos de Leo.
Mas Leo apenas pressionou os lábios juntos antes de olhar para longe, como se nada tivesse acontecido. Hera ainda não estava acostumada com essa versão silenciosa dele, esse Leo cujos pensamentos ela não conseguia decifrar. No entanto, o fato de ele não rejeitar sua presença já era um bom sinal.
Talvez ele estivesse simplesmente perplexo com a ideia de Hera ter tantos amantes e ainda, no final, escolher estar com ele.
Ela entendia como isso devia ser difícil de processar. Com sua memória perdida, Leo não tinha escolha a não ser tatear seu caminho, juntando fragmentos e formando seus próprios julgamentos.
Por causa disso, Hera não queria se precipitar sendo excessivamente afetuosa. Em vez disso, ela escolheu dar a ele o tempo e espaço que precisava para digerir tudo o que havia aprendido nos últimos dois dias.
Como já era tarde, todos decidiram ficar no hospital. Como antes, Zhane arranjou para que a equipe trouxesse uma cama maior para o quarto de Leo, para que todos pudessem descansar lá enquanto cuidavam dele.
Dessa forma, Hera não precisaria se cansar indo e voltando entre sua residência e o hospital em seu estado atual. Ela não recusou; em vez disso, sorriu calorosamente e acenou com a cabeça, grata por sua consideração.
Além disso, desde que se envolveu com Logan, Hera queria ver tudo até o fim, descobrir se ele poderia realmente mudar seu destino, assim como ela havia feito.
Afinal, embora já tenha feito tantas mudanças em seu próprio destino, sua jornada ainda não estava completa. Ela não havia assumido totalmente o papel de protagonista feminina nessa história.
Para fazer isso, ela ainda precisava se tornar a melhor atriz e alcançar cada marco que uma vez pertenceu a Alice. Só então poderia afirmar com certeza que havia conquistado seu destino e assumido seu lugar como a verdadeira protagonista de sua própria história.
Não muito tempo depois, uma grande cama king-size foi trazida e arranjada no quarto do hospital, com a cama de Leo cuidadosamente empurrada para o lado.
Assistindo à cena se desenrolar, as sobrancelhas de Hera se franziram. ‘Isso parece déjà-vu’, pensou enquanto observava a equipe se movimentando, Zhane dando direções, Rafael preocupado ao lado, e Luke silenciosamente em pé atrás de sua cadeira de rodas. Então Luke se inclinou, seus lábios aproximando-se de seu ouvido.
“Você não acha que isso parece familiar?” ele provocou, sua voz carregada de diversão. Mesmo sem virar para olhar, Hera já podia imaginar aquele sorriso angelical porém pecaminoso curvando-se em seu rosto.
“Hmmm…” Hera respondeu vagamente, tentando recordar. Seu olhar fixou-se em Rafael, e de repente a memória clicou. A última vez que algo assim aconteceu foi quando Rafael foi baleado e hospitalizado—eles também haviam montado outra cama em seu quarto.
E o que veio depois disso…
Hera rapidamente interrompeu o pensamento, suas bochechas esquentando. Afinal, foi quando sua primeira vez aconteceu. Apenas lembrar já era o suficiente para fazê-la corar ferozmente.
Parecia que Luke estava esperando que ela percebesse, porque se aproximou e sussurrou com um tom malicioso, “Querida, quer fazer de novo? Hmm?”
Hera quase engasgou. Ele nem precisava terminar o pensamento; ela já sabia exatamente o que ele queria dizer. Luke estava insinuando repetir aquela noite, e é claro, ele seria o mais empolgado com a ideia; a configuração de seu personagem sempre prosperou com o prazer da intimidade em lugares arriscados, onde o perigo de ser pego só tornava tudo mais intenso.
Hera não respondeu, mas o rubor profundo que se espalhava de suas bochechas até as pontas de suas orelhas já era resposta suficiente. Luke, bastante divertido, a observava com um sorriso.
Do lado, os lábios de Leo se comprimiam em uma linha fina. Vendo Luke provocar abertamente Hera e vendo seu rosto corar tão vívidamente, ele não precisava adivinhar que tipo de coisas Luke estava sussurrando—sem dúvida, obscenas.
Uma estranha sensação de peso fervia em seu estômago, seu peito apertando como se seu coração estivesse afundando.
‘Era isso… ciúmes?’
Com certeza era. Ele queria ser aquele próximo o suficiente de Hera para fazê-la corar dessa maneira, mas quando chegava a hora, ele não tinha ideia de como. Ele não conseguia encontrar as palavras certas, o momento certo; estava completamente perdido.
Ele simplesmente não conseguia encontrar um terreno comum. A perda de memória só piorava as coisas; sua perspectiva, pensamentos e até mesmo seu senso de identidade não se alinhavam com a realidade diante dele. Nada fazia sentido quando ele tentava entender o arranjo deles. Ele não conseguia entender o que seu eu do passado estava pensando para ser tão magnânimo.
Ou talvez… uma parte dele entendesse. Talvez fosse por isso que ele conseguia ficar lá, quietamente observando Luke e Hera flertarem, sentindo ciúmes borbulhando dentro dele mas não uma raiva total.