O Renascimento da Ômega - Capítulo 729

729: Chumbo (Ch.730) 729: Chumbo (Ch.730) As portas do salão de audiências se abriram e Neveah entrou decidida, com Xenon ao seu lado. Sua expressão era calma, ainda assim imponente, e imediatamente o salão se silenciou, todas as deliberações cessaram com sua chegada.

Neveah lançou um breve olhar ao redor, notando a atmosfera sombria, que não era característica do conselho dos cavaleiros e Neveah sabia que isso tinha menos a ver com a guerra do que com Lodenworth e Keila.

Acostumada à traição entre os laços mais íntimos no domínio do eclipse, pai contra filho e parceiro traindo parceiro, Neveah não achava isso tão difícil de aceitar quanto era para os dragões.

Diferente da história dos lobisomens, onde a traição era tão comum quanto os nomes, entre os da espécie dos dragões, traidores eram poucos e raros, Neveah entendia, mas sabia que eles teriam que aceitar.

Neveah abriu caminho pelo meio do conselho até o púlpito elevado.

A guarda do Rei se levantou de seus assentos, havia apenas Imagor e Kirgan e os outros três assentos junto ao trono do dragão estavam vagos.

Neveah pausou diante do trono do dragão, lançando-lhe um olhar. Ele não parecia tão intimidador quanto na primeira vez que ela se dirigiu ao conselho. E ela não se sentia tanto uma impostora quanto antes. Hoje ela não estava aqui para provar a si mesma ou defender seu título, ela estava aqui para liderar.

Ou pelo menos o mais próximo disso que ela poderia em tempos como este.

Virando-se, Neveah encarou o conselho e, como um só, eles abaixaram suas cabeças em uma reverência, não solicitada nem exigida, mas uma reverência voluntária em perfeita sintonia. Não era o dever que os movia, mas o respeito, dado livremente e profundamente conquistado.

Neveah sentou-se no trono do dragão, sua expressão desprovida de qualquer emoção. Xenon subiu os degraus, mas não foi para o seu lugar entre a guarda do Rei, em vez disso, ele se manteve junto ao braço direito do trono do dragão.

Sua silenciosa demonstração de apoio e companheirismo fortaleceu a coragem de Neveah de maneiras que nada mais jamais havia feito.

Sua voz clara e firme quebrou o silêncio. “À vontade.” Neveah deu permissão ao conselho, e eles obedeceram. “Ouvi dizer que estamos em guerra…”

“Bem, isso é lamentável… para eles.” Neveah declarou firmemente, sua voz calma, mas com um tom de aço.

Houve algumas risadas e murmúrios baixos de aprovação do conselho dos cavaleiros e a atmosfera sombria se aliviou consideravelmente, Neveah deixou o momento perdurar antes de falar novamente.

“Os Fae há muito têm a intenção de ser um espinho em nosso lado, isso não é novidade para nós. Eles foram contidos pela incapacidade de encontrar uma justificação para a guerra, mas agora, parece que cresceram impacientes.”

“Eles recorreram à ajuda de outros… lobisomens do outro lado do mar, para aumentar seus números. Agora, eu conheço esta espécie melhor do que ninguém, sei de sua força, seus grandes números, compartilho parte de sua herança, isso é conhecido por todos nós. Mas eu também sei que se a supremacia fosse baseada em números, o sangue de dragão não estaria sentado neste trono.” Neveah fez uma pausa por um momento, seu olhar escaneou o conselho de um par dragão-cavaleiro ao outro.

Suas palavras incitaram uma faísca de orgulho e Neveah sentiu que se espalhava como um incêndio pela sala.

“Agora sei que temos preocupações”, Seu tom amaciou. “Estamos faltando pilares de nossa espécie. Nosso Soberano, Senhor Cassian, meu pai Senhor Kaideon e muitos mais senhores dragões de elite que embarcaram na missão de restaurar o Forte Chamejante e ainda têm que retornar.” Neveah suprimiu um estremecimento ao pensar.

“E eu sei que temos perguntas… para aqueles que deveriam estar entre nós, mas ainda parecem fora de alcance, lealdades agora questionáveis, sem razão ou explicação. Senhor Lodenworth… sua cavaleira Keila, sei que há dúvidas, hesitações e decepção.” Neveah cruzou seus braços, se inclinando para frente no trono, seu tom significativo.

“Mas eu vou dizer novamente, estamos em guerra. Na guerra, não podem haver perguntas, dúvidas, hesitações ou preocupações… só pode haver vitória. Não há ninguém que conheça a guerra melhor do que a espécie dos dragões… vocês todos lutaram demais para contar.”

“Vocês enfrentaram tempestades de fogo e sangue e em cada uma dessas batalhas, vocês venceram. Não nos deleitamos no derramamento de sangue, fizemos o nosso melhor para evitar esse resultado… para adiar até que Nosso Soberano retorne. Mas o que não faremos é recuar de uma luta, desviar o caminho ou negociar com o inimigo.” Neveah deixou claro.

“Demos aos Fae múltiplas chances de recuar e manter a paz, eles rejeitaram nossa mão estendida e agora a retrairemos. O inimigo não avançará nem uma polegada em território Dragão, e não apresentaremos uma fortaleza quebrada a Nosso Soberano em seu retorno.” Neveah olhou para Imagor e acenou com a cabeça.

“Vocês não estão sem liderança, a espécie dos dragões não carece de senhores de batalha. Olhem ao redor, à frente… Senhor Kirgan, Imagor, Xenon e Menarx que retorna enquanto falamos detêm a fé de Nosso Soberano, e isso é porque eles são dignos. Eu também, confio plenamente neles… então não vacilem.”

“A fortaleza esqueceu como chegamos a este ponto e por isso teremos que ensiná-los, em nossa língua… fogo e sangue.” Neveah disse.

“Fogo e sangue!” As palavras foram ecoadas pelo salão.

“Sua Graça, ouvimos dizer que partirá da Fortaleza do Dragão. Em um momento como este, é imperativo que você permaneça protegida e a Fortaleza do Dragão é o lugar mais seguro em que você pode estar. Você realmente tem que partir?” Senhor Decaron falou de seu lugar.

“Meu dever para com vocês e meu voto de trazer Nosso Soberano de volta à fortaleza me chamam para longe. Embora entenda os riscos, meu voto é um que cumprirei a qualquer custo. Peço que me permitam levar um pilar seu, Xenon comigo, assim como Verothrax… é um grande pedido em tempos como este, mas confio que vocês manterão a fortaleza forte até que retornemos.” Neveah trocou um olhar com Xenon que lhe acenou em aprovação.